As crianças com surdez normalmente utilizam uma linguagem de sinais caseira, familiar até aprenderem a Língua Brasileira de Sinais, a LIBRAS.
Por muito tempo, os surdos foram considerados deficientes mentais e mudos, uma condição que interferiu de forma negativa no desenvolvimento cognitivo dessas pessoas, bem como nas interações e desenvolvimento da linguagem. Um mito que deve ser desconstruído.
A inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso país. (BRASIL, 2007, p.10)
Quando falamos em educação de surdos, temos que rever as metodologias, pois não se trata apenas da linguagem, e sim, de todos os demais aspectos relativos aos processos de ensinar e aprender, que envolvem todas as crianças.
De acordo com este documento sobre o Atendimento Educacional Especializado (BRASIL, 2007), podemos abordar a educação de surdos por meio do:
ORALISMO
Objetiva ensinar o surdo a falar. Busca iniciar a fala o mais cedo possível, utilizando diversos instrumentos entre eles o aparelho auditivo.
Procura explorar os resíduos auditivos que a criança surda possui. É um trabalho sistematizado feito por um fonoaudiólogo. Apesar de ainda ser usado hoje, o oralismo teve seu auge e hegemonia de 1880 (a partir do Congresso de Milão, quando foi abolido o uso da língua de sinais) a mais ou menos 1970, permanecendo por praticamente um século como abordagem exclusiva na educação dos surdos.
COMUNICAÇÃO TOTAL
Surgiu na década de 70, como uma alternativa ao oralismo.
Objetiva utilizar de todos os meios que possam facilitar a comunicação, desde a fala sinalizada, passando por uma série de sistemas até chegar aos sinais. Muitos dos sistemas objetivavam auxiliar a compreensão da língua falada. A proposta é de que todos os recursos sejam importantes e indispensáveis para promover a comunicação: fala; leitura labial; escrita; desenho; língua de sinais; alfabeto manual, etc. Quando foi criada, a comunicação total teve o mérito de reconhecer a língua de sinais como direito da criança surda. A crítica maior a esta abordagem é o fato de utilizar o português sinalizado. O uso simultâneo entre as duas línguas (língua falada e português sinalizado), apesar de proposto pela comunicação total, não tem respaldo teórico. Na verdade, tal conciliação nunca foi e nem poderia ser possível, devido à natureza extremamente distinta das duas línguas em questão.
BILINGUISMO
Defende o uso da língua de sinais (LIBRAS, no Brasil) e do Português, como duas línguas distintas, reconhecendo o surdo na sua diferença e especificidade. As duas línguas são usadas, mas não simultaneamente. No bilinguismo, a primeira língua dos surdos é a Língua de Sinais. A língua falada ou escrita a ser adquirida (o Português, por exemplo) é a 2a língua. A Língua de Sinais é, ainda, considerada a língua natural dos surdos.
Fonte: Adaptado de Brasil, 2007.
Fonte: MORAGAS, (2022, on-line).
O Bilinguismo deve ser trabalhado desde cedo, assim como a fala para as crianças ouvintes. A criança surda passa por estágios linguísticos assim como as ouvintes. No bilinguismo a surdez é compreendida como especificidade e não como deficiência. Entende-se que o surdo é apenas usuário de outra língua e o português escrito é a segunda língua utilizada, principalmente para a comunicação escrita.
PARABÉNS!
Você aprofundou ainda mais seus estudos!