O BIOMA é um laboratório interdisciplinar de pesquisa aplicada e inovação tecnológica, vinculado à Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP. Seu foco é o desenvolvimento de soluções sustentáveis nas interfaces entre biotecnologia, energia, agricultura e meio ambiente, com especial ênfase na conversão de biomassas e resíduos em produtos de valor agregado, como biocombustíveis, biofertilizantes, produtos bioenergéticos renováveis e insumos para biorrefinarias.
Originado a partir da reestruturação do antigo LMAS (Laboratório de Meio Ambiente e Saneamento), o BIOMA marca uma mudança estratégica e conceitual: mais do que um laboratório analítico, trata-se agora de uma plataforma experimental e tecnológica voltada à transição energética e à bioeconomia regenerativa.
Tornar-se um centro de pesquisa, desenvolvimento, inovação e formação de profissionais, promovendo a produção descentralizada e sustentável de bioenergia, o uso eficiente de recursos naturais e o enfrentamento das mudanças climáticas, por meio de projetos com forte base científica e viés aplicado.
Consolidar-se como um centro de excelência interdisciplinar com reconhecimento nacional e forte inserção internacional, gerando conhecimento de fronteira e tecnologias escaláveis para a sustentabilidade dos sistemas agroindustriais e urbanos, com impacto direto na sociedade e na indústria.
Excelência científica
Ética e responsabilidade ambiental
Integração ciência-aplicação
Interdisciplinaridade
Internacionalização
Diversidade e inclusão
Comprometimento social
O BIOMA articula experimentação, modelagem e aplicação prática por meio de uma abordagem sistêmica e integradora, que engloba: Conversão biotecnológica de resíduos agroindustriais e urbanos por digestão anaeróbia, fermentação escura e codigestão para produção de biogás, biohidrogênio e biofertilizantes. Para este objetivo, o laboratório atua nas seguintes linhas de pesquisa:
Desenvolvimento de biorreatores inteligentes, com ênfase em leitos fixos ordenados, eletroestimulação e integração sensorial baseada em aprendizado de máquina;
Plataformas bioeletroquímicas para modulação metabólica e estudos de transporte de elétrons microbiano via voltametria cíclica e espectroscopia de impedância eletroquímica complementares;
Integração de processos térmicos e biológicos, como a pirólise de resíduos e subsequente digestão anaeróbia dos líquidos pirolenhosos, para criação de biorrefinarias modulares;
Exploração de biomassas alternativas e resilientes, com foco em sistemas de produção adaptados ao semiárido brasileiro e ao contexto das mudanças climáticas;
Desenvolvimento de metodologias analíticas instrumentais, baseadas em cromatografia líquida e gasosa, para identificação, determinação e quantificação de analitos e metabólitos de interesse em matrizes analíticas complexas;
Metabolômica, bioinformática e modelagem do metabolismo de grupo, por meio da integração de dados multi-ômicos (metaG, metaT, metaP, metaboloma), acoplados a análises de fluxo metabólico e inferência por inteligência artificial.
O BIOMA está instalado em um edifício próprio com infraestrutura reformada, dividido em áreas dedicadas a:
Preparação e análises físico-químicas, cromatografia e espectrometria;
Planta piloto integrada para fermentação escura e digestão anaeróbia;
Planta de bancada de pirólise, com módulos de produção de gás de síntese, bio-óleo e carvão vegetal;
Áreas de co-working para as equipes de projeto e estudantes de graduação e pós-graduação;
Banco de Germoplasmas para Mudanças Climáticas, com dezenas de variedades de Agave spp., em colaboração com o Instituto de Biologia da UNICAMP, voltado à pesquisa em bioenergia e adaptação a ambientes extremos.
Entre os projetos em andamento destacam-se:
Projeto BRAVE: desenvolvimento de biorrefinarias de agave para produção de etanol, biogás e biohitano no semiárido brasileiro;
Plataformas de codigestão com resíduos da cana-de-açúcar, para produção de metano e hidrogênio com recuperação energética otimizada;
Purificação de biogás com microalgas (GNR) e integração com a produção de biodiesel;
Integração de pirólise e digestão anaeróbia para a valorização integral de resíduos sólidos urbanos e agrícolas;
Desenvolvimento de um biorreator anaeróbio eletroestimulado (eABB), com base em suporte condutivo para formação de biofilmes e sistemas embarcados de controle adaptativo por machine learning.
O BIOMA é também um espaço formativo, onde estudantes e pesquisadores atuam em seus próprios projetos com elevado rigor técnico e científico, aliados a práticas de laboratório responsável e em um contexto ciência aberta. A cultura do laboratório valoriza a transparência, a colaboração e a integração contínua entre diferentes áreas do conhecimento, promovendo a formação de profissionais éticos, críticos e preparados para atuar em desafios reais.