Mesas Redondas

1 Por um outro futuro: História e Memória da Psicologia Social Crítica no Brasil (E1)


Proponente: Comissão Científica


Participantes:


Carl Ratner (a confirmar)


Diretoria Nacional ABRAPSO


Fernando A. Figueira do Nascimento

Mestre em História da Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).  Doutor em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). Psicólogo na Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Itanhaém/SP. Docente na Faculdade Sul Paulista de Itanhaém (FASUPI). Integrante do Núcleo Baixada Santista da ABRAPSO.


Mediação: Débora Cristina Fonseca

Psicóloga, professora Livre Docente em Psicologia Social e Educação no Dep. de Educação e PPGE/Unesp Rio Claro. Vice-presidente da ABRAPSO Regional SP na gestão 2024-2025 e membro do núcleo Nordeste Paulista da ABRAPSO.


Ementa: Retornar à História da Psicologia não significa organizar e produzir uma narrativa sobre o seu passado e celebrar apenas os seus marcos e personagens. A história crítica nos permite traçar as relações ético-políticas que modularam os caminhos da Psicologia e com isso compreender os deslocamentos que, mais uma vez entrelaçados com os processos histórico-sociais, reposicionavam a Psicologia e a Psicologia Social nos rumos de uma transformação social. Embora desde os anos de 1980 a transformação social e o compromisso ético-político sejam termos fundamentais na produção da práxis psicológica, eles não deixam de provocar novos debates a respeito do papel das psicólogas frente a realidade cotidiana. Os  debates sobre as relações entre classe, raça e gênero, que implicam temas como a formação e a violência do Estado, apresentam em seu conjunto a tentativa de revelar e produzir uma nova concepção de sujeito psicológico que se distancie dos modelos eurocêntricos e norte-americanos. Nesse sentido, o retorno à história da Psicologia aponta para a necessidade de produzir o futuro dessa ciência considerando suas categorias fundamentais, sua perspectiva de indivíduo e sociedade e as possibilidades para o desenvolvimento de suas práticas.

2 “Tente mudar o amanhã”: interseções para um novo futuro (E2)


Proponente(s): Núcleo São Paulo


Participantes:


Val Pinheiro - Banda Cólera


Gustavo Seferian Scheffer Machado

Professor Adjunto, em regime de dedicação exclusiva, do Departamento de Direito do Trabalho e Introdução ao Estudo do Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (DIT-UFMG). Professor do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Doutor em Direito do Trabalho pela FDUSP (2017), orientado por Jorge Luiz Souto Maior, sendo a tese aprovada com louvor e distinção. Titulou-se na mesma instituição mestre em Direito do Trabalho (2012, aprovado com louvor) e bacharel em Direito (2008).Pesquisador convidado, em sede de pós-doutorado, do CéSor/EHESS/CNRS, sob supervisão de Michael Löwy (2018), e junto à Universidade Federal da Bahia, sob supervisão de Lawrence Estivalet (2023-2024). Pesquisador-Líder do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (GPTC-USP).


Mediação: Maria Cristina Dancham Simões

Possui graduação (Bacharelado, Licenciatura e Formação de Psicólogo) em Psicologia pela Universidade de Taubaté, mestrado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2016), tendo defendido a tese: "Formação do indivíduo, formação docente e educação especial: o lugar do sujeito e o compromisso com a adaptação" , atuando principalmente nos seguintes temas: escola contemporânea, pessoas com deficiência, formação de professores e ensino superior.


Ementa: Há 45 anos, o Brasil vislumbrava novas possibilidades no horizonte político, após um tenebroso e espúrio período. Se, de uma parte, psicólogos rompiam com os ritos da academia e tomavam as ruas, junto com os demais trabalhadores, exigindo justiça e paz após o assassinato do metalúrgico e líder operário Santo Dias da Silva; de outra, jovens da Vila Carolina, zona norte paulistana, reuniam-se para musicalizar sua realidade. Em comum, a indignação pelo que estava dado e a necessidade de se pensar em outros futuros possíveis. Em 1979, nasceu a Associação Brasileira de Psicologia Social e a banda Cólera. Em 2024, a primeira tem firmado seu reconhecimento em sua capilaridade, tendo sido apontada como a maior entidade científica da Psicologia brasileira; a segunda, tem atuado ininterruptamente no cenário musical do país, especificamente na cena musical do punk rock. Considerando esse breve contexto, a mesa se propõe olhar para essas manifestações científicas, culturais e sociais longevas e problematizá-las, revisitando seu passado, a partir do presente, para projetar futuros possíveis. De todo modo, ainda cabe o questionamento do que significa a elaboração desse passado que não passa, sendo necessária a constante reafirmação dos princípios e compromissos ético-políticos, dentro e fora da Psicologia Social. A consciência crítica, não sendo inata, deve ser produzida, cabendo também aos psicólogos tal função social, como também à arte e à luta de classe.

