D. Maria

A Piedosa

Reinado 1777-1816


D. Maria I (Lisboa, 17 de dezembro de 1734Rio de Janeiro, 20 de março de 1816), apelidada de "a Piedosa" e "a Louca", foi a Rainha de Portugal e Algarves de 1777 até 1815, e também Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves a partir do final de 1815 até sua morte. De 1792 até sua morte, seu filho mais velho João atuou como regente do reino em seu nome devido à sua doença mental. Era a filha mais velha do rei José I e sua esposa a infanta Mariana Vitória da Espanha.

Biografia

Nascimento

D. Maria nasceu a 17 de dezembro de 1734 no Paço da Ribeira, em Lisboa, Portugal. Seu nome completo era Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança. Foi a primeira filha de D. José de Bragança, então Príncipe do Brasil, e sua esposa Mariana Vitória de Bourbon, Infanta de Espanha. Quando o seu pai subiu ao trono em 1750 como D. José I, D. Maria tornou-se sua herdeira presuntiva e recebeu os títulos tradicionais de Princesa do Brasil e Duquesa de Bragança.

Casamento

A continuidade dinástica da Casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o tio Pedro de Bragança, que subiria ao trono como Pedro III de Portugal. O casamento foi realizado na Real Barraca da Ajuda a 6 de junho de 1760.[1] Anteriormente, pensara-se em casá-la com o seu tio, o Infante Luís de Espanha, e com José II, Imperador do Sacro Império Romano.

Reinado

Embora D.Maria I seja tradicionalmente reconhecida como a primeira Rainha reinante em Portugal, isso é questionável, visto que à luz de uma nova perspectiva da história,Teresa de Leão já havia sido reconhecida como tal pelo papa, em 1112. Seu primeiro acto como rainha, iniciando um período que ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e exílio da corte do marquês de Pombal, a quem nunca perdoara a forma brutal como tratou a família Távora durante o Processo dos Távoras. Rainha amante da paz, dedicada a obras sociais, concedeu asilo a numerosos aristocratas franceses fugidos ao Terror da Revolução Francesa (1789-1799). Era, no entanto, dada a melancolia e fervor religioso de natureza tão impressionável que quando ladrões entraram em uma igreja e espalharam hóstias pelo chão, decretou nove dias de luto, adiou os negócios públicos e acompanhou a pé, com uma vela, a procissão de penitência que percorreu Lisboa. O seu reinado foi de grande actividade legislativa, comercial e diplomática, na qual se pode destacar o tratado de comércio que assinou com a Prússia em 1789. Desenvolveu a cultura e as ciências, com o envio de missões científicas a Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, e a fundação de várias instituições, entre elas a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Real Biblioteca Pública da Corte. No âmbito da assistência, fundou a Casa Pia de Lisboa. Fundou ainda a Academia Real de Marinha para formação de oficiais da Armada. A 5 de janeiro de 1785 promulgou um alvará impondo pesadas restrições à atividade industrial no Brasil; como por exemplo proibia a fabricação de tecidos e outros produtos. Durante seu reinado ocorreu o processo, condenação e execução do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.