Nordeste e seca

Crianças brincando com ossos de animaisSebastião Salgado, "Outras Américas"

Sebastião Salgado, em suas fotografias sobre o Nordeste brasileiro, testemunha a difícil vida agreste das populações locais, marcadas pela seca e por diversos problemas sociais, como a desnutrição infantil. Diante do sofrimento que presenciou no Nordeste, Sebastião ressignificou sua fotografia, desenvolvendo ainda mais uma sensibilidade socialmente crítica.

Imagem retratando a seca no sertão do NordesteSebastião Salgado, "Outras Américas"

A ausência de água provoca a escassez de alimentos para o gado, prejudicando a pecuária e aumentando a migração de trabalhadores rurais em busca de condições melhores de vida. As comunidades mais vulneráveis são particularmente afetadas, enfrentando dificuldades para suprir suas necessidades básicas e sofrendo com a fome e a pobreza.

Nesse contexto, a religiosidade ganha importância como uma forma de buscar consolo, esperança e força diante das adversidades. A fé e as práticas religiosas tornam-se meios de enfrentamento e superação das dificuldades vividas pela comunidade local.

A seca e a morte, presentes no registro de Sebastião Salgado, aparecem também em outras obras artísticas que representam o Nordeste, entre as quais o poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, um dos mais importantes poetas brasileiros. Publicado em 1955, o poema retrata a dura realidade do sertão nordestino e a busca pela sobrevivência. A jornada do protagonista Severino é marcada por um cenário desolador da vida no sertão, onde a luta constante contra os desafios é uma constante. No entanto, o poema também traz uma mensagem de resistência e resiliência, destacando a força do povo nordestino diante de tantos obstáculos. Com uma linguagem poética marcante e uma estrutura cuidadosamente construída, "Morte e Vida Severina" constitui um retrato impactante da vida e da morte em uma região marcada pela aridez e pela luta diária pela existência.

Capa da primeira edição de "Morte e Vida Severina"
Ilustrador Miguel inovou ao adaptar "Morte e Vida Severina" em HD

"Morte e vida severina"

— A quem estais carregando, 

irmãos das almas, 

embrulhado nessa rede? 

dizei que eu saiba. 

— A um defunto de nada, 

irmão das almas, 

que há muitas horas viaja

à sua morada. 

Entrevista com um nordestino: Leôncio

Uma entrevista com Leôncio, colaborador do curso G9, nascido e criado no Nordeste. Leôncio expressa, nessa entrevista, suas experiências vivendo em uma cidade litorânea do Nordeste brasileiro.

Nordeste.MOV