Educação Ambiental

10º CT4

10º CT1

Comparação de duas cidades – Guimarães (Portugal) e Lovaina (Bélgica) – em termos de política ambiental

No dia 14 de abril deste ano, no âmbito do projeto de Educação para a Cidadania sobre o meio ambiente, a turma 10ºCT1 entrevistou, por videoconferência, a filha de uma professora da nossa escola, que está a viver na cidade de Lovaina, na Bélgica. A Lovaina situa-se na região da Flandres, no norte da Bélgica, onde os habitantes falam holandês.

Sendo países diferentes, logo com realidades também diferentes, pareceu ser um desafio aliciante perceber de que forma as preocupações ambientais nos dois países se podem comparar e de que modo estas são abordadas. Esta cidade, a 8ª maior no país, possui uma população de mais de 100.000 habitantes e tem a universidade mais antiga da Bélgica, com mais de 45.000 alunos. Sendo uma cidade tão jovem e desenvolvida, pareceu um excelente desafio tentar analisar as principais diferenças entre a Lovaina e a nossa cidade, Guimarães.

Na entrevista foram feitas várias perguntas de forma a perceber-se algumas diferenças entre Portugal e a Bélgica, no que concerne à proteção do meio ambiente e a práticas saudáveis e sustentáveis.

Primeiramente, perguntou-se como é que se realiza a separação do lixo na cidade onde a jovem entrevistada reside e percebeu-se o quão diferente é a separação do lixo relativamente a Portugal. Na Bélgica, o processo pode diferir de concelho para concelho. Em Lovaina, por exemplo, cada tipo de lixo deve ser colocado em sacos específicos, com diferentes cores, que podem ser adquiridos em todos os supermercados da zona. O saco do plástico é azul, o dos desperdícios alimentares é verde e o do lixo indiferenciado é castanho, ao passo que o papel pode ser colocado num saco de papel ou caixa de cartão qualquer. Note-se que o saco castanho é o mais caro, pois os resíduos lá colocados não são reciclados: 10 sacos castanhos de 60 litros custam 22,5 euros ao passo que 20 sacos azuis de 60 litros custam 3 euros, incentivando assim os habitantes a reciclar. Os sacos devem depois ser colocados à porta de casa para serem recolhidos de acordo com um calendário afixado pela Câmara Municipal, sendo que cada dia está destinado a um tipo de resíduo (exemplo: o plástico é recolhido de duas em duas semanas, à quarta-feira de manhã). Existem algumas exceções, como o vidro, que é colocado em ecopontos espalhados pela cidade, e os medicamentos fora de prazo são entregues nas farmácias, como aqui em Portugal. Produtos eletrónicos e resíduos perigosos, como pilhas, óleo, ou produtos químicos, devem ser entregues diretamente em containerparks, centros de reciclagem onde as pessoas podem depositar os seus resíduos. Se se comprar um eletrodoméstico novo, a loja onde o eletrodoméstico foi adquirido tem de recolher aquele que se quer descartar. Em contrapartida, a mobília deve ser recolhida em casa, por marcação.

Outra questão colocada durante a entrevista prendia-se com a existência e distribuição dos espaços verdes na cidade. Ficou a saber-se que Lovaina é uma cidade rica em parques e jardins que qualquer um pode visitar e, também, desfrutar de um pouco de ar puro. A utilização de espaços verdes é muito valorizada pela população, sendo todos os espaços verdes concorridos quando se avistam raios de sol (quer faça calor ou frio). A abundância de green spots chega a ser estonteante, com a existência de dezenas de parques municipais com rotas pedestres e ciclovias, estando vários deles concentrados nos vários polos da universidade da cidade (KU Leuven), como é o caso do Kruidtuin (jardim botânico). Embora Guimarães seja uma cidade muito verde, não consegue competir com a variedade de parques que a cidade belga tem para oferecer.

Outra grande diferença entre as duas cidades é o hábito dos belgas usarem a bicicleta como meio de transporte no dia a dia. Em Lovaina praticamente toda a população tem uma bicicleta para se deslocar na cidade, quer seja para a escola ou para o trabalho, levar os filhos à escola, ir às compras ou ir ao cinema, entre outros. Várias pessoas possuem até bicicletas distintas com finalidades diferentes, como para andar na cidade, para longas distâncias, ou para praticar desporto (exemplo: ciclismo). Como tal, é comum verem-se ciclovias e parqueamentos onde estacionar as bicicletas espalhados por toda a cidade e país, até mesmo no campo. Embora o número de ciclovias em Guimarães tenha vindo a aumentar, os portugueses, no geral, utilizam a bicicleta mais como atividade de lazer. Efetivamente, a bicicleta deveria ser considerada um meio de transporte preferencial e de maior recorrência.

Durante a entrevista, também se abordou o tópico dos veículos elétricos e, neste aspeto, as duas cidades não diferem muito. Em Lovaina existe uma maior abundância de postos de carregamento do que na maioria das cidades portuguesas, mas não há uma diferença significativa. Nessa cidade, está em andamento um projeto de instalação de autocarros elétricos. No entanto, é de salientar que Guimarães já possui um autocarro elétrico na sua rede de transportes públicos e prevê-se um aumento dessas unidades.

Uma curiosidade final diz respeito ao combustível que alimenta os restantes veículos (gasóleo ou gasolina). Em Lovaina o gasóleo e a gasolina têm aproximadamente o mesmo preço, sendo o gasóleo, usualmente, ligeiramente mais caro que a gasolina, ao passo que em Guimarães e Portugal o gasóleo é mais barato que a gasolina.

Tendo em conta os aspetos expostos, pode afirmar-se que as duas cidades têm costumes e formas de proteger o meio ambiente muito diferentes e que nós devíamos tentar aprender a conservar melhor a “nossa casa”, que é o nosso país e, de forma mais abrangente, o planeta Terra, olhando para os exemplos mais positivos de outras cidades e de outros países e os seus métodos no cumprimento desse objetivo. Concluímos, igualmente, que se deve aprender a valorizar o que também se tem de bom, e contribuir, cada um de nós, para um país e um planeta do qual nos possamos orgulhar cada vez mais.

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