COMPANHIA DE NAVEGAÇÃO NORSUL

PALAVRA DO CEO: Mar aberto para a economia

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Publicado em: 13/06/2019

Créditos: Artigo

Por Angelo Baroncini

Diretor-presidente da Companhia de Navegação NORSUL

Desde a antiguidade o mar representa uma possibilidade de desenvolver a economia. Ao permitir o transporte de bens que geram o progresso e, por consequência, a sobrevivência do ser humano, o mar sempre possuiu enorme importância estratégica.

O mar é também um espaço de descoberta, de trabalho, de negócio e de lazer. Sua importância reside no valor econômico para os países de turismo litorâneo. Ele é fonte de energias renováveis, mantém um grande estoque de alimentos, concentra um número imenso de espécies e constitui-se em uma infraestrutura natural dos corredores de tráfego do transporte marítimo. Finalmente, o mar é ainda fonte de valores culturais, artísticos, estéticos, científicos e até espirituais. No entanto, nossa mentalidade com relação a esse importante recurso é ainda pouco prática, especialmente no Brasil, detentor do 16º maior litoral do mundo.

Possuímos uma extensão marítima de, aproximadamente, 3,6 milhões de km², onde circulam 95% do nosso comércio exterior e são extraídos 91% do petróleo e 73% do gás natural que são produzidos aqui. Uma verdadeira fonte inestimável de recursos naturais como petróleo, jazidas minerais e pescado. Toda essa pujança acabou cunhando o termo de “Amazônia Azul”, tão vasta quanto a outra Amazônia, a verde, e que está tão ou mais ameaçada do que a floresta, sem que saibamos sequer o que existe abaixo de sua superfície.

A comparação segue além das dimensões. Ainda pouco explorado - se compararmos com países de visão mais marítima, como Inglaterra, Holanda e Portugal -, o potencial econômico do mar brasileiro representa muito mais do que somente um repositório de matéria-prima para o país, sendo suas águas o nosso elo com o restante do planeta.

Não temos dúvida de que a nova fronteira econômica está nos mares. Mais especificamente na chamada “economia azul”, um conceito que oferece uma visão do mar e costa como uma nova fonte de crescimento econômico, criação de emprego e de investimento, mas com o uso inteligente e sustentável dos seus recursos naturais - seu espectro é amplo e abrange diversos setores, tais como a pesca, o turismo, o transporte marítimo, as energias marinhas, a biotecnologia marítima, a construção naval, entre outros.

Recentes políticas europeias já vêm revelando o enorme esforço feito na valorização dos mares e zonas costeiras da Europa para a criação de emprego, valor e sustentabilidade, por meio de práticas de gestão que levam em conta a perspectiva do setor privado, sem perder de vista as necessidades de conservação. E o Brasil não pode ficar atrás nesse movimento. Devemos olhar para o mar e, com isso, adicionar novos vetores de desenvolvimento à nossa economia.

Essa tomada de consciência traz consigo novas oportunidades. Temos, por exemplo, um sistema baseado preponderantemente no transporte rodoviário, poluente, com partes consideráveis de nossas estradas em péssimas condições. A redução drástica dos investimentos no setor ferroviário (desde a década de 1950) levou ao fechamento de ramais pouco lucrativos, desestruturando a malha. Por outro lado, somos um país com uma costa navegável de 7.500 km de extensão, mais de 30 portos organizados e inúmeros terminais de uso privativo. Além disso, possuímos uma forte concentração costeira dos setores produtivos e consumidor, com 80% da população vivendo entre as regiões litorâneas e a até 200 km da costa.

Com esses fatores, a navegação costeira, ou de cabotagem, é seguramente o método mais rápido, economicamente vantajoso e sustentável para corrigirmos o antigo e indesejável desbalanceamento da matriz de transporte no Brasil. A grande greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, só evidenciou a gravidade desse problema: não há mais como o país depender de um único modelo de escoamento e transporte de cargas sob o risco de um novo colapso. Enquanto isso, nosso mar está inteiramente disponível, e sua utilização não requer dispêndios por parte da sociedade. Todavia há entraves que freiam o aumento da cabotagem, como o excesso de burocracia, assim como falhas na integração do modal com as rodovias. Em contrapartida, o segmento vem crescendo de forma contínua. Durante a greve, muitas empresas descobriram que a cabotagem é competitiva e aderente a todos os tipos e tamanhos de negócios. A tendência é vermos esse serviço sendo ampliado cada vez mais.

O fato é que crescimento e economias azuis estão no centro das atenções e o Brasil pode aumentar seu protagonismo no aproveitamento da economia do mar. Tributos não nos faltam. Mas aproveitá-los exigirá disciplina e uma agenda pública e privada de atuação conjunta. Afinal, como todas as grandes oportunidades, a exploração dos nossos mares não é isenta de desafios e responsabilidades.

Acredito que adotar uma visão holística da exploração de nossos recursos marítimos, sempre buscando encontrar benefícios mútuos, é o rumo a ser seguido por países com águas territoriais relevantes, como é o caso do Brasil. Mas é preciso fomentar o conhecimento, essencial para conscientizar os tomadores de decisão e sociedade em geral da importância da economia do mar para o crescimento do país. Se navegar é preciso, sozinhos não avançamos. https://www.norsul.com/noticias/palavra-do-ceo-mar-aberto-para-a-economia

Companhia de Navegação Norsul https://www.norsul.com/a-empresa/apresentacao __________________________________________________________________

Operando desde 1963, de forma ininterrupta, a Companhia de Navegação Norsul (“Companhia” ou “Norsul”) é uma das empresas líderes da navegação privada no Brasil.

A Norsul é especialista no transporte de todo e qualquer tipo de carga a granel e neo-granel, carga geral, carga de projeto e carga líquida / químico, na cabotagem e no longo curso.

Em 31 de Janeiro de 2017, a Companhia controla 30 embarcações, num total de aprox. 500.000 TPB (toneladas de porte bruto), sendo 23 embarcações de bandeira brasileira num total de aprox. 290.000 TPB.

Em 31 de Janeiro de 2017, a força laboral da Companhia é composta de 596 colaboradores, sendo 426 marítimos e 170 administrativos.

Norsul: Uma empresa atenta às necessidades do mercado __________________________________________________________________

A Companhia de Navegação Norsul busca sempre atender seus clientes com criatividade. Para isso trouxe para o Brasil o projeto de navios-barcaça. Ela é a primeira empresa brasileira privada de navegação a operar no sistema empurrador/barcaça em mar aberto. Embora novidade no Brasil, este conceito de comboios de empurrador e barcaça oceânica é amplamente utilizado, com sucesso, no exterior. Diversas companhias de navegação do mar do norte, golfo do México e Mediterrâneo operam há muitos anos com toda a segurança para tripulação e carga. Estas operações foram estudadas pela Norsul, que contratou empresas estrangeiras para desenvolver, junto com ela e projetistas brasileiros, suas embarcações.

Considerado um conceito consagrado e de sucesso, os navios-barcaça vêm chamando a atenção das empresas do setor devido à otimização dos serviços logísticos. Implantadas no mercado brasileiro pela Companhia de Navegação Norsul, as barcaças possuem excelente capacidade de manobra, boa velocidade e razoável consumo de combustível. https://www.norsul.com/a-empresa/apresentacao