UMA JANELA
PARA AS AMÉRICAS
A DIVERSIDADE LATINA
NA OBRA DE SEBASTIÃO SALGADO
FEIRA DO CONHECIMENTO 2023: CURSO G9
TEMA
A fotografia de Sebastião Salgado: espelho da realidade
SLOGAN
O olhar revelador do outro
SUBTEMA DA TURMA M21
Uma janela para as Américas: a diversidade latina na obra de Sebastião Salgado
Introdução
"Outras Américas", livro do artista Sebastião Salgado, é considerado uma das maiores obras de fotografia dos anos 1980. O livro possui uma personalidade estética única e desvela, a cada página, uma visão de mundo associada a uma visão interior bastante densa e peculiar. Ele ainda se destaca pela composição das imagens e pela força dos enquadramentos. Acima de tudo, demonstra uma ligação íntima entre o fotógrafo e os fotografados, o que permite ao artista captar a alma dos seres humanos. É uma obra sobre a diversidade cultural e humana da América Latina, retratando pessoas e paisagens de várias partes desse continente. Tal diversidade será apresentada com maior profundidade nas páginas a seguir.
Sebastião Salgado
Sebastião Salgado, fotojornalista brasileiro, possui um trabalho notável por registrar, em preto e branco, várias regiões do mundo e suas populações. Suas fotografias capturam a essência das paisagens, das culturas e das condições sociais em diferentes partes do globo. Ao explorar temas como migração, trabalho, desigualdade social e questões ambientais, Salgado oferece um olhar profundo e emocional sobre a complexidade humana do mundo. Especificamente, suas imagens em "Outras Américas" retratam a diversidade humana e a riqueza cultural do continente americano, suas comunidades indígenas e lutas sociais, assim como a beleza natural do continente. Por meio de seu trabalho, Sebastião Salgado traz à tona questões cruciais e convida o espectador ou leitor a refletir sobre as realidades e os desafios enfrentados pelas pessoas nas Américas.
Colonização espanhola e portuguesa
Esta seção recupera a história da formação dos países que, nos dias de hoje, constituem a América Latina. Trata-se de uma história de lutas e aculturações as quais ainda moldam a sociedade latina e cujo reflexo aparece, direta ou indiretamente, nas fotografias de Sebastião Salgado.
Nordeste e seca
Esta seção enfoca o Nordeste do Brasil, uma região marcada por sua cultura própria, paisagens deslumbrantes e a recorrência de secas. Em particular, o fenômeno natural da seca traz desafios significativos para as populações locais e impacta significativamente a região. Ao explorá-la, Sebastião Salgado retrata suas figuras humanas e costumes característicos.
Três pés calejados com alpargatas (Brasil, 1980)
Sebastião Salgado, "Outras Américas"
O México e sua religiosidade
Esta seção põe em evidência o México, localizado no norte do continente latino americano e reconhecido por sua rica cultura e religiosidade marcante. Ao percorrer o país, Sebastião Salgado registra a força da religião e a permanência de tradições, como a famosa festa de "Los Muertos".
População e costumes da América Andina
Esta seção destaca a cultura andina, caracterizada por uma mistura de diferentes culturas independentes que se desenvolveram nas regiões em torno da Cordilheira dos Andes. Essas culturas compartilham semelhanças, como o uso de técnicas agrícolas avançadas e crenças religiosas ligadas à natureza. Ao desbravar a região, Sebastião Salgado representa sua diversidade e especificidade no contexto latino americano.
Meninos equatorianos com cactos ao fundo (Equador, 1982)
Sebastião Salgado, "Outras Américas"
O olhar sensível da turma M21
Minha vida, meus mortos,
Meus caminhos tortos
Meu sangue latino
Minh'alma cativa
(Secos & Molhados)
Conclusão
A América Latina tem muitas faces. São múltiplas paisagens e culturas contrastantes. São diversos modos de viver e variadas visões de mundo.
Tal diversidade evidencia-se, para começar, através dos modos distintos de colonização: espanhóis e portugueses implantaram nas terras americanas tipos particulares de ocupação e exploração de recursos. Esses modos de colonização causaram um impacto social e cultural em cada uma das regiões da América Latina.
No Nordeste do Brasil, desenvolveu-se uma cultura própria marcada por uma intensa religiosidade que permeia o cotidiano de seus habitantes. Moldando a paisagem e, até mesmo, a personalidade dos indivíduos, a seca produziu uma população resiliente às dificuldades de sobrevivência que convive cotidianamente com a morte e encontra na religião uma forma de superar seus temores e angústias.
Em outra ponta do continente, angústias e temores similares têm gerado uma cosmovisão toda especial. É o México com sua religiosidade consciente da passagem do tempo e dos desvios do destino, atualizando crenças ancestrais anteriores à chegada dos europeus. A paisagem árida contrasta com uma cultura colorida que celebra a alegria mesmo nos momentos decisivos da morte.
Já a América Andina emerge das brumas das montanhas com um povo resistente em suas concepções e tradições que continua a lutar contra as pressões externas e a imposição cultural a fim de manter seu lugar. Sua música retoma os sons que essas montanhas ouviam há séculos.
Há muitas janelas para as Américas. Essa foi a nossa.