O projeto A Malta sobe ao palco levou à cena, na sala da companhia de teatro Passagem de Nível - em Alfornelos, a peça Casos de Polícia, um texto original que questionou os valores (ou a falta deles) de uma sociedade
Sinopse
O projeto de teatro, neste ano, por força da falta de compatibilidade de horários, juntou alunos do ensino básico e do ensino secundário.
A escolha do tema resultou da discussão coletiva e dos projetos, nomeadamente de Cidadania, que os alunos estavam a desenvolver nas suas turmas.
Assim, foi decidido provocar a reflexão através do retrato de uma sociedade - a nossa - claramente doente.
Recolhemos, dos meios sociais de comunicação, notícias, entrevistas e outros produtos, casos verídicos portanto, que transformámos em cenas dramáticas.
A peça é um conjunto de Casos de Polícia, já tratados como tal ou a merecerem acabar assim.
Vídeos do ensaio geral - gravados pelo aluno Pedro Silva (12.º ano e no âmbito do projeto Imaginar a realidade mesmo com imagens )
A violência doméstica é, ainda hoje, em Portugal, um flagelo.
A 1.ª cena é o ataque brutal a uma mulher.
A comunicação social torna-se, muitas vezes, vampiresca, correndo atrás de factos terríveis que possam mobilizar o voyeurismo social. Muitos jornalistas não têm preparação, nem competência linguística.
As pessoas, frequentemente, para aparecerem na televisão, falam, mesmo sem respeito pelas vítimas de quem falam.
Nem sempre o Tribunal é o espaço da Justiça, nem sempre os seus agentes defendem as vítimas ou respeitam as testemunhas. O Tribunal é, muitas vezes, um espaço de luta em que ganha o que tiver melhores armas.
A poluição é um dos graves problemas com que nós nos debatemos, enquanto coletividade.
Se há uma parte da juventude que já adquiriu consciência de que é preciso agir, ainda há outra que se ri das preocupações dos ambientalistas.
Nesta casa, uma família confronta-se a partir do tema.
E se os casos de poluição forem, ainda por cima, casos de corrupção política?
O que fazer? Como temos que agir?
A alienação, o desejo de fama e de dinheiro fácil, a nova tendência das influencers, tudo junto a gerar a loucura social.
Podem os pais dispor da imagem dos filhos? Viver à custa dessa imagem? Não é um caso de maus-tratos infantis? De exploração infantil?
No sexo como armadilha, quem engana quem? A falsa moral pode custar caro.
A chantagem e a corrupção grassam na nossa sociedade?
O compadrio e o favoritismo, todos são primos e primas, tudo gente de bem ou uma mão lava a outra.
O debate e a conclusão ficam a cargo da Justiça e do Zé Povinho.
Não há muita esperança, neste Reino da Dinamarca?