Páscoa de 2018 (30/03/2018). Feriado prolongado e oportunidade para retornar à cidade natal de Agudo/Paraíso do Sul, antiga Colônia Santo Ângelo. Chance de visitar os familiares sem maiores transtornos no cotidiano, oportunidade para passear e visitar pontos turísticos e avançar na história da família.
A pretensão era de visitar o cemitério da Linha Sinimbú, identificar possíveis antepassados e colocar mais um tijolo na construção da árvore genealógica da Fernanda. Apesar de ela não compartilhar do mesmo entusiasmo que eu pelo processo de pesquisa, cansativo e de baixo rendimento, o efeito de um achado novo na pesquisa tem compensado o funesto destino do passeio. O caminho até o cemitério foi outro atrativo, pois rememoramos um pouco do lazer de anos atrás, quando passeávamos pelas estradas no interior do território dos municípios.
Chegamos ao local e poucas descobertas foram realizadas. A maioria já constava na memória oral da família. Tiramos algumas fotos e alguns dos registros realizados vão detalhados em alguma outra oportunidade. O cemitério não é grande e aparenta não ser muito antigo, pois havia poucas lápides com eventos anteriores ao ano 1900. O sol da tarde também não encorajava buscas mais aprofundadas.
Partimos antes do que o imaginado e aproveitamos para seguir pela estrada até a Linha Nery, em Paraíso do Sul, local de origem da família materna da Fernanda (Böck/Seiboth), onde ainda vivem seus tios e onde, na infância, Fernanda brincava com sua prima. O caminho até a Linha Nery revela as razões para a predileção dessas áreas pelos primeiros imigrantes: terras situadas nas encostas de morros e fontes abundantes de água corrente. Um local com paisagem muito bonita e ideal para a agricultura de subsistência. A realidade tenha sido, talvez, menos bucólica, pois os lotes distribuídos aos imigrantes foram definidos em terras não ocupadas e, portanto, as menos valorizadas e menos acessíveis (fisicamente) naquele período de 1800. O passar do tempo também não ajudou, pois o desenvolvimento se afastou das áreas de relevo mais acidentadas e ocorreu na região de várzea, ao longo da atual rodovia RST-287. A sede administrativa de Paraíso do Sul se deslocou da vila para o núcleo às margens da rodovia.
No caminho, recordei-me ter lido em algum registro de óbito sobre o sepultamento de Josef Schütz, meu tetravô, na Linha Nery, em algum lote colonial. Carreguei o registro do FamilySearch e vi que de fato era citado o cemitério Católico do Núcleo Paraíso, no lote n. 7 da Linha Nery. Josef Schütz e família constam nos registros de imigração guarnecidos pelo Acervo Histórico do Rio Grande do Sul.
Registro de óbito de Josef Schütz. Registros de óbito do cartório de Agudo. Faleceu em 31/05/1914 de causa natural aos 80 anos e 6 meses.
SCHÜTZ., José, 29, cas.; Ignez, 26, cas.; Jacob, 4; José, 2 meses, prussianos; chegada de Rio Grande neste Porto: 30/06/1862, embarcação Mauá (vapor); Destino: Santo Ângelo. Obs.: seguiram igualmente para Santo Ângelo por despacho do Excelentíssimo Senhor Presidente. Colonos espontâneos. Vieram a sua custa no navio Anna. Seguiram para Santo Ângelo 12/07 com subsídio e transporte. Reg. 6684-6687, fl. 224. Povoadores do RS 1857-1863. AHRS C-234.
O registro de imigrantes foi compilado no livro Povoadores do RS 1857-1863, disponível para aquisição no site GenealogiaRS. Outra importante fonte é o caderno de registro de imigrantes da colônia Santo Ângelo, mantido pelo Barão Von Kalden, disponível para consulta no FamilySearch, pois foi microfilmado do Acervo do Arquivo Histórico do RS.
A princípio, não tínhamos ciência de nenhum cemitério católico na Linha Nery, assim como os moradores locais também não, ao menos o pessoal que questionamos ao longo do caminho. Tampouco, na época, tínhamos os mapas da Colônia Santo Ângelo à disposição, o que mais tarde motivou-me a digitalizá-los e georreferenciá-los. Avançamos pela estrada tentando avistar algum cemitério, mas de fato, nada. Paramos em uma entrada de propriedade para fazer o retorno com o carro, mas continuamos mais alguns metros em busca de melhores condições para a manobra. Acabamos encontrando uma propriedade à beira da estrada, na qual o morador, o Sr. Seibert, logo reconheceu a Fernanda. Questionamos sobre a existência de algum cemitério católico e sobre o eventual local de antiga moradia da família Schütz. Foi então que o Sr. Seibert relatou que em terras vizinhas havia sim um antigo cemitério e que seu avô contava sobre os Schütz de antigamente. Infelizmente ele relatou que o cemitério estava abandonado e em meio a um matagal, mas que se localizava na propriedade vizinha.
