Distonia

Distonia

Este mês (setembro) também é o mês da conscientização da Distonia em vários países. Já fiz alguns posts sobre as distonias, mas vale muito voltar ao assunto. A Distonia na verdade ocorre em várias doenças diferentes. Em algumas, ela é o único ou principal sintoma (como no blefaroespasmo, onde ocorre piscamentos frequentes, por vezes dificultando a abertura das pálpebras). Em outras, a distonia é um entre muitos sintomas (paralisia cerebral, doença de Wilson,...).

Confira os outros posts para saber mais:)

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Dra Clarice Listik 

Neurologista

CRM-SP 161574

RQE 66420

Tipos de distonias

Hoje vamos falar um pouco sobre distonia. A distonia pode ocorrer de varias formas: formas focais como a distonia cervical ( na qual a distonia leva a uma postura anormal do pescoço podendo ser de varias maneiras, mas as mais comuns são o torcicolo, o laterocolo, o anterocolo e o retrocolo), o blefaroespasmo (contração anormal dos músculos ao redor dos olhos, com piscamento frequentes, dificultando, muitas vezes, a visão) e a câimbra do escrivão ( na qual há dificuldade na escrita por uma postura anormal da mão nesta atividade), formas segmentares (acometendo duas regiões próximas do corpo) e formas generalizadas na qual o tronco e outras regiões do corpo estão acometidas como os braços, pernas e/ou pescoço. Muitas vezes, a busca por um diagnóstico é árdua, podendo levar vários anos. 

As distonias podem ser hereditárias (causa genética, podendo acometer mais de um membro da família), adquiridas (distonias associadas a outras doenças como paralisia cerebral, traumatismo cranioencefálico, doença de Wilson, doenças por acúmulo de depósitos de ferro, estas chamadas pela sigla, em inglês, NBIAS) e idiopáticas (causas ainda desconhecidas). Com o diagnóstico correto, muitas formas diferentes de tratamento para melhora dos sintomas (posturas anormais, contrações, etc...) estão disponíveis. Desde medicamentos orais com varias opções (alguns tipos de distonias genéticas como a DYT5 tem uma ótima resposta a levodopa), até a aplicação de toxina botulínica. A toxina botulínica é o tratamento de escolha para muitas distonias focais (blefaroespasmo, distonia cervical, câimbra do escrivão), tendo também um papel importante nas distonias segmentares e generalizadas. Reabilitação também é fundamental com o trabalho em conjunto de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros. Outra forma de tratamento que pode ser indicada em alguns tipos de distonia é o tratamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico pode consistir em cirurgias ablativas (cirurgias que causam uma lesão pontual em uma área específica do cérebro para melhora de sintomas), quanto em cirurgias de estimulação cerebral profunda, do inglês DBS (nessas é deixado um eletrodo em uma área específica do cérebro para modular as vias cerebrais afetadas pela distonia). Compartilho hoje uma página sobre distonias generalizada que achei muito interessante. Ela é da associação de distonias do Reino Unido ( The distonia society UK) feita por pacientes distônicos e trazendo algumas informações sobre as distonias generalizadas. No final, colocam a trajetória de vários pacientes distônicos que mencionam desde as dificuldades para chegar ao diagnóstico, até os vários tipos de tratamentos que realizaram. Vale lembrar que nesses casos um acompanhamento com um neurologista faz a diferença, tanto no início dos sintomas, quanto após.


Página: https://www.dystonia.org.uk/generalised-dystonia

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Dra Clarice Listik 

Neurologista

CRM-SP 161574

RQE 66420