Quando se estuda inovação se entende ao menos duas coisas: ela não começou ontem; começou desde que o ser humano tem algum tipo de necessidade a ser resolvida

"Fulano é criativo, por isso ele é inovador." "Aquela empresa é superdescontraída, por isso ela é inovadora."

Existem algumas ideias interessantes sobre o “ser inovador”. Com muita frequência a palavra inovador é colocada como sinónimo de criatividade. Alguns dizem: “eu não sei inovar porque não sou criativo”. Bom, não é bem assim...

Vamos às bases: segundo o bom e velho dicionário, criatividade é o ato de criar. Segundo Scott Anthony, inovar é criar impacto. Já vimos na própria redação do texto que pode ter relação sim entre criatividade e inovação.

Quando se estuda um pouco mais inovação se entende ao menos duas coisas: ela não começou ontem. Começou desde que o ser humano tem algum tipo de necessidade a ser resolvida.

A outra é que inovação é algo que agrega valor. E o que é agregar valor? É isso que o ser humano tem desde o início: resolver um problema, uma necessidade.

Citando novamente Scott Anthony (que estuda muito sobre inovação): ele cita que a primeira era da inovação é a do “gênio solitário”. Ou seja, dos inventores trancados em seus laboratórios, inventando, criando coisas e, eventualmente, inovando.

Para aqueles que já tem alguns cabelos brancos, lembrarão do Professor Pardal das revistas em quadrinho. Nem tudo que é invenção é inovação.

Novamente voltamos ao ponto: inovar é adicionar valor, é resolver um problema, uma necessidade. Criar e inventar então é perda de tempo? Não!!

Se formos simplificar o processo de construção de soluções, veremos duas grandes bases:

1) A identificação real do que é o problema e suas implicações; e 2) O desenvolvimento de algo que resolva este problema.

O processo de criatividade está nos dois. Tanto em olhar uma situação que se está buscando resolver sob diferentes perspectivas, como nas ideias em série que são necessárias para achar uma boa solução.

Vamos fazer um exercício? Escolha um objeto que esteja a sua volta agora ... qualquer um. Olhe para ele. Se possível, pegue-o. Ok. Agora olhe ou pegue-o de uma maneira diferente, fora do padrão normal que você usa. Viu algo diferente? Aposto que sim.

​Vamos fazer outro exercício? Este mesmo objeto que você escolheu ... qual é sua função? Por que ele existe? Respondeu? Muito bem!! Agora, se ele não servisse para esta finalidade .... para o que este objeto que você está olhando poderia servir? Parabéns você acabou de fazer um exercício de criatividade!!!

Após estes exercícios, você já se considera inovador? Provavelmente não, mas você fez dois exercícios importantes: exploração e ideação.

Costumo dizer que isso é como músculo, precisa treinar para ficar forte. Todos têm potencial criativo. Se somarem a isso a busca por soluções, serão inovadores também.

Ah, um último comentário: frequentemente escuto que inovação é algo eletrônico ou envolve desenvolvimento de software ou aplicativos .... não é sempre assim. Temos muita inovação que está no mundo dos eletrônicos e no que se “liga na tomada”, e também temos muitas inovações em formas de relacionar com clientes, modo de fazer produtos, organizar modos de trabalho ou seja .... voltamos para o início: inovar é gerar impacto ... independente de onde seja. Qual impacto você deseja causar?

*Por Cibele Sanches

Multiespecialista em Gestão de Pessoas e Especialista em 4ª Revolução Industrial



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