Agradecemos as informações e partimos em busca da casa do vizinho, o Sr. De Lara, justamente situada na primeira entrada na qual havíamos parado para realizar o retorno com o carro. Coincidência. Todavia, os moradores não estavam. Frustrados, decidimos olhar em volta e tampouco identificamos algum matagal que pudesse esconder o que procurávamos. Também não seria correto percorrer propriedade alheia sem consentimento. Resolvemos então tentar a próxima entrada da estrada e nos deparamos com uma reunião familiar. Nos apresentamos e perguntamos se alguém tinha conhecimento de algum cemitério abandonado da família Schütz. Um dos senhores, o Sr. Pfeifer, comentou que a sua propriedade era lindeira a um mato onde havia algumas sepulturas muito antigas, mas não sabia informar de que família eram.
Muito atencioso e disposto, o Sr. Pfeifer nos levou até o local. Achamos umas 3 lápides muito antigas, em meio a árvores e um matagal. As lápides eram esculpidas em arenito, com inscrições em alemão e, para minha surpresa, com adornos em metal muito bem acabados. O Sr. Pfeifer se despediu e continuamos por ali averiguando. Gastamos algum tempo limpando a área com as mãos, quando descobrimos mais lápides encobertas pela vegetação, algumas já quebradas e muito deterioradas pelo tempo.
A despeito do estado, foi possível ler que de fato se tratava da família Schütz! Via-se os nomes de Oswald Schütz, Veronika Schütz e Leopold Claudio Rockenbach.
Nasceu em 28/05/1893 e faleceu 24/09/1895 de "tosse convulsa", segundo o registro de óbito. Filho de Miguel Schütz e Adelaide Nether (meus trisavós). Neto de Josef Schütz/Agnes Schmidt e Júlio Nether/Catharina Müller.
Veronika Schütz é filha de Josef Schütz e Agnes Schmidt, casada com Jacob Mayer, proprietário do lote 8 da Linha Nery, vizinho da família Schütz, situada no lote 7. Nasceu em 1869 e faleceu em 28/06/1895. O registro de óbito consigna que Veronika faleceu em decorrência do parto.
Werlang (1997), pg. 117, registra a seguinte passagem sobre a família de Nicolão Rockenbach: "Católico fervoroso, participou da organização da comunidade católica da colônia, juntamente com sua família. Como não existia uma igreja constituída, frequentava os atos religiosos no templo particular de Josef Schütz, localizado na linha Nery número 6, tendo ali sepultado um de seus filhos pequenos." O filho referido é Leopoldo Claudio Rockenbach, nascido em 1906 e falecido em 1907.
Outra curiosidade é que Nicolão Rockenbach instalou-se no lote colonial 9 da Linha Teutônia, situado a oeste do morro da Figueira, que divide Agudo de Paraíso do Sul. A leste do morro, fica a Linha Nery.
Uma das lápides caídas possuía longo texto em alemão do que na hora não conseguimos ler, pois estava impregnada de terra. Como não fomos preparados para um serviço de arqueologia, não conseguimos limpar a pedra de arenito a ponto de torná-la legível.
Outra lápide estava quebrada em duas partes. Juntando as peças, pode-se ler claramente o nome de Agnes Schmidt, esposa de Josef Schütz. Mais tarde, já com a análise da fotografia da outra lápide no computador, confirmamos que se tratava de Josef.
Fotografamos o que conseguimos e deixamos o material como estava. Foi uma grande alegria termos encontrado daquela forma quase acidental o local onde viveram e foram sepultados os primeiros imigrantes Schütz da minha família no Brasil. Da mesma forma, a sensação de tristeza ficou por conta do estado em que o local estava. O abandono é de mais de 20 anos, com certeza, uma vez que a vegetação cobria grande parte do cemitério. A vontade foi de carregar conosco todas as peças de inestimável valor histórico, mas o último desejo daqueles que ali escolheram ser sepultados não poderia ser desconsiderado, mesmo que o fluxo dos anos tenha deixado esse pessoal apagado da memória dos que hoje estão vivos. Dessa maneira, em homenagem a estes antepassados, e como maneira de rememorar a vida dessas pessoas, resolvi escrever um pouco sobre elas para que os demais saibam de sua passagem por aqui e que o seu legado continua. Afinal, a família Schütz é volumosa e com certeza há inúmeros descendentes de Josef e Agnes pelo mundo.
