DESAFIO 5
Como podemos reduzir, com o uso de tecnologias inovadoras, os riscos de incidentes com tubarão na orla do Recife?
Cenário
O litoral pernambucano já se tornou conhecido por ser uma área de risco por causa dos incidentes com tubarão. Incidentes na Região Metropolitana do Recife constituem um problema histórico, afetando a imagem da cidade, o turismo, a população em geral e em especial as vítimas e seus familiares.
Segundo o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão (International Shark Attack File- ISAF), em estudo publicado em 2021, o Brasil era o quarto país em número de incidentes com tubarão (107) no mundo, antecedido apenas pelos Estados Unidos (1.483), Austrália (652) e África do Sul (255). De acordo com os dados da ISAF, em cinco estados do Nordeste, existem registros de incidentes com tubarões: Pernambuco (59), Maranhão (10), Bahia (5), Ceará (5) e Rio Grande do Norte (4). Mais da metade de todos os incidentes contabilizados no Brasil, portanto, ocorreram em
águas da Região Metropolitana do Recife, no estado de Pernambuco, em uma área litorânea urbana com elevada influência antrópica, a partir de 1994.
Do município de Olinda até o Cabo de Santo Agostinho, há 36 quilômetros considerados áreas de risco aos incidentes com tubarões. Desde 1992, quando começaram a ser registradas as ocorrências no litoral do estado, foram registrados 77 incidentes. Especialistas não conseguem atribuir uma causa principal que torna a região mais propensa aos incidentes, o problema é complexo e multifatorial. Biólogos apontam que a combinação do relevo e a construção de um grande complexo portuário fizeram da costa pernambucana uma área de risco para banhistas.
Uma medida de prevenção adotada pelo Governo do Estado foi a instalação de placas informativas que alertam sobre o perigo. No entanto, não foi suficiente para reduzir o número de incidentes, já que a população não respeita as sinalizações e problemas tem acontecido também em áreas que não são proibidas para o banho de mar.
Principais dores
Sensação de medo e trauma por parte da população;
Incidentes acontecendo em áreas que não são proibidas para banho, aumentando ainda mais a insegurança;
População insatisfeita com a proibição de banho de mar;
Bombeiros arriscam a própria vida para retirar banhistas infratores;
Turismo na cidade é prejudicado;
Redução de atividades econômicas devido à diminuição de pessoas frequentando as praias;
Caça predatória de tubarões que podem ameaçar espécies e desequilibrar o ecossistema marinho.
Resultados Esperados
Reduzir o número de incidentes com tubarão em Recife;
Proporcionar áreas seguras para os banhistas;
Conscientizar a população quanto às áreas proibidas para o banho de mar;
Elaborar medidas de educação ambiental para informar os cidadãos sobre os aspectos bioecológicos e conservação dos tubarões, desmistificando a imagem negativa e culpabilização do animal;
Propor ações que tenham como premissa a preservação do ecossistema marinho;
Aumentar o turismo de lazer nas praias.
Informações Complementares
Publicação: “Ciências do Mar: dos oceanos do mundo ao Nordeste do Brasil”
Artigo: “Classificação de banhistas na faixa segura de praia” (2018)
Página do CEMIT (Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões)
Objetivo de Longo Prazo
Reduzir os incidentes com tubarões no litoral do Recife, aumentando a sensação de segurança para os banhistas.
Indicativos de Sucesso
Redução significativa do número de incidentes com tubarão no Recife;
Aumento do turismo na cidade;
Melhora na preservação das espécies marinhas;
Aumento da percepção de segurança ao tomar banho nas praias do Recife;
Aumento de áreas sem risco para tomar banho nas praias do Recife.
Riscos
Dependência de outros entes públicos;
Falta de integração entre os órgãos no combate ao problema;
A não existência de nenhuma solução tecnológica para o problema;
Soluções que interfiram no ecossistema marinho;
Não conseguir conscientizar os banhistas.