A recuperação econômica através da análise do PIB me parece precoce - no mínimo. Ao olhar o PIB esquecem que déficit fiscal eleva-o. Quanto mais o governo gastar, mais o PIB cresce. Porém, compromete os próximos anos, ao reduzir o investimento futuro.
E a dívida brasileira saltou de 75.8% para 90% do PIB, a maior elevação em pontos percentuais da história. Nem a Dilma em 2015 conseguiu tal feito.
Assim, esse aumento é fruto exclusivamente de dívida que terá que ser paga lá na frente. Não há um único setor que apresente aumento de produtividade. Há apenas aumento das exportações agrárias e minerais, e que mesmo assim, já se aponta um gargalo nesse movimento. Afinal, os insumos básicos importados também ficaram mais caros.
Comemorar esse dado é no mínimo falta de conhecimento. Quem detém o curso básico de macroeconomia, não pode sequer achar que o um salto de 15 p.p., que promoveu metade deste efeito sobre o PIB em um ano, possa ser comemorado.
Os fatores ociosos da economia irão explodir em 2021, com uma massa de desempregados, sem o auxílio emergencial nos moldes atuais - que são insustentáveis. Soma-se isso a inflação de alimentos que só nesse mês conta com 11.79% de aumento anualizado. Aluguéis, planos de saúde e toda a cadeia de preços indexados será amarga para a classe média, que sofre ainda mais com a crise no setor de serviços, responsável por 70% do PIB e que perdeu (mesmo com a recuperação atual) 9,14%.
Os dados animadores não são para os otimistas...