Post date: Apr 25, 2017 11:46:55 PM
Evolução histórica da psiquiatria e da saúde mental.
A população que sofre de algum transtorno mental é reconhecida como uma das mais excluídas socialmente. Este trabalho faz um resgate histórico das políticas em saúde mental no Brasil. Mostra o longo percurso da Reforma Psiquiátrica e as mudanças na regulamentação e nas formas de atendimento ao portador de transtorno mental, que adotam atualmente os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS como dispositivos estratégicos para a organização da rede de atenção em saúde mental o que possibilitou a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país, mas que ainda enfrentam grandes dificuldades em suas implementações e atuações.
Prioriza o atendimento psicossocial em meio comunitário, tirando o privilegio dos manicômios como única forma de tratamento. São enfatizadas também as dificuldades enfrentadas na consolidação dessas políticas e as novas formas de cuidado ofertadas ao portador de transtorno mental. Antes do século XIX não havia o conceito de doença mental nem uma divisão entre razão e loucura. O trajeto histórico do Renascimento até a atualidade tem o sentido da progressiva separação e exclusão da loucura do seio das experiências sociais.
Reforma Psiquiátrica no Brasil.
A Reforma Psiquiátrica pretende construir um novo estatuto social para o doente mental, que lhe garanta cidadania, o respeito a seus direitos e sua individualidade, promovendo sua cidadania, inclusos aí não só seus direitos como seus deveres como cidadão. A proposta da reforma psiquiátrica é a desativação gradual dos manicômios, para que aqueles que sofrem de transtornos mentais possam conviver livremente na sociedade.
A rede territorial de serviços proposta na Reforma Psiquiátrica inclui centros de atenção psicossocial (CAPS), centros de convivência e cultura assistidos, cooperativas de trabalho protegido, oficinas de geração de renda e residências terapêuticas, descentralizando e territorializando o atendimento em saúde, conforme previsto na Lei Federal que institui o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Esta rede substituiria o modelo arcaico dos manicômios do Brasil.
Políticas de saúde mental no Brasil.
A internação de pessoas portadoras de transtornos mentais no Brasil remonta à metade do Século XIX. Desde então, atenção aos portadores de transtornos mentais foi quase sinônimo de internação em hospitais psiquiátricos especializados. A partir dos anos 70, têm início experiências de transformação da assistência, pautadas no começo pela reforma intramuros das instituições psiquiátricas (comunidades terapêuticas) e mais tarde pela proposição de um modelo centrado na comunidade e substitutivo ao modelo do hospital especializado.
Com a proclamação da Constituição, em 1988, cria-se o Sistema Único de Saúde (SUS) e são estabelecidas as condições institucionais para a implantação de novas políticas de saúde, entre as quais a de saúde mental.
O Governo brasileiro tem como objetivo reduzir progressivamente os leitos psiquiátricos, qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar – Centros de Atenção Psicossocial, Serviços Residenciais Terapêuticos e Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais, incluir as ações da saúde mental na atenção básica, programar uma política de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, promoverem direitos de usuários e familiares incentivando a participação no cuidado, garantir tratamento digno e de qualidade ao louco infrator, avaliar continuamente todos os hospitais psiquiátricos por meio do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares.
Centro de Atenção Psicossocial – CAPS.
Os CAPS possuem caráter aberto e comunitário, dotados de equipes multiprofissionais e transdisciplinares, realizando atendimento a usuários com transtornos mentais graves e persistentes, a pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais em geral sem excluir aqueles decorrentes do uso de crack álcool ou outras drogas. Seu público específico são os adultos, mas também podem atender crianças e adolescentes, desde que observadas às orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Introdução aos Transtornos mentais / Síndromes ansiosas.
As síndromes ansiosas são ordenadas em dois grandes grupos: ansiedade generalizada e crises de pânico. Na ansiedade generalizada à pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, nervosa ou irritada. São freqüentes sintomas como insônia, dificuldade em relaxar, angústia constante, irritabilidade aumentada e dificuldade em concentrar-se. As crises de pânico ocorrem sintomas como, taquicardia, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, formigamentos em membros. A síndrome do pânico pode ou não ser acompanhada de agorafobia, ou seja, fobia de lugares amplos e aglomerações.
Síndromes Depressivas.
As síndromes depressivas têm como elementos o humor triste e o desânimo. Podem estar presentes, em formas graves de depressão, sintomas psicóticos marcantes, alteração psicomotora e fenômenos biológicos associados. Alguns dos seus sintomas afetivos são: tristeza, sentimento de melancolia, sentimento de tédio, de aborrecimento crônico, irritabilidade aumentada, angústia ou ansiedade, desespero e desesperança.
Síndromes Maníacas.
A atitude geral do paciente é alegre, brincalhona ou irritada, arrogante. Alguns dos seus sintomas são: irritabilidade, arrogância, distraibilidade, insônia.
Síndromes Neuróticas.
As principais síndromes neuróticas podem ser descritas e classificadas em: síndromes fóbicas, obsessivo-compulsivas, histéricas, hipocondríacas e neurastênicas.
Síndromes Psicóticas.
Caracterizam-se por sintomas típicos como alucinações e delírios, pensamento desorganizado e comportamento claramente bizarro, como fala e risos sem nenhum motivo.
Agitação e Lentificação Psicomotoras.
Observam-se acentuada aceleração da esfera motora, aumento da excitabilidade e, além disso, o paciente anda de um lado para outro, gesticula, demonstrando inquietação constante, sintomas com, logorréia, insônia, irritabilidade, hostilidade e agressividade.
Marithana de Queiroz Santos - Sétimo Período de enfermagem Unesulbahia