RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II CAPS II - IOHANNA RAIZA MONTEIRO LIMA

Post date: May 2, 2018 2:08:22 AM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

IOHANNA RAIZA MONTEIRO LIMA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

CAPS II

EUNÁPOLIS-BA

2017

IOHANNA RAIZA MONTEIRO LIMA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

CAPS II

Relatório de Estágio Supervisionado II apresentado ao curso de Enfermagem, das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, sob a orientação do professor Diego da Rosa Leal.

EUNÁPOLIS/BA

2017

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 RELATÓRIO DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 5

3 CONCLUSÃO 9

4 REFERÊNCIAS .............................................................................................10


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1 INTRODUÇÃO


O presente relatório tem por finalidade apresentar meu desenvolvimento no Estágio Supervisionado II do curso de Enfermagem e descrever minhas atividades desempenhadas no CAPS II, situado na Rua Alfredo Borges, S/N, bairro Cambolo, Porto Seguro-BA, 45810-000.

O estágio teve início no dia 03 de agosto de 2017 até o dia 21 de setembro de 2017, totalizando 06 encontros, com um grupo de 05 pessoas, sob supervisão do Prof. Enf. Diego da Rosa Leal.


O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), é um serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), comunitário, aberto ao público, um serviço de referência que tem como objetivo o tratamento de indivíduos com transtornos mentais, muitas vezes conciliada ao uso de álcool e outras drogas. Seu problema deve justificar sua permanência no serviço, e a frequência vai depender do quadro clínico de cada um (BRASIL, 2015).

Dentre suas atribuições, além de prestar o serviço para seu público alvo, o CAPS tem o importante papel de organizar a rede de serviços da saúde mental do seu território, sendo de suma importância a articulação da rede para uma atenção em saúde integral e humanizada. Esses trabalhos, irão facilitar o acompanhamento terapêutico e a reinserção social desses usuários, além de fortalecer laços familiares e comunitários (BRASIL, 2015).

Cada aluna, ficou responsável por um projeto do trabalho Defensores do Sus, criado pelo professor Diego da Rosa Leal, totalizando em 15 Linhas de ação. Também foi designado cada uma ficar com um paciente, estudar o prontuário e acompanhá-lo nos dias que estávamos lá, para elaboração de um projeto terapêutico singular. O meu projeto é o de número 3, Educação popular em saúde, e eu consegui fazê-lo acontecer de várias maneiras, desde uma conversa simples com a minha paciente, até a execução do meu projeto junto a oficina de artesanatos.

2 RELATÓRIO DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

No primeiro momento de estágio no CAPS II, conhecemos toda a estrutura física do local, sua função, equipe de trabalho. Conversamos sobre nossos projetos e o que tínhamos como objetivos para aplicar no serviço. Após isso, tivemos uma conversa com a psicóloga Isis, que nos recebeu de braços abertos, junto aos nossos projetos. Além das nossas ações com os projetos Defensores do Sus, cada uma de nós, tínhamos o compromisso de se responsável por um paciente, onde tivemos acesso aos prontuários para estudo e acompanhamento, a partir daquele dia até nosso último dia de estágio.

Minha escolha como distúrbio psíquico foi a Esquizofrenia, que é um dos distúrbios mentais graves, sem sintomas patognomônicos, mas caracterizado por distorções do pensamento e da percepção, ocasionado por inadequação e embotamento do afeto sem prejuízo da capacidade intelectual, embora possa aparecer prejuízos cognitivos com o passar do tempo. Para confirmar diagnóstico, é importante a ocorrência de uma perturbação das funções que dão à pessoa normal um senso de individualidade, de unicidade e de direção de si mesmo (BRASIL, 2013).

O portador dessa patologia, tem a sensação que seus pensamentos, sentimentos e atos mais íntimos são sentidos ou partilhados por outras pessoas. Podendo desenvolver delírios explicativos de que forças externas influenciam seus pensamentos e ações, na maioria das vezes bizarras. Além disso, o paciente pode apresentar pensamento vago e obscuro, com humor superficial ou incongruente, acompanhado frequentemente de inércia, negativismo ou estupor (BRASIL, 2013).

Com isso, o prontuário da paciente que eu acompanhei, M. A. G, apresentava diagnóstico de esquizofrenia, F20, seguido de vulnerabilidade social. Conheci a sua história através do prontuário, pois a mesma não compareceu ao CAPS no dia.

M. A. G, é uma mulher de 43 anos, natural de Ibicarai-BA, portadora de esquizofrenia. A mesma veio do Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, em Salvador-BA, e seu quadro é grave. Possui histórico de delírios frequentes, rejeição ao uso das medicações, tentativa de suicídio, surtos psicóticos, torturas a filha, destruição de eletrodomésticos ateando fogo. Há cerca de 8 anos, vivia com um rapaz, e antes da separação, o trabalhava com avon, só que como não fazia uso da medicação, começou a mudar de comportamento.

Atualmente a paciente se encontra na cidade de Porto Seguro-BA, residindo na casa de um dos seus irmãos, responsável pela mesma. Na casa reside sua cunhada mais uma sobrinha, seu irmão estava desempregado, e a situação estava muito difícil, pois a paciente deixou de receber auxilio do governo (bolsa família) por falta de assiduidade nos serviços. A paciente está sem seus documentos, pois também destruiu, mas conversando com a diretora do serviço, fiquei sabendo que já estão providenciando solucionar essa questão.

