CALENDÁRIO ACADÊMICO
Perfil dos alunos:
Aluno a partir de 07 anos a 14 anos, nível de conhecimento de iniciante e intermediário.
Formato do curso: Presencial
Quantidades de alunos por turma: 02 a 03 aluno por turma;
Materiais necessários para participar das aulas:
preferencialmente ter o instrumento, mas não é impedimento começar sem.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE MÚSICA
PROJETO DE MUSICALIZAÇÃO INFANTIL
Docente Responsável: Jaqueline C Leite
O Curso de Iniciação Musical com Introdução ao Teclado, IMIT, é um projeto de extensão universitária, desenvolvido desde 1988 pela Profa. Dra. Alda Oliveira. A Metodologia desenvolvida é baseada nos princípios modernos de Psicologia aplicada ao ensino. Estruturas de ensino são mediadas de forma a favorecer a vivência e a aprendizagem dos elementos básicos da música de maneira adequada ao nível cognitivo, afetivo, psicomotor e social do aluno.
O ponto de partida para o desenvolvimento das atividades é o contexto sociocultural da criança, assim como suas preferências musicais e objetivos pessoais. Acreditamos que “a atividade cognitiva é inseparável do meio cultural, tendo lugar em um sistema interpessoal de forma que, através das interações com esse meio, os alunos aprendem os instrumentos cognitivos e comunicativos de sua cultura. Isto caracteriza o processo de internalização das funções mentais” (LIBÂNEO, 2004, p.15).
O programa do IMIT está fundamentado nas aboradagens dos educadores musicais Pereira (2011) e Swanwick (2003). O modelo proposto por Pereira se baseia no desenvolvimento das competências: “Audição e Audiação (competência auditiva); Movimento Corporal (competência motora), Performance, Sensibilidade e Som (competência performativa e expressiva), e a Notação Musical (competência de leitura)”. Esse modelo é complementado pela abordagem (T)EC(L)A, do educador musical Keith Swanwick. Segundo ele, a conhecimento musical deve ser contruído através de atividades que envolvem apreciar ativamente, criar e tocar, ou seja, as atividades de Apreciação Musical, Criação/Composição e Execução Musical, intermediadas pela Técnica e Literatura (SWANWICK, 2003).
As aulas são ministradas em grupo de no mínimo 4 (quatro) e no máximo 8 (oito) crianças na modalidade presencial. Durante o ensino emergencial remoto as aulas acontecerão de forma virtual, através das plataformas Google Meet ou Zoom, e as turmas terão um mínimo de 2 e máximo de 3 alunos.
Crianças a partir de sete anos.
EMENTA
Musicalização através de atividades em grupo de percepção, apreciação, execução, criação, análise e leitura, usando como meio o corpo e instrumentos de tecla (Piano, Teclado eletrônico, Xilofone, Metalofone, Marimba e outros instrumentos de percussão).
Durante o ensino emergencial remoto: Estudo do piano em nível elementar por meio dos princípios básicos dos aspectos da técnica, leitura e interpretação musical, criação e apreciação do repertório e da literatura do instrumento.
É importante que o aluno tenha Teclado eletrônico ou piano para o estudo.
Quanto ao material didático, optamos por não utilizar um método específico de iniciação ao piano, uma vez que a mescla de diferentes métodos proporciona aos alunos uma diversidade maior de experiências ao teclado. Além disto, o material didático é selecionado em função da realidade local e das experiências trazidas pelos alunos para o contexto da sala de aula. Poderão ser utilizados autores como Violeta Gainza, Elvira Drummond, Fritz Emonts, Jane Smisor Bastien, Edna-Mae Burnan, Carl Czerny, Robert Pace, dentre outros, além de peças compostas pelos próprios alunos em exercícios de criação e transcrições/arranjos de músicas populares realizados pelos professores do curso.
DURAÇÃO
Até 8 semestres. Cada semestre terá 15 aulas no mínimo, com duração de hora e meia, podendo ser realizado reforço a critério do professor e necessidade do aluno.
Durante o Ensino Emergencial Remoto: Cada semestre terá 16 aulas, com duração de 50 minutos cada.
