Se o terramoto de 1755 nunca tivesse acontecido, o destino de Lisboa e do Marquês de Pombal poderia ter seguido rumos completamente diferentes. Aqui ficam algumas hipóteses sobre o impacto histórico e urbano:
Desenvolvimento Urbano e Cultural
Preservação do Urbanismo Medieval:
Lisboa poderia ter mantido a sua estrutura medieval, com ruas estreitas e sinuosas, e uma concentração de edifícios góticos, renascentistas e manuelinos. A cidade provavelmente enfrentaria desafios modernos, como o congestionamento e a infraestrutura limitada, devido à falta de planeamento urbanístico.
Investimento Alternativo:
O dinheiro gasto na reconstrução poderia ter sido aplicado no comércio marítimo, promovendo o porto de Lisboa como um dos mais prósperos da Europa. Poderia ter havido mais investimento nas artes, na ciência e na educação, impulsionando Lisboa como um centro cultural e intelectual.
Reforço das Defesas do Império:
Os recursos financeiros poderiam ter sido direcionados para as colónias portuguesas, promovendo o desenvolvimento de cidades estratégicas como Luanda, Goa ou Macau.
O Papel do Marquês de Pombal
Alternativa à Reconstrução:
O Marquês de Pombal destacou-se como um reformador e estratega, mas o seu legado está fortemente ligado à reconstrução de Lisboa após o terramoto. Sem o sismo, é provável que ele se tivesse destacado por outras reformas administrativas e económicas. A sua política mercantilista e de centralização poderia ter sido a sua maior marca, consolidando a economia portuguesa e fortalecendo o Império.
Figura Menos Relevante?
É possível que, sem o catalisador do terramoto, o Marquês de Pombal não tivesse alcançado o mesmo nível de protagonismo histórico. A sua fama dependeu da oportunidade de implementar uma visão de modernidade na reconstrução da cidade.
Lisboa no Século XXI
Lisboa poderia parecer uma cidade mais autêntica, comparável a locais como Toledo ou Bruges, com um centro histórico preservado que atrairia turistas interessados na história medieval e renascentista. Contudo, a falta de intervenções modernizadoras poderia ter limitado a capacidade da cidade de responder às necessidades de uma metrópole global, como transportes e serviços urbanos.
O Marquês de Pombal, mesmo sem o terramoto, teria encontrado outras formas de marcar a sua liderança, mas talvez de uma maneira menos memorável do que com a reconstrução de Lisboa. O seu lugar na história dependeria de como as suas reformas administrativas e económicas seriam avaliadas, sem esse evento transformador.