3 A psicologia social será feminista ou não será! horizontes emancipatórios para um futuro equitativo e plural (E3)

Proponente(s): Núcleo São Paulo; Núcleo Mogi das Cruzes; Núcleo Vale do Paraíba; Núcleo Campinas


Participantes:


Neon Cunha

Mulher negra, ameríndia e transgênera. Publicitária, diretora de arte. Formada em Técnico de Publicidade e Propaganda e pela Faculdade de Arte e Educação com habilitação plena de Artes Plásticas, possui licenciatura acadêmica (UFABC). Ativista  pelos direitos das pessoas negras LGBTQIAP+ do Brasil, ativista na marcha de mulheres negras de São Paulo


Silvia Maria Sampaio Camurça

Mestre em Sociologia (Universidade Federal de Pernambuco), cientista social (Universidade Católica de Pernambuco). Técnica de Desenvolvimento de Programas do SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia.


Mediação: Mariana Serafim Xavier Antunes

Psicóloga, psicoterapeuta, mestre e doutora em Psicologia Social (PUC-SP), membro da coordenação Regional SP 2024-25 - Núcleo SP ABRAPSO. Integrante do Coletivo Mulheres e suas lutas (ABRAPSO - SP), da FPLA-SP e Rede de Proteção contra o Genocídio - ZO.


Ementa: A Psicologia Social, ao assumir um compromisso ético-político, reclama uma práxis crítica e transformadora, voltada à emancipação de todas as pessoas nos contextos de suas diferenças, devendo questionar quais as possibilidades de exercício de autonomia e garantia de direitos em uma conjuntura política e econômica de neofascismo, com interesses colonialistas e excludentes. A estrutura capitalista depende da divisão injusta e misógina entre e dentro dos trabalhos: institucional, doméstico e familiar e, sobretudo, da sustentação ideológica de um feminino fragilizado e traiçoeiro. O alerta feminista prerroga, justamente, a reflexão sobre os processos humanizatórios, com a perspectiva de inclusão e transformação das possibilidades de viver. Se o social é um pressuposto para a psicologia, o que é da ordem pessoal também deve ser considerada uma questão política, tal como apontam estudos feministas. Para uma práxis em Psicologia Social efetivamente crítica e emancipatória, pautas e epistemologias feministas devem ser o alicerce - e não apenas  objetos de estudo - das teorias e práticas científicas. Como afirma bell hooks, a emancipação da opressão racial e, incluímos - de qualquer marcador social isolado - não seria suficiente para libertar as mulheres da subserviência e do silenciamento machista e patriarcal que mantém esta estrutura social.  Neste sentido, também não são razoáveis as reivindicações e a produção de conhecimento que não considerem a interseccionalidade dos marcadores de desigualdade social em suas proposições. Precisamos, urgentemente, considerar como tem sido as experiências de mulheres negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas; o acolhimento de mulheres violentadas, encarceradas e enlutadas; o cotidiano de mulheres exploradas em diferentes âmbitos da vida íntima, social e produtiva; as vivências de mulheres LBTs; os acessos das mulheres com deficiências; e as alternativas daquelas que vivem em estados militarizados, em situação de extrema pobreza e vulnerabilidade social, expulsas de seus territórios e com seus povos, seus corpos, seus direitos e suas crenças perseguidas. Os alicerces ontológicos feministas ecoam, sobretudo, para uma única exigência: que o futuro possa ser equitativo e plural. Esta mesa pretende, portanto, reunir falas que ajudem a nos aproximar de perspectivas que impliquem em práxis para a psicologia social, para a produção científica e para ações de base posicionadas pelas lutas sociais feministas.

4 A Operação Escudo na Baixada santista e as relações entre raça, classe e gênero nas práticas assassinas do Estado (E4)


Proponente(s): Núcleo Baixada Santista


Participantes:


Paloma Santos

Gestora em turismo e Pós Graduanda em Economia e Trabalho (DIEESE). Presidenta do Sindicato de Asseio e Conservação (Sindilimpeza) da BAIXADA SANTISTA. Diretora da CONTRACS- Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comércio e Serviços da CUT. Educadora no Sistema Sócio Educativo. Presidenta do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Cubatão (COMPIR). Coordenadora de Cidadania do Projeto Educafro Núcleo Cubatão.


