Olá, estudante! Seja bem-vindo a Lição 3. Agora que você já aprendeu sobre os Princípios para o Projeto de Interface com o Usuário e Processo de Projeto da Interface com o Usuário, começaremos nosso aprofundamento nessa lição, compreendendo melhor sobre o Projeto de Navegação de um software. Preparado?
Certamente, se você pesquisar especificamente por Projeto de Navegação, não irá encontrar materiais dedicados para o assunto, no entanto, encontrará recursos voltados para dentro da parte de preparação e modelagem, ou seja, dentro do contexto de Análise e Projeto de Sistemas, e com isso, você pode considerar o conceito de “navegação” como parte da experiência do usuário (UX - User Experience). Isso acontece porque em sistemas de software, a navegação refere-se à forma como os usuários interagem com a aplicação, como eles se movem de uma página para outra, como acessam as diferentes funcionalidades e como retornam a telas anteriores.
Uma boa navegação é fundamental para garantir que o usuário consiga utilizar o sistema de forma intuitiva, sem se perder ou enfrentar dificuldades para encontrar as informações que precisa. Por isso, ao longo desta lição irei lhe apresentar informações valiosas sobre o Projeto de navegação, que está relacionado à criação de uma estrutura clara e organizada para a interface do sistema, garantindo que os elementos de navegação (menus, botões, links etc.) sejam dispostos de forma lógica e de fácil compreensão com termos usados pelo público do site/sistema. Vem comigo “navegar” nesta lição!
Para que você possa começar a compreender o quanto um projeto de navegação é importante, veja o seguinte problema: um aplicativo de entregas possui uma interface complexa e pouco intuitiva, e os clientes estão tendo dificuldade em encontrar as opções para rastrear seus pedidos, inserir endereços de entrega corretamente e entrar em contato com o suporte em caso de problemas. Essa experiência de navegação confusa tem levado a uma queda no número de usuários ativos e avaliações negativas nas lojas de aplicativos. Pare por um instante e pense: como você resolveria esse problema?
O primeiro passo para a solução deste problema seria realizar uma análise detalhada do aplicativo, mapeando os pontos de fricção e as dificuldades enfrentadas pelos usuários. Para que, a partir desta análise, fosse proposto um novo projeto de navegação, em que o foco seria na simplicidade e na clareza da interface.
Uma reorganização do layout, destacando as principais funcionalidades, como rastreamentos de pedidos, inserção de endereços e suporte, ajudariam nesse processo, assim como, a implementação de ícones e rótulos descritivos para guiar os usuários e criação de uma estrutura de menus mais bem categorizada e mais intuitiva. Sendo assim, sempre que houver um tipo de problema relacionado com a má experiência do usuário em seu site/sistema, a melhor opção é trabalhar na reestruturação do projeto de navegação para sua melhoria.
Nesta lição irei lhe contar um case fictício de uma empresa chamada FitLife para lhe situar melhor sobre a empresa, vou te passar alguns detalhes. Ela é uma plataforma on-line que oferece serviços relacionados à saúde e ao bem-estar, como treinamentos personalizados, planos alimentares e acompanhamento de progresso. A situação em questão está relacionada a um problema bastante relatado pelas pessoas que usam a plataforma que é: muitos usuários desistem de utilizá-la após o cadastro inicial, pois encontram dificuldades em navegar pelo sistema, localizar os serviços oferecidos e entender como utilizá-los de forma efetiva.
Diante deste problema, a equipe de desenvolvimento precisou entrar em ação para reformular completamente o projeto de navegação, abrangendo tanto a arquitetura da informação quanto a experiência do usuário (UX), em que o objetivo era tornar a plataforma mais amigável, intuitiva e motivadora para incentivar os usuários a aproveitarem ao máximo os recursos disponíveis e, assim, fidelizá-los.
Dentre os tópicos ajustados para tal melhoria passaram: Pesquisa de entendimento do público-alvo, reorganização da arquitetura da informação, design da interface, jornada do usuário e alguma personalização, e, sistema de recomendações. Posterior ao trabalho, a taxa de desistência de usuários após o cadastro inicial foi reduzida drasticamente, o tempo médio de permanência na plataforma aumentou e o engajamento com os serviços oferecidos cresceu consideravelmente.