OBJETIVOS
Despertar interesse pelo estudo do instrumento, percebendo a importância dos instrumentos de tecla para a música em várias épocas e culturas. Esse estudo também pretende oportunizar ao estudante um conhecimento de repertório de épocas e culturas diferentes, bem como seus compositores e intérpretes, desenvolvendo assim uma postura de ouvinte consciente. Espera-se também que o estudante possa utilizar a música como forma de expressão e comunicação.
As competências estão organizadas em IV níveis (Pereira, 2011), que serão desenvolvidos no tempo do aluno. Eles servem para organizar o ensino e situar o professor quanto ao caminho formativo do aluno. Sendo assim, no início do semestre o professor fará uma aula diagnóstica para saber em que ponto do processo cada aluno se encontra.
● Os níveis não correspondem a 01 semestre;
● A mudança de um nível para o seguinte pode acontecer a qualquer tempo durante o semestre, e ficará a critério do professor;
● O aluno pode iniciar o semestre em qualquer nível, caso o professor identifique que o mesmo já possui as habilidades do(s) nível(is) anterior(es).
● É natural que o aluno tenha uma habilidade mais desenvolvida que a outra. Por exemplo: competência motora do nível I e competência auditiva do nível II.
NÍVEL I
Competência motora – movimento corporal. Em relação aos aspectos técnicos, os alunos devem ser capazes de colocar as mãos sobre as teclas na posição funcional, ou mão arcada, e diferenciar os toques digitais ativo e passivo. Outra competência a ser adquirida é a consciência do uso do punho liberado como ativador da velocidade de descida da tecla por meio do toque passivo. Os deslocamentos laterais devem ser realizados com o máximo de flexibilidade e liberdade, sobretudo dos cotovelos e pulsos.
Competência de leitura musical – Notação musical. Os alunos devem ser capazes de ler as notas que abrangem o intervalo do dó central à última linha da clave de sol e do dó central à primeira linha da clave de fá. Competência performativa e expressiva – performance, sensibilidade e som. Os alunos devem desenvolver a capacidade de tocar e reconhecer de ouvido marcações com valores iguais, maiores e com a metade do valor da pulsação. Juntamente à competência performativa o trabalho de percepção rítmica e melódica é realizado de forma a se trabalhar e desenvolver a Competência auditiva – Audição e audiação.
NÍVEL II
Competência motora – movimento corporal. No segundo nível os alunos desenvolvem a técnica da passagem de polegar em trechos que contenham fragmentos de escalas tanto no sentido da passagem ativa do dedo sob a arcada da mão, quanto no movimento passivo no qual os dedos passam sobre o polegar. Neste módulo os alunos passam a conhecer as escalas para então serem capazes de utilizar o mesmo dedilhado nas escalas que permitem este uso. Competência de leitura – Notação musical. Na área da leitura musical, os alunos aprendem os acordes das três funções principais (I, IV, V) e trabalham com essas funções realizando transposições melódicas e harmônicas de pequenas peças. Competência auditiva – Audição e audiação. Também é explorada a prática da leitura à primeira vista e de padrões rítmicos que envolvam contratempo. Competência performativa e expressiva – performance, sensibilidade e som. No âmbito da composição são realizados exercícios de livre criação explorando as diversas regiões do piano. Estas criações são apreciadas e comentadas pelo professor e pelos colegas.
NÍVEL III
Competência motora – movimento corporal. Neste nível, além das competências técnicas já adquiridas, os alunos trabalham com notas presas e terças harmônicas. Competência de leitura musical – Notação musical. Divisões em quarto de tempo e ritmos pontuados são desenvolvidos tanto na leitura quanto na execução musical. Competência performativa e expressiva – performance, sensibilidade e som. Os Exercícios de livre criação, os acompanhamentos harmônicos (I, IV, V e I) e a audição de peças do repertório pianístico tradicional são explorados de forma a se trabalhar novas competências performativas e expressiva. Competência auditiva – Audição e audiação. Para o desenvolvimento da parte auditiva, é trabalhado o reconhecimento das funções harmônicas pelo uso dos acordes e seus encadeamentos ao teclado.
