1) Parede-Krainer , em Portugal e conhecida como suporte do tipo "cribwall".

É uma estrutura normalmente construída em madeira e eventualmente concreto ou metal, que tem como objetivo conferir estabilidade a taludes íngremes, sejam naturais ou artificiais que apresentem problemas de baixa estabilidade.

É muito utilizada na proteção das margens fluviais, sendo uma das principais técnicas utilizadas pela Bioengenharia de Solos (Engenharia Natural).

A estrutura é simples ou dupla e pode ser até tripla.  Normalmente é preenchida com pedras e solo apos a aplicação da estrutura em forma de fogueira. A fim de completar o efeito de estabilização do local, a face exposta da obra, normalmente, e vegetada através de modelos adequados e utilizando-se espécies vegetais indicadas para esse fim.

No caso das margens fluviais usa-se uma forma especial de plantio, conhecida como feixes-vivos.

Existem modelos especiais no que diz respeito ao arranjo dos troncos: 

• • Parede-tipo-Roma onde a estrutura de madeira pode ser pré-montada;

  • Parede-latina onde uma parede simples tem seus troncos transversais arranjados em um sistema de treliça, o que confere uma boa estabilidade à obra, bem como economia de madeira e pregos.

Estes últimos dois modelos foram desenvolvidos na Itália, por isso as designações tipo-Roma e latina.

O termo Krainer vem de Krainerwand em língua alemã e também se refere ao local de origem do modelo.

A bioengenharia vem sendo aplicada em todo o mundo, como um avanço dos procedimentos clássicos da engenharia civil, mediante a incorporação de aspectos ambientais, garantindo soluções eficientes e esteticamente desejadas.

A minimização da movimentação de solo com o uso dos produtos e processos da bioengenharia garante uma redução de custos nos trabalhos de reabilitação.

Em decorrência da avaliação dos impactos, considera-se necessário implementar medidas mitigadoras por meio dos planos de drenagem, de estabilização geotécnica dos taludes.

Metodologia Executiva:

Caso de obra do Colega Carlos Magno dos Santos :

1)Identificação do Problema:

Instabilidade em parte do talude concluído que causou problema pontual em parte do muro.

2) Remoção do material solto e preparo da crista do talude com plataforma escavada onde as estacas circulares de madeira são cravadas a fim de garantir uma rigidez melhor no solo inclusive fixa de cravação em terreno com SPT de maior resistência.

3) Amarração das estacas circulares horizontalmente as estacas de fundação intercaladas na forma de fogueira para garantir o engastamento e a rigidez necessárias com a estaca cravada de reforço para efeito de fundação, trabalhando todo elemento como se fosse um só, amarrados com fio de aço especial para garantia da união entre as peças verticais e horizontais.

4) Na sequencia o vazio que se forma entre as fogueiras e devidamente preenchido com terra (argila) compactada para não só garantia da rigidez, como acerto geométrico do talude na inclinação mais próxima a qual ele se encontrava.

5) Acerto e regularização final do talude, com a conformação existente ao talude vizinho.

6) Vista parcial da obra tratada com a solução de bioengenharia, de forma econômica, pratica e eficiente.

7) Acerto final do talude, escondendo o reforço de madeira (fogueira) no interior do talude com a regularização do solo.

8) Resultado final da obra aguardando a recomposição vegetal do mesmo com a garantia de uma melhor estabilidade geológica-geotécnica;

A técnica de contenção com parede Krainer, pode ser vantajosa em obras de recuperação de áreas degradadas próximas a cursos d'água e lagos por diversas razões:

1. *Estanqueidade:* A parede Krainer é capaz de proporcionar uma barreira estanque, minimizando a infiltração de água do corpo d'água adjacente para a área degradada, reduzindo riscos de erosão e contaminação.

2. *Controle de Sedimentos:* A técnica ajuda a evitar o carreamento de sedimentos provenientes da área degradada para corpos d'água, o que é crucial para a preservação da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos.

3. *Estabilidade:* A parede Krainer oferece estabilidade para a área degradada, prevenindo deslizamentos e desmoronamentos que poderiam afetar negativamente tanto o corpo d'água quanto a área terrestre.

4. *Preservação da Vegetação Ripária:* Ao estabilizar a área degradada, a técnica pode permitir a preservação ou restauração da vegetação ripária, que desempenha um papel fundamental na proteção dos ecossistemas aquáticos.

5. *Contenção de Contaminantes:* Se a área degradada estiver contaminada, a parede Krainer pode auxiliar na contenção dos contaminantes, evitando que se espalhem para o meio aquático.

6. *Prevenção de Assoreamento:* A técnica pode ajudar a prevenir o assoreamento de corpos d'água, uma vez que impede que sedimentos da área degradada sejam transportados para o curso d'água.

7. *Reabilitação do Habitat:* Ao criar uma transição suave entre a área degradada e o corpo d'água, a parede Krainer pode contribuir para a reabilitação do habitat natural, promovendo a coexistência de ecossistemas terrestres e aquáticos.

8. *Planejamento do Uso da Terra:* A estabilização da área degradada oferece a possibilidade de planejar o uso futuro da terra de forma sustentável, garantindo que as atividades humanas não comprometam os ecossistemas aquáticos.

É importante considerar as características específicas do local e da área degradada ao escolher a técnica de contenção mais apropriada. A parede Krainer pode ser uma solução eficaz em muitos cenários, mas é essencial realizar uma avaliação completa das condições geotécnicas, hidrológicas e ambientais antes de tomar uma decisão final.

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LUIZ ANTONIO NARESI JUNIOR

Luiz Antonio Naresi Júnior é engenheiro civil com ênfase na área de Saneamento, possui pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Analista Ambiental pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), e em Engenharia Geotécnica pela UNICID (Universidade Cidade de São Paulo). É especialista em obras de Fundação Profunda, Contenções de Encosta, Obras de Artes Especiais, Projetos de Contenção, Infraestrutura Ferroviária e Rodoviária. Atualmente é sócio da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica), diretor do Clube de Engenharia de Juiz deFora (MG) desde 2005, participa como voluntario pela ABMS como apoio a defesa civil de Belo Horizonte, Professor da Escalla Cursos para Mestre de Obras (CEJF / CREA/MG), consultor de fundação pesada e geotecnia, comercial e assessor da diretoria da Empresa  ProgeoEngenharia Ltda . 

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