Título do Projeto: ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIA EM SEMIOLOGIA MÉDICA. (2016)
Resumo do Projeto:
A disciplina de iniciação ao exame clínico integra a grade curricular do curso de medicina, estando atualmente no terceiro período do curso, com carga horária de 180 horas. Trata-se de disciplina bastante peculiar por ser eminentemente prática e representar o primeiro momento no curso em que os alunos passam a ter sistematicamente contato com pacientes para aprender a realizar a anamnese e exame físico dos mesmos, desenvolvendo raciocínio clínico necessário para formulação de hipóteses diagnósticas. Abrange os diversos ciclos de vida, como infância/adolescência, adulto e idoso, sendo, portanto a condição sine qua non para adequado desenvolvimento de todos os demais componentes curriculares do curso médico. Um dos iportatnes dcenários de prática da disciplina de IEC é o laboratório de habilidade, visto que nele é possível ambientar o aluno frente às situações que encontrará no ambiente ambulatorial e/ou hospitalar, executar procedimentos que envolvem pacientes sem o medo de errar já que as ferramentas são simuladores. Este cenário permite que o aluno desenvolva competências antes mesmo do contato com o paciente. Assim, certamente conseguiremos desenvolver nos alunos competências não somente técnicas, como também ética e humanística no atendimento aos pacientes. A possibilidade de desenvolver tais atividades é hoje uma realidade graças à abertura efetiva do laboratório de habilidades da UFRN em fevereiro de 2007, fato que teve como co-adjuvante importantíssimo o programa de monitoria, em especial os projetos “Monitoria em Iniciação ao exame clínico: Ações de implementação do laboratório de habilidades” que foi desenvolvido no biênio 2006 – 2007; “Utilização do laboratório de habilidades como cenário para integração de conteúdos em semiologia médica e ações interdisciplinares”, desenvolvido no biênio 2008-2010, “Monitoria em semiologia médica: promovendo a integração curricular e multiprofissional no cenário do laboratório de habilidades clínicas” que foi desenvolvido no biênio 2011-2012, sendo este último projeto, premiado como melhor monitoria da UFRN no SID 2012 e "Desenvolvendo competências em semiologia médica, desenvolvido no biêncio 2013-2014". Este projeto pretende dar continuidade aos programas de monitoria em semiologia médica.
Justificativa para Execução do Projeto:
Após o início do programa de monitoria em semiologia temos observado um crescente envolvimento docente e discente, bem como a utilização sistemática do laboratório de habilidades como cenário inovador para o processo de ensino-aprendizagem, fato que vem proporcionando participação de um número maior de componentes curriculares no mesmo. Junto ao cenário inovador, observamos também o desenvolvimento de metodologias ativas, como a simulação de baixa e médica fidelidade e avaliação de habilidades práticas através de OSCE (Objective Structured Clinical Examination) no internato em medicina clínica, igualmente fundamentais no processo de ensinoaprendizagem e especialmente importante para o desenvolvimento de atividades interprofissionais. A avaliação do estudante constitui, possivelmente, a etapa de maior relevância em todo o processo educacional. No caso específico do estudante de Medicina, a avaliação reveste-se de importância especial, visto que deve contemplar não só o conhecimento adquirido, mas também habilidades específicas e elementos de ordem afetiva, como as atitudes frente a inúmeros aspectos da prática profissional. O reconhecimento progressivo desta importância tem propiciado um grande desenvolvimento da área de Avaliação de Competências Médicas, dentro do campo geral da Educação Médica. A avaliação de competência, tem como princípios básicos a observação do desempenho do estudante em tarefas clínicas específicas executadas em pacientes, bem como o correspondente juízo de valor sobre a adequação desse desempenho. Os instrumentos devem avaliar o estudante nos níveis mais avançados da pirâmide Miller, ou seja mostrando saber como se faz, considerando sempre as habilidades clínicas, psicomotoras, a interação com o paciente, o manejo da informação, a capacidade de julgamento, síntese e decisão e a preservação de atitudes éticas. Nas últimas 3 décadas vem crescendo autilização do OSCE (Objective Strutured Clinical Examination), que avalia o desempenho do aprendiz em situações delimitadas, baseadas em um roteiro predefinido, em que há interação com paciente simulado ou recursos didáticos por meio de estações de avaliação em rodízio6. As notas são dadas pelos observadores ou pelos pacientes, por meio de checklists isolados ou combinados com conceito, como forma avaliativa mais elaborada, em que o estudante mostra o que sabe fazer frente a uma determinada situação proposta. A utilização de ferramentas que possuem uma forte característica observacional é uma tendência no ensino médico, pois permite avaliar o fazer, preferencialmente em condições reais. avaliação é uma forma de aprendizagem que deve servir como guia e suporte para solucionar as necessidades de aprendizagem do aluno e aumentar sua autoconfiança e sua habilidade de pensar sobre sua forma de aprender. Por isso, ao selecionar o método de avaliação e ao utilizá-lo, o educador deve refletir sobre que conteúdo e quais habilidades serão avaliados, com que objetivo (formativo, somativo), em que contexto e como essa avaliação pode fomentar aprendizagens futuras. As escolas médicas devem se comprometer a experimentar as diversas opções descritas na literatura, aprimorando-as e adaptando-as às características do ensino médico que desejam construir. Assim, acreditamos que este projeto será de extrema relevância para o avanço do processo avaliativo e, consequentemente, do aprendizado e adequada formação profissional. Permitirá a capacitação docente, uma vez que as estações serão programadas com a participação de docentes de diversas áreas, a interdisciplincaridade, pois envolverá docentes da área da saúde e humanas, bem como será substrato para o desenvolvimento de inúmeras pesquisas, na linha da educação das profissões de saúde, deixando a UFRN na vanguarda da educação em saúde.
