ORIKI DE YANSÃ

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ORIKI DE OIÁ-IANSÃ

Ê ê ê epa, Oiá ô.

Grande mãe.

Ia ô.

Beleza preta.

No ventre do vento.

Dona do vento que desgrenha as brenhas

Dona do vento que despenteia os campos

Dona da minha cabeça

Amor de Xangô.

Duzentas e uma esposas

O seu amado domina.

Oiá é a favorita.

Um dia de guerra bastou

Para a sua glória.

Orixá que abraçou seu amor terra adentro.

Com o dedo tira a tripa do inimigo.

Oiá que cuida das crianças

Toma conta de mim.

Seu fogo queima como sol.

Ela dorme dansando.

Epa, Oiá ô.

Não me queime o sol de sua mão.

Ligeira mulher guerreira

Corre veloz o fogo de Oiá

Oiá veloz faz o que fizer.

Fêmea forte com passos de macho

Moradora de Irá

Grande guerreira

Enérgica se ergue à mira do marido.

Vendaval e brisa.

Força de orixá que está no alto.

Oiá que vem à vila envolta em fogo.

Rara Oiá, rumores de amores com Ogum.

Aquela que dorme na forja.

Oiá na cidade, Oiá na aldeia

Mulher suave como sol que se vai

Mulher revolta como o vendaval

Levanta e anda na chuva

Assim é a grande Oiá

Eparipá, Oiá ô, he-hê-hê

Firme no meio do vento

Firme no meio do fogo

Firme no meio do vendaval

Firme orixá

Que bate sem mover as mãos

Firme orixá

Que tomou o tambor para tocar

E com pouco rasgou o couro

Epa, vocês tragam mais um tambor

Firme orixá

Epa, ela dançou sob a árvore aiã

Eparipá, as folhas de aia caíram todas

Orixá que é só axé

Castiga sem ser castigada

Dona do vento da vida.

Aquela que luta nas alturas.

Que doma a dor da miséria

Que doma a dor do vazio

Que doma a dor da desonra

Que doma a dor da tristeza.

Mulher ativa, amor de Xangô

Bela na briga, altiva Oiá.

Mãe lúcida.

Fecha o caminho dos inimigos.

Deusa que fecha as veredas do perigo.

Egungum de pé no pilão.

O que é isso?

Oiá espanta o babalaô, que nem apanha o seu ifá.

Oiá, o tempo que fecha sem chuva

Fogo no corpo todo

Riscafaísca – fogo.

Oiá corpo todo de pedra.

Com Oiá eu sou.

Com axé de Oiá na cabeça.

Minha cabeça aceitou a sorte.

Esse orixá me carrega no colo.

Amor de Xangô

Êpa, senhora sem medo

De segredo de egum.

Ialodê

Espada na mão

Bela no batuque

Do tantã tambor.

Ventania que varre lares

Ventania que varre árvores

Não nos desarvore.

Epa Oiá, maravilha de Irá.

Quem não sabe que Oiá é mais que o marido?

Oiá é mais que o alarido de Xangô.

Tradução: Antonio Risério - Ed. Perspectiva