Programa Arte/Educação da Rede Municipal de Ensino de Juiz de Fora

APRESENTAÇÃO

O Programa Arte Educação da Rede Municipal de Ensino de Juiz de Fora foi instituído pelo DECRETO Nº 13.769 - de 31 de outubro de 2019, em reconhecimento a um trabalho que vem se construindo ao longo dos últimos quinze anos, fruto do entrelaçamento de diversos projetos que se articulam durante o ano letivo, integrando ações desenvolvidas no Centro de Formação do Professor, nas escolas municipais e em seus entornos e, também, em espaços culturais da cidade. Tem o propósito de interligar o fazer pedagógico com o artístico, de promover reflexões e novas ações sobre esse fazer, assim como de potencializar o campo da Arte na rede municipal de ensino de Juiz de Fora. Esse Programa é composto pelos seguintes projetos: Professor Também Faz Arte, Literatudo, Dança da Escola no Calçadão, Galeria Escola, Caravana de Histórias e Encontro de Teatro das Escolas Municipais.

1 - PROFESSOR TAMBÉM FAZ ARTE

O Projeto Professor Também Faz Arte teve início em 2005 e até hoje mantém seu objetivo de estreitar os laços entre docência e Arte, articulando a formação continuada com as Mostras de Arte. A formação se dá por meio de cursos e oficinas do Centro de Formação do Professor, pelo Grupo de Estudos (GE) Arte e Cultura e recentemente pelas Rodas de Conversa sobre Arte, Educação e Cultura.

Cursos e oficinas

Com o intuito de proporcionar experiências estéticas e poéticas, assim como reflexões sobre o ensino e aprendizagem em arte, foram realizados, no período de 2005 a 2019, os seguintes cursos e oficinas (numa média de três por ano), frequentados não só por professores/as de Arte: Teatro e Musicalização; Iniciação Musical; Dança Educação; Musicalização e Música na escola: Práticas e recursos; Oficinas de Sensibilização: Artes Visuais - Literatura – Dança - Teatro; Dança, experiências e Educação; O Teatro nas práticas educacionais; Dança movimento e cognição; Musicalização na Educação Infantil; Criação e confecção de Bonecos; Linguagens Teatrais e Cênicas em diálogo com a prática da sala de aula; Dança na escola; O Passo; Musicalização com ênfase na Educação Infantil; Musicalização – Método O Passo; Teatro na Escola; Coral em Canto: Diálogos entre Música e Teatro; Musicalização para Ensino Fundamental e Educação Infantil; Dança no Ensino Fundamental e Educação Infantil; Diálogos Avançados em Dança; Teatro na Educação Infantil e nos Anos iniciais; Dança na Educação Infantil e nos Anos Iniciais; Artes Visuais na Educação Infantil e nos anos Iniciais; Artes na Educação Infantil; Leitura e Contação de História; Pensar e fazer Arte na escola; Polifonia do discurso artístico.

Corais

De 2006 a 2015 corais estiveram em atividade na Rede Municipal. Os corais nasceram dos cursos e oficinas da área de música, realizados no Centro de Formação do Professor, abertos à participação de todos os/as interessados/as, não havendo avaliação para ingresso ou seleção de vozes. O coral Em Canto (2006-2012) era formado por professores/as e coordenadores/as pedagógicos/as e o coral Cantoria (2008-2015), por servidores/as da Secretaria de Educação. Com um repertório composto de canções populares e folclóricas, os corais se apresentaram em inúmeros eventos, não só em Juiz de Fora, mas também em outras cidades. Por motivo de força maior, os corais estão inativos.

Grupo de Estudos

O Grupo de Estudos (GE) Arte e Cultura reúne mensalmente professores/as de Arte visando à ampliação e ao aprofundamento do estudo da Arte/Educação, à discussão de questões práticas a partir de referencial teórico e à análise das especificidades de cada linguagem e suas interlocuções. Os encontros mensais desse GE se tornaram um espaço/tempo de troca de experiências, de conversas entre pares sobre as próprias vivências e desafios, de reflexões sobre o ensino de Arte, e de desenvolvimento de propostas coletivas para o trabalho na Rede Municipal.

Ciclo de Palestras

Entre os anos de 2010 e 2016, a formação foi enriquecida pelo Ciclo de Palestras Docência e Experiência Estética, realizado com recursos do Programa de Apoio a Eventos no País (PAEP/CAPES) do governo federal. Integrado às Mostras e com o propósito de discutir as relações entre Arte e Educação a partir da investigação acadêmica, o Ciclo de Palestras oportunizou diálogos de professores/as da educação básica com pesquisadores de diversas áreas, encurtando as distâncias entre a discussão teórica e a práxis docente, criando espaços para a troca de experiências e a atualização pedagógica. Foram palestrantes: Luciana Grupelli Loponte (UFRGS), Ricardo Cristófaro (UFJF), Iêda Loureiro (SEJF), Rosana Paulino (USP), Adriana Rodrigues Didier (CBM), Helen Barra (SEJF), Mírian Celeste Martins (UPM), Edna Christine Silva (SEJF), Greice Cohn (Colégio Pedro II-RJ), Regina Márcia Santos (UNIRIO), Liliane F. Mundim (UNIRIO), Sebastião G. de Almeida Junior (SEJF), Afonso Rodrigues (UFJF), Iolanda Santos (SEJF), Lenira Peral Rengel (UFBA), Lucia Gouvêa Pimentel (UFMG), Cecília Cavaliere (MUS-MG), Cláudia Gaspar (SEJF), Olga Egas (UFJF), Ricardo Figueiredo (UFMG), Valéria Fasolato (SRE – MG).

Rodas de Conversa

As Rodas de Conversa sobre Arte, Educação e Cultura surgiram em 2019 como parte do processo de construção das Mostras. São reuniões com docentes, mediadas por artistas de diferentes linguagens em seus próprios espaços de trabalho, visando ao compartilhamento de experiências entre os/as artistas mediadores/as e os/as professores/as/artistas da rede municipal. O objetivo desses encontros é discutir poéticas da palavra e poéticas visuais, corporais, sonoras, cênicas, dentre outras, a fim de construir coletivamente o planejamento das Mostras. Foram artistas mediadores/as: Fernanda Cruzick, Marco Chica Diaz, Fabrício Carvalho, Bruna Tostes, Nina Melo e Petrillo (Artes Visuais); Cecília Cherem (Dança); Juninho de Sá, Denise Coimbra, Lucas Soares e Felipe Vargas (Música); Pedro Prata, Bruno Quiossa, Felipe Moratori, Alexandre Guttierrez (Teatro); Darlam Lula, Éric Meireles, Júlio Cesar de Castro e Antonio Carlos (Literatura); Aleques Eiterer, Natália Reis e Gabriel Duarte (Audiovisual).

Mostra Professor Também Faz Arte

A Mostra Professor Também Faz Arte foi concebida com o intuito de valorizar e estimular os fazeres artísticos dos/as professores/as, extrapolando o ambiente escolar e proporcionando encontros em espaços tradicionalmente consagrados à Arte; aproximar docentes de diferentes áreas do conhecimento do universo artístico, possibilitando experiências de fruição; e, enfim, provocar outros olhares sobre a docência. Intencionalmente realizada em outubro, a Mostra também tem o propósito de homenagear o ofício de mestre/a, no mês em que se comemora o Dia do Professor.

Este evento, que acontece anualmente, desde 2005, reúne a produção poética dos professores/as/artistas - não só da rede municipal - em uma exposição de trabalhos em Artes Visuais e Literatura e em apresentações de Audiovisual, Dança, Música, Teatro e Contação de História. Ao longo dos anos, a Mostra vem mantendo o protagonismo dos/as professores/as/artistas (ou artistas/professores/as), pois são eles/elas que definem o desenho da Mostra; não se determina um tema fechado, nem se privilegia um estilo, formato ou material; e são as interfaces entre os trabalhos que os próprios professores decidem mostrar que proporcionam ao público leituras variadas, sem que se perca o caráter aberto da Mostra, cuja unidade se dá pelo ofício de ensinar e aprender.

Inicialmente apenas no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, nos últimos anos a Mostra foi se expandindo também para outros espaços culturais da cidade, tais como o Museu Mariano Procópio, Sala de Giz, Espaço Compartilha e Arteria.

Mostra Estudantil de Arte

A Mostra Estudantil de Arte teve início em 2009 com o propósito de reunir, divulgar e valorizar os trabalhos de pesquisa e de criação artísticas produzidos pelos/as alunos/as, orientados/as por seus/suas professores/as, nas aulas regulares ou em projetos extra-curriculares na área de Arte. Realizada concomitantemente à Mostra Professor Também Faz Arte, essa Mostra possibilita intercâmbios entre discentes, docentes e o público em geral, permitindo que milhares de estudantes vivam experiências de fruição, assim como, ao mesmo tempo, se percebam como produtores/as e divulgadores/as de cultura.

As primeiras edições da Mostra Estudantil de Arte foram realizadas exclusivamente no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM). Com o aumento da participação das escolas, outros espaços também foram ocupados, tais como o Teatro Pró-Música, o Teatro Solar e, nos últimos dois anos, o Teatro Paschoal Carlos Magno. Atualmente a Mostra é composta de exposição de trabalhos em artes visuais e literatura, montadas em três galerias do CCBM, e apresentações de audiovisual, dança, música, teatro/contação de histórias, que acontecem nos turnos da manhã e da tarde, durante cinco dias, no Teatro Paschoal Carlos Magno.

2 - LITERATUDO

Implantado em 2010, o Literatudo é um projeto de fomento à leitura que tem por objetivo contribuir para a promoção da leitura, em suas múltiplas possibilidades, em toda a rede municipal de ensino. Desde sua origem, mantém o propósito de difundir e incrementar as boas práticas de leitura já existentes nas escolas, assim como também de pesquisar continuamente novas possibilidades.

O desenho do projeto se dá a partir de várias linhas de trabalho que partem da SE e das escolas municipais e que se cruzam permanentemente ao longo do ano letivo, passando principalmente pela formação continuada - GE Dinamização da Leitura na Escola -, pela atenção às salas de leitura e pela criação/apresentação/intercâmbio de trabalhos desenvolvidos pelos alunos nas escolas – tendo a literatura como fio condutor - Circuito de Leituras.

Dinamização da Leitura na Escola

O GE Dinamização da Leitura na Escola reúne mensalmente professores/as que atuam em projetos ou em salas de leitura, para a experimentação e análise de propostas para a dinamização da leitura no cotidiano escolar, por meio de leituras, debates, palestras, trocas de experiências e oficinas, visando ampliar o repertório dos/as participantes com signos de outras linguagens artísticas. Propõe discussões sobre aspectos teóricos e práticos relacionados à leitura literária, à importância do espaço, à organização do acervo nas salas de leitura, e às mediações com os livros de literatura em diálogo com outras linguagens artísticas.

Circuito de Leituras

O Circuito de Leituras é um intercâmbio realizado durante a última semana do mês de agosto, integrando simultaneamente várias escolas, aproximando alunos/as de diversos bairros. Um grupo de estudantes visita uma escola, levando como presente aos/às anfitriões/ãs a apresentação de um trabalho, que se integra à programação artística da escola visitada. No Circuito de Leituras são apresentados trabalhos desenvolvidos em diversas linguagens artísticas, tendo a literatura como fio condutor. E, durante o Circuito, as escolas são convidadas a interferir criativa e esteticamente em seus espaços internos e também em seus entornos, envolvendo a vizinhança, em intervenções artísticas e ações de fomento à leitura literária. Cortejos, piqueniques, saraus em praças ou apresentações em mercados são algumas dessas ações na comunidade.

