RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II - ADLAZIA PEDREIRA DE OLIVEIRA

Post date: Nov 7, 2017 1:09:15 AM

FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

ADLAZIA PEDREIRA DE OLIVEIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

Relatório de Estágio Supervisionado II apresentado ao curso de Enfermagem, das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia,sob a orientação do professor Diego da Rosa Leal.

EUNÁPOLIS, BA

2017

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1 INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado é um cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) que define que todo curso de licenciatura deve oferecê-lo para a formação de seus profissionais, que no caso específico do curso de enfermagem que possibilita atuação na área técnica no campo da saúde e, também, na rede de ensino pública ou privada de nosso país.

É na fase do estágio que podemos desenvolver funções diretamente com o cliente, pois ele nos possibilita unir a teoria à prática, sendo indispensável para nos prepararmos para a execução da profissão. É através dele que adquirimos experiências de suma importância que serão fundamentais para o desenvolvimento das atividades que são atribuídas ao enfermeiro. Desta forma, é fundamental aproveitar todas as oportunidades que serão ofertadas no decorrer deste programa.

O presente relatório descreve as práticas desempenhadas no Estágio Supervisionado II do curso de Enfermagem, no município de Porto-Seguro – BA, executado no CAPS AD. Teve início no dia 03 de agosto de 2017 até o dia 21 de setembro de 2017, supervisionado pelo Professor Diego Rosa Leal. O estágio foi realizado com o desenvolvimento de algumas atividades, com um foco maior no projeto de número III – Educação Popular em Saúde, onde será desenvolvida uma ação no combate ao mosquito Aedes aegypti, nas quais estão descritas ao longo do relatório.

A dengue no âmbito socioambientais promove a manutenção e dispersão do vetor. O mosquito transmissor se reproduz em locais onde há água parada como, por exemplo, garrafas, plásticos abandonados, latas, depósitos de ferro velho, pneus e terrenos baldios. Não se elimina os mosquitos sem antes eliminar os criadouros como o uso de inseticida, principalmente durante a época de transmissão, e apoio da população (SILVA, 2008).

Devido a importância da doença e suas consequências para a saúde da população, o governo tem investido em políticas públicas de combate à dengue, a exemplo do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), implantado em 2002, em que enfatiza a importância da mobilização social, bem como o incentivo aos sanitaristas que atuam no controle de potenciais criadouros (TORRES, 2008).

Desta forma, a educação em saúde ganha destaque, e para obter êxodo, são necessárias mudanças nas práticas de educação e comunicação, pois as mesmas realizadas para o controle da dengue são caracterizadas pelo modelo hegemônico centralizado, vertical e unidirecional, que através da difusão de conhecimentos, são orientadas objetivando mudanças de hábitos e comportamentos da população (SILVA, 2008).

A educação em saúde hegemônica com pouca atuação na promoção da saúde, em contrapartida a concepção freireana, tipo de educação que valoriza o saber do outro através de um conhecimento coletivo, sendo indispensável a participação ativa da população para que se obtenha uma promoção da educação sanitária (TORRES, 2008).

Tem-se convicção que a educação em saúde é uma das estratégias que poderá ter êxito no combate da epidemia da dengue no Brasil e que pode ser enfrentado como um trabalho horizontal. Desta forma, propõem-se averiguar quais as estratégias de educação em saúde estão sendo utilizadas para que haja um controle e erradicação da dengue no Brasil (RANGEL, 2008).

O projeto tem como objetivo geral, aumentar a qualidade de vida e da saúde dos indivíduos do CAPS AD, valendo-se da educação popular em saúde, não só como uma simples ferramenta metodológica, mas principalmente como instrumento político, catalisador de mudanças no campo da saúde. Tendo como objetivo específico, elaborar projeto em educação popular em saúde no combate ao mosquito Aedes aegypti, que possa permanecer de forma contínua no CAPS AD.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do tipo revisão integrativa, método que promove a síntese dos resultados de pesquisas. Este estudo foi realizado no período do estágio de 03 de agosto a 21 de setembro. Este estudo foi realizado em cinco etapas: identificação do tema; busca do tema na literatura; elaboração do projeto; relatório das atividades desenvolvidas diariamente e os resultados. A busca foi realizada na base de dados da Literatura Latino Americana em Ciência e Saúde (LILACS). Foram usados os seguintes descritores: educação em saúde; dengue; CAPS.