Lucélia Terezinha Avelino

Graduação em Psicologia e Pedagogia. Pós graduação Lato Sensu em Filosofia pela UNESP em Ética, Valores e Cidadania na Escola pela USP. Abarca experiência como Psicóloga Clínica, Organizacional e Social com ênfase na Interculturalidade. Na Educação foi servidora pública pelo Estado de São Paulo desde 2006 e atualmente Diretora de Escola pela Prefeitura de Cubatão/SP. Membra do Conselho de Igualdade Racial de Cubatão (gestão 2021-2024), ativista pela UNEGRO e Confederação das Entidades Negras (CONEN).


Mediação: Claudia Camilo

Membro do Núcleo Baixada Santista. Pós-doutoranda e doutora pelo PPGICS-UNIFESP, mestre em Antropologia pela Freie Universität Berlin, bacharel em Antropologia, Artes Cênicas, Etnologia e Ed. Física. Trabalhou no Brasil, em Porto Rico, nos Estados Unidos, na Austrália e na Alemanha. Área de pesquisa: Decolonialidade, Interseccionalidade, Ética do Cuidado e Psicologia Social, em territórios vulnerabilizados.


Ementa: Cada camburão carrega um navio negreiro! Essa denúncia tantas vezes exclamada em voz alta pelas Mães de Maio não deixa de ressoar no cotidiano das periferias brasileiras. O Estado democrático-burguês avança em políticas que legitimam o extermínio e o encarceramento da população, sobretudo aquela negra e periférica. A violência de Estado, como dispositivo de dominação e elemento prático dessa política, se revela de diferentes maneiras no cotidiano das populações. A violência policial é uma dessas expressões e, problema ainda maior, é que ela encontra apoio de parte da classe trabalhadora, até aquela periférica e mais precarizada e que facilmente seria alvo dessa mesma política de extermínio. No mundo de dominação capitalista e de ditadura burguesa, resta pouca esperança no futuro. Como é possível pensar um futuro além do presente perverso que vivemos? Será que o suposto fim da história se aproximaria pela produção de contornos mais brutais à luta de classes com o objetivo de acabar com ela: o extermínio e seu efeito de apassivamento da classe trabalhadora por sua ameaça? E isso em paralelo com o processo de produção de subjetividade nos moldes do capital? Desde 2006, com os chamados crimes de maio, a Baixada Santista nunca deixou de sofrer com as mortes de jovens periféricos, em sua maioria jovens negros. Maio nunca deixou de se repetir. O mais recente episódio das ações assassinas do Governo do Estado, que antes tinha em seu comando Geraldo Alckmin e agora o bolsonarista Tarcísio de Freitas, foi a chamada Operação Escudo. Ela não somente exterminou jovens negros e periféricos, como deixou nas comunidades um rastro de violência e medo. Por sua vez, o governador bolsonarista, quando defendeu e justificou a operação assassina do Estado, afirmava que a ordem voltaria a reinar, o que fez a operação transformar-se em uma permissão para matar indiscriminadamente, como comprovam os dados referentes à operação. Jovens e adultos mortos em suas casas ou nas ruas das comunidades sem qualquer histórico de conflito com a lei. E ainda que houvesse, isso exigiria do Estado, supostamente democrático, o direito de sua ampla defesa. Na segunda Operação Escudo, em curso enquanto escrevíamos essa ementa, em 14 dias o Estado vitimou 50 pessoas em toda a Baixada Santista. A mesma violência e a mesma indiferença e a mesma impunidade! As imagens das ações da Polícia Militar na Baixada Santista geram indignação e temor. Homens e mulheres, que poderiam se confundir com a população que aterrorizam, atiram em qualquer direção e agridem com a certeza da impunidade. Afinal são os mensageiros da suposta ordem declarada pelo governador. Considerando esses acontecimentos, é ainda fundamental compreendermos os determinantes que se colocam nessas operações e essa Mesa tem o objetivo de analisá-los juntamente com os seus efeitos sobre a população e a subjetividade.

5 O papel da Psicologia Social frente a violência do Estado (E4)


Proponente(s): Núcleo São Paulo


Participantes:


Suely Castaldi Ortiz da Silva

Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1990). Especialista em Geografia Regional do Brasil pela UNESP RC. Desenvolvimento e acompanhamento de projetos voltados às áreas de educação, saúde e cultura. Formadora, assessora e coordenadora de ações de formação continuada de educadores. Atendimento clínico à crianças, adolescentes e adultos, orientações às famílias e escola. Uso de arte-educação como estratégia. Membro do Coletivo Escuta Liberta.


