Ilha do Faial

Faial, Ilha Azul!

poema autoria de Lourdes Pinheiro, Açores

Faial, cantinho querido onde eu nasci!

Aqui, bem longe, eu revivo a minha infância...

Revivo quando corria livremente nos teus campos,

Quando ouvia murmúrios das águas ribeirinhas.

Quando olhava em redor deslumbrava-me

O azul do mar e das hortênsias,

O verde das faias e das pastagens.

Toda essa magia, esse encanto, para sempre eu perdi.

Tenho saudades das casinhas brancas,

Do doce repicar dos sinos,

Das calmas tardes de Verâo,

Do teu céu estrelado nas noites claras;

Das praias de areia preta, onde me banhava,

Do doce chilrear dos passarinhos,

Dos meus amigos com quem cresci.

Tenho saudades de tudo o que eu perdi!

A Origem Nesta pagina registro alguns fatos e fotos da Ilha do Faial - Açores - Portugal , local onde nasceu e foi batizado Manoel Jorge de Medeiros , açoriano de 4 costados , que emigrou para o Brasil antes de 1790, dando origem ao ramo da Familia Medeiros , da cidade de Passos , sul do estado de Minas Gerais .

O local é a "paróquia" de Nossa Senhora do Rosário , conforme êle mesmo declara em seu registro de casamento .Provavelmente êle se referia à Capela de Nossa Senhora do Rosario pertencente a Igreja de Santa Barbara , na freguesia de Cedros . Além desta capela em Cedros , encontramos outras duas referencias a Nossa Senhora do Rosário , na Ilha de Faial :um altar na igreja de São Salvador (Matriz) , cidade de Horta ; uma igreja no antigo convento de São Francisco , na freguesia Matriz , cidade de Horta.

Agradeço ao Sr.Helder Manuel de Oliveira , natural e residente na freguesia de Castelo Branco , concelho de Horta, que gentilmente cedeu os textos sobre Portugal , Açores, Ilha do Faial ,Horta e Freguesia de São Salvador(Matriz) , e as fotos da cidade de Horta .

O arquipélago dos Açores é composto de nove ilhas localizadas no Oceano Atlantico Norte dentro da seguinte área: 36º 55' 43" a 39º 43' 23" latitude norte ; 24º 46' 15" a 31º 16' 24" longitude oeste

Ilha do Faial vista do espaço :

Fayal, Açores, está localizada a 38.6 Norte, 28.7 Oeste , a uma altitude de 1.043 m .Tem cerca de 20 km de comprimento e é um vulcão basaltico , também chamado Fayal. Existiram algumas erupções históricas ,uma em 1672 e outra em 1957.A erupção de 1672 é conhecida como "Cabeço do Fogo" e a de 1957 é conhecida por Capelinhos. Fayal passou a ser escrita Faial.

Cedros (conforme descrição obtida em site na internet em 1998 ,© Frederico Tilman)

Foi nesta freguesia da costa norte do Faial que se estabeleceram os primeiros povoadores da ilha por volta de 1455, vindos da Ilha Terceira e o seu nome provavelmente deve-se `as arvores de cedro que estes lá encontraram. É o local do Faial onde as hortênsias azuis e cor-de-rosas duram mais tempo e existem em maior número, formando uma bela paisagem quando contrastam com o verde vivo das vastas pastagens e matos envolventes e com o azul forte do oceano infindável. É uma freguesia bastante desenvolvida, de estradas largas e, embora tenha sofrido bastante com os surtos de emigração posteriores aos vulcões, é das mais habitadas e é também o centro agrícola e da produção de lacticínios da ilha.

Ao entrar-se nos Cedros vindo do Salão pela Estrada Regional acalcetada, passa-se pela Canada do Sousa e pela tabuleta que indica o Porto da Eira - um pequeno cais sobre rochas rodeado pelo mar imenso e onde se pode nadar quando as ondas deixam. Para lá se chegar passa-se por um longo e estreito caminho por entre os campos e desemboca-se num largo de terra batida onde existem restos de um edifício, e depois descem-se umas longas escadas íngremes até ao Porto da Eira. De volta `a via principal, passa-se pela Grota do Jorge, Rua do Capitão, Rua do Cabeço, cemitério, Rua do Cabeço, pela Laginha que vai dar ao campo de futebol, e chega-se `a praça José Silveira Luís, centro da freguesia. Aqui perto existem uma dependência do Banco Comercial dos Açores, a escola básica, o Minimercado Faria, a Casa do Povo e a Igreja de Santa Bárbara, construída em 1977 depois da sua precedente ter ardido num incêndio em 1971 e do qual apenas sobreviveu a sua torre sineira. É também deste largo que parte uma tortuosa e estreita estrada pela encosta acima, ao longo da qual ficam inúmeras moradias e, mais a cima na Rua Joan Alves, o restaurante O Esconderijo, que tem ligação com o Caminho da Chã no Salão.

Continuando pela Estrada Regional passa-se pela Praça Manuel Francisco Neves Júnior, pelas ruas da Miragaia e Valverde e Prof. José Rosa Aica, pelas canadas da Inês e da Vieira, e chega-se `a zona do Cascalho. Daqui sobe a Canada Larga até `a Estrada da Ribeira Funda, perto dum miradouro no meio do mato de onde se obtem uma vista espectacular de toda a freguesia e do oceano. Descendo pelas canadas do Estevão e dos Santos pode-se continuar para a Ponta dos Cedros e admirar a paisagem da antiga vigia de baleias perto da encosta. É nesta zona do Cascalho de Cima que se encontra a fábrica da Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial que actualmente transforma e produz o leite, queijo e manteiga de toda a ilha. Contudo, o forte odor envolvendo o complexo desta indústria é um bocado irritante para quem não está habituado.

No local onde as duas Estradas Regionais (a do interior e a do litoral) se encontram, fica a povoação da Ribeira Funda, facilmente notada pela sua imponente Capela de N. Sra de Fátima, construída em basalto em 1950,perto do café Miradouro e de fronte para a BaÌa da Areia da Quinta. Finalmente, no caminho recto para a freguesia da Praia do Norte, passa-se pelo miradouro da Costa Brava, de onde se podem admirar as altas escarpas da encosta que descem a pique até `as rochas onde o mar bate furiosamente.

Em Outubro de 1999 , Helder Manuel de Oliveira , residente em Castelo Branco,Ilha de Faial , foi informado por sua prima residente em Ribeira Funda(Cedros) de que o padre João Antonio Neves , natural da freguesia da Prainha ( N.Sra da Ajuda),concelho de S.Roque da ilha do Pico , que já fora pároco de Castelo Branco e que agora é o novo padre de Cedros encontrou lá em Cedros,em finais de setembro , princípios de outubro, na casa do "Passal" (residência do padre) ,a imagem de Nossa Senhora do Rosário , que se encontrava debaixo duma escada num buraco! . A prima de Helder , quando lhe deu a notícia , disse que o padre tinha dito que a imagem tinha mais de 300 anos , o que nos leva para fins de 1600 e inicio dos anos de 1700 , o que é exatamente a época dos registros de óbitos que falam das capelas de N.Sra dos Remédios e de N.Sra do Rosário , que eram parte da antiga Igreja de Santa Bárbara. Era e é hábito ter na capela a Santa ou Santo que lhe dá o nome . Por essa razão é de se supor que a imagem agora encontrada esteve no passado na respectiva Capela ,e com o desaparecimento desta , provavelmente o padre da época a guardou no Passal .

O relato do achado da imagem de N. Sra do Rosário foi publicado na edição de dezembro de 1999 (Cedros , Ano II , N.o 13) do boletim "Caminhar",da comunidade paroquial de Santa Barbara, Diocese de Angra .

