07 ANTENA YAGI DOIS ELEMENTOS APONTADA PARA CIMA (ANTENA DIPOLO COM REFLETOR EMBAIXO) - NVIS - "Near Vertical Incidence Skywave": DESCRIÇÃO DE PESQUISAS E CONCEITUAÇÃO

INSTITUTO DE AERONÁUTICA E ESPAÇO - IAE

PROFESSOR ANGELO ANTONIO LEITHOLD (IAE - FIES), PROFESSOR ONEIDE JOSÉ PEREIRA (INPE-FIES)

Antenas Experiências

NVIS - "Near Vertical Incidence Skywave"  NOTAS DE AULA

         (c) 2006 - 2013 -  Angelo Antonio Leithold - py5aal

O presente trabalho foi elaborado em 2006 e revisado em 2013.


1 INTRODUÇÃO

 (c) py5aal Sobre uma determinada região no Atlântico Sul, mais precisamente no Sul do Brasil, o efeito de proteção da magnetosfera perde parte de sua eficiência, pelo fato de haver uma espécie de “mergulho” nos cinturões de Van Allen, em que a sua parte mais interna tem a máxima aproximação com a superfície da Terra, devida baixa intensidade do campo geomagnético do planeta. A este efeito anômalo se dá o nome de Anomalia Magnética do Atlântico Sul, AMAS ou SAA (do inglês, South Atlantic Anomaly). Algumas pesquisas indicam que o mergulho dos campos ocorre em conseqüência do deslocamento excêntrico do centro do campo magnético da Terra em relação ao seu centro geográfico. A altitude média do cinturão mais próximo é entre 200 a 800 Km da superfície na região, porém, no epicentro atinge até 10 km. Para as órbitas de naves espaciais inclinadas entre 35 e 60 graus, em relação ao equador, e alturas entre 180 até aproximadamente 200 Km, o resultado é que a intensidade de radiação é mais alta nesta região do que em qualquer outra da Terra. Existem diferentes intensidades do campo magnético que propiciam uma menor ''blindagem'' do campo magnético, pois as partículas provindas do Sol, e do Espaço profundo, não são capturadas, e se precipitam em direção à baixa atmosfera. Observações das variações do ruído de fundo em diversas frequências foram realizadas no município de Paula Freitas, Paraná, no Campus de Pesquisas Geofísicas Major Edsel de Freitas Coutinho a partir de 1970, elas sugerem que o nível de ruído de fundo correlação com a anomalia.

(c) py5aal No Campus de Pesquisas Geofísicas Major Edsel de Freitas Coutinho (Instituto de Aeronáutica e Espaço - IAE), foi realizado entre 2007 e 2012, convênio visando o estudo da Ionosfera com diversas instituições. Durante as pesquisas foram encontrados alguns problemas gerados por ruídos laterais, que mascaravam os dados obtidos. Foi descoberto que era necessária recepção de sinais provindos diretamente de cima, e os ruídos laterais atrapalhavam bastante a prospecção ionosférica. Antenas verticais não se mostraram eficientes, além de recepção ruidosa não propiciaram a obtenção de dados adequada, antenas horizontais eram eram no mínimo bidirecionais, o que não era adequado para as medições. Antenas em  e antenas Vê invertidas, embora apresentassem resultados razoáveis, também em muitas situações apresentaram sérias deficiências . Assim, foi utilizada a teoria de Yagi-Uda, e chegou-se à conclusão de que uma antena direcional apontada para cima (Dipolo com refletor embaixo) resultaria num substancial aumento da qualidade das recepções dos ruídos de fundo, além das transmissões e recepções para estações de estudo a média distância. Os sinais provindos da Ionosfera imediatamente acima da região do Campus de Paula Freitas se mostraram dentro das exigências do projeto de pesquisas e, durante a elaboração do projeto foi observado que quanto mais próximo o refletor do solo menor era a influência do elemento parasita. A Yagi dois elementos foi levantada e deixada a uma certa distância da terra. A partir de 0,6 de 1/4 de onda começou a melhora da recepção dos sinais provindos diretamente de cima, o que resultou na elaboração de diversos trabalhos científicos.

1.1 Histórico da pesquisa

(c) py5aalCarl F. Gauss em 1839 sugeriu a existência da ionosfera, observando a variação diária do campo magnético da Terra e deduziu que a oscilação do campo poderia ter origem nas correntes elétricas da atmosfera. Em 1860 Lord Kevin admitiu poderia haver na alta atmosfera uma camada refletora. Nikola Tesla pesquisou em 1899 que as comunicações a longa distância poderiam ser feitas utilizando a ionosfera.  Marconi em 1901 fez a primeira comunicação transatlântica através da ionosfera, enviando código Morse, de Poldhu, na Inglaterra à estação Signal Hill, em St John’s, Newfoundland no Canadá. Em 1927, Sydney Chapman teorizou a ionosfera. Em 1947, Sir Edward Appleton recebeu o Premio Nobel porque provou em 1927 a existência da ionosfera. Em 1951 J. Whale desenvolveu um sistema irradiante capaz de verificar a direção e o ângulo de elevação das ondas de rádio. Os alemães na Segunda Guerra Mundial utilizaram NVIS - "Near Vertical Incidence Skywave" pela primeira vez  na batalha de Arnhem. O Reino Unido (Canadá) em 1962 enviou o satélite Alouette para pesquisas da alta atmosfera. As FFAA americanas utilizaram NVIS nas Guerras da Coreia e do Vietnam. Desta forma as comunicações foram utilizadas largamente até meados dos anos 1970, quando cairam em desuso a partir do uso de satélites artificiais.

(c) py5aal No Brasil, a partir de 1970, eram realizados experimentos para pesquisa da Ionosfera utilizando Ionossondas pelo IAE-CTA. No município de Paula Freitas, Paraná, em 1973, o Centro de Tecnologia Aeroespacial, construiu um Campus de Pesquisas Geofísicas, constava de uma Ionossonda de 1,3 MW que operava em LF e VLF. O sistema irradiante utilizava uma antena vertical, extremamente grande e pesada com 12.000 kg de massa e 130 m de altura. O sistema era excelente para baixas frequências, mas apresentava muitas deficiências em HF, apesar da altíssima potência. A partir da década de 1990 foram estudadas outras abordagens com outros sistemas de transmissão-recepção, dentre estes antenas verticais menores e direcionais, além de antenas horizontais e direcionais, o que não apresentavam resultados satisfatórios. A partir de 1997 até 2005 foram realizados diversos testes com estações bases, inclusive radioamadores. Os experimentos da época foram aproveitados pela equipe de pesquisadores do Instituto de Aeronáutica e Espaço em 2006, publicados em 2007.

(c) py5aal  Para constar e, dar os devidos créditos, os radioamadores  que colaboraram inicialmente eram o PP5NB Neri, Florianópolis - SC e o PY5ZG o Edemar - Pinhais - PR.  Foi verificado  com o PP5NB, via VHF na repetidora 146640 kHz de Curitiba e em 7.052 kHz que o sistema NVIS - "Near Vertical Incidence Skywave" de fato funcionava adequadamente para pesquisas da Ionosfera. Em 1997, 1998, 1999 e 2000, observou-se que havia diferença real de melhora dos sinais transmitidos e recebidos via NVIS, cerca de 3 dBd (em relação ao dipolo). Após as experiências com  PP5NB e PY5ZG, foram repetidos os mesmos testes com o PY5ZX Lazzaris em Curitiba-PR, que também confirmou a melhora de sinais de transmissão e recepção na faixa de 40 metros, em "rodadas" de radioamadores.  A partir de 2000, foram repetidos testes com o PY5DKW, Dilmar, Curitiba-PR, que utilizou uma antena Delta-Loop, na frequência de sintonia da antena, os resultados foram muito significativos com diferença de 5 dBd em relação ao dipolo convencional- na teoria, a antena delta-loop deveria apresentar até 6,0 dBd, logo os experimentos se mostraram satisfatórios.  A partir de 2006 nascia a pesquisa da Ionosfera em HF pela atual equipe, (encerrada em 2012), no Campus de Pesquisas Geofísicas Major Edsel de Freitas Coutinho, em Paula Freitas, PR. Chegou-se à conclusão de que era muito importante a linha de visada e também ângulo de emissão. Assim nasceu o projeto das antenas Yagi-Uda apontada para cima,(Dipolo com refletor - utilizadas desde a Segunda Guerra Mundial), com a finalidade de prospecção ionosférica, o que resultou em diversos trabalhos publicados nos anais científicos nacionais e internacionais. 