Esse case, mesmo que fictício, reforça a importância de uma abordagem centrada no usuário com investimentos em uma arquitetura da informação adequada. Essa ação resultou em uma melhor experiência ao usuário, pois melhorou significativamente a navegação pelo site/sistema. Na prática, em casos semelhantes, você, desenvolvedor, será o responsável por realizar a reformulação do projeto de navegação, portanto, nada melhor do que aprender como fazer isso corretamente! Então, vamos lá?
Como dito nos tópicos anteriores, quando você lê sobre projeto de navegação, automaticamente, você está dentro do assunto específico de Arquitetura da informação em conjunto com Experiência do usuário, então para que eu possa conceitualizar de forma correta com você os termos que foram abordados anteriormente, será apresentado tópicos inerentes dessas áreas.
A Arquitetura da Informação é uma parte da criação de interfaces, sistemas e design, que lida com a organização, estruturação e disposição dos conteúdos e informações em sistemas, sites, aplicativos e outros meios digitais ou físicos. Seu principal objetivo é criar uma estrutura clara e intuitiva, facilitando a localização, acesso e compreensão das informações pelo usuário.
A Arquitetura da Informação envolve a criação de hierarquias, categorias, sistemas de navegação, etiquetas e metadados para que os usuários encontrem rapidamente o que estão buscando, tornando a interação mais eficiente e satisfatória. Segundo Camargo e Vidotti (2011), ela permite elaborar uma estrutura que visa à organização das informações para que os usuários possam acessá-las mais facilmente e encontrar seus caminhos para a construção de conhecimentos. Desta forma, a Arquitetura da Informação desempenha um papel significativo em vários aspectos do projeto como os seguintes:
Navegação Intuitiva: Possibilita uma navegação mais fluida, tornando a interação com o sistema menos confusa e mais agradável, o que resulta em menos esforço cognitivo para o usuário e em uma experiência mais positiva.
Acessibilidade: Facilita o acesso à informação, sendo especialmente importante para usuários com deficiências visuais ou outras necessidades especiais.
Localização Eficiente de Informações: Usuários conseguem encontrar rapidamente o que procuram, reduzindo a frustração e o tempo gasto.
Engajamento e Retenção: Uma interface organizada e de fácil utilização tende a aumentar o engajamento do usuário com o sistema e a retenção de usuários, pois eles têm uma experiência positiva.
Facilita a Atualização e Manutenção: A inclusão de novos conteúdos e a atualização dos sistemas tornam-se mais simples e menos propensas a erros.
Após conhecer os aspectos que abordam a arquitetura de informação se faz necessário você relembrar sobre os conceitos de usabilidade tratados pelo renomado designer de interação Jakob Nielsen, que são as chamadas Heurísticas de Nielsen. Um conjunto de diretrizes e princípios que auxiliam na avaliação da usabilidade de interfaces de usuário em sistemas de softwares e sites. Elas fornecem um quadro geral para identificar problemas de usabilidade e melhorar a experiência do usuário. As 10 heurísticas de Nielsen incluem diretrizes como visibilidade do status do sistema, correspondência entre o sistema e o mundo real, controle e liberdade do usuário, consistência e padrões, prevenção de erros, reconhecimento ao invés de lembrança, flexibilidade e eficiência de uso, estética e design minimalista, ajuda e documentação para usuários, além de flexibilidade na recuperação de erros.
A experiência do usuário refere-se a todas as interações que um usuário tem com um produto, serviço ou sistema, abrangendo as sensações, emoções, percepções e respostas geradas por essa interação. Uma boa experiência do usuário é alcançada quando o produto ou serviço atende ou excede as expectativas e necessidades dos usuários, proporcionando uma experiência positiva e significativa. Teixeira (2014) resume bem o termo dizendo que apesar dos estrangeirismos que deu origem a sigla UX (User eXperience), o termo é bem mais simples do que parece: Experiência do Usuário, ou seja, experiência de quem usa.
Levá-la em consideração é fundamental para o sucesso de qualquer produto ou serviço, pois influencia diretamente na satisfação do usuário e em sua decisão de continuar utilizando ou recomendando a solução. A seguir destaquei alguns aspectos importantes que você pode utilizar para avaliar a UX:
Fidelização de Clientes: Uma experiência positiva aumenta a probabilidade dos usuários se tornarem clientes fiéis, optando por utilizar o produto ou serviço novamente.
Diferenciação Competitiva: Pode destacar um produto ou serviço da concorrência, tornando-o preferido pelos usuários.
Redução de custos: Uma boa UX pode levar a uma redução no suporte ao usuário e nas chamadas de suporte técnico, uma vez que os usuários enfrentam menos problemas.
Impacto nos Resultados de Negócio: Uma experiência negativa pode levar a avaliações e comentários negativos, afetando a reputação da marca e os resultados financeiros da empresa.
Validação do Produto: A UX ajuda a validar a adequação do produto ou serviço ao atender às necessidades e expectativas dos usuários, evitando desperdício de recursos em algo que não atenda às demandas do mercado.
A Arquitetura da Informação e Experiência do Usuário são aspectos fundamentais para o sucesso de projetos digitais e ambos devem ser cuidadosamente considerados e integrados durante o processo de design e desenvolvimento de produtos e serviços, e estão diretamente relacionados ao que se chama de Projeto de Navegação.
Nesta parte, o mais importante é entender quem são seus usuários e quais seus comportamentos, pois o entendimento do público-alvo e a criação de personas são etapas fundamentais para o sucesso de qualquer projeto que envolva arquitetura da informação e experiência do usuário. Esses conceitos estão relacionados à compreensão das características, necessidades e expectativas dos usuários finais de um produto, serviço ou plataforma.
As personas são representações fictícias e detalhadas de arquétipos de usuários, criadas a partir da síntese dos dados coletados sobre o público-alvo. As personas são construídas com nomes, fotos, descrições, objetivos, necessidades e preferências específicas, tornando-as mais tangíveis e humanas. Elas personificam grupos distintos de usuários, ajudando a equipe a compreender melhor suas motivações e comportamentos.
Já quando se fala em comportamento do usuário, fala-se sobre o aspecto crítico para o sucesso do projeto de navegação. Pois, envolve a observação e a análise do modo como os usuários interagem com o produto ou serviço, bem com suas expectativas em relação à experiência oferecida.
Segundo Lowdermilk (2019), a prática do design centrado no usuário baseia-se em dados para fundamentar suas decisões de design. Ou seja, já começa-se trabalhando com o fato que Design Centrado no usuário não é algo subjetivo, pois os números não mentem.
Então, pode-se dizer que DCU (Design Centrado no Usuário) é uma abordagem de design que coloca as necessidades, desejos e características do usuário como o ponto central do processo de criação e desenvolvimento de produtos, serviços ou sistemas. Essa abordagem reconhece a importância de entender profundamente os usuários e envolvê-los ativamente em todas as etapas do projeto para garantir que o resultado atenda às suas expectativas e ofereça uma experiência satisfatória. Para isso, você precisará envolver os seguintes aspectos:
Entendimento do usuário: Através de pesquisas, entrevistas, análise de dados e outras técnicas.
Envolvimento do usuário: Usuários ativamente envolvidos no processo de design, participando de sessões de cocriação do design.
Iteração e feedback: O processo de design é iterativo, o que significa que os protótipos são testados com usuários, e com base no feedback recebido, são melhorados.
O DCU é uma maneira eficaz de garantir que as soluções criadas atendam às necessidades reais dos usuários e ofereçam uma experiência satisfatória, contribuindo para o sucesso e a relevância dos produtos e serviços no mercado.
Quando se fala da parte emocional o objetivo é criar produtos, interfaces ou experiências que despertem emoções e conexões emocionais positivas nos usuários, isso porque reconhece-se que as pessoas não apenas avaliam os produtos com base em sua funcionalidade, mas também, com base em como esses produtos fazem com que elas se sintam.
Agora, pensando no StoryTelling, ele é a arte de contar histórias de forma envolvente e cativante para transmitir informações, ideias e emoções de maneira memorável. No contexto de design, o StoryTelling é usado para comunicar a visão e o propósito por trás de um produto, serviço ou marca, de modo a envolver e conectar emocionalmente o público-alvo.
Gallo (2019) diz que o StoryTelling é parte fundamental da comunicação, pois em um mundo em que as pessoas são bombardeadas por escolhas, as histórias constantemente são o fator decisivo pelo qual decidimos fazer negócios com alguém. Assim, através do design emocional e StoryTelling, você técnico em Desenvolvimento de Sistemas, tem a oportunidade de criar experiências mais humanas e impactantes, aproximando-se dos usuários de forma genuína e criando conexões emocionais que levam a uma maior satisfação, engajamento e fidelidade à marca ou produto.
Um contexto interessante para você aplicar o que aprendeu nesta lição seria colocar em prática a questão do storytelling no projeto de navegação de um site, envolvendo o uso de narrativas para guiar os usuários em sua jornada e proporcionar uma experiência mais envolvente e memorável. Irei utilizar a aplicação da estratégia na criação da empresa/site do case fictício desta lição: Fitlife.
Página inicial
Bem-vindo à FitLife - O caminho para uma vida mais saudável e feliz começa aqui. Somos uma plataforma dedicada ao sem bem-estar, pronta para guiá-lo em uma jornada transformadora em busca de uma vida mais saudável e ativa. Junte-se a nós para alcançar seus objetivos e viver plenamente.
História da marca
A FitLife nasceu do desejo de ajudar pessoas a mudar suas vidas através de escolhas saudáveis e positivas. Nossa fundadora, Laura, enfrentou suas próprias batalhas de saúde e encontrou inspiração em superá-las. Com essa paixão, ela criou a FitLife para ser uma comunidade de apoio e recursos para aqueles que buscam melhorar sua saúde e bem-estar.
Serviços personalizados
Conheça as histórias inspiradoras de nossos clientes que alcançaram seus objetivos com a FitLife. Desde pessoas que perderam peso e ganharam autoestima, até atletas que superaram seus próprios limites, nossos clientes são prova de que uma vida saudável é possível.
Jornada do usuário
Siga nossa jornada do usuário e descubra como a FitLife pode ajudá-lo a transformar sua saúde e bem-estar. Começando pela avaliação de suas metas e necessidades, passando por um plano personalizado e acompanhamento constante, estamos com você em cada passo do caminho.
Assim, o storytelling foi aplicado para criar uma narrativa que conecta os usuários emocionalmente com a marca “FitLife” e sua proposta de valor. Além disso, ainda poderia aplicar essas narrativas para gerar a estrutura de menu do seu site/aplicação.
Menu Principal
Início (Página inicial): Apresentação da história da marca FitLife e sua missão.
Sobre nós: A história da Laura, fundadora da FitLife, e a inspiração por trás da plataforma. Valores e propósitos da empresa.
Serviços personalizados: Treinamentos individualizados, planos alimentares adaptados às necessidades do usuário e acompanhamento profissional.
Histórias de sucesso: Depoimentos e casos de clientes que alcançaram seus objetivos com a FitLife.
Jornada do Usuário: Etapas da jornada do usuário, avaliação de metas e necessidades, plano personalizado e acompanhamento. Experiências e resultados esperados em cada etapa.
Blog e Inspiração: Artigos e dicas sobre saúde, exercícios, nutrição e bem-estar. Receitas saudáveis e deliciosas e histórias inspiradoras de superação.
Depoimentos: Feedback positivo de clientes satisfeitos e impacto da FitLife na vida das pessoas.
Contato: Formulário para entrar em contato com a equipe da FitLife e informações de suporte e atendimento ao cliente.
Gostou das narrativas de storytelling que transformaram nosso case fictício em um “site real”? Pois bem, ainda deixo o desafio a você de criar a narrativa para outros itens do menu principal que não foram criados aqui como: Histórias de sucesso, Blog e Inspiração, Depoimentos e Contato. Te espero na nossa próxima lição!
CAMARGO, L. S. A.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da informação: uma abordagem prática para o tratamento de conteúdo e interface em ambientes informacionais digitais. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
GALLO, C. StoryTelling: aprenda a contar histórias com Steve Jobs, Papa Francisco, Churchill e outras lendas da liderança. 1. ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.
LOWDERMILK, T. Design Centrado no Usuário: um guia para o desenvolvimento de aplicativos amigáveis. 1. ed. São Paulo: Novatec, 2019.
TEIXEIRA, F. Introdução e boas práticas em UX Design 1. ed. São Paulo: Casa do Código, 2014.