Salão (conforme descrição obtida em site na internet em 1998 ,© Frederico Tilman)

Esta é uma freguesia de nome muito estranho entalada entre as freguesias dos Cedros e da Ribeirinha na costa norte da ilha. É praticamente plana e cheia de pastagens e campos de cultivo em toda a sua area até que encontra a costa e desce de alturas de mais de 50 metros na vertical de encontro ao mar.

Aos olhos daqueles que aqui vêm apenas de passagem, o único ponto de referência é algo inexistente nas outras freguesias rurais - uma estação de serviço da Móbil e, do lado oposto, na Estrada Regional, esta o Café Souto. Mais `a frente situa-se a subida do Caminho da Chã que passa pela Igreja de N. Sra do Socorro de 1780 e pelo pequeno cemitério em frente e que continua por duas ruas para os Cedros. Este caminho esta ligado `a via principal da freguesia pelas canadas do Rebentão, do Grotão, do Mestre, da Catarina e do Barão. Do lado de baixo da Estrada Regional existem varias casas construídas ao longo da Rua do Barreiro que começa nos Espalhafatos e termina perto do Campo Desportivo do Salão, um relvado rodeado por um muro branco e onde joga uma das melhores equipas de futebol Faialenses. O Grupo Folclórico do Salão foi fundado em 1971.

Muito escondida esta a seta que indica o Caminho do Porto, uma via estreitíssima que serpenteia por entre as canas e, logo a seguir ao sinal de precepício, vira 90º `a esquerda para o parque de estacionamento. Daqui obtem-se um espectacular panorama da encosta Norte do Faial e ainda se avista um pouco da Ilha do Pico. Contudo, a maioria das pessoas visitam este local por causa da sua maravilhosa piscina natural feita em conjunto com o porto por cima de algumas rochas no mar. É espaçosa mas pode também ser muito ventosa ou perigosa quando o mar esta mais mexido. Para la se chegar tem de se passar por um café e depois desce-se uma rampa extremamente íngreme onde apenas existem "lombas" de cimento para prevenir as escorregadelas. Ainda neste local esta um parque de campismo que parece ser agradavel. Antes de se chegar aos Cedros encontra-se o Caminho Velho, local de moradias de agricultores e entrecortado por ribeiros.

A Emigração Na Biblioteca do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo , encontra-se a Revista Genealógica Latina Vol.5 de 1953 ,que traz um artigo entitulado "Emigração Açoriana para o Brasil" , escrito por Salvador de Moya , o qual dá forma genealógica aos artigos do Sr.António Raimundo Belo , publicado nos boletins ns. 5,6,7,8 e 9 do Instituto Histórico da Ilha Terceira . As informações lá contidas foram extraidas dos livros de registro de passaportes e outros.

A Capitania Geral dos Açores no século XVIII tinha sua Sede em Angra do Heroismo,Ilha Terceira, Açores . Na Biblioteca e Arquivo Historico de Angra do Heroismo estão arquivados os " Livros de Registos de Passaportes ".

De interesse para a pesquisa da data de emigração do Manoel Jorge de Medeiros , temos as seguintes referencias no referido artigo da Revista Genealogica Latina:

"JORGE, Manuel , em 1780 , do Salão (Ilha do Fayal) ao Rio de Janeiro"

"MEDEIROS, Manuel de ,em 1779,da Ribeirinha (Ilha do Fayal) ao Rio de Janeiro"

O Sr. Vitor Hugo Fragueiro , residente na Ilha Terceira , pesquisando o periodo de 1775 a 1785 nos referidos Livros de Registos de Passaportes na Biblioteca e Arquivo Historico de Angra do Heroismo , encontrou o seguinte registro:

"Em 12 Abril de 1780 se passou passaporte a Manoel Jorge , natural e morador no logar do Sellam (possivelmente freguesia do Salão) da Ilha do Fayal para se transportar `a cidade do Ryo de Janeiro em qualquer dos navios..."