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A frequência da usuária no serviço é de duas vezes na semana, mas dificilmente ela ia na quinta-feira, que é o dia que nos encontraríamos. Estiva uma única vez com ela, e pude perceber que ela é uma paciente retraída, tímida, mas muito observadora. Na nossa conversa, ela me passou que está fazendo uso das medicações corretamente, que mora um pouco longe do serviço, e que queria muito conseguir o passe livre, para ter acesso ao ônibus como forma de transporte para ao CAPS. Além disso, me relatou coisas que gosta de fazer, como ouvir música e encher as bonecas de espuma, na oficina de artesanato.

No dia que tivemos esse único contato, além da comunicação terapêutica aplicada na conversa que tive com ela, elaborei junto ao meu grupo, uma de nossas dinâmicas diárias no serviço, onde fizemos uma dinâmica esportiva, como uma série de atividades. A paciente acompanhada por mim, participou, e se divertiu muito, conseguindo até arrancar sorrisos dela.

Realizei a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), baseado no prontuário e no único contato que tive com a usuária, e obtive os possíveis diagnóstico para seu quadro. Sendo eles: Campo de energia perturbado, Falta de adesão e Risco de tensão do cuidador. De acordo com os diagnósticos encontrados, segue as intervenções e implementações respectivamente.

Campo de energia perturbado: Rever a situação atual e as preocupações do cliente, utilizar técnicas de comunicação terapêutica oferecer a oportunidade de conversar sobre sua condição, seu estado emocional; recomendar a prática ininterrupta do processo terapêutico, ensinar atividades de redução do estresse, conversas sobre a importância de incorporar essas técnicas ao plano de atividades diárias, para manter e/ou ampliar a sensação de bem-estar; estimular a participação em um grupo de apoio.

Falta de adesão: Determinar o motivo da modificação ou da negligência do regime terapêutico ou das instruções terapêuticas, bem como as ausências no serviço; ouvir atentamente as queixas e os comentários do cliente; avaliar o nível de ansiedade, a presença do sentimento de impotência; avaliar o significado psicológico do comportamento; avaliar a disponibilidade e a utilização dos sistemas de apoio e dos recursos disponíveis; estabelecer um contrato com o cliente no sentido de assegurar sua participação na assistência; assegurar a continuidade da assistência dentro e fora do serviço de saúde, inclusive com planejamento de longo prazo.

Risco de tensão do cuidador: Determinar o regime terapêutico e as condições físicas e mentais do indivíduo, que está sendo cuidado, para determinar as áreas de carência potencial; avaliar a saúde física e emocional e o estágio do desenvolvimento, bem como as responsabilidades adicionais do cuidador; avaliar a segurança do cuidador e/ou do indivíduo que recebe os cuidados; promover uma reunião de família, conforme a necessidade; designar um profissional para contato ou referência do caso, conforme a necessidade, para coordenar os cuidados, oferecer apoio e ajudar a resolver problemas; fornecer informações e/ou demonstrar técnicas para lidar com comportamentos agressivos/violentos ou descontrolados; estimular a participação do cuidador ou de outras pessoas significativas nos grupos de apoio específicos.

Ao decorrer dos dias no CAPS II, trabalhamos a espiritualidade, utilizamos toque terapêutico, além de técnicas de relaxamento, como o Reiki, que é uma técnica japonesa para redução do estresse e relaxamento que promove a cura. Uma prática espiritual, é transmitido através da imposição de mãos, e baseia-se na ideia de que uma energia vital invisível flui através de nós.

Nossos trabalhos eram realizados diariamente, todas as quintas-feiras junto ao líder do dia, dinâmicas e/ou rodas de conversas, com objetivo de interação e desenvolvimento de atividades com finalidades de apoio, reforçar o papel da equipe multidisciplinar do CAPS, importância do trabalho em equipe, formas de lidar com os obstáculos, recuperar e ter novos sonhos. Dentre as atividades, jogamos partida de futebol com os usuários e também realizamos uma gincana.

Apesar do pouco contato que tive com a usuária que estava sob a minha responsabilidade, tentei de todas as formas ajudar os outros e participar dos acompanhamentos realizados pelas minhas colegas. Durante as atividades, rodas de conversas, pude conhecer a realidade de cada um e aplicar os meus conhecimentos teóricos-científicos na prática.

.3 CONCLUSÃO

O período de estágio é um momento fundamental na vida de um acadêmico, tendo uma grande importância no processo de formação profissional, pois nos possibilita vivenciar o que foi aprendido teoricamente na faculdade. Com isso, esse estágio no CAPS II, junto com o CAPS AD, onde realizamos algumas atividades, foram de grande valia para minha bagagem acadêmica, possibilitando obter conhecimentos através de um aprendizado técnico e humano, com o objetivo de aplicar os meus conhecimentos teóricos adquiridos na graduação.

Por meio dele pude perceber a importância do projeto terapêutico singular na vida desses usuários, junto com os 15 projetos criados pelos Prof Enf Diego Leal, que tem em mãos um papel muito importante, com foco na organização e qualificação dos serviços. Durante esse período, tive oportunidade de conviver com diversas situações que me serviram e servirão como aprendizagem e experiência, e que eu levarei para minha vida, pois contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional.

O enfermeiro do CAPS, junto com toda equipe multidisciplinar, tem um grande e árduo papel nesse serviço, visto que o é um serviço frágil e depende de uma grande articulação de redes, para certificar-se que seus usuários sejam atendidos de forma integral e humanizada. Além de ter oportunidades para reinserção social, e proporcionar para os usuários qualidade de vida.

4 REFERÊNCIAS

BRASIL. Centro de Atenção Psicossocial e Unidades de Acolhimento como Lugares da Atenção Psicossocial nos Territórios. Brasília, MS, 2015.

BRASIL. Protocolo Clinico e Diretrizes Terapêuticas Esquizofrenia. Portaria SAS/MS nº 364, de 9 de abril de 2013.