João Spadari Adami

Um barbeiro e alfaiate que tornou-se historiador autodidata e patrono da instituição

João Spadari Adami, primeiro da esquerda para a direita, em companhia de seus colegas., em Cruz Alta. Data e autor não identificados.

Filho de Francisco Batisti Adami e Selene Spadari, naturais da Itália, João Spadari Adami nasceu em Caxias do Sul, no dia 11 de janeiro de 1897.

Frequentou os bancos escolares até o terceiro ano e, desde cedo, aprendeu os ofícios de alfaiate e barbeiro. Mais tarde, mudou-se para Antônio Prado onde permaneceu por aproximadamente 15 anos e realizou um esboço histórico que contribuiu para a publicação de outras obras sobre a localidade.

Casou-se, em 1921, com Etelvina Lauter de Castro com quem teve cinco filhos: Therezine Belkys, Victor Francisco, Serenita Maria, Myriam Lolita e Maria de Lurdes.¹

No ano de 1929, Adami retornou a Caxias. Daí em diante, coletou documentos e depoimentos sobre sua terra e sua gente e, de forma mais intensa, dedicou-se às pesquisas nos arquivos públicos, tanto do Município como do Estado.

Adami também ministrava palestras em escolas e manteve, por muitos anos, o Centro Informativo da História Caxiense, em frente à Metalúrgica Abramo Eberle, para onde transferiu a documentação recolhida e produzida durante as suas pesquisas.

Recebia alunos, intelectuais e pessoas interessadas na imigração italiana e na história de Caxias do Sul. Nesse local, em 1o de junho de 1962, foi fundada a Academia Caxiense de Letras. Teve, também, o incentivo do empresário Júlio João Eberle para publicar seus primeiros livros.

Em 25 de setembro de 1964, pela Lei n° 1361, o Prefeito Municipal Hermes João Webber concedeu um auxílio anual ao historiador caxiense João Spadari Adami, para custeio de trabalho de pesquisas relativas à história da cidade mediante apresentação de relatórios das atividades exercidas.

João Spadari Adami faleceu em 04 de dezembro de 1972. Durante a Semana de Caxias de 1973, o Prefeito Municipal Mário Bernardino Ramos, em homenagem póstuma, outorgou a “Medalha Caxias do Sul” a João Spadari Adami pela “Coleta, guarda, preservação e divulgação de documentos e estudos sobre a história de Caxias do Sul.”¹

Time de jogadores do Clube Atlético Pradense, de Antônio Prado. Vê-se na imagem, em primeiro plano: Angelo Letti, Afonso Tergolina e Olímpio Silva. Em segundo plano, da esquerda para a direita: Agostinho Santi, Atílio Valiera, Licogorde Oliveira, João Spadari Adami, Alberto Pierozan,Olímpio Ferrareze, Vitor Fedumenti Filho, João Letti e João Grazziotin Filho.Autoria e data não identificadas.

No ano seguinte, os documentos por ele recolhidos e produzidos foram doados pela viúva, dona Etelvina de Castro Adami, ao então Museu Municipal, situado na rua Visconde de Pelotas. Essa documentação, agregada aos documentos públicos existentes no prédio anexo ao Museu, deu origem ao acervo do Arquivo Histórico Municipal de Caxias do Sul, criado oficialmente em 05 de agosto de 1976, por meio do Decreto n° 4047.

Em 15 de setembro de 1997, pela Lei Municipal nº 4704, o Arquivo Histórico passou a denominar-se Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

Adami também foi homenageado pela Administração Pública com a denominação da Escola Municipal João Spadari Adami, localizada no Núcleo Louro, 1º Distrito, por meio do Decreto n° 4084, de 04 de outubro de 1976.

Referências

  • 1 "Árvore genealógica dos Adami – Spadari em Caxias do Sul". Livro manuscrito de João Spadari Adami que integra o fundo documental BR.RS.AHMJSA.JSA .

  • Documentação da Unidade Arquivos Privados, Fundo BR.RS.AHMJSA.JSA - João Spadari Adami;

  • Documentação da Unidade Arquivo Público, do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami;

  • BERTUSSI, Lisana Teresinha. Dicionário biobibliográfico dos escritores da região de colonização italiana do nordeste do Rio Grande do sul – das origens a 2005. Lisana Teresinha Bertussi, Cecil Jeanine Albert Zinani, Salete Rosa Pezzi dos Santos. Porto Alegre: EST, 2006.