Museu de Anatomia da UFMS
Museu de Anatomia da UFMS
Preservando o patrimônio científico-cultural de Mato Grosso do Sul.
O Museu de Anatomia foi implantado em 2009 por um Projeto de Extensão. Em 2011, por meio de um Proext ganhou um espaço físico melhor qualificado, um ambiente virtual e realizou projetos de produção de peças para seu acervo, qualificação de professores do ensino fundamental e médio. Em 2017 apresenta uma amostra expandida aberta à comunidade.
Valfrido Rodrigues Santos
O técnico em anatomia, Valfrido Rodrigues Santos foi o inspirador do Museu de Anatomia da UFMS. Sua carreira como técnico em Anatomia na UFMS iniciou no ano de 1981. Durante sua fase inicial de seu trabalho, foi autodidata. Em 1985 fez um curso de Técnicas Anatômicas, na Escola Paulista de Medicina, a atual Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). E em 2009 fez curso de plastinação na Espanha, uma das mais sofisticadas técnicas de conservação da atualidade.
Em entrevista à UFMS, Valfrido contou que considera que a maior dificuldade em sua carreira foi trabalhar sozinho, pois as atividades eram intensas e destaca, principalmente o manuseio e transporte das peças, para montar e desmontar as aulas e atividades práticas, em razão do peso. Relata que isso proporcionou experiências que foram fundamentais para o seu crescimento tanto profissional como pessoal. A Universidade ampliou sua visão de vida.
Dentre as técnicas utilizadas que empregou no preparo das peças estão: dissecação pura, a técnica de Giacomini com uso de glicerina, o clareamento de ossos com peróxido de hidrogênio, a injeção e corrosão, a maceração e a insuflação de vísceras. Ele confeccionou muitas peças da região de cabeça e pescoço, sendo a sua predileta a de crânio, com os nervos cranianos e outras estruturas encefálicas. Isso se deve ao curso de Odontologia, o que mais solicitava peças, sendo elas usadas ainda hoje nas aula de graduação e outras atividades do setor, como as mostras do Museu.
Pensando no futuro, ressalta a dificuldade de conseguir cadáveres e a necessidade de técnicas que aperfeiçoem a conservação dos mesmos. A conservação poderia ser obtida por técnicas mais sofisticadas, como a plastinação, para a qual se qualificou, na Espanha, em 2009. Mas, acredita que nada substitui a manipulação do cadáver in natura. Ressaltou as técnicas que mantém o cadáver com uma textura mais apropriada, que são mantidos em ambiente refrigerado.
Desde que entrou na UFMS ele próprio havia aventado a implantação de um Museu, como uma forma de criar um acervo para expor a mais pessoas as peças mais interessantes e dar acesso a um maior número de pessoas entrarem em contato com esse conhecimento. Foi com a iniciativa da Prof.ª Dr.ª Jussara Peixoto Ennes, em 2008, que o sonho tomou corpo e o Museu começou a ser implantado. Valfrido diz se sentir muito feliz com a criação do Museu, já que foi idealizado como uma forma de perenizar seu trabalho.
Espera que o Museu se torne algo fantástico, que o acervo aumente muito, com a contribuição de novos técnicos, professores e alunos. Que seja uma experiência singular para quem o visitar. Acredita que essas visitas podem vir a despertar interesse nas pessoas pelos cursos nas áreas biológicas e da saúde. Sonha com coleções de peças de patologias e com uma coleção numerosa de fetos, mesmo não estando mais envolvido com a produção e organização dessas, no Museu.
Mostras do Museu