Unidades Especializadas Perturbação do Espectro do Autismo - PEA


AS PERTURBAÇÕES DO ESPETRO DO AUTISMO (PEA)

" são um síndroma neuro-comportamental com origem em perturbações do sistema nervoso central que afeta o normal desenvolvimento da criança. Os sintomas ocorrem nos primeiros três anos de vida e incluem três grandes domínios de perturbação: social, comportamental e comunicacional" (American Psychiatric Association,2013)


Não há marcador biológico específico para identificar o autismo. A PEA é identificada através dos comportamentos clinicamente observáveis. As caraterísticas do autismo estão descritas em sistemas internacionais de diagnóstico e classificação: DSM-5 da Associação Americana de Psiquiatria e o ICD 10 da Organização Mundial de Saúde.

Até 2013, nas anteriores classificações eram considerados 3 grupos de critérios para diagnóstico clínico: Perturbações na Comunicação; Perturbações na Interação Social Recíproca, Interesses restritos e comportamentos repetitivos.

Depois de 2013 "Os sintomas causam perturbações clinicamente significativas nas áreas social, ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento corrente " DSM-5

Os indivíduos anteriormente classificados com perturbação autística, perturbação de Asperger ou perturbação global do desenvolvimento passaram a ser diagnosticados com perturbação do espetro do autismo (PEA).

A expressão clínica da PEA varia bastante, não só de pessoa para pessoa mas também em cada indivíduo ao longo do ciclo de vida. As comorbilidades, condições associadas ao autismo ou doenças, também influenciam o comportamento do indivíduo com PEA.


Prevalência do Autismo

Por não haver estatísticas longitudinais ou estudos epidemiológicos com os mesmos critérios de diagnóstico em todos os países, é dificil saber quantas pessoas com autismo existem. Há estudos que apontam para 3 a 4/10.000 até 22/10.000 (2003) e recentes nos EUA (66 / 10.000).Há 4 a 5 rapazes para 1 rapariga. Hoje sugere-se que há mais raparigas não identificadas porque o diagnóstico foi incorreto ou tardio. Não há investigação que prove que há mais raparigas. Os últimos estudos científicos confirmam a prevalência de 4 rapazes para uma rapariga.


Diagnóstico e Intervenção

Atualmente não se conhece cura para o autismo, nem nenhum medicamento específico. Contudo, um diagnóstico precoce, exame médico completo da criança, avaliação por uma equipa multidisciplinar com testes específicos para avaliação cognitiva, da linguagem e dos comportamentos, permitem estabelecer um plano individual de intervenção . O plano permite iniciar e implementar uma intervenção precoce com estimulação das competências sociais e comunicativas.

Não há terapias únicas e infalíveis. Os programas, baseados na evidência científica, devem ter as seguintes características: individualização, estrutura, frequência, generalização e participação familiar. Contar com a relação pais e filhos é indispensável para obter sucesso em qualquer intervenção.

Recentemente, as pessoas com autismo, em resposta a um questionário divulgado pelo Autisme-Europe, manifestaram o seu desejo de serem designadas como "pessoas no espectro do autismo" em vez de "pessoas com perturbação do espectro do autismo" por considerarem esta última designação mais conotada com um termo clínico.