Talvez algum dia se reconstruam as lápides em outro local, ou mesmo se incluam estas em algum museu da imigração, o que seria preservar um pouco da rica história da colonização do Brasil e da imigração alemã para a América do Sul.
Deixamos o local cansados e extasiados pela descoberta. Tentamos novamente visitar o Sr. De Lara, proprietário das terras onde o cemitério se encontrava, mas a morada continuava vazia. Retornamos ao carro, mas avistamos outro cemitério a poucos metros da estrada. Este já bem mais conservado e, para nossa surpresa, local de sepultamento de Augusta Blondina Bock e Adolfo Seiboth, trisavós de Fernanda. Coincidência.
Resolvemos retornar para Paraíso do Sul realizando o caminho pela Vila Paraíso. No caminho, paramos em mais um cemitério, o da Vila Paraíso, para aproveitar e talvez esbarrar com mais alguns dados genealógicos. Não achamos muitos, além dos que já tínhamos conhecimento. No entanto, encontramos o casal Adriana Holthausen e Paulo Schulz, moradores da Vila Paraíso. Paulo divide o ramo Schulz com Fernanda, pois Melida Schulz, tia de Paulo, se casou com Gustavo Seiboth, filho de Adolfo e Blondina cujas lápides encontramos mais cedo. Mais uma coincidência.
Adriana também realiza pesquisas genealógicas e conversamos um pouco. Hoje refletindo, o local é pouco ortodoxo para fazer amizades e conversar com pessoas, o que talvez vire assunto com algum psicanalista no futuro. Apesar disso, Adriana comentou pesquisar sobre a família Schulz e trocamos mais alguns dados pela internet ao longo de 2018. Poucos meses mais tarde, Adriana iniciou uma página no Facebook (Vila Paraíso História e Fotos) com fotografias antigas da Vila Paraíso, a qual tem resgatado a história do local. Excelente trabalho que gostaria de ver para a região de Agudo também.
Retornamos para Agudo já no fim da tarde. Ao colocar as ideias em ordem e averiguar, no Google Maps, o local em que realizamos todos aqueles coincidentes achados, constatamos que se situa a poucos metros de onde a Fernanda costumava brincar e onde hoje moram seus tios. A mãe de Fernanda, após relatarmos os achados, mencionou que recorda do local, pois também brincava por essa área na infância. Mais coincidências.
Nesse dia ficamos intrigados de como o meu passado e o da Fernanda se relacionam. Os mais espiritualizados diriam que se trata de mais do que um conjunto de coincidências. Talvez alguma força guiou a nossa aventura. Sou cético, mas assumo a minha ignorância para essas questões.
Enfim, muitas coincidências para um despretensioso passeio pelo interior de Paraíso do Sul.
Agosto/2018
A análise posterior da lápide de Josef Schütz revelou um texto rico em detalhes, datas e locais. Inicialmente, o registro de entrada de Josef e família na colônia Santo Ângelo (citado acima) indicava que eles teriam vindo da Europa para a região central do RS em 1862. A despeito disso, não encontrei registros de imigração do Porto de Hamburgo no ano de 1862. Isso não representa muita coisa, pois outros portos europeus despacharam imigrantes também, como o da Antuérpia, o qual não tem listas digitalizadas (que eu saiba). No entanto, a lápide deu nova direção às pesquisas.
Após trabalhar a fotografia da lápide em editor de imagens, consegui desvendar boa parcela do texto esculpido no arenito. O texto em Alemão e vocabulário da época dificultaram a compreensão, o que motivou o pedido de ajuda no grupo GenealogiaRS no Facebook. O auxílio veio de Jaime Jung.
Hir Rut in Gott
DE########DEM JOSEF SHÜTZ AUS EHRENBREITSTEIN BEI KOBLEZ AM REINE DAWOHIN UND MOSEL ZUSAMEN MÜNDET. EINGEWANDERT 18?? DEN 24 DEZEMBER # PORTO ALEGRE. VEREHELICHT 1857 S. LEOPOLDO WOHN HABT THEEWALD 1868 ERSTE BEWOHNER VON HIR GRUNDER DE KAPELE. GEBOHREN A. 1 DEZEMBER 1833. GESTORBEN A. 31 D. MAI 1914. DER WAHRHEIT DIE EHRE. DER HIR RUHENDE LERTE 53 JAHRE INFRIDLIGHER EHE LEIDER WURDE DIE GOLDEN HOCHZEIT NICHT GEFEIERT DA BISCHOF GLAUDIO DEI EINWEIHUNG DERKAPELE NICHT L##AUBTE AUS NICHTIGEN GRUNDE#.
MEMENTO MORI
SIRUHE IN FRIDEN
AMEN
Aqui descansa em Deus o *** (Leibe? corpo) de Josef Schütz, de Ehrenbreitstein, junto a Koblenz no Reno, lá onde o Reno e o Mosela se juntam. Emigrado em 24 de dezembro de18** em Porto Alegre. Casado em 1857 (?) em São Leopoldo. Morador de Teewald. Em 1868, (foi o) primeiro morador daqui. Fundador da capela. Nascido a 01 de dezembro de 1833. Falecido a 31 de maio de 1914. A verdade seja honrada/Seja dada honra à verdade. Este que aqui descansa viveu por 53(?) anos em matrimônio pacífico. Infelizmente, as Bodas de Ouro não foram comemoradas, pois o Bispo Cláudio/Gláudio não permitiu a inauguração da capela, por motivos irrelevantes. Memento mori (lembre-se da morte/lembre-se de que vai morrer). Descanse em paz. Amém.
O conteúdo da lápide redirecionou as buscas pela passagem da família Schütz e Schmidt por São Leopoldo. A lápide era clara ao citar Teewald, como ficou conhecido a atual região do município de Santa Maria do Herval/RS. Ademais, citava-se que Josef veio da região de Coblenz, Ehrenbreitstein, onde de fato o rio Mosela e o Reno se juntam, na Alemanha, no estado da Renânia-Palatinado (Rheinland-Pfalz). A ano da imigração não fica claro, apenas o dia e o mês (24/12). Já a data e o local do casamento com Agnes Schmidt, 1857 em São Leopoldo, e a menção de que em 1868 foi o primeiro morador da região da linha Nery, comprova que Josef Schütz e Agnes viveram, no mínimo, 10 anos na colônia São Leopoldo.
Em busca de maiores detalhes da família Schütz e Schmidt em São Leopoldo, iniciei as buscas por registros nessa região. Deparei me com alguns registros de outros usuários do próprio FamilySearch que davam Agnes Schmidt como filha de Franz Schmidt e Anna Maria Braun, família que se estabeleceu na região de São Leopoldo/RS. Solicitei ajuda a Diego de Leão Pufal, que me encaminhou a seguinte relação e confirmou os indícios.
- FRANZ Schmidt, nasceu em 1799, agricultor, católico, chegou com a esposa e 5 filhos em São Leopoldo a 3-9-1847. Anna Maria Braun, esposa, nasceu em 1806. Filhos: 1 - Agnes, filha, nascida em 1836, casada a 22-5-1857 em Dois Irmãos com Josef Schütz, filho de Peter S. e Maria. 2 - Anna Maria, filha, nascida em 1837, casada a 16/8/1856 em Dois Irmãos com Johannes Dilken. 3 - Johannes, nascido em 1840 em Langscheid, casado a 19/10/1862 em Dois Irmãos com Maria Schuh 4 - Eva, filha, nascida em 1846 5 - Elisabeth, filha, nascida em 1846, gêmea de Eva, casada a 23/11/1869 em Dois Irmãos com Peter Schneider.Também encontrei o registro de entrada da família Schmidt no RS, no qual é consignado que eram católicos. Com mais algumas buscas, seguindo as dicas de Diego, localizei o registro de casamento de Josef Schütz e Agnes Schmidt, em 1857, nos registros da igreja em Dois Irmãos. A leitura dos dados não é fácil, mas reforça o dado de que Josef é filho de Peter Schütz e Maria (sem indicação do sobrenome de solteira, que posteriormente decobri ser Geisler). No registro, Josef é mencionado como Peter, e Agnes é citada como Ignez. Talvez um problema na transcrição ou dificuldade de comunicação em razão da língua alemã.
