Enquanto seres humanos nós sentimos, e muito. Mas muitas vezes o mundo quer anular nossos sentimentos, em especial os tidos como “ruins”. É necessário ter coragem para sentir todos eles.
Em “Eu sinto, muito”, duas atrizes se unem para falar de amor e de medo e logo na primeira cena convidam a plateia a uma reflexão: “Você já sentiu hoje?” Afinal, esses sentimentos têm ficado muito fortes nesse isolamento. O medo de morrer, o medo de perder alguém, de ficar doente, de nunca mais voltar aos palcos, medo das incertezas que esse período revela.
Do outro lado, coexistindo, o amor que nos aproxima e nos fortalece para encarar o medo. Entre eles está a coragem. Coragem para chorar, para amar, para sentir medo, para (r)existir. As atrizes descobrem a linha tênue do sentir medo: que em pequenas doses pode servir como um impulsionador, mas se deixarmos o medo tomar conta, ele se torna paralisante.
De forma catártica o público se reconhece nos discursos, pois quem não sente medo, amor, incertezas e reflexões.
O espetáculo foi construído durante 5 meses em 2020 e resultou na estreia em agosto do mesmo ano. Em 2021 o processo foi retomado e o espetáculo todo reformulado. Em ambas montagens cada um estava em sua casa, sem nenhum encontro presencial, respeitando o isolamento social. Agora em 2022 o espetáculo ganha uma nova versão em formato gravado que pode ser assistido no dia e horário escolhido pelo espectador.