Resistência à escravidão

Introdução

A escravidão é uma instituição muito antiga que existiu em várias partes do mundo. Mas, onde houve escravidão, houve resistência. No Brasil não foi diferente. O excesso de trabalho, a disciplina rigorosa, os castigos, o fato de o senhor não cumprir a palavra quando um escravizado conseguia juntar dinheiro para comprar sua carta de alforria, tudo isso provocou diferentes formas de resistência entre os escravizados. Eles resistiram praticando religiões de origem africana, jogando capoeira, promovendo festejos, como o congado, o reisado, o jongo, e fundando irmandades.

Os africanos e seus descendentes resistiram também desobedecendo, fazendo o corpo mole no trabalho, quebrando ferramentas, incendiando plantações, suicidando-se, agredindo feitores e senhores, negociando melhores condições de vida e trabalho. fugindo sozinhos ou com companheiros e formando quilombos .O maior e mais duradouro de todos quilombos brasileiros foi o dos Palmares. Os palmarinos viviam em liberdade e a seu modo num conjunto de povoações chamadas mocambos (de mukambo, “esconderijo” em quimbundo). Para sobreviver, plantavam milho, feijão, mandioca, batata-doce, criavam porcos e galinhas, caçavam cotias, raposas, tatus, confeccionavam objetos de cerâmica, palha trançada e madeira e faziam vasos, enxadas, pás e pilões.

Irmandades

As irmandades eram associações organizadas por leigos e que tinham sede em igrejas católicas. Para que uma irmandade funcionasse era necessário que tivesse seus estatutos aprovados por uma autoridade da Igreja católica. A irmandade além de dar assistência para seus associados na doença, na velhice e na morte, também juntava dinheiro para comprar cartas de alforria.

Congado

A congada, festa criada como forma de resistência à escravidão. É uma festa espiritual, cultural e teatral que envolve a cantoria. Possui tanto características cristãs quanto matriz africana. Na festa, se cultua São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e se mostra a luta de Carlos Magno.

É originado do país Congo, localizado na África. Inspira-se no Cortejo aos Reis Congos que era uma forma do povo agradecer aos seus governantes. A festa possui uma dança que demonstra a coroação do rei do Congo, junto de um cortejo compassado, cavalgadas, levantamento de mastros e música. Em algumas congadas, celebra-se a memória de Chico Rei.

Era um monarca de sua tribo no Congo e seu nome verdadeiro era Galanga. Por causa da escravidão, diz-se que foi capturado junto de toda sua tribo e durante a travessia, recebeu o nome de Francisco (de onde seu apelido “Chico” vem). Durante o trajeto, houve uma tempestade e os marinheiros, que tinham medo do navio virar, jogaram a esposa e a filha de Chico Rei. Chegou então ao Brasil apenas ele e seu filho, e depois de muito trabalho conseguiu comprar sua carta de alforria e a de mais outros 200 escravos. Por isso, tratavam-no como rei. Essa história, apesar de não ter evidência ainda é muito contada e celebrada.

Capoeira

Como uma das formas de resistência à escravidão, os escravos praticavam a capoeira. É uma prática que mistura luta e dança, ajudando na defesa física, fazendo com que fosse considerada uma prática violenta. O Quilombo dos Palmares foi o principal quilombo que se adaptou a essa prática. Com o tempo, a capoeira se tornou um esporte tradicional brasileiro para homenagear a cultura brasileira.

Fugas

As fugas também eram um meio muito utilizado como resistência a escravidão. Era um meio de resistência difícil, pois a pessoa teria que esconder no mato e sobreviver lá. Muitos desses que conseguiam fugir procuraram alcançar quilombos.

As fugas foram uma estratégia de resistência muito comum nas décadas de 1870 e 1880, por conta do fortalecimento do movimento abolicionista. Os escravos sentiam-se motivados a fugir e muitas vezes eram de fatos incentivados por outros escravos que haviam fugido ou por integrantes de associações abolicionistas, que davam suporte para escravos que fugiam.

Suicídio

Suicídio era um caso muito presente nas época da escravidão, pelo motivo dos negros escravizados preferirem morte do que continuar trabalhando no engenho. Dessa forma, além de causarem prejuízos ao senhor do engenho, acabavam por atrasar o trabalho que deveria ser feito. Isso é uma atitude "banzo", uma palavra para representar a morte voluntária dos escravos pelo desgosto da vida e saudades de sua terra de origem. O banzo além de levar ao suicídio também era uma prática relacionada ao aborto (para que os filhos não tivessem a vida de escravo e de injustiça) e às fugas individuais e coletivas. A taxa de suicídio entre escravos era cerca de três vezes maior do que a de homens livres.

Zumbi dos Palmares

Agora que já falamos de diferentes tipos de resistência, nós também temos que mostrar o homem que foi um dos mais importantes para a Resistencia da escravidão aqui no Brasil, Zumbi. Se refugiava no quilombo dos Palmares e abrigava muitos outros ex escravos, homens pobres e indígenas em Pernambuco. Lutou contra a opressão até o fim de sua vida, foi morto pelos bandeirantes e, até hoje em Pátio do Carmo em Recife, capital de Pernambuco, existe ainda o lugar onde a cabeça de Zumbi dos Palmares foi exposta até completa decomposição.

Imagens

Retrato de Zumbi.

Celebração do Congado.

Homens jogando Capoeira

Desenho do Quilombo dos Palmares.

Quilombo dos Palmares hoje em dia.

Letícia, Lara, Eduardo, Manuella A., Lucas e Pedro K.