3 - DANÇA DA ESCOLA NO CALÇADÃO

O projeto Dança da Escola no Calçadão, realizado desde 2012, objetiva explorar os fazeres e dizeres da dança contemporânea na educação básica, ressaltando a relevância dessa experiência estética no processo de desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. O projeto compreende uma formação continuada por meio do Curso Diálogos Avançados em Dança, realizado com professores/as de dança no Centro de Formação do Professor, e uma ação pedagógica envolvendo diversas escolas num trabalho coreográfico a partir da improvisação e da pesquisa de movimento. A culminância se dá numa intervenção artística no espaço urbano, realizada por centenas de estudantes no centro da cidade - calçadão da Rua Halfeld - no Dia Internacional da Dança, comemorado em 29 de abril. Ao longo dos anos, diferentes temas foram explorados por meio da dança contemporânea: O que interfere no espaço urbano?; Como eu vejo o tamanho da cidade?; Qual é o meu direito? Qual é o meu dever? Meu sonho é...; Leitura em movimento; e Arte para pensar o mundo

4 - GALERIA ESCOLA

O projeto Galeria Escola foi proposto em 2013, com o objetivo de criar e manter um espaço de exposição no hall de entrada do Centro de Formação do Professor, a fim de destacar, valorizar e divulgar os trabalhos de artes visuais, desenvolvidos no ambiente escolar pelos/as alunos/as com seus/suas professores/as. A cada quinzena, uma escola é convidada a expor sua produção artística. Por ser um espaço onde transitam diariamente muitas pessoas, as exposições suscitam a fruição, provocam reflexões sobre os trabalhos expostos e sobre a relevância da presença da Arte nas escolas, envolvendo não só professores/as de Arte, assim como docentes de outras áreas e o público em geral. Vale lembrar que, em ocasiões extraordinárias, o Galeria Escola rompe os limites do hall do Centro de Formação do Professor e adentra pelos corredores da Secretaria de Educação.

5 - CARAVANA DE HISTÓRIAS

O projeto Caravana de Histórias é um desdobramento da proposta de formação continuada “Leitura e Contação de Histórias”, iniciada no ano de 2014 (e que se mantém) no Centro de Formação do Professor, com o intuito de estimular a prática da contação de histórias no cotidiano das escolas. Essa formação visa aprimorar as técnicas dos/as professores/as que já desenvolvem essa prática com seus/suas alunos/as, assim como ampliar as formas de Contação de Histórias, aprofundando o entendimento dessas narrativas, entendendo-as como proposições mais artísticas e menos pedagógicas.

Nessa formação, verificou-se o interesse de uma parte dos/as participantes na criação de um espetáculo, e assim surgiu, em 2015, o Caravana de Histórias, um grupo de estudos da arte de contar histórias. A escolha, assim como todo o processo de criação da apresentação das histórias é coletivo e, em todo o tempo, os/as docentes são estimulados/as a experimentar novas possibilidades poéticas e estéticas de como contar as narrações selecionadas. De 2015 a 2019 foram criados quatro espetáculos: Se bicho eu pudesse ser; Velhos tempos de mim; Quer saber de quero outra vida?; e Pedepoesia. Essas montagens foram apresentadas no Centro de Formação do Professor, em escolas e também em festivais de teatro e outros eventos culturais de Juiz de Fora e da região.

6 - ENCONTRO DE TEATRO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS

O projeto Encontro de Teatro das Escolas Municipais foi criado em 2016 com o objetivo de fortalecer o ensino e as práticas de teatro nas escolas, por meio de um encontro anual entre alunos/as e professores/as num espaço cultural próprio do teatro, em uma sala de encenação com infraestrutura e recursos teatrais, onde os participantes apresentam uma cena ou trecho de uma proposta cênica, ainda que em construção, a fim de conhecer outras possibilidades de abordagem e de encenação. A intenção do projeto é criar uma interação entre os/as envolvidos/as, estimulando-os/as a enriquecerem suas práticas a partir da oportunidade de ver os/as outros/as estudantes atuando e ver um trabalho orientado por outros/as professores/as, podendo conversar sobre esse processo do fazer teatral.

7 - COLÓQUIO DO PROGRAMA ARTE/EDUCAÇÃO DA REDE MUNICIPAL

No dia12 de março de 2020 foi realizado o I Colóquio do Programa Arte/Educação da Rede Municipal, no Centro de Formação do Professor, no qual foi apresentado o percurso de criação e desenvolvimento das ações artístico-culturais promovidas pela Secretaria de Educação, a partir das falas de professores participantes dos projetos citados acima, que compõem o referido Programa.