(c) py5aal   Do ponto de vista estratégico, a propagação por NVIS ressurge em virtude de se alcançarem padrões de autonomia das forças colocadas no terreno, para ligações a curta distância, com reflexão ionosférica, explorando ângulos de irradiação, elevados. Assim, as comunicações NVIS utilizam antenas com ângulos próximos da incidência perpendicular na ionosfera, entre 60º e 89º. As frequências utilizadas variam entre os períodos diurnos e noturnos, dependem da latitude e longitude do lugar, oscilam em rendimento de acordo com a atividade solar. A adequação das frequência de uso são próxima da frequência crítica de reflexão ionosférica e dependem das condições de propagação.

#antenadipolocomrefletorembaixo

1.2 Descrição

#py5aal    "Near Vertical Incidence Skywave", ou NVIS - é a incidência vertical de RF em curtas e médias distâncias , ou é a propagação de HF usando ondas celestes imediatamente acima da fonte emissora/receptora, que fornece sinais utilizáveis ​ geralmente de 0 a 650 km. É usado para comunicações militares, paramilitares, emergências e radioamadores , especialmente entre os trópicos. O método tem a finalidade contornar barreiras de linha de visão. As ondas de rádio viajam quase verticalmente em direção  ionosfera , onde sofrem múltiplas refrações até retornar para a superfície da Terra e podem ser recebidas dentro de uma região circular de até 650 km do transmissor. Se a frequência for muito alta (ou seja, acima da frequência crítica da camada ionosférica F ), a refração não ocorre e se for muito baixa, a absorção na camada ionosférica D pode reduzir a intensidade do sinal. Não há diferença fundamental entre o NVIS e a propagação convencional de ondas celestes; a distinção prática surge apenas de diferentes padrões de radiação desejáveis ​​das antenas.

#py5aal    As frequências mais confiáveis ​​para comunicações NVIS estão entre 1,8 MHz e 8 MHz. Acima de 8 MHz, a probabilidade de sucesso começa a diminuir, caindo para quase zero a partir de 30 MHz. As frequências utilizáveis ​​são ditadas pelas condições ionosféricas locais, que têm uma forte dependência sistemática da localização geográfica. As bandas comuns usadas em latitudes médias (Radioamadorismo) são 1,8 MHz, 3,5 MHz à noite e 7 MHz durante o dia, com uso experimental de frequências de 5 MHz ( 60 m ). Durante as noites de inverno na parte inferior do ciclo de manchas solares, a banda de 1,8 MHz pode ser necessária.  A transmissão usa as bandas de transmissão tropicais entre 2,3 e 5,06 MHz, e as bandas de transmissão internacionais de Rádio entre 3,9 e 6,2 MHz. As comunicações militares NVIS ocorrem principalmente em 2–4 MHz à noite e em 5–7 MHz durante o dia.

(c)#py5aal    As frequências ótimas de NVIS tendem a ser mais altas nos trópicos e mais baixas nas regiões polares. Também mais eficientes durante os anos de alta atividade de manchas solares. As frequências utilizáveis ​​mudam do dia para a noite, pois a luz solar faz com que a camada mais baixa da ionosfera, chamada de camada D , aumente, causando atenuação das baixas frequências durante o dia enquanto a frequência máxima utilizável (MUF) que é o valor crítico frequência da camada F aumenta com maior intensidade solar. Mapas em tempo real da frequência crítica estão disponíveis em diversos sites. O uso de uma frequência cerca de 15% abaixo da frequência crítica deve fornecer um serviço NVIS confiável. Isso às vezes é chamado de frequência de trabalho ideal ou FOT . O NVIS é mais útil em áreