A lenda de uma cigana
Adormecida ao relento
Que perdeu a caravana,
Por seguir o pensamento
Tem dias em que anda pairando,
Nos rumos do mundo
Tem dias em que anda rolando,
Nas presas do tempo
Diz a lenda que a cigana,
Pelo caminho de onde viera
O xale tinha perdido,
E um vagabundo o trouxera
Sacudindo o pó e as mágoas,
Como se a cor acordasse
Num abraço dançou com ela,
Antes que o vento a roubasse
Só o vento nos roda a saia,
Só o vento nos faz dançar
Nos confunde os passos na areia,
Muda o rumo às águas do mar
No silêncio mal se ouviam,
Dançar descalços na areia
Numa noite quase fria,
Estava a lua quase cheia
E pra rasgarem o escuro,
Ou fugir à solidão
Ataram corpos cansados,
Na sombra vaga do chão
Quando o sol entorna o dia,
Ficara o xale esquecido
E os passos da cigana,
Já o vento tinha escondido
Ficou só o vagabundo,
Resgatando uma ilusão
Com a alma amordaçada,
Na palma da mão
Só o vento nos roda a saia,
Só o vento nos faz dançar
Nos confunde os passos na areia,
Muda o rumo às águas do mar.
A beleza da mulher cigana sempre impressionou as demais mulheres e fascinou os homens de toda parte.
Essa beleza mística, onde se misturam elementos orientais e ocidentais numa harmonia mágica e sempre perturbadora, já inspirou grandes artistas, que a imortalizaram.
O mistério dessa beleza não se resume a um segredo, mas a muitos e muitos segredos, englobados no que se convencionou chamar de "beleza interior", isto é, uma beleza que parece vir de dentro para fora.
Seja na pele, nos cabelos, nos olhos, no sorriso, nos dentes ou na forma do corpo, tudo nela é agradável aos olhos.
Seus movimentos, quando anda ou dança, sua maneira de olhar e enfeitiçar e seu jeito espontâneo de ser enfeitiçam e prendem a atenção.
Junto dela, não há homem que não se sinta perturbado e fascinado.
Tudo numa cigana é envolvente e ardente, mas, ao mesmo tempo, terno e repousante, numa convivência harmônica de contrastes que não é encontrada em nenhuma outra raça.
Os segredos vão desde os cuidados com os cabelos e as unhas até a escolha do perfume correto. Aliás, é na escolha desse perfume que a mulher cigana esconde um de seus mais tradicionais segredos: o da milenar arte do perfume, criada pelos egípcios.
Lendo esse poema me recordei de um mestre que dizia: Se você ama a liberdade deixe livre tudo que você ama, pois se elas voltarem pra você é sinal que você realmente as conquistou se não voltar é porquq você nunca as teve ....
Danças com a leveza de uma pluma...
Rodas alegremente pelo salão...
É cigana ou bailarina, doce menina?
Tua elegância arranca aplausos e admiração...
Gira, roda, baila...não cansa!
Avança pelo salão!
Ver tua alegria traz à alma satisfação...
Tua saia de cetim, carmim...
Teu pandeiro de fitas nas mãos...
Parece rosa abrindo o botão...
Cigana menina que dança e fascina...
Conquistou um coração...
Conquistou um coração...
Sungré (poesia) de Arael Magnovitch
Os meteoros dourados refulgem no fundo dos céus,
Rasgando o futuro da alma sempre a caminho de Deus.
A música, mágica, mística, ofusca os mais belos astros.
Sol, amor, liberdade ficam como eternos rastros.
Vem!
Caminhar é preciso.
O infinito é mesmo ali.
Deixe transbordar o suor.
O que conta é somente a vida.
Há mais adiante um campo
com água limpa e farta comida.
Foi na carta vinte e nove que tudo isto eu senti.
Nossas crianças (ciganas), são flores , donas do horizonte.
Nossas Mulheres (ciganas), rainhas.
Do amor doce fonte.
Os velhos (ciganos), nossa segurança.
Minas de imenso saber.
Os homens (ciganos), muralhas serenas a nos proteger.
Cresça, melhore, evolua, você que ainda é humano.
E um dia, quem sabe, poderá até chegar a ser cigano.
Viverá com nossa ciência.
Sorrirá com nossa alegria.
Saberá vir antes do sol e fazer o seu próprio dia.
Siga os sentimentos puros
E espalhe alegria em seu caminhar.
Siga a estrada da vida.
Faça do bem seu eterno altar.
E tudo o que for de bondade, siga.
Dance nossos cantos ufanos!
Siga-nos, siga-nos!
Seja feliz.
Siga os ciganos.
Cigana... nômade, corres pelo mundo como ave voando no horizonte.
As asas desdobrando-se,
Feliz, segues por esse vale, aquele monte...