Miriam Duarte Pereira

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Grande ABC (2011). Atualmente é mestranda em Gestão de Políticas Públicas na Universidade Federal do ABC. É presidente do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Sapopemba (CEDECA Sapopemba) e fundadora e atuante na Associação de Amigos e Familiares de Presos/as (AMPARAR). Tem experiência na área de educação, políticas públicas, sistema carcerário e sistema socioeducativo. Atua também na Rede Latino Americana Mulheres em Liberdade (Colômbia, México, Chile, El Salvador, Argentina, Equador e Brasil). Membro da Associação Amparar.


Agatha Andreza Pires Ferreira

Mãe do Jorge, executado em 2023. Participante do Grupo Acolher.


Mediação: Marisa Feffermann 

Mestre e doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutora em Investigación en Ciencias Sociales, NIñez y Juventud (CLACSO). Atualmente é pesquisadora do Instituto de Saúde da SES/SP e da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO - Brasil). Integrante da Rede de Proteção e Resistência contra o genocídio.


Ementa: O Estado brasileiro tem como principal característica a violência, consequência de uma grande desigualdade social, do racismo estrutural e ambiental e de uma ditadura civil militar inacabada. As consequências para a população pobre, negra, que vive nos territórios vulnerabilizados é nefasta, reforçando o que LOIC Wacquant denomina de Estado Penal, que se caracteriza pelas execuções realizadas pelos agentes do Estado e pelo encarceramento seletivo e em massa. O objetivo da Mesa é discutir o papel da psicologia social frente a violência do Estado, apresentando duas experiências, frutos de dois movimentos sociais, Amparar (Associação de familiares de Presos) e da Rede de Proteção e Resistência contra o genocídio: O grupo Acolher (de familiares que tiveram os filhos executados pelo Estado e do Coletivo Escuta Liberta (que atende familiares de presos). 

6 Ambiente, Território e Risco (E4)


Proponente(s): Núcleo Vale da Paraíba


Participantes:


Tatiane Walter

Docente do Instituto de Oceanografia da UFRG - FURG, onde se graduou. Doutora em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade - CPDA/UFRRJ e estágio pós-doutoral em Políticas Sociais, na Universidade Estadual Norte Fluminense - UENF. Integrante do Laboratório Interdisciplinar MARéSS - Mapeamento em Ambientes, Resistência, Sociedade e Solidariedade: atividades junto aos pescadores(as) artesanais, com referência a Ecologia Política e a Justiça Ambiental.


Leandro Roberto Neves

Possui graduação em Psicologia pela Universidade de Taubaté (1998), mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté (2004) e doutorado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (2013). Atualmente é docente/pesquisador da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social, Psicologia Ambiental, Psicologia das Emergências e Desastres.


Mediação: Cecília Pescatore Alves

Psicóloga com mestrado e doutorado em Psicologia Social (PUC-SP). Professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo no departamento de psicologia social. Atualmente docente na graduação do curso de psicologia e no programa de pós-graduação em psicologia social, coordenadora do Núcleo de estudos e pesquisa de Identidade- Metamorfose (NEPIM) e Vice coordenadora do programa de pós-graduação em Psicologia Social. Sócia da ABRAPSO e membro do núcleo Vale do Paraíba - Regional São Paulo. Sócia da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP).


Ementa: A proposta da mesa é discutir eventos, acontecimentos e as mudanças climáticas na sociedade e como elas se desdobram de diferentes formas nas populações vulneráveis economicamente. Tal população enfrenta perdas materiais e imateriais que afetam a vida cotidiana, nos quais aspectos psicossociais ligados a organização da comunidade, do trabalho, da família e outros são tensionados e ou finalizados abruptamente. Nesse contexto de desastre, pode ser desvelado um processo de injustiça social e ambiental, assim como questões ligadas as identidades e vínculos sociais da população vitimada.

7 O mundo do trabalho e as experiências da Economia Popular Solidária em territórios urbanos e periféricos: desafios no enfrentamento à fome as as possibilidades de inclusão social pelo trabalho (E5)


Proponente(s): Núcleo São Paulo


Participantes:


Solange Aparecida de Lima

Mestre em Psicologia Social, Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais, (PUC/SP); Extensão Universitária: Qualificação em Viabilidade Econômica e Gestão Democrática, pela Universidade Católica de Salvador-UCSal e Qualificação em Desenvolvimento Local, pela Universidade de São Paulo-USP. Pesquisadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Trabalho e Ação Social (NUTAS/PUC-SP), Membro da ABRAPSO, núcleo São Paulo e professora de Filosofia e Sociologia da Rede de Ensino da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Coordenação de projetos sociais com ênfase em cooperativismo, associativismo e economia solidária.


