Roteiro EP 03 - País de Paulo Freire
bloco abertura/introdução
Tempo: 30min16s
LOC: A EJA, criada em 1996, pela Lei de Diretrizes de Base Escolar, tem a função reparadora, qualificadora e equalizadora, para dar acesso à Educação a toda população, do modo como está estabelecido nos direitos básicos do cidadão da Constituição Federal de 1988./ O educador Paulo Freire foi o responsável pelo método que consiste na proposta de alfabetização de jovens e adultos./ Para ele, a educação é capaz de mudar de forma significativa a vida das pessoas./ Não é por acaso, que na Escola de Educação Básica Professora Margarida Lopes, no Bairro Camobi, em Santa Maria, em uma parte do muro, no pátio da escola, tem uma pintura do rosto do educador, em frente a um sol, cor de laranja, e com folhas, ao redor, das cores, verde, azul e amarelo./ Com a escrita “100 anos, Paulo Freire”./
[Trilha Sonora]
LOC: Em setembro deste ano, foi anunciado que a EJA voltará a ter uma política nacional, depois de ter sido quase abandonada no governo Bolsonaro.//
ÁUDIO REPO TV CULTURA: 00’40 até 01’00 - No país de Paulo Freire, referência mundial na alfabetização de jovens e adultos nove milhões e seiscentos mil brasileiros com 15 anos ou mais de idade ainda não sabem ler nem escrever. Os dados reforçam a importância de fortalecer a EJA, Educação de Jovens e Adultos, que nos últimos governos perdeu recursos e alunos.
LOC: Na reportagem de setembro deste ano da TV Cultura, que vou deixar o link na descrição do episódio, mostra que no
governo de 2013, da presidente Dilma Rousseff, o investimento na EJA era de R$ 1 bilhão (de reais)./ Já em 2018, com o presidente Michel Temer, passou a ser R$ 68 milhões de reais./ Em 2019, no governo Bolsonaro, ficou apenas com uma verba de R$ 7 milhões (reais)./ Lembram dos dados que a reportagem apresenta sobre analfabetismo no Brasil? Pois é, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), de 2022, são quase 10 milhões de pessoas no país, de 15 anos ou mais, que não sabem ler ou escrever./ Pensa, isso equivale a uma população maior que a cidade do Rio de Janeiro, que é de 6 milhões de habitantes./ É como se todas as pessoas do Rio não soubessem ler ou escrever./ Tá, por que eu cheguei nesse assunto? O Novo Ensino Médio vem com a proposta de atualizar a educação brasileira e controlar a evasão escolar, mas como que vai mudar para a melhor o Ensino Médio, se não englobar todos os estudantes das modalidades de ensino?
[TRILHA SONORA]
BLOCO 1 TRILHA - EJA
LOC: Oi! Meu nome é Eduarda Paz./ Sou estudante de jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria e esse é o “Educação em Trilha”.//
[TRILHA SONORA]
LOC: Neste último ano, pesquisei e produzi conteúdos sobre o Novo Ensino Médio./ Chegamos ao último episódio, ouvinte./ Passamos pelo contexto da aprovação da lei, como o Novo Ensino Médio está na prática do dia a dia escolar e, agora, para finalizar, quero te mostrar as problemáticas que envolvem a EJA e quais são os próximos passos do governo petista para
essa última etapa da educação básica./ TERCEIRO EPISÓDIO - PAÍS DE PAULO FREIRE.//
[BARULHO DE ESCOLA]
SONORA VALMIR: 04’10 até 06’09 - Todos eles trabalham, EJA 100% trabalham. No ensino regular, alguns não trabalham, mas grande parte deles, mais ou menos 75%, tem alguma forma de trabalho. Ou é uma monitoria em alguma escola, ou em algumas outras atividades em via CIEE, ou é o jovem aprendiz aqui, outro ali, mas todos eles têm uma atividade. Então o aluno de ensino noturno é diferenciado. Por que eu te digo isso? A partir disso, a gente tem que preparar e montar o trabalho significativo então quando tudo recebe o Novo Ensino Médio, que veio para o primeiro ano, e depois a partir desse ano também para o segundo ano, que vem para ter sede da EJA, e depois um alarme falso para ter oito que nós temos que alterar toda a grade curricular, todo o trabalho, RH de professores para meia semana depois a mantenedora dizer que “não, não é mais assim, não vamos mais utilizar esse ano.”Foi informado que teríamos para primeiro e segundo ano, para ter sete e para ter oito.Só que quando nós já havíamos iniciado o ano letivo, com todo o horário, com toda a carga de RH, com tudo montado pedagogicamente, a mantenedora diz que "não, a gente resolveu, não é para ter oito, não precisa, mantém só até sete primeiro e segundo ano." Eles também não tem muita noção de como essas coisas funcionam, a Secretaria de Educação do Estado. E aí nós temos que mudar toda a grade anterior, o horário anterior, mudar o quadro de Recursos Humanos da escola, dessa indefinição definição e definição da Secretaria de Educação do Estado.
LOC: A voz é do coordenador pedagógico do ensino noturno da Escola Margarida Lopes, Valmir Beltrame./ Você vai ouvir
bastante ele no episódio./ No local, são três turmas do Ensino Médio Regular Noturno e três da EJA, como Valmir chama de T7, T8 e T9, com um total de 128 alunos neste turno./As disciplinas que ele menciona são aquelas que falei no segundo episódio: “Projeto de Vida”, “Mundo do Trabalho” e “Cultura e Tecnologias Digitais”, que são as obrigatórias do primeiro ano do Ensino Médio./ Elas também foram escolhidas para serem trabalhadas nas turmas de T7 da EJA.//
SONORA VALMIR: 07’08 até 09’14 - O que isso acrescentou de novo para o aluno do noturno? Porque como a gente tem os alunos que vem dessa realidade. A gente trabalha com os alunos de uma forma integrada. Então, a gente procura integrar os conteúdos, Português, Matemática, Física, Química, Biologia, não é algo que tu entra na sala pra fazer um trabalho só teu, né? A gente ganhou uns professores e tenta tornar o trabalho interdisciplinar para facilitar para o aluno o entendimento. E sempre trazer para ele a discussão a respeito das vivências que ele tem, porque ele tem diversas no trabalho, na família. Alguns são arrimo de família e sustentam os irmãos, pai e mãe não sabem onde anda, outros tem outra realidade. Então, a partir dessa realidade dos alunos é que a gente constrói um planejamento, e aí na hora que tem série essas disciplinas, tu tem que observar a questão do trabalho de uma forma geral integrada, como é que a gente faz isso? a gente pega os professores das disciplinas novas e conversamos, e a gente propõe para eles que eles promovam, com as suas disciplinas, com suas novas disciplinas, uma integração com a disciplina que eles trabalham, porque não existem professores formados para Projeto de Vida, nem para a Diversidade Cultural, não existem professores formados pra isso. Mas, para isso, então tu pega os professores que estão com sobra de carga horária e “joga ali”. Pois bem, o que nós definimos: nós vamos pegar por exemplo, a professora de física para trabalhar Projeto de ida, então o trabalho com o Projeto
de Vida vai ser em cima da vivência dos alunos, do que eles nos trazem, da forma como eles vivem, essa coisa toda que o Projeto de Vida que a disciplina já solicita que seja trabalhado em consonância com a Física, com a Química, e com a Biologia.
SONORA VALMIR: 09’39 até 10’17 -A professora do Mundo do Trabalho, ela é das áreas humanas, Filosofia e Sociologia, então facilitou muito aquela trouxe toda a proposta que ela tinha de Filosofia e Sociologia para o mundo do trabalho. E fez com que os alunos começassem a trazer as suas vivências, e a partir dali gerou a discussão a respeito do que que eu quero para mim, da onde eu quero chegar com isso, que essa é a grande dúvida do aluno de ensino noturno. Ele trabalha, e ele estuda. E, quando ele finalizar o estudo, ele vai buscar o ensino superior ou ele vai seguir trabalhando para se sustentar?
LOC: Enquanto o Ensino Médio diurno e noturno precisam cumprir mil horas por ano, a EJA é semestral e precisa ter 400 horas./ Pelo menos é assim, no estado do Rio Grande do Sul./ Por ter essas características e um perfil de alunos diferentes das outras modalidades, a EJA é deixada de lado, muitas vezes, nas políticas que envolvem a educação.//
ÁUDIO CÂMARA EJA: 2’27 até 2’57 - O Novo Ensino Médio vem piorando essa situação, ainda mais porque, com a ideia de educação integral, eles fecham a escola de EJA, as turmas de EJA, alegando que tem que dar educação integral, que tem que atender a nova legislação. E aí o que é que vem sendo colocado no lugar educação à distância? Imagine um trabalhador com "Zap", com plano de idade curtinho, fazer aulas pelo celular.
LOC: No documento da Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, tem apenas uma menção a EJA./ “Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão reconhecer competências e firmar convênios com instituições de educação a distância com notório reconhecimento”./ Ou seja, a única parte que se refere ao EJA, quando foi sancionada a Lei do Novo Ensino Médio, tem relação com o ensino a distância (o EAD), bem como é colocado no áudio de uma comissão da Câmara dos Deputados que você acabou de escutar./ O que mostra o descaso com essa modalidade de ensino no país. Toda parte da problemática do ensino a distância eu te apresento mais na reportagem produzida junto como parte do projeto experimental./ O link dela vai tá na descrição do episódio e você também encontra nas redes sociais @educaemtrilha.//
[Trilha Sonora]
LOC: De volta agora para a Escola Margarida Lopes./ Na noite em que foi falar com o Valmir, a escola estava bem mais tranquila, quase sem nenhum dos barulhos que estão presentes no episódio dois./ Depois da nossa conversa, Valmir me ofereceu um chá e contou que tinha levado cachorros-quentes para os alunos naquela noite./ Por coincidência, durante a nossa hora do chá, um dos estudantes que o coordenador havia me recomendado conversar apareceu na sala./ Ele, então, me apresentou ao Talisson Daniel Peters e, depois, ao Pedro Lima, ambos de 18 anos, da turma T7 da EJA./ Eles eram os únicos alunos na sala, naquele período//
ÁUDIO TALISSON ESTUDANTE T7: 00’29 até 00’53- Já fiz o primeiro ano de manhã e fiz a noite.
Eduarda: E como é que foi na questão do primeiro ano essas disciplinas?
Talisson: Foi de boa, os professores conseguiram administrar bem.
Eduarda: Tu acha que elas se encaixam no currículo que vocês tinham das disciplinas normais?
Talisson: No começo, acho que não muito né? Depois foi se encaixando.
Eduarda: Qual delas mais tu gosta mais?
Talisson: Assim, eu gostava de Mundo do Trabalho, mas por causa da professora mas agora eu nem sei se a gente tem ainda.
+ 02’13 até 02’45 - Eduarda: Em relação ao ensino superior, não sei se você tem vontade de cursar?
Talisson: Não, talvez eu faça um técnico só, tenho trabalho já.
Eduarda: E ,aqui na parte da noite eles oferecem o técnico, né?
Talisson: Aqui não, só no CTISM.
Eduarda: Tu não teve interesse em fazer?
Talisson: Eu ia fazer, mas acabei vindo para cá, não terminei o Ensino Médio, e acabei vindo pra cá.
Eduarda: Mas qual o técnico?
Talisson: em mecânica de elétron, alguma coisa assim, mas tinha que repetir o primeiro ano, né? Repetir desde o começo, né? De manhã e de tarde eu não bati os horários por causa do trabalho.
Eduarda: E daí agora tu tem ainda vontade de fazer esse técnico?
Talisson: Não, porque agora eu já comecei primeiro, tô quase no segundo.
Eduarda: Mas, digo, quando você se formar.
Talisson: Sim, quando me formar vou buscar na área de eletromecânica
ÁUDIO PEDRO ESTUDANTE T7: 00’20 até 01’33 - Eduarda: E como é que tá sendo essa questão com disciplinas Projeto de Vida, Mercado de Trabalho…?
Pedro: É meio estranho ter elas, porque meio que não encaixa com as aulas que nós temos, tipo geografia, matemática. Meio que entrou do nada e acaba meio que sendo um pouquinho sem nexo assim, tá ligado, para o ensino médio.
Eduarda: E o que vocês estão aprendendo?
Pedro: Como posso explicar, não é uma matéria que tem que aprender algo como matemática, eu tenho que aprender os cálculos, português tem que aprender a linguagem, não é uma matéria que tu vai aprender aqui no foco, tá ligado? Acaba sendo que as aulas são passa tempo, não acaba sendo uma aula, né?
Eduarda: E, elas são uma vez por semana, essas matérias?
Pedro: Uma, duas vezes na semana.
Eduarda: E, dessas diferentes assim, qual que tu mais ou menos tá curtindo um pouco?
Pedro: Mundo do Trabalho e Projeto de Vida são as que mais frequentes e que mais aparecem.
Eduarda: E, elas têm provas também ou é mais trabalho durante a aula?
Pedro: Assim, nada muito puxado, só uma conversa um trabalho que o outro assim para aprender o pouco que tem para aprender sobre aquela matéria.
+02’00 até 02’09 - Eduarda: E, não sei se tu tem interesse em ensino superior depois?
Pedro: Querer, todo mundo quer, quem sabe dou uma pensada, quando vê sim.
LOC: A última frase que o Pedro me falou “todo mundo quer né?”, sobre a vontade de cursar o Ensino Superior, foi o
motivo de eu ter questionado a equipe da 8ª Coordenadoria Regional de Educação sobre a EJA.//
SONORA CRE: 18’55 até 20’37 - E como é que tá funcionando no Ensino Médio noturno e na EJA? Porque a carga horária dele já é menor.
CRE: É, na verdade, no curso regular como a gente diz, é diluído, dentro da carga horária, essa parte dentro mais específica, né, dentro complementando a formação geral básica. na EJA eles têm a regulamentação própria, é bem diferente, não tem essa questão das trilhas. E na e no ensino médio noturno, eles têm, se for regular por exemplo, Eles têm ainda compensação, né? Eles têm uma hora de atividades à distância, porque senão não conseguem fechar a carga horária semanal que corresponde ao, no limite, 9 períodos dos 30, que pode ser feito com atividades a distância para poder complementar a cargas de mínimo mil horas por ano e as três mil horas.
Eduarda: Mas, eles tem as trilhas então?
CRE: Do regular sim, EJA que não. Ele tem essa possibilidade de fazer esta parte a distância, o regular. Como a EJA, o calendário dela é semestral, não tem como encaixar esse desenvolvimento, e não tem carga horária também suficiente para conseguir colocar mais componentes. Ela tem outro objetivo, né? Porque ela já trabalha com adultos, né, que já estão em processo de inserção no mercado de trabalho,que precisa ser proposto é bem diferente, né?
LOC: Lembra dessas vozes? É do coordenador da 8ª CRE, José Luis Eggres e das assessoras pedagógicas Sônia Suzana Farias Weber e da Marta Helena Lima Pereira./ A pergunta gerou uma troca de olhares entre eles, mas no final da fala, todos concordam que a EJA tem uma proposta diferenciada, muito mais voltada para a profissionalização no mundo do trabalho./ E que
não teria como implementar as famosas trilhas de aprofundamento das áreas do conhecimento./ Mas, mesmo que a EJA seja uma modalidade com características diferentes das demais, não quer dizer que o estudante não tenha desejo de cursar uma graduação./ Como ele vai tentar uma vaga, se a EJA não é contemplada pela Reforma do Novo Ensino Médio?
[TRILHA SONORA]
BLOCO 2 TRILHA - ENSINO NOTURNO
LOC: Um pouco mais para frente desse episódio, vou tentar responder essa pergunta relacionada a EJA./ Agora, ouvinte, vou partir para algo que acabei descobrindo durante as entrevistas./ No Rio Grande do Sul, o Ensino Médio Noturno Regular segue a mesma lógica das trilhas que o turno da manhã./ No Margarida Lopes são duas trilhas, uma de Linguagens e outra de Ciências da Natureza./ Ou seja, o noturno seguiria isso, masss, por ser uma escola menor, apenas o itinerário de linguagens foi escolhido./ Como já te mostrei no episódio dois, os professores de outras áreas conseguem cumprir a carga horária completa, porque ministram outras disciplinas, como é o caso da professora de química da escola Mirian Zimermann.//
SONORA MIRIAN: 00’27 até 01’31 - Com o primeiro ano é um desafio enorme, porque a faixa etária não gosta muito de conversar assim. Se é entre eles, uma rodinha na conversa eles conversam sobre o assunto, muitas vezes. Eu falei assim "ó, vocês conversam normalmente sobre isso", mas quando a gente bota numa sala de aula cria aquele compromisso, de eu ter que falar sobre isso, aí meio que travava os alunos, mas a gente busca o recursos para se desinibir no caso do Projeto de Vida, né, tentar ver e trabalhar o interesse deles com o seu projeto de vida, né? Que é o objetivo da disciplina. E já a Cultura em
Ação, também eu peguei esse ano. É um desafio mais desafiador, porque ele fugiu bastante da minha área, né? E mesmo assim, volta e meia eu tento então para facilitar o meu trabalho tentar integrar esse conhecimento junto com o conhecimento de química.Fazer com que os alunos eles possam relacionar uma coisa com a outra.
SONORA MIRIAN: 05’52 até 06’24 - E como eu trabalho em química ficou inviável trabalhar em química reduzindo a carga horária. Eduarda:Eu ia te perguntar, a sua carga horária foi reduzida? Mirian:Foi, então assim, se tu vai pegar o currículo do segundo ano, não tem como trabalhar em um período semanal todo o conteúdo do segundo ano. Então esses alunos serão e estão sendo prejudicados sim, por esse novo currículo, porque o vestibular não vai tirar fora dos conteúdos. Eles vão continuar lá, só que a gente não tem como trabalhar isso.
LOC: A Mirian, naquela noite, estava dando aula de química para o Talisson e o Pedro, sobre ‘a linguagem dos átomos’./ Não sei se você conseguiu notar, mas a voz dela ficou um pouco mais triste para o final da nossa conversa./ Ela me contou depois, que mesmo com a integração dos conteúdos para o noturno, como o Valmir comentou em um áudio, é muito difícil juntar química do segundo ano, com outras disciplinas, porque tem muito cálculo./ Enfim, apesar da integração ser uma ideia boa, não resolve os problemas que o Novo Ensino Médio trouxe ou até mesmo adicionou para a educação brasileira.//
SONORA VALMIR: 24’54 até 25’23 - Ocorre que enquanto tu não alterar anos iniciais e fundamentais do fundamental, pode fazer o que tu quiser de alteração no ensino médio que nunca vai dar certo, tem que partir da base, por exemplo o “mundo do trabalho” muito interessante “universidade cultural” interessantíssimo, “inserção social” perfeita. Mas, porque não
estão começando no primeiro ano do ensino fundamental? Com as crianças tendo noções disso também.
[TRILHA SONORA]
BLOCO 3 TRILHA - ATUALIZAÇÕES
SONORA SINPRO SOBRE ATUALIZAÇÕES: 00’00 até 00’28 -Lula envia PL para alteração do Novo Ensino Médio ao congresso nacional. O presidente Lula enviou na manhã desta quarta-feira 25, ao congresso nacional um projeto de lei com alterações no texto que aborda o Novo Ensino Médio. O PL é uma resposta a uma série de críticas feitas por sindicatos ligados à educação.