E onde pousas, aí é o teu lar.
E deixas cair o ramo da esperança
que trouxestes no bico ao voar.
Cigana...nômade, corres pelo mundo...
Oh! Queria compartilhar contigo
esta necessária liberdade;
compartilhar (por que não?) o teu amigo,
as tuas mentiras e tuas verdades;
Compartilhar, talvez, uma doce canção
e, principalmente, a tua amizade!
Cigana...Nômade, corres pelo mundo...
Nos longos cabelos, vermelha flor,
na morenice da pele, o fetiche,
no sorriso brejeiro inteiro amor!
Helena Farias
Cigana esmeralda
Cigana bonita da pele morena
Com seu cabelo comprido
E sua boca vermelha
Envolve com sua dança
E fascina com sua voz
Sentada à beira da fogueira
Com uma taça de vinho na mão
A cigana descansa para logo dançar
Linda e faceira,rodopia sua saia
Balançando seu lenço e balançando seu xale
Com muita sabedoria,ela lê sua mão
Com sinceridade diz a verdade
Bela cigana dos olhos de esmeralda
Lê sua sorte por amor e com amor
Enche de vida seu caminho
Pode abrir ou fechar
As portas do destino
Sua estrada é trilhada com fé,sabedoria
Amor e muita alegria
Cigana esmeralda
Um ponto de luz no caminho!
Ser Cigana
Ah! que alegria minha alma é cigana com certeza, a alegria reina no meu eterno agora, e ao me deitar a certeza de que hoje fiz o meu melhor para sentir satisfação em ser quem sou ... Sinta você também a alegria dentro de ti! Difícil? não é fácil olhe para dentro, resgate a sua criança interior, desejo que seu caminhar seja de intensa alegria...
Cigana Que Vive Em Toda Mulher
Quem é a dona do jogo?
Quem é que dá as cartas, embaralha,
Corta e dispõe sobre a mesa
Os segredos de nossas vidas?
É a Cigana, um espírito de luz,
Que nos a traz a beleza
Do arco-íris com a sua saia colorida.
Com o bater do seu pandeiro,
Lembra que precisamos de ritmo
E pulso para vibrar nossa energia.
Com seu baralho precioso nos adverte
Acerca dos perigos escondidos.
Em troca de moedas,
Enriquece nossas mentes
Com recursos inesgotáveis
Que nos tornam vencedores.
Antes de tudo,
A Cigana é uma mulher também e,
Como toda a espécie feminina,
É uma rosa que desabrocha espalhando
Seu perfume e sua beleza por onde passa
Sou uma cigana repleta de dor ...
Mas, que também sabe cantar o amor !
Sou nômade, pois não tenho moradia ...
Mas, o meu coração mora na poesia !
Sou uma cigana, sou mistura de muitas raças ...
O meu povo lutou contra muitas injustiças !
O meu vestido colorido e a minha rosa na cabeça ...
fazem com que eu não me esqueça ...
Da música, da ternura, da magia ...
E principalmente da poesia !
Porém, tanto tempo se passou ...
E ainda nem sei, que tipo de cigana eu sou !
Será que sou a cigana Preciosa ...Tão alegre , meiga e formosaQue o poeta Lorca escreveu ...Quando tudo escureceu ?
Será que sou a cigana Rosa Maria Madalena ...Tão sedutora, singela e serena ...Que o Sidney Magal cantou ...Quando tudo se calou ?
Será que sou a cigana Esmeralda,com o seu vestido rendado ...E com seu espírito delicado, sincero e apaixonado ?
Será que sou a cigana Carmem de Bizet ...Fazendo a maior confusão e o maior fuzuê ...Na fábrica e no cais .. Tirando toda a paz ?
Será que sou a cigana Dara ,Que conhece a magia rara ?
Será que sou a cigana Maria Quitéria ...Com sua alma brilhante e etérea ?
Será que sou a cigana Klarissa...Que toma banho de mar para se enxugar na brisa ?
Será que sou a cigana Yasmim? Com o seu lindo vestido de ceti. Perdida num jardim sem fim ?
Será que sou a cigana Yanka, cheia de piedade .Tentando salvar alguém de verdade ?
Será que sou a cigana Nazira ,Que odeia qualquer mentira ?
Será que sou apenas cigana...
Que com sua maravilhosa mantilha ...
E com o seu hálito de baunilha .
Seduziu o rei espanhol além da ilha ?
Eu tenho as minhas cartas de tarô e as minhas castanholas ...
Só não sei se sou uma cigana romena ou uma cigana espanhola ...
Sou uma cigana repleta de dor ...
Mas, que também sabe cantar o amor !
Porém, tanto tempo se passou ...
E ainda nem seique tipo de cigana eu sou.