Diversos
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Código Campista
Nos seus princípios e nos valores expressos no Código Campista privilegia-se a natureza e o ambiente, como preocupação constante de assegurar boa qualidade de vida.
O campista adopta e respeita o seguinte código:
Acampar pela primeira vez
Se vai acampar pela primeira vez pense que o Campismo pressupõe 3 condições fundamentais:
Campismo e Caravanismo
“É a arte de viver ao ar livre, pernoitando sob uma tenda, preparando os seus alimentos e contando apenas com os seus próprios recursos” José Ferreira- Presidente do ex-Clube Nacional de Campismo
“O campismo é uma forma de turismo desportivo, o mais completo e mais instrutivo dos modos de turismo” Jacques Bousquet, ex-Presidente do Camping Club de France e da FICC
Etomologicamente a palavra campismo deriva do inglês, “camping”, que significa, num sentido mais estrito, campo; num sentido mais lato viver no campo, vales, planícies e montanhas, nas margens dos rios ou nas praias, em suma, viver com a Natureza, utilizando uma tenda para atingir esse fim.
A palavra "Campismo" hoje não significa propriamente apenas a utilização de uma tenda, mas toda e qualquer actividade que envolva a utilização de toda a gama de material de campismo, seja ele o mais simples, ou o mais complexo e sofisticado.
Quer isto dizer que fazer campismo pressupõe a utilização de tendas, de atrelados tenda, de caravanas e de autocaravanas, seja em locais adequados para o efeito, seja em campismo livre, seja em campismo disciplinado.
O campismo é o lazer para quem procura contacto directo com a natureza em todas as suas variantes e é uma excelente opção para o turismo e apoio à prática de desporto. E é democrático porque pode ser praticado quer por indivíduos de baixo rendimento, quer por indivíduos de estrato social elevado
É notória, hoje em dia, a importância que o Movimento Campista tem no sector turístico. Sendo uma mistura de prazer, descanso e aventura cada vez mais as pessoas apostam as suas férias acampando, descobrindo Portugal e além fronteiras.
Para quem entenda que o campismo é uma forma de fazer turismo, todas as suas motivações de gozo de tempos livres, de lazer de fim de semana, servem à medida das expectativas de cada um. O campismo pode ser assim, em função das condições do boletim meteorológico, a solução para uma escapadela.
Em suma a impressionante expansão do Movimento Campista em todo mundo é um dos fenómenos mais extraordinários nos últimos anos, e Portugal não é excepção à regra, podendo até ser considerado um autêntico movimento de massas, que conduz a um novo tipo de turismo, mais popular.
O que é uma autocaravana e seu funcionamento
E tudo começou por se ter sentido necessidade de uns tempos ao ar livre e contactos com outras gentes e locais fugindo das rotinas do dia-a-dia no trabalho. Era necessário um abrigo de fácil movimentação. Já lá vão umas boas décadas em que os pioneiros do campismo em Portugal se lembraram de converter uns lençóis em abrigos, muito arcaicos, é um facto, mas resultaram e começou a era da tenda canadiana. Pano por cima em bivaque “fraldas” e “panos do chão” separados, tendo como fecho um intricado jogo de atilhos. Melhorou-se a canadiana e depois de várias evoluções passou a ter o aspecto que hoje conhecemos, mas começou a ser pouco espaçosa quando o agregado familiar aumentou e daí a imaginação não parou. Apareceram as tendas familiares com um, dois ou três quartos e sala, morosas de montar e no fim da época um sacrifício para desmontar, limpar e arrumar, e pouco práticas