Ao refletir-se o compartilhamento possibilitado pela internet, verifica-se que os profissionais de saúde integrados com os educadores, podem promover a auto-estima através de mensagens ministradas por pessoas qualificadas, seguindo diretrizes como as sugeridas por Rodrigues (2013) incluindo temas interessantes ao desenvolvimento sociocultural, proporcionando a leitura de textos diversos, abrangendo assuntos relacionados aos problemas que forem detectados, indicação de filmes, onde a persistência faz vencedores, fomentando a melhora da auto-estima, a interação, fazendo-o sentir-se útil para si e para a sociedade a qual ele pertence.
O mesmo autor menciona ainda a importância da valorização do trabalho individual como fonte de renda para o conhecimento do grupo e para o crescimento social, refletindo sobre o trabalho e a remuneração conseguida pelo fruto do mesmo, se possível incluindo apresentações dramatúrgicas facilitando o uso da experiência pessoal para o crescimento do grupo.
A educação para a cidadania pressupõe, segundo Carmo, que para ser cidadão é necessário cada um desenvolver-se como pessoa, é necessário que cada um desenvolva o seu potencial como ser humano. Mas o desenvolvimento do potencial individual é inseparável da comunidade onde o indivíduo está inserido, tem que ser colocado ao serviço do coletivo e daí a importância do desenvolvimento cultural, social e político (FERRAGE, 2012).
O desenvolvimento pessoal engloba a educação para a autonomia e para a solidariedade. Para que um indivíduo se desenvolva como pessoa tem que aprender a ser autônomo, tem que ser sujeito de um processo educativo que estimule a construção de uma personalidade. Aprender a ser solidário faz parte da sua inserção num contexto social, onde ganha-se competências de solidariedade. O desenvolvimento social abrange a educação para a diversidade e a educação para a democracia (CARMO, 2008).
Parte da missão dos educadores é fazer com que o indivíduo reaprenda a reconhecer seus valores pessoais e seja inspirado a apreciar os valores de sua cultura, conviver com a diversidade, formular seus juízos de valores, elaborar pensamentos autônomos, críticos e que exercitem a liberdade de discernimento, sentimento e imaginação, para desenvolver seus talentos e ser protagonista de sua história (BARROS, 2009).
Os valores afetam nossa vida em todos os momentos. É a força orientadora de tudo o que fazemos e desejamos fazer. Resgatar os valores adormecidos propicia um caminho de transformação interior que por via de consequência se manifesta conscientemente em suas ações com o ressurgimento de atitudes e comportamentos inatos em substituição a antigas posturas. Os valores do ser são próprios à consciência, por isso, universais. Todos têm em si valores de forma latente, são expressos através das habilidades pessoais, atitudes e qualidades (TILLMAN; COLOMINA, 2004).
A proposta para a reflexão e prática de valores proporciona um estado mental de maior consciência e propicia que os educadores procurem as respostas em seu interior, encontrem soluções compatíveis com a realidade e desvelem o sentido de educar as novas gerações em religação com valores éticos e morais.
Somos responsáveis pelos processos que vivenciamos, quando percebemos o que somos, quem somos e qual a nossa missão de vida, somos capazes de construir, conscientemente, um mundo melhor para as futuras gerações (TILLMAN; COLOMINA, 2004).
O trabalho em rede é constituído por um conjunto de atividades simultâneas que possuem características distintas e são exercidas por trabalhadores de diversas áreas, com saberes e experiências especificas. As atividades do trabalho, portanto, é submetida a uma regulação que se efetiva na cooperação entre os trabalhadores e os usuários, numa dinâmica que atravessa diferentes pontos de vistas.
Uma rede é um sistema de “nós e elos” capaz de organizar pessoas e instituições, de forma igualitária e democrática, em torno de um objetivo comum. Eis os principais fundamentos de uma rede:
- Autonomia: Cada integrante mantém sua independência em relação à rede e aos demais integrantes. Numa rede não há subordinação.
- Valores e objetivos compartilhados: O que une os diferentes membros de uma rede é o conjunto de valores e objetivos que eles estabelecem como comuns.
- Vontade: Ninguém é obrigado a entrar ou permanecer numa rede. O alicerce da rede é a vontade.
- Conectividade: Uma rede é uma costura dinâmica de muitos pontos. Só quando estão ligados uns aos outros é que indivíduos e organizações mantêm uma rede.
- Participação: A cooperação entre os integrantes de uma rede é o que a faz funcionar. Uma rede só existe quando em movimento. Sem participação, deixa de existir.
- Multiliderança: Uma rede não possui hierarquia nem chefe. A liderança provém de muitas fontes. As decisões também são compartilhadas.
- Informação: Numa rede, a informação circula livremente, emitida de pontos diversos e encaminhada de maneira não linear a uma infinidade de outros pontos, que também são emissores de informação.
- Descentralização: Uma rede não tem centro. Ou melhor, cada ponto da rede é um centro em potencial.
- Múltiplos níveis: Uma rede pode se desdobrar em múltiplos níveis ou segmentos autônomos, capazes de operar independentemente do restante da rede, de forma temporária ou permanente, conforme a demanda ou a circunstância. Sub-redes têm o mesmo "valor de rede" que a estrutura maior à qual se vinculam.
- Dinamismo: Uma rede é uma estrutura plástica, dinâmica e em movimento, que ultrapassa fronteiras físicas ou geográficas. Uma rede é multifacetada. Cada retrato da rede, tirado em momentos diferentes, revelará uma face nova.
O trabalho em rede possibilita o exercício da democracia; estimula o respeito ao outro; envolve a comunidade na definição de prioridades e tomadas de decisões; descortina novos horizontes no processo de gestão; desenvolve o senso coletivo; estimula a adoção de práticas condizentes com a gestão e deve ser democrática.
Nesse contexto, alguns aspectos importantes do trabalho em rede devem ser considerados, entre eles estão à liderança que estimula o surgimento de líderes de forma natural, a participação cria espaços onde pessoas ou grupos possam ter o direito de ouvir e serem ouvidos, as parcerias é fator preponderante para o trabalho em rede, do contrário, a rede enfraquece a trama, rompe o fio, se desfaz, a intencionalidade se faz necessária, pois do contrário não teremos objetivos claros, nem metas, nem ações, sem intencionalidade caminharemos e não chegaremos a lugar nenhum e por fim a gestão democrática que possibilita a definição de prioridades e a tomada de decisões de forma coletiva, colegiada.
REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE - Ripsa - no Estado da Bahia
Em meados de 2007, a Sesab, em parceria com o Instituto de Saúde Coletiva – ISC/UFBA promoveu uma reunião da qual participaram técnicos de diversos
setores da Sesab e de outros órgãos, para a criação de uma rede nos moldes da Ripsa, objetivando promover intercâmbio entre instituições produtoras de
informações de interesse para a saúde, qualificar as informações para a gestão, divulgar informações confiáveis para todos os níveis do sistema e aprimorar os
sistemas de informação em saúde.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia reconhecendo a importância da informação como subsídio para a tomada de decisão e para o planejamento
estratégico, fundamental para fortalecimento da ação governamental, manifestou interesse em participar do projeto piloto Ripsa no estado, tendo sido a Bahia um
dos cinco estados selecionados para a iniciativa. O projeto Ripsa no estado veio fortalecer a iniciativa da Sesab.
A Secretaria da Saúde do Estado exerce a função de coordenação geral da Rede, através da sua Diretoria de Informação em Saúde – DIS. A Diretora da DIS exerce, ainda, a coordenação geral da Secretaria Executiva da Ripsa.
Compõem a Ripsa na Bahia:
Secretaria da Saúde do Estado da Bahia – Sesab
Superintendência de Vigilância à Saúde – SUVISA, através das Diretorias de Informação em Saúde – DIS, Vigilância Epidemiológica – DIVEP, Vigilância Sanitária – DIVISA e Saúde do Trabalhador – CESAT;
Superintendência de Assistência Integral à Saúde – SAIS, através da Diretoria de Atenção Básica-DAB e Rede Própria – DGRP;
Superintendência de Gestão dos Sistemas de Regulação e Atenção à Saúde-SUREGS, através DIPRO, DICON e DIREG;
Superintendência de Recursos Humanos, através da diretoria DPGET;
Superintendência de Assistência Farmacêutica e Tecnologias em
Saúde, através da: DITEC;
Gabinete do Secretário, através da Assessoria de Planejamento;
Diretoria Geral através da Diretoria de Modernização Administrativa – DMA;
RIPSA BAHIA
Conselho de Secretários Municipais de Saúde - COSEMS-Bahia;
Conselho Estadual de Saúde – CES-Bahia;
Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. – Embasa
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE/Bahia;
Instituto do Meio Ambiente - IMA
Ministério da Saúde, através do Datasus-Bahia;
Previdência Social;
Representação de Universidades Estaduais;
Secretaria de Administração do Estado, através do DETRAN;
Secretaria de Infraestrutura, através do DERBA
Secretaria de Planejamento do Estado, através da SEI;
Secretaria de Segurança Pública: DPT/IMLNR;
UNICEF - representação estadual;
Universidade Federal da Bahia, através do Instituto de Saúde Coletiva – ISC/UFBA e Departamento de Medicina Preventiva – DMP/UFBA;
Na Bahia já havia sido criado o Observatório da Violência, uma câmara constituída por técnicos de diversas instituições, para discutir o tema da violência e proposição de ações para o seu enfrentamento. Este Observatório foi integrado à Ripsa Bahia, constituindo-se um Comitê Temático Interdisciplinar - CTI, com proposta de trabalho em caráter permanente. O Projeto Ripsa no estado foi uma iniciativa extremamente importante para os gestores e técnicos que lidam com informações de saúde. Disponível em http://www.ripsa.org.br/ba/
RedPOP fará diagnóstico inédito da divulgação científica na América Latina
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A pesquisadora do Núcleo de Estudos em Divulgação Científica do Museu da Vida (NEDC) Luisa Massarani foi reeleita para a direção executiva da RedPOP, a Rede de Popularização da Ciência e da Tecnologia na América Latina e no Caribe. A eleição foi durante a Assembleia Geral da entidade, cujo 14º Congresso ocorreu de 25 a 29 de maio em Medelín, na Colômbia, e vale para o biênio 2016-2017. Entre as várias atividades do evento, foi apresentado o primeiro Guia de Centros e Museus de Ciência da América Latina e do Caribe, uma relação com aproximadamente 470 unidades do gênero da região, editado em português e espanhol. Em um ano e cinco meses desde a posse na direção da entidade, o número de membros da RedPOP dobrou; saltou de 32 em janeiro do ano passado para 65 em maio deste ano. Para Luisa, o guia marcou sua atual gestão.