Registro de casamento de Josef Schütz e Agnes Schmidt, Igreja Católica Nossa Senhora da Conceição, São Leopoldo. Fonte.
Apesar das divergências nos nomes, os eventos convergem para a inscrição da lápide de Josef que era católico, tendo inclusive relatado a sua insatisfação por não ter inaugurado uma capela, por ele fundada, na Linha Nery. Dos dados extraídos de Werlang (1997), conclui-se que Josef estava à frente de celebrações religiosas católicas na colônia Santo Ângelo e lutou para fundar uma capela ou igreja. É citado o Bispo Cláudio na lápide, que de fato esteve no comando da igreja católica no Rio Grande do Sul (D. Cláudio José Gonçalves Ponce de León), em razão de esse não ter autorizado (sem motivo relevante) a inauguração da capela. O registro de óbito consigna que Josef Schütz faleceu após a sua esposa, aos 80 anos e 6 meses.
Josef Schütz revelou em algumas oportunidades ter estudo, pois encaminhou diversas notas de falecimento e agradecimento ao jornal na colônia de São Leopoldo. Graças ao trabalho publicado pelo acervo Benno Lermenn (Instituto Anchietano de Pesquisas - UNISINOS), foi possível localizar diversas notas assinadas por Josef, nas quais é contado um pouco mais sobre a história da família Schütz no Brasil e na Alemanha. Provavelmente Josef encaminhava as notas à Colônia São Leopoldo, pois foi onde parentes de Agnes Schmidt, sua esposa, permaneceram vivendo. Apesar de o material disponibilizado no acervo não citar a fonte específica de cada nota, provavelmente foi extraída do jornal leopoldense Deutsches Volksblatt, fonte da maioria dos documentos minerados pelo pesquisador Benno Lermenn.
A lápide de Agnes Schmidt, não tem tantos detalhes, pois estava quebrada e não foi possível, naquele momento, juntar todas as peças. Mesmo assim, depreende-se que Agnes nasceu em Langschaid bei Oberwesel am R(h)eine, RGBZ (Regierungsbezirk) Koblenz , região da Renânia-Palatinado, Alemanha. Os demais dados conferem com os de Josef, como o casamento em 1857 e a imigração para a Colônia Santo Ângelo em 1868.
Agnes Schmidt faleceu em 10/11/1910 em decorrência de vólvulo, sem assistência médica, aos 74 anos, 4 meses e 17 dias. Nasceu, em 24/01/1836. Os dados são do registro de óbito do cartório de Agudo/RS.
Ainda com apoio das informações do grupo GenealogiaRS, contribuição de Dieter Loyo, e do Fórum Ahnenforschung, foi possível encontrar mais ascendentes de Agnes (Familienbuch Perscheid).
Agnes era fruto do 2º casamento (8/1/1832) de Franz Schmidt (*11/08/1799) com Anna Maria Braun (*11.12.1807). A primeira esposa de Franz, Catharina Elisabeth Schmidt, faleceu em 29/3/1831.
Franz, por sua vez, era o 3º de 5 filhos do casal Johann Schmitt (*19/07/1769) e (casamento em 11/02/1793) Anna Catharina Denner (* 06/09/1765).
Johann era o 2º de 4 filhos do casal Johann Schmidt e (casamento em 12/02/1764) Magdalena Eva Licht (+ 3.5.1776).
Anna Catharina Denner era a 2º de 9 filhos do casal Johann Denner (casamento em 16/02/1762) com Maria Helene Vogel (+1742).
Anna Maria Braun era a 2º de 10 filhos do casal Heinrich Braun (*09/08/1772, +02/10/1843) (casamento em 18/06/1805, Langscheid) com Maria Agnes Simon (+18/11/1854)
Heinrich Braun era o 4º de 5 filhos do casal Peter Braun (*06/06/1722) (casamento em 1766) e Anna Maria Vogel.
Peter Braun era o 3º de 10 filhos do casal Peter Braun (casamento em 1717 Langscheid) e Anna Maria Jäckels (+ 4.3.1760).