para períodos curtos não convidando a deslocações fáceis. Mais uma vez a imaginação imperou, porque não uma tenda com rodas? E cá estamos nós na era do atrelado-tenda o que foi uma maravilha, mas como não há bela sem senão havia o problema das curtas permanências de inverno, porque era desaconselhável fechar o equipamento molhado, sendo quase só aconselhável a sua utilização de verão. Então porque não criar um atrelado-tenda com paredes em material rígido com janelas e que não metesse água? E se pudesse ter um frigorificozinho melhor. Cá estamos nós na caravana que já tem quase tudo mas obriga a carros mais potentes e de difícil condução para uma maioria de pessoas que normalmente não conduzem com atrelados. Bem, vamos lá resolver a questão, juntar tudo numa só viatura. Pois é! Cá temos nós a autocaravana, que mantém o espírito inicial de respeito e contacto com a natureza, as pessoas e os locais. Já não nos falta nada! (por agora e que se saiba!) Detalhemos então o que é uma autocaravana Uma autocaravana é uma viatura de turismo com características muito próprias, a começar pela sua construção. Os fabricantes de autocaravanas utilizam chassis de veículos comerciais para instalar a carroçaria designada por habitáculo. Essa instalação pressupõe sempre uma prévia aprovação do projecto elaborado pelo carroçador e aprovado pelo fabricante de chassis, para assim nunca se comprometerem as condições de segurança, sendo em seguida aprovado pelos “IMTT” dos respectivos países que emitirão os certificados de homologação. As autocaravanas são definidas normalmente por autovivendas, capucines, perfiladas e integrais. Na sua maioria são viaturas ligeiras, mas também podem ser veículos pesados. Autovivenda – É uma viatura em que a base é um furgão, por conseguinte com dimensões muito reduzidas por fora e por dentro, em que o WC é exíguo e polivalente, em que a mesa e a cama são também de dimensões pequenas. Capucine – Viatura de dimensões generosas com capacidade que poderá ir até 6/7 pessoas, normalmente com duas camas de casal fixas e uma mesa transformável, ou uma das camas poderá ser em beliche e onde o chuveiro normalmente é separado da casa de banho. Uma das camas é sempre por cima da cabine de condução, cabine esta que é da marca do chassis. Perfiladas – Viatura muito idêntica à capucine mas sem cama por cima da cabine, por isso é uma autocaravana para 3/4 pessoas. Integrais – Viatura de dimensões mais generosas em que o carroçador só utiliza o chassis e a mecânica do veículo original. Toda a carroçaria desde a cabine até à traseira é produzida pelo fabricante da AC. Devido às dimensões serem grandes o veículo torna-se mais pesado, por isso normalmente a lotação é de 3 lugares em circulação apesar de terem camas para 4 pessoas, excepto se forem homologadas na categoria de pesados. Além das variadíssimas disposições do mobiliário interior, todas elas possuem como equipamento base uma ou mais camas, uma ou mais mesas, casa de banho mais ou menos completa, cozinha, frigorífico, aparelhos para aquecimento de água e ambiente, acumuladores de energia, depósitos para água potável, e para águas cinzentas, sendo ambos com a mesma capacidade, além de uma cassete como reservatório de águas negras. Como opção para melhorar ainda mais as condições interiores do habitáculo, na maioria dos casos os veículos são dotados de painéis fotovoltaicos, que a custo zero carregam as baterias. Quem preferir poderá ter televisão com antena terrestre ou parabólica, um forno pequeno ou médio, leitor de DVD, ar condicionado ou refrigerador, gerador, etc.
