A quarta edição foi complexificada e multiplicou as experiências do Festival. Realizada em fevereiro de 2023, na Estação das Artes, o Festival foi consolidado enquanto um evento de Artes Integradas, com realização de apresentações artísticas em várias linguagens, como música, dança, artes visuais, performance e uma feira de negócios criativos.
O Barulhinho é um Festival Multilinguagens que atua de forma transversal, conectando diversos saberes e fazeres relacionados às artes e culturas. Em 2023 o Festival aconteceu nos meses de fevereiro e março através de uma programação composta por atividades formativas, Residências Artísticas, apresentações artísticas de dança, arte circense e performance, shows musicais, feira empreendedora, feira gastronômica, ações em artes visuais, com todas as ações, do pensamento à realização, protagonizadas por mulheres. Apesar de ser um Festival ainda jovem, encontra-se somente em sua quarta edição, a edição atual foi realizada de uma forma coesa e madura.
As primeiras atividades do Festival aconteceram no início de fevereiro de 2023, com a Residência Artística de realizada por Carrie Reichardt, artista inglesa convidada pelo Festival, através do apoio do Programa Cultura Circular, do Oi Futuro e British Council. A Residência foi muito importante para que Carrie pudesse traçar um paralelo entre o trabalho que ela realiza e a forma com que outras mulheres, que fazem parte de culturas ancestrais do Ceará, trabalham. As Residências fizeram com que ela se conectasse com aspectos subjetivos, filosóficos e psicológicos de sua existência como mulher e artista no mundo.
Após a realização da Residência, Carrie realizou uma oficina de mosaico, através da apresentação de seu trabalho artístico e posterior criação coletiva, entre a artista e as alunas, de um mural que homenageia 10 mulheres no estado do Ceará. São mulheres de campos artísticos diferentes do estado do Ceará. Em seguida foi realizado o Festival em si, no dia 25 de fevereiro de 2023. O Festival aconteceu na Estação das Artes, equipamento cultural da cidade. O Festival reuniu 3.000 pessoas ao longo de 6h de atividades diversificadas distribuídas em dois prédios do Complexo Estação das Artes.
Após o Festival demos continuidade às ações formativas do Festival, que com mais de 100h de formação voltadas para mulheres, buscou proporcionar que estas ocupem cada vez o mercado de trabalho da cultura. Nesta quarta edição do Festival também inserimos outras questões que nos atravessam, uma delas é pensar o futuro e a sustentabilidade do planeta. Somadas a essas questões, buscamos formas colaborativas e cooperativas de atuação, que foram desde a forma como pensamos as camisetas do Festival, criadas com um coletivo de mulheres a partir da doação de tecidos descartáveis da indústria têxtil, até a doação de materiais para uma casa de apoio a mulheres trans e travesti, passando ainda por um espaço de acolhimento, apoio e orientação a mulheres vítimas de violência.
Além desses temas, outros que estiveram presentes intrinsecamente ao festival foram a diversidade e a inclusão, que são fatores que podem nos ajudar na busca de um mundo melhor, mais igualitário e mais justo. E nesse contexto, o Festival trabalhou diretamente com 108 mulheres, considerando aqui as mais diferentes diferenças entre elas. Outro ponto importante, que vale ressaltar, foi a busca por um menor consumo em diversos eixos, o Festival usou zero plástico, utilizou uma decoração que poderá ser reutilizada nos anos seguintes, serviu apenas alimentação vegana e vegetariana, fez doação de plantas, em busca de diminuir a pegada de carbono que o Festival deixa no planeta. Outras questões foram surgindo, ao longo de todo o processo, que serão maturadas para o próximo Festival, tais como: de que forma podemos dividir um pouco mais a responsabilidade do nosso Festival com o público e com as fornecedoras?
O Barulhinho sempre esteve comprometido com a diversidade, dentro de um pensamento onde tem a mulher como foco. Pensar em diversidade, inclusão ou nas minorias é pensar no planeta. E pensar nessas questões é buscar um mundo mais justo, melhor e mais igualitário. E é nisso que o Festival aposta e espera.
Ser sustentável é, além de pensar no planeta, pensar em rede, atuar em rede e ter o fazer coletivo como espaço de oportunidades.
- CAMISETA DO EVENTO – As camisetas do evento foram feitas de tecidos descartados da indústria têxtil, criadas por uma designer de moda que atua com moda circular e costura por um coletivo de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Com essa ação 30 kg de tecido foram reaproveitados, 480 mil litros de água economizados, 625 kg de CO2 não foram liberados
- ALIMENTAÇÃO - Toda alimentação servida no Festival foi vegetariana ou vegana, pois isso reduz o consumo de água e energia, o nível de poluição da água e solo e emissão de gases relacionados ao efeito estufa.
- COLETA SELETIVA - O Festival conta com uma equipe de mulheres que atua com destinação de resíduos sólidos de forma adequada.
- COPOS DO EVENTO – Foram utilizados eco copos no evento, proporcionando lixo zero no quesito descartáveis e deixando de emitir 35.000 kg de co2 no meio ambiente.
- DOAÇÃO DE MUDAS – Como forma de minimizar a pegada de carbono que o evento deixou no meio ambiente. O Festival realizou doação de 300 mudas de plantas ornamentais, frutíferas e aromáticas.
- DECORAÇÃO – O Festival utilizou zero plástico, lona ou pvc. Toda a decoração foi feita com tecido ou papelão doado de supermercados locais.
- GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA – Geração de postos de trabalho para 108 mulheres que representam uma sociedade plural, como indígenas, mulheres pretas, mulheres trans e/ou travestis, mulheres com deficiência, mulheres idosas, mulheres ciganas.
- CULTURAL PATRIMONIAL - Realização de Residência Artística com Mestras da Cultura, valorizando bens intangíveis e se conectando com o passado, para pensar no futuro.
Acreditamos na sustentabilidade dos saberes e fazeres, permeada por um desenvolvimento integrado, cultural, territorial e sustentável, através da troca de saberes e da compreensão dos valores e dos patrimônios culturais de cada local.
Em relação às ações de comunicação do projeto, vale salientar que o projeto não se restringiu a um trabalho de comunicação e divulgação feito somente através de plataformas de Instagram. Foram contratadas: Assessora de Imprensa (01), Assessora de Comunicação (01), Assessora de Mídias Sociais (01), Designer (02), Fotógrafa (02), Videomaker (01), Edição de Vídeo (01). Dessa forma, o projeto possuiu outras ações de divulgação, voltados à assessoria de imprensa e veículos de grande massa, gerando pautas para jornais impressos, TVs e rádios locais, alcançando assim outros públicos.
Em relação ao público impactado:
Residência Artística - 7 atividades: 20 pessoas
Atividades Formativas - 7 atividades: 100 pessoas
Ações do Festival - 17 atividades: 3.000 pessoas
Total - 3.120 pessoas