A influência da religião católica na vida de Josef Schütz provavelmente tinha relação com o seu tio, Carl Schütz. Segundo a nota de falecimento de Carl, o mesmo viveu na Alemanha onde foi padre em diferentes locais no bispado de Trier. A nota foi publicada por Josef Schütz no jornal Deutsche Volskblatt de São Leopoldo, apesar de Carl nunca ter vivido no Brasil. Da nota de falecimento de Agnes Schmidt, também se confirma a frustrada empreitada dela e seu marido em ver consolidado um núcleo católico na ex-Colônia Santo Ângelo, região fortemente influenciada pela religião luterana. Na nota, Josef cita que a primeira missa na capela edificada pelo casal foi a missa fúnebre da fundadora, Agnes. O documento também refere que a fundação da capela teria sido uma promessa do Bispo auxiliar da Serra, D. Pimenta. Esse dado, em conjunto com a informação da lápide de Josef Schütz, confirma que a cúpula da igreja católica (Bispo D. Cláudio) vetou a oficialização da capela de Josef e Agnes, sem fundamento razoável (no pensamento de Josef).
A nota de falecimento de Carl Schütz também permitiu descobrir a filiação de Josef Schütz. Segundo dados guarnecidos pelo Bispado de Trier, Josef Schütz era o 4º de 10 filhos do casal Peter Schütz (*11.10.1800 em Ehrenbreitstein) e Maria Geisler. Peter, o pai de Josef e irmão de Carl (padre), é registrado com a ocupação de vidraceiro (Glasermeister ou "fenestrarius").
Peter e Carl eram o 4º e o 9º de 10 filhos, respectivamente, do casal Nikolaus Schütz e Dorothea Friedrich (casamento em Ehrenbreitstein em 09/08/1791).
Os registros do cartório permitem concluir que Josef e Agnes tiveram uma grande família, conforme a compilação abaixo realizada. Há grandes lacunas nesse trabalho, de modo que se alguém souber de mais dados e puder contribuir para ampliá-los, serei muito grato. O meu e-mail de contato é fabiobeling@gmail.com.
Josef Schütz, nascido em 01/12/1833, falecimento em 31/05/1914, casamento em 22/05/1857 com Agnes Schmidt, nascida em 23/02/1836, falecida em 10/11/1910.
Filhos:
2 - Egídio Schütz, nascido em 16/05/1863, casado com Maria Luiza Werberich, nascida em 07/02/1864.
Filhos:
5 - Verônika Schütz, nascida em 1869, falecida em 28/06/1895, casada com Jacob Mayer.
6 - Dorothea Schütz, nascida em 13/10/1871, casada com João Pedro Rockenbach;
Dados dessa linhagem (7.1 e 7.1a) informados por Pablo Marques. Contato: pablomarques1703@gmail.com.
Casal Adelaide Nether e Miguel Schütz
Fonte: Waldir Schütz.Casal Anna Friedrich e Peter Schütz
Emma Drews
Fonte: Leonardo SchützJacob Schütz
Fonte: Leonardo SchützEdwaldo Schütz e Adela Friedrich
Fonte: Sandra WeiseRobert Schütz
Arnhold Anton Schütz
Casal Leonora Schütz e Basílio Mann
Ana Magdalena Schütz
Da esquerda para a direita: Arno Schütz, Ana Magdalena Schütz, Arlindo Schütz, Arnhold Anton Schütz e Olívia Schütz.
Adelaide Nether Schütz e filhos. Da esquerda para a direita: Arnhold Anton Schütz, Adelaide Nether e Adelina Maria Schütz. Acima: Floriano Adolfo Schütz, Antônio Joaquim Schütz, João Affonso Theodoro Schütz.
Da esquerda para a direita: Arlinda Mann e Werno Becker, Celly Mann e Arlindo Schütz (noivos), Arno Schütz e Olívia Schütz. Casamento em 1958.
Festa de casamento de Celly Mann e Arlindo Schütz em 1958. Casa situada na Linha Cel. Tamarindo em Agudo/RS.
Da esquerda para a direita: Arno Schütz, Olívia Schütz e Arlindo Schütz.
Festa na residência de Arlindo Schütz (extrema direita, embaixo). Canto superior direito: Arno Schütz.
Residência de Arlindo Schütz e Celly Mann. Da esquerda para a direita: Arlindo Schütz, Ildo Beling, Luci Odete Schütz, Liane Renete Schütz (com o gato) e Celly Mann.
Da direita para a esquerda, de baixo para cima: Fábio Alex Beling, Liane Schütz Bartz, Celly Mann Schütz (viúva de Arlindo Schütz), Luci Odete Schütz Beling, Fernanda Dione Kemmerich, Luana Aline Beling, Leila Bartz, Ingo Bartz, Ildo Beling.