Na busca foram encontrados 08 artigos, dos quais 04 foram lidos na íntegra e destes foram utilizados 03 artigos. O critério de inclusão foram os artigos que condiz com a minha temática. E o critério de exclusão foram artigos com publicações antigas, por não corresponderem a minha temática e por meu trabalho ter como foco principal o projeto a ser realizado.

3 PROJETO DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE

O verão está se aproximando, com ele as águas acumuladas em consequência das chuvas, consequentemente o aumento do foco dos mosquitos Aedes aegypti que é o transmissor de várias doenças, sendo a dengue a principal delas. Sendo assim foi elaborado uma atividade onde uma vez por semana, sairá do CAPS AD um grupo de seis, sendo quatro pessoas os pacientes e as outras duas pessoas os discentes do estágio.

Este grupo irá realizar na comunidade uma ação preventiva no combate ao mosquito Aedes aegypti, tanto nas ruas colhendo e posicionando de forma adequada todos os objetos que apresentem ameaças para a proliferação do mosquito, quanto nas residências de forma educativa através de panfletos informativos e orientações. Os grupos antes de se deslocarem para as atividades extra muro, serão selecionados pelo funcionário responsável da instituição, e após seleção e autorização eles serão orientados quanto às suas atividades.

4 RELATÓRIO

No dia 03/08/2017, quinta-feira às 07:40h compareci junto com as colegas de estágio no CAPS II, onde lá estava o professor Diego. No pátio da Instituição foi realizado pelo professor e nós estagiários uma roda de bate papos, onde foram relembrados e discutidos os programas do Defensus, que serão trabalhados no decorrer do estágio. Irei continuar com o programa de número III- Programa Virtual de Educação em Saúde, o qual foi trabalhado no estágio anterior.

Começou a chover, então nos dirigimos para a cobertura do CAPS, dando continuidade ao nosso bate papo. Discutimos um pouco mais sobre os programas, e na sequência o professor falou de algumas técnicas terapêuticas, seus benefícios e como aplicá-las. Foi realizada a técnica terapêutica em uma discente por outra discente. Ambas ali presentes em uma demonstração do toque terapêutico.

Continuamos com a nossa roda de bate papos com a presença de Isis (Psicóloga), onde nos apresentamos e falamos um pouco de como pretendemos colocar em prática os nossos programas. O professor deixou a equipe que fará estagio no CAPS II, com a psicóloga e em seguida se deslocou com as demais estagiárias, inclusive eu, para o CAPS AD onde faríamos o nosso estágio. Chegando no CAPS AD, fomos apresentadas a Assistente Social Rainércia, onde a mesma nos informou que a Unidade estava passando por uma fase de transição e que as atividades no momento não estavam regulares e que provavelmente só na semana seguinte voltariam as atividades normais. Entretanto, o professor solicitou alguns nomes de pacientes os quais iremos acompanhá-los posteriormente.

Retornamos ao CAPS II e lá sobre supervisão e orientação do professor Diego, aplicamos umas nas outras o toque terapêutico, onde uma das colegas teve a oportunidade de aplicar essa terapia em uma paciente que relatou já ter utilizado essa terapia e os benefícios que a mesma fez em seu corpo, mente e alma. Logo após, fomos liberadas para o almoço e ao retornarmos, finalizamos o estágio do dia, aplicando a terapia com colegas que não tinham realizado ainda.

10/08/2017, quinta-feira às 08horas chegamos na Unidade CAPS AD e logo nos reunimos com o professor para discutirmos o que seria realizado neste dia, sendo que a decisão ficaria com Emily que foi selecionada para conduzir as atividades. Logo fomos apresentadas ao fisioterapeuta Ednaldo Moreira, que discorreu sobre a sua experiência profissional e a sua proposta de projetos que pretende colocar em prática durante sua estadia na Unidade.

Participamos do momento do desjejum dos usuários da Unidade, onde a Assistente Social Rainércia conduziu com uma oração agradecendo aquele momento, dando a oportunidade a outras pessoas de realizar uma oração ou agradecimento, finalizando com o grito de guerra, “que a paz de Deus esteja no CAPS”, repetida várias vezes. Em seguida cada usuário, após Rainércia fazer a chamada, recebiam a sua refeição.

Fizemos uma roda de conversa, onde teve a participação de 21 pessoas que frequentam a Unidade junto com o fisioterapeuta e o professor Diego. Cada um ali presente, se apresentou e falou um pouco de suas experiências, expectativas e vontade de mudança de vida. Nós acadêmicas também nos apresentamos e falamos um pouco dos nossos objetivos (dentro do projeto de cada uma) para com eles e com a Unidade.