Como se poderá depreender é um tipo de viatura quase autónomo, ou seja,em termos de electricidade todos os circuitos são a 12V, os painéis fotovoltaicos carregam as baterias do habitáculo (energia verde) quando a viatura se encontra estacionada, porque em andamento o próprio motor também fornece energia para as baterias. Há quem utilize conversores (12-220V) para alguns equipamentos que obrigam a outras potências, como telemóveis, computadores, máquinas de filmar/fotografar, etc.. O frigorífico funciona a electricidade: a 12V quando a viatura está em circulação, a 220V quando há tomadas próximo, o que nunca acontece na via pública; e a gás, utilização mais comum. Funcionam também a gás o fogão, o forno, o equipamento de aquecimento de água e do ambiente. Para o efeito existe um circuito de gás com as respectivas torneiras de segurança alimentado por uma ou duas botijas de gás com redutores, ou ainda um sistema de GPL em reservatório apropriado. O reservatório de água potável tem a capacidade de cerca de 115L em média, fornecendo água para duches, cozinha lavagens/cozinhados, casa de banho, etc., capacidade esta que se encontra igualmente no depósito de águas cinzentas. Por conseguinte, o autocaravanista tem que aprender a fazer uma perfeita gestão deste líquido precioso, de qualquer forma dificilmente se conseguirá passar além dos 3 dias sem ter que fazer o respectivo despejo das águas saponáceas e negras e o abastecimento. Tendo em conta o consumo de uma autocaravana com dois adultos e uma criança e um gasto de 10L por duche (as bombas de água com as torneiras abertas no máximo debitam cerca de 7L/min), e alguma para o autoclismo, é fácil entender como a água desaparece muito rapidamente. Normalmente a água para beber, em 99% dos casos, é engarrafada. Quanto à alimentação e porque a autonomia nesta área é muito relativa, apesar das conservas e da comida existente no frigorífico, normalmente o autocaravanista abastece-se localmente e/ou utiliza os restaurantes das terras que visita, contribuindo por esta via para o apoio e desenvolvimento do comércio de proximidade.
Aqui chegados, tendo definido o como, quando e para quê da autocaravana, deverão os seus utilizadores seguir algumas regras, que para além de éticas, definem sem qualquer dúvida a dicotomia estacionar/pernoitar, que estão plasmadas na declaração de princípios, que para além de subscrita pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, também o foi, pela Federação Internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo.
ALTERAÇÃO DO CÓDIGO DE ESTRADA
DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS
1. Considerar, com todas as consequências daí inerentes, que ACAMPAR é a imobilização da autocaravana, ocupando um espaço superior ao seu perímetro, em consequência da abertura de janelas para o exterior, uso de toldos, mesas, cadeiras e similares, para a prática de campismo. 2. Considerar que o ato de acampar, conforme é acima definido, só é permitido (e assim deve continuar) em locais consignados na Lei e, consequentemente, salvo exceções, também consignadas na Lei, é proibido na via pública, independentemente da hora a que ocorra, devendo, na salvaguarda do interesse público, ser penalizado. 3. Considerar, com todas as consequências daí inerentes, que ESTACIONAR/PERNOITAR é a imobilização da autocaravana na via pública, respeitando as normas de estacionamento em vigor, designadamente o Código da Estrada, independentemente da permanência ou não de pessoas no seu interior. 4. Considerar que o ato de estacionar/pernoitar, conforme é acima definido, deve poder continuar a ser efetuado em qualquer local, não proibido por Lei (nomeadamente no Código da Estrada) não podendo as autocaravanas, pelo simples facto de o serem, nomeadamente através de sinalética que não conste de diplomas legais (e que será discriminatória se vier a existir), ser impedidas de o fazer. 5. Considerar que é lesivo da igualdade de tratamento a que todos temos direito a existência de diplomas que legislem de forma discriminatória, impedindo especificamente o veículo autocaravana de estacionar onde outros veículos de igual ou semelhante gabarito o podem fazer. 6. Considerar que o turismo itinerante em autocaravana é um fator de desenvolvimento económico para as populações que justifica em si mesmo uma discriminação positiva do autocaravanismo. 7. Considerar que os Parques de Campismo Municipais devem permitir a utilização das Estações de Serviço para Autocaravanas neles existentes, no âmbito de uma politica de proteção do ambiente e, consequentemente, a preços compatíveis com o serviço prestado (abastecimento de água potável e despejo de águas negras e cinzentas). 8. Considerar que a implementação de Áreas de Serviço para Autocaravanas, em pelo menos uma por Concelho, preferencialmente de iniciativa autárquica, contribui, não só para o desenvolvimento económico das populações, como para a proteção ambiental e o melhor ordenamento do trânsito automóvel.