LOC: Nas alterações do Projeto de Lei, que já são para começar em 2024, estão: (abre aspas) “A retomada da carga horária de 2.400 mil horas de Formação Básica para estudantes do ensino médio regular. Atualmente, a formação tem apenas 1.800 mil horas”; “A volta da obrigatoriedade de todas as disciplinas do ensino médio, como filosofia, sociologia, arte e a língua espanhola”; “Construção de parâmetros nacionais para a organização de itinerários e integralização de estudos, com a definição dos componentes curriculares a serem priorizados em cada um deles” (fecha aspas)./ Entre outras alterações, que serão mais exploradas na reportagem que produzi sobre o Novo Ensino Médio./ Vou deixar o link na descrição./ Além disso, o governo gaúcho já anunciou que a EJA vai ter duas trilhas de aprofundamento, a partir do primeiro semestre de 2024./ De certa forma, responde a pergunta que eu fiz antes./ A implementação das trilhas tem o intuito de integrar essa modalidade a reforma e faz parte da volta da Política Nacional da EJA.//
LOC: Depois de anunciarem as mudanças, chamei o professor Luiz no whatsapp, para saber o que ele achava./ Ainda não se tem
uma definição exata do que será do Novo Ensino Médio, mas pelo menos, dessa vez, os professores, alunos e a comunidade escolar teve a voz um pouco mais ativa na construção da PL.//
SONORA PROFESSOR LUIZ ATUALIZAÇÕES: 00’00 até 3’43 - Recentemente, o governo Lula…
[TRILHA SONORA]
LOC: Queria terminar o último episódio com certezas, mas ao longo da apuração e das entrevistas, percebi que cada assunto era uma pauta por si só./ Tentei unir todas elas, em especial para o meu próprio entendimento do assunto./ Por enquanto, com o final de 2023, as expectativas são altas para a melhoria da educação nos próximos anos./ Masss, como vimos, no país de Paulo Freire, uma Medida Provisória pode mudar tudo, ou uma pandemia, ou a troca de governos mesmo.//
[TRILHA DE MANIFESTAÇÃO]
BLOCO 4 TRILHA - ENCERRAMENTO
LOC: Eu sou Eduarda Paz e esse é o Educação em Trilha. Um projeto experimental para o meu Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Federal de Santa Maria.//
[Trilha Sonora]
LOC: Espera um pouquinho./ Antes de finalizar, queria contar, de forma breve, como foi o processo até chegar aqui na produção do projeto experimental./ Eu e o meu orientador, professor Maicon Elias Kroth, estabelecemos que seriam quatro
escolas./ Entre elas, estava a Escola Estadual de Educação Básica Professora Margarida Lopes./ As outras precisei descartar ao longo da apuração, porque, pelo menos, nenhuma das instituições privadas que eu tentei aceitou participar./ Já as outras escolas, me recusaram por ligação ou por email, e em uma delas fui até ao local conversar com a coordenadora pedagógica, que super adorou a ideia./ Mas, em reunião com a direção, falaram que não queriam participar./ Apenas, em agosto deste ano, eu resolvi focar no Margarida Lopes, que foi a única escola aceitar a proposta de portas abertas./ Consegui ir na Professora Margarida Lopes três vezes para realizar as entrevistas./ Temmm muito ainda dessa temática que poderia ser abordada, mas acredito que aqui esteja o essencial para entender de forma mais clara o assunto./ Obrigada, ouvinte, por ter escutado até o final desta série./
[TRILHA SONORA]
LOC: Esse episódio foi roteirizado, produzido, gravado e editado por mim, Eduarda Paz./ A orientação é do professor Maicon Elias Kroth./ Ah, e algo muito importante, a identidade visual do podcast foi criada pelo designer gráfico Noam Wurzel. /Siga o projeto nas redes sociais @educaemtrilha./ Acesse também a matéria produzida, lá também você encontra os roteiros dos três episódios do podcast, vou deixar o link na descrição do episódios e das redes também./ Nesse episódio, foram usados áudios da TV Cultura, do YouTube da Câmara dos Deputados e do Sindicato de Professores do Distrito Federal.//
[Trilha Sonora]