Fomos almoçar, e ao retornarmos, o grupo foi subdividido. Algumas foram realizar o toque terapêutico em alguns pacientes já selecionados pelo professor Diego. Eu e mais duas colegas fomos confeccionar uma caixinha onde será utilizada nos dias seguintes, a qual será depositada os sonhos de cada Usuário. Após confecção da caixinha, nos dirigimos ao pátio onde estava sendo realizada uma outra roda de conversa, mas só que desta vez foi solicitada pelo Sr. Adonias (Diretor do CAPS AD), onde todos se apresentavam e falavam um pouco de si (o mesmo que foi realizado pela manhã). A pedido do professor, precisávamos nos retirar, pois já ultrapassa o horário de estágio. Após justificado ao diretor, pelo professor Diego o motivo da nossa saída, agradecemos e saímos.

17/08/2017, quinta-feira – iria conduzir o grupo quanto às atividades e também iria apresentar uma dinâmica para os usuários da Unidade voltada ao meu projeto que é o de nº III – Educação Popular em Saúde, mas devido à falta justificada, Nathália (que foi informada com antecedência quanto a minha ausência), conduziu o grupo e realizou a dinâmica voltado ao seu projeto, ficando eu apresentar na semana seguinte.

Dia 24/08/2017, quinta-feira – antes de iniciarmos as nossas atividades, fizemos uma oração que foi conduzida pelo professor Diego. Logo após fomos em busca dos prontuários dos pacientes que iremos acompanhá-los durante o período do estágio. Sugeridos pela Assistente Social Rainécia para o acompanhamento os seguintes pacientes: Josmário, Adailton, Maurílio, Geraldo, Alexandro, Antonia Brandão e Waldirene. Após receber os prontuários que foram entregues por Maria (auxiliar administrativo), distribuir para cada uma das colegas de acordo os seus pacientes.

No primeiro momento iria acompanhar o paciente Geraldo. Mas, como o mesmo não estava ali presente, e Adailton que só ficava ali rondando a gente! Logo me interessei em acompanha-lo e conhecer um pouco mais sobre ele. Então comuniquei ao professor o meu interesse e ele autorizou, sendo então Geraldo substituído por Adailton. Após analisarmos os prontuários dos pacientes, fomos fazer a roda de grupo para eu poder iniciar a dinâmica que organizei que foi sobre o mosquito Aedes aegypti.

O objetivo dessa dinâmica é passar de forma lúdica e descontraída, como prevenir as doenças que são causadas pelo mosquito Aedes aegypti. A mais conhecida é a dengue que atinge milhares de pessoas todos os anos. Além da dengue, o mesmo mosquito pode transmitir a febre de chikungunya e a zika. Então, os jogadores avançariam algumas casas de acordo à numeração sorteada. Quando um se deparava em algum obstáculo deveria ler em voz alta para os demais a mensagem escrita. Por exemplo: tem que tampar as vasilhas de água, guardar as garrafas com a boca para baixo... enfim. Quem avançou mais casas e chegou primeiro foi beneficiado com um mimo.

Após a dinâmica conversei um pouco com Adailton. De acordo a entrevista a partir das perguntas realizadas por mim e também de forma espontânea, ele disse que frequenta o CAPS AD regularmente, gosta de ir todos os dias porque é bem acolhido, tem muitos amigos no CAPS AD e que gosta muito da assistente social Rainércia. Disse que morava com o irmão, cunhada e uma sobrinha que ele não lembra a idade dela, e que sua cunhada faz comida gostosa, mas ele só come à noite porque durante o dia ele está no CAPS AD. Ela gosta de tomar banho de piscina e de vídeo game. Quanto à sua rotina diária: acorda cedo, toma banho, vai para o CAPS, ver os amigos, aguarda o horário do café, depois circula, conversa com um e com outro aguardando ansioso o horário do almoço. Dar mais um tempinho no CAPS e vai para casa. Chegando lá, toma banho, café, assiste as novelas, em seguida toma os remédios fenobarbital e risperidona e vai dormir. Disse que tem vontade de aprender escrever, pois só sabe fazer o seu nome. Tem vontade de estudar, mas seu irmão não matricula ele porque só tem vaga na escola à noite e que é muito perigoso e que ano que vem se surgir alguma vaga durante o dia que ela vai estudar. Enfim, continuou falando e fazendo várias perguntas como o que é hormônio? Se ele tinha hormônio...

31/08/2017, quinta-feira – neste dia fomos primeiro para o CAPS II, onde fizemos a nossa oração de abertura como de rotina. Em seguida o professor pediu que fôssemos para o CAPS AD. Chegando lá, Márcia a colega começou a falar sobre o que tinha preparado para aquele dia com os pacientes, já que esse seria o seu dia de coordenar a equipe estágio. Mas o fisioterapeuta Ednaldo nos informou que naquele dia iria ter uma conferência de Saúde em outro local e que a maioria dos pacientes iriam participar e que as atividades propostas iriam ser suspensas.

Aproveitando o tempo antes dos pacientes saírem para conferência, conversei um pouco com o meu paciente Adailton perguntando-lhe como tem passado esses dias, logo fui interrompida pelo diretor que chamou Adailton, pois o carro que irá transportá-lo para a conferência já estava aguardando. Pedi a Adailton que prestasse bem atenção no que ele visse e ouvira na conferência, pois queria que ele relatasse tudo para mim no próximo encontro que iríamos ter.

O professor otimizou o tempo fazendo uma breve correção nos relatórios de quem já começara a confeccionar e pediu que a gente em especial Marcela que já tem um conhecimento diferenciado, a aplicar o toque terapêutico nos funcionários ali presentes. Em seguida almoçamos e fomos para o CAPS II onde o outro grupo junto com o professor se encontravam. Chegando lá o professor fez uma análise de tudo que já fizemos até aquele dia e nos deu algumas orientações também!

07/09/2017 – Feriado Nacional

14/09/2017, quinta-feira – Começamos no CAPS II com uma oração de rotina, em seguida fomos para o CAPS AD, onde desenvolvemos várias atividades e revisão dos prontuários. Oferecemos para eles massagens e toque terapêutico, onde a massagem foi realizada pelo fisioterapeuta e o toque terapêutico por todas nós. Programamos para o próximo e último encontro um encerramento com show de talentos onde cada um irá mostrar o que sabe e gosta de fazer.

Conversei com Adailton sobre a Conferência de Saúde que acontecera semana anterior. O mesmo disse que ao chegar lá recebeu um crachá, assinou a frequência, foi para reunião e lá falou um monte de coisa, almoçou e falou o que era bom e ruim para o posto, falou muita coisa como por exemplo dar o lugar aos mais velhos entre outros. Aprendeu o que é ser vigilante. Falaram sobre a dengue e ele disse que entendeu tudo porque ele já tinha aprendido com o que eu expliquei anteriormente. Disse que aprendeu também sobre cachorro e gato e que crianças não podem ficar perto deles porque transmite muitas doenças.

5 CONCLUSÃO

Os objetivos propostos foram parcialmente atingidos tendo em vista que todas as condições foram disponibilizadas e todas as atividades propostas foram satisfatoriamente desenvolvidas. Alguns problemas levantados durante a realização das atividades foram observados e foram sanados a partir de uma intervenção direta do aluno estagiário por meio da proposição de metodologias diferenciais no cumprimento das atividades e tarefas.

O projeto proposto não foi concretizado devido ao curto período, ficando se pertinente para o Docente apresentar à direção da Instituição e ver a possibilidade dos próximos Discentes colocarem em prática de forma que apresentem um bom resultado para que este projeto seja inserido na rotina do CAPS AD, como muitos outros já existentes.

6 ANEXOS

1 – Passe terapêutico – Prof. Diego

2 – Toque terapêutico – Marcela aplicando em Iohana

3 – Toque terapêutico e passe terapêutico – Marcela e prof. Diego aplicando em Iohana

4 – Discentes no CAPS AD

5 – Roda de conversa – participação usuários, acadêmicos, prof. Diego e diretor do CAPS AD

6 – Roda de conversa – participação usuários, acadêmicos, fisioterapeuta e Prof. Diego

7 REFERÊNCIAS

Silva SJ, Mariano ZF, Scopel I. A dengue no Brasil e as políticas de combate ao aedes aegypti: da tentativa de erradicação ás políticas de controle. Hygeia. 2008;3(6):163-175.

Torres EM. Dengue. Estud. av. 2008;22(64):33-52.

Rangel ML. Dengue: educação, comunicação e mobilização na perspectiva do controle - propostas inovadoras. Interface - Comunicação, Saúde, Educação. 2008;12(25):433-41.