NÍVEL IV
Competência motora – movimento corporal. Além da revisão das competências dos níveis anteriores os alunos trabalham as passagens de polegar – Dedo ativo e passivo; e o uso de notas presas em intervalos harmônicos de terças, quintas e sextas. Já possibilitando a inversão de acordes. Competência de leitura – Notação musical. São trabalhadas as escalas maiores e menores, acordes e arpejos, transposição, leitura à primeira vista. No que se refere à notação são inseridas fórmulas rítmicas que abarquem a síncope e o contratempo, além do uso dos compassos compostos. Competência auditiva – Audição e audiação. Os alunos são sensibilizados à perceber, de ouvido, as funções harmônicas dos acordes principais e também os seus relativos. Competência
performativa e expressiva – Performance, sensibilidade e som. Incorporam neste item além da consciência harmônica a escuta mais apurada dos fraseados, envolvendo os acentos métricos, as dinâmicas e a agógica.
METODOLOGIA
O conteúdo será vivenciado pelo estudante de várias formas: cantando, tocando, lendo, escrevendo, apreciando e criando.
Para que os objetivos de ensino sejam alcançados, ou seja, as competências sejam aprendidas e internalizadas, os professores do curso procuram relacionar a realidade dos cotidianos à sala de aula, trazendo atividades que possam motivar os aprendizes. Exemplos de formas de aproximação abarcam o uso de tecnologias, como aplicativos de música para tablets e smartphones que ensinem a leitura musical, trabalhem ritmo e percepção, pesquisas de vídeos na internet, músicas de vídeo games, temas de filmes infantis, dentre outros.
AVALIAÇÃO
Será realizada de forma diagnóstica e processual, durante as aulas. Ao final do semestre os alunos deverão executar uma peça, previamente escolhida, no concerto de encerramento.
Orientações para os pais e/ou responsáveis durante o ensino emergencial remoto
• Estabelecimento de uma rotina diária: A rotina ajuda a criança a se organizar, criando hábitos. Estabelecer um horário para o estudo do instrumento é muito importante para o seu desenvolvimento musical.
• Escolha um local adequado: evite conversas altas, som, televisões ligadas, a fim de que o estudante não se distraia. O local pode variar a cada aula, a depender das
atividades planejadas.
• Durante as aulas: Em casa, é provável que cada pessoa estará fazendo algo diferente. Por isso, as demais pessoas precisam compreender que na hora da aula, não se deve chamar a criança, conversar com ela ou mexer em objetos que disperse a sua atenção. Auxilie a criança durante as atividades, orientando-a caso seja necessário.
• Uso dos Recursos: ligue os equipamentos com antecedência, para um melhor
aproveitamento do tempo da aula. Escolha um local onde o sinal de wi-fi funcione bem. Porque a qualidade da internet pode interferir no bom andamento da aula.
• Materiais da aula: separe os materiais que serão utilizados na aula e deixe-os ao alcance das crianças. (ex.: partituras, lápis e borracha, água, dentre outros).
• Apoio pedagógico: sempre comuniquem com os professores caso percebam dúvidas e dificuldades das crianças em executar alguma atividade.
• Reposição de aulas: caso o aluno precise faltar, converse com o professor para que seja disponibilizado o material trabalhado na aula (atividades, músicas, gravação da aula, dentre outros).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, Sofia Sarmento Ribeiro. Aulas de Piano em Grupo na Iniciação – Um Patrimônio Musical Renovado. Dissertação de mestrado. Universidade de Aveiro, 2011.
FILHO, Tarcísio; Araújo, Anderson. Programa, Estratégia e Didática para um curso de iniciação ao piano. IN. Anais do XIII Encontro Regional Nordeste da ABEM. Teresina, 25 a 27 de outubro de 2016.
PEREIRA, Marina de Sousa. O impacto do ensino articulado para Piano no ensino especializado. Dissertação de mestrado. Universidade de Aveiro, 2011.
RICHERME, Claudio. A técnica pianística uma abordagem científica. São João da Boa Vista: AIR musical, 1996.
SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Tradução de Alda de Oliveira e Cristina Tourinho – São Paulo: Moderna, 2003.