Como verificado durante as aulas, a Ergonomia abrange diversas áreas do conhecimento, assim como está presente nas mais variadas atividades produtivas. Além disso, essa ciência também é muito utilizada nos processos de inovação. Dessa forma, nessa seção serão discutidas a sua proximidade essa temática.
Primeiramente, é necessário compreender o significado de Inovação. Drucker acredita que inovação é a habilidade de transformar algo já existente em um recurso que gere riqueza. "[...]qualquer mudança no potencial produtor-de-riqueza de recursos já inexistentes constitui inovação [...]” (DRUCKER, 1987, p. 40). Além disso, Cribb (2007) entende que a inovação se identifica como um imperativo para as empresas sobreviverem e ganharem, cada vez mais, espaço nos mercados nacionais e internacionais. Para finalizarmos, Drucker (1985) compreende que a inovação é a ferramenta-chave dos gestores, o meio pelo qual exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente. É passível de ser apresentada como uma disciplina, de ser ensinada e aprendida, de ser praticada.
“Tudo bem professor, já entendi o que é inovação. Contudo, qual a sua relação com a Ergonomia?”
Caro(a) aluno(a), analise o que o grande autor Schumpeter (1984) relata. Segundo o autor, uma das maneiras de inovar é a inserção de uma nova tática de produção. A inovação ainda pode ser determinada como uma forma de melhoria nos métodos já existentes. Então de que forma se pode criar novos métodos de produção ou como melhorá-los de forma que beneficie a diminuição de custos, o desenvolvimento da qualidade ou da produtividade.
Ainda não conseguiu compreender? Explico melhor! Segundo o autor, para que haja o processo de Inovação, é necessária a adoção de novas táticas de produção, melhoria nos métodos de produção já existentes, para assim diminuir os custos, desenvolver qualidade ou melhorar a produtividade. Não sei se vai recordar, mas vou lembrá-lo(a) de uma das definições de Ergonomia. Segundo Dul e Weerdmeester (2004), a ergonomia é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, entendendo-se que a ergonomia nada mais é do que agrupar conhecimentos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados de forma mais confortável possível, levando em consideração a segurança e a eficiência ao trabalhador. Logo, a Ergonomia está intimamente ligada à busca por melhoria de novos processos, assim como novas táticas de produção.
Mas então, professor, realmente a Ergonomia contribui para a inovação? Sim caro(a) aluno(a)! Leia essa citação do autor Dahlman (1983), esclarecendo que mudanças advindas da análise e dos princípios ergonômicos podem impactar, também, no processo de desenvolvimento de produtos inovadores, com características essenciais para o incremento da qualidade de vida e saúde do trabalhador.
Convencido do uso da Ergonomia na Inovação, caro(a) aluno(a)?
Quase, professor! Poderia incrementar a participação dessa ciência nesse processo só mais um pouco?
Claro que sim! Leia também essa afirmação a seguir. Segundo Machado (1994), o impacto das inovações tecnológicas sobre o modo de produção incide tanto nas relações de troca, quanto nas relações de produção propriamente ditas. Tais inovações alteram as formas de cooperação influindo diretamente na atividade humana, na matéria-prima que se aplica ao trabalho e nos meios e instrumentos utilizados. Nesse sentido, a ergonomia vem trabalhando, de forma sistemática, no estudo da introdução dessas novas tecnologias, demonstrando a transformação do conteúdo e da natureza do trabalho, bem como as consequências dessas mudanças na saúde dos sujeitos e na eficácia das organizações.
Nossa! Realmente professor, agora estou convencido. A Ergonomia também é empregada no processo de inovação.
É verdade, caro(a) aluno(a)! A Ergonomia é uma ciência interdisciplinar, sendo assim contribui para diversos campos do conhecimento.
CRIBB, A. Y. Mudança cultural coletiva: o pré-requisito da inovação no Brasil. Rio de Janeiro: Jornal da Cidade, 2007.
DAHLMAN, S. A washbasin for washing when seated: an example of a user-oriented development project: a study in systematic design based on ergonomics principles. Applied Ergonomics, v. 14, n. 2, p. 123-131, 1983.
DRUKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor. São Paulo: Editora Pioneira, 1987.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. Tradução por Itiro Iida. São Paulo: E. Blücher, 2004. 137 p.
MACHADO, L. R. S. A Educação e os desafios das novas tecnologias. Petrópolis: Vozes, 1994.
SCHUMPETER, J. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1984.
PARABÉNS!
Você aprofundou ainda mais seus estudos!