“Para o período 2014-2015, destaco o Guia de Centros e Museus de Ciência da América Latina e do Caribe. Se queremos dar visibilidade para nossas ações e ter parcerias, é crucial que possamos nos conhecer. E o guia é um primeiro passo importante. Destaco também o mapeamento que realizamos das políticas de divulgação científica na América Latina, além da renovação do site, que será lançado em breve. Estas ações só foram possíveis com o apoio do CNPq”, ressalta a pesquisadora.
A publicação comemora os 25 anos da entidade. “A RedPOP é uma rede incrível, que tem um imenso potencial de catalisar parcerias na América Latina e dar visibilidade às ações que diversos grupos têm feito, com abordagens tanto práticas como acadêmicas, na região. Foi criada pela Unesco e, embora sejamos independentes, trabalhamos juntos, de forma sinérgica”, afirma.
Para os próximos dois anos, Luisa Massarani já traçou seu plano de ação. “Nossa meta é muito ambiciosa: faremos um diagnóstico crítico – inédito – da divulgação científica na América Latina. A iniciativa é inspirada em iniciativa liderada por Bruce Lewenstein, da Universidade Cornell (em Ithaca, Nova Iorque) e colegas, nos Estados Unidos, com apoio da Academia Nacional de Ciências, adianta. Professor de comunicação da ciência, ele é um dos autores da obra “Learning Science in Informal Environments People, Places, and Pursuits”, uma publicação da Academia Nacional de Ciências americana.
“O próprio Lewenstein vem ao Brasil em julho nos assessorar”, acrescenta a diretora executiva da RedPOP. Segundo ela, a proposta é obter uma visão crítica do campo, com objetivo de aprimorar e permitindo sua maior visibilidade. Além disso, será uma ferramenta para apoiar os formuladores de política. A iniciativa conta com apoio do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação-Brasil, por meio do CNPq.
Em seu 14º Congresso, a RedPOP reuniu 402 divulgadores da ciência de 21 países. Tendo como eixo central a divulgação científica, os participantes discutiram a relação da ciência com áreas como política pública, educação e arte. Outro tema debatido foi a utilidade de um banco de dados compartilhado sobre as experiências de instituições que fazem parte da entidade, bem como a necessidade de envolver o público no desenvolvimento de estratégias de centros e museus de ciência.
Juntamente com Luisa Massarani, farão parte da direção da Rede como conselheiras a costa-riquenha Alejandra León-Castellá, a colombiana Claudia Aguirre e a argentina Constanza Pedersoli. O representante da Unesco na entidade é o argentino Ernesto Fernandez. Para o 15º Congresso, em 2017, foi escolhida a Universidade de La Punta, na Argentina.
RedPOP avalia influência da mídia
O jornalismo científico ganhou menção especial no Congresso. Para os participantes, os meios de comunicação também são capazes de influenciar os tomadores de decisão em nível governamental no tocante às questões de ciência e tecnologia. Na avaliação do grupo, a otimização do trabalho dos profissionais de mídia e de interessados na divulgação da ciência passa por sua adequada educação sobre o tema.
O evento consagrou divulgadores da ciência. Foram contemplados com o Prêmio Latino-Americano de Popularização da Ciência e da Tecnologia o biólogo argentino Diego Golombek, o físico colombiano naturalizado mexicano Noboru Takeuchi; na categoria Centros ou Programas, o vencedor foi o Parque Explora de Medellín. A Orquestra Filarmônica de Medellín encerrou o Congresso unindo música e imagens do universo, projetadas no gigantesco telão montado no Parque dos Desejos, entre o Planetário, o Parque Explora e o Jardim Botânico e a Universidade de Antioquia.
Por: Ascom/Fiocruz