A existência hoje de uma base de pesquisa em educação médica (GEPEM) permite de forma mais estruturada a integração graduação/pós-graduação em torno de novas metodologias ativas e novos cenários, deixando ainda mais robusta a necessidade do desenvolvimento do programa de monitoria e de melhoria da qualidade de ensino em questão.
Objetivos (geral e específico):
Geral
1 - Estimular o aluno quanto a docência;
2 - Promover a interdisciplinaridade no desenvolviemnto de competência dos estudantes do curso de medicina.
Específicos
1 - Estimular o trabalho interprofissional entre monitores e discentes da disciplina de IEC;
2 -Integrar componentes curriculares, como, por exemplo, semiologia médica, pneumologia e cardiologia, para discussão interdisciplinar;
3 - Ampliar e otimizar a utilização do laboratório de habilidades, utilizando simulação avançada para ensino do trabalho multiprofissional;
4 - Otimizar a integração interprofissional pelo desenvolvimento de habilidades específicas no LH;
5 - Estimular o uso das tecnologias de informação e comunicação como ferramenta de aprendizado em saúde.
Metodologia de Desenvolvimento do Projeto:
Após a seleção os novos monitores participarão de atividades de acolhimento com o objetivo de mostrar a importância da monitoria para a Instituição, situando o deiscente no contexto do projeto para o qual ele foi aprovado. Haverá um momento destinado ao conhecimento do acervo existente no laboratório de habilidade e seus potenciais, importante para ambientação destes monitores no cenário onde muitas das atividades da monitoria são desenvolvidas. Os monitores participarão de uma oficina de capacitação, momento em que haverá integração entre a equipe antecessora de monitores (que participará da organização da oficina) e a nova equipe de monitores. A partir de então, a equipe seguirá: 1º.) Estruturando as oficinas focais de capacitação docente (pediatria, medicina clínica e cirurgia), compondo um dos eixos da programação que é divulgação do laboratório e capacitação docente; 2º.) Aprofundando o treinamento em determinadas habilidades e competências, como a medida de pressão arterial, punção venosa periférica, exame ginecológico, para que possamos disponibilizar o treinamento extra-aula de tais habilidades; 3º.) Atuando de forma interdisciplinar, com integração de conteúdos dos diversos componentes curriculares, como otorrinolaringologia, módulo biológico, cardiologia, pneumologia e reumatologia, aprimorar o aprendizado dos mesmos e fortalecendo a assistência integralizada ao paciente. 4º.) Elaborando casos clínicos que servirão de base para as discussões não somente no laboratório de habilidades quanto nas avaliações da disciplina de iniciação ao exame clínico.
Avaliação:
Utilizaremos a avaliação formativa continuada, sendo possível fornecer feedback de forma individualizada aos monitores em cada atividade desenvolvida. A avaliação, principalmente de treinamento de habilidades, será feita através de check-list, que servirá também para reflexão do aluno quanto a existência de lapso de conhecimento e de suas necessidades de aprimoramento. A avaliação do programa de monitoria será realizado através de questionário semiestruturado aplicado tanto aos monitores quantos aos usuários da monitoria. Desta forma será possível analisar o grau de satisfação dos mesmos, identificar pontos positivos e fragilidades para aprimoramento tanto do programa de monitoria quanto do projeto de melhoria do ensino. Pretendemos ainda realizar grupo focal com atores e estudantes para melhor entendimento da dimensão qualitativa dos projetos.
Referências:
1 - Ministério da Educação (Brasil). Diretrizes Curriculares do Ensino Superior. Disponível em , acessado em 16/12/2008
2 - Projeto Pedagógico do Curso de Medicina da UFRN.
3 - Vukanovic-Criley, JM; Criley, S; Warde, CM. Boker,JR; Guevara-Matheus,L, Churchill, WH,. Nelson, WP; Criley, JM. Competency in Cardiac Examination Skills in Medical Students, Trainees, Physicians, and Faculty. Arch Intern Med. 2006;166:610-616
4 - Windish, DM, Price, EG, Clever, SL, Magaziner, JL, Thomas, PA. Teaching Medical Students the Important Connection between Communication and Clinical Reasoning. J Gen Intern Med 2005; 20:1108–1113
5 - Campos, J. Laboratório de habilidades e atitudes no curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina. Rede Unida, 1999(02)
6 - Tsukamoto T, Ohira Y, Noda K, Takada T, Ikusaka M. Contribution of medical history for diagnosis of simulated cases by medical students. International Journal of Medical Education 2012;3:78-82.
7 - Berman, M. Is Virtual the Same as Real? Medical Students' Experiences of a Virtual Patient. Acad. Med 2003 Vol. 78, pp. 538–545;
8 - Troncon, L.E. de A. et al. Implantação de um programa de avaliação terminal do desempenho dos graduandos para estimar a eficácia do currículo na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Rev. Assoc. Med. Bras., Jul 1999, vol.45, no.3, p.217-224.
9 - Troncon, Luiz Ernesto de Almeida. Clinical skills assessment: limitations to the introduction of an "OSCE" (Objective Structured Clinical Examination) in a traditional Brazilian medical school. Sao Paulo Med. J., Feb 2004, vol.122, no.1, p.12-17
10 - Amaral, Eliana, Domingues, Rosângela Curvo Leite and Bicudo-Zeferino, Angélica Maria Avaliando competência clínica: o método de avaliação estruturada observacional. Rev. bras. educ. med., Dez 2007, vol.31, no.3, p.287-290
Informações disponíveis em SIGAA.