Odair Furtado

Doutor em Psicologia Social (PUC-SP). Professor associado da PUC-SP, no Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Social (PSO) e na graduação do curso de psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde. É filiado ao Departamento de Psicologia Social desde 1983. Coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trabalho e Ação Social (NUTAS) e líder do grupo de pesquisa CNPq Trabalho e Ação Social. Atua na área de Psicologia Social (Psicologia sócio-histórica), com ênfase em Processos Grupais; Compromisso Social; Dimensões Subjetivas da Realidade e Produção de Sentido, atuando principalmente nos seguintes temas: Relações de Trabalho e subjetividade, emprego/desemprego, formação/qualificação.


Mediação: Maria das Graças de Lima

Psicóloga Clínica e Social, Doutora e Mestre em Psicologia Social pela PUC/SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Graduação em Psicologia pela Universidade São Marcos (1993). Docente na Unipaulistana, (Centro Universitário Paulistano) desde 2017, ministrando várias disciplinas: a) Psicologia Social; b) Psicologia Comunitária e Institucional; c) Dinâmica de Grupo e Relações Humanas; d) Ética Profissional; e)Teorias e Técnicas Corporais Reichianas e Neorreichianas; f) Psicoterapias Corporais. Docente na FAPSS (Faculdade Paulista de Serviço Social (2015): Graduação e Pós-Graduação; disciplina de Psicologia Social. Docente convidada pelo Programa de Formação de Residentes na Prefeitura de Mauá (2015) disciplina: Teorias Psicológicas e Técnicas Psicoterápicas para Residentes em Psiquiatria. Estágio docente na PUC-SP nas disciplinas de Psicologia Institucional e Supervisão de Estágio; Aulas e Palestras como professora convidada na PUC-SP, COGEAE-PUC e NEATS-PUC, Univesidade Anhanguera, etc. Experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia social e do trabalho, psicologia comunitária, economia solidária, metodologias de trabalho com grupos, saúde do trabalhador, políticas públicas, inclusão social, atendimento psicossocial à pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica. Coordenação Pedagógica de Projetos Sociais em Cursos de Cooperativismo e Economia Solidária. Atendimento em Psicoterapia (consultório particular) desde 1994. Presidenta da Abrapso (Associação Brasileira de Psicologia Social - Gestão 2018-2019. Vice-Presidenta da Abrapso (Associação Brasileira de Psicologia Social), pela Regional do Estado de São Paulo. Gestão 2014-2015.



Ementa: A proposta desta mesa é trazer elementos para uma reflexão sobre a situação de miséria e fome que ressurgiu no Brasil, com a crise política que o Brasil enfrentou desde 2015, e que se acirrou ainda mais com a pandemia de COVID 19, a partir de 2020, a fim de contextualizar o mundo do trabalho, com suas transformações, a flexibilização das leis trabalhistas efetivada no Brasil durante o governo Temer com a lei nº 13.467/2017 e resultaram no avanço da precarização das relações de trabalho e no aumento do trabalho informal. Esta situação de fome e miséria se manifestou de forma muito peculiar no contexto urbano, afetando mais duramente as populações que vivem nos territórios periféricos, que acumulam todas estas desvantagens do mercado de trabalho devido às imposições de condições feitas pelas empresas capitalistas que se aproveitam do número expressivo que compõem o exército de reserva que, somadas à baixa escolaridade, a questão etária, localização da moradia, e que acabam com menos chance de serem aceitos no emprego formal tradicional. Esse é um dos motivos para a elevação do desemprego por desalento. Esta força de trabalho que acumula desvantagens, na maioria das vezes desiste de procurar emprego, ou simplesmente não possui mais condições de procurá-lo, busca sua sobrevivência no trabalho informal, marcado por atividades precárias com ganhos extremamente instáveis e incertos e sem qualquer acesso à seguridade social e muitas vezes em condições insalubres. Assim são nos territórios e a partir dos territórios que se torna necessário: mobilizar, sensibilizar, formar e envolver a população em prol de ações que possam conduzir a resultados concretos que tenham como objetivo a redução das desigualdades sociais. Neste cenário, apresentaremos a Economia Popular Solidária (EPS) como uma estratégia de desenvolvimento territorial, sustentável e solidário fundamentada na organização coletiva de trabalhadores e trabalhadoras com interesse em melhorar a qualidade de vida por meio de associações, cooperativas e redes solidárias.