História Covilhã

A história da Covilhã iniciou-se há vários séculos, mas apesar da existência documentada de ocupação que remonta aos primeiros habitantes da Península Ibérica, bem como de uma reconhecida dinâmica comercial ligada à pastorícia, só em 1186 recebeu o título de Vila.


Com o objetivo de aumentar as defesas contra o vizinho Reino de Leão, D. Sancho I concede à Covilhã o seu primeiro Foral, dando-se por essa altura o início da construção das agora históricas Muralhas da cidade.


O cerco defensivo foi mais tarde alvo de uma ampliação ordenada por D. Dinis em 1300. As muralhas foram de tal forma importantes no contexto histórico da Covilhã, que ainda hoje é possível identificar alguns panos das mesmas, integrados na arquitetura de diversos edifícios da parte mais antiga da cidade. O fortalecimento deste complexo defensivo revela a importância estratégica da Covilhã na proteção e crescimento do Reino de Portugal.

Já no período renascentista, a Covilhã era uma Vila em franco crescimento nas mais diversas áreas, não só ligadas à agricultura e pastorícia, mas também à economia, cultura e indústria, onde os lanifícios começavam a ganhar expressão. É ainda neste período que a cidade inscreve o seu nome nas grandes navegações marítimas, com D. Dinis, Senhor da Covilhã, a integrar vários Covilhanenses nas expedições por si ordenadas. Entre os muitos notáveis ficaram para sempre ligados à história da Covilhã Frei Diogo Alves da Cunha, Pêro da Covilhã, Fernão Penteado, Rui e Francisco Faleiro, entre outros.


No final do século XVI, D. Luís de Menezes, Conde da Ericeira, instala na cidade a primeira Fábrica Real, denominada Fábrica de Sarjas e Beatas (Fábrica Velha) na Ribeira da Carpinteira, com o objetivo de terminar com a dependência de panos provenientes de Inglaterra. Com a chegada de mestres tecelões ingleses, a indústria de Lanifícios implementa-se em força e ao longo dos anos proliferam fábricas e manufacturas destinadas ao tratamento da lã, mas também alguns costumes, como o consumo de chá.


Após o terramoto de 1755, Marquês de Pombal, Primeiro Ministro de Portugal, traça um plano de desenvolvimento nacional de base manufatureira que viria a revelar-se de grande importância histórica. Reconhecendo a qualidade e peso económico dos tecidos produzidos na Covilhã, em 1764, D. José I ordena a construção da Real Fábrica de Panos junto à Ribeira da Degoldra, na qual foram utilizadas pedras da antiga muralha, que também tinha ruído pela altura da catástrofe. Atualmente, nos edifícios dessa mesma fábrica, temos a Universidade da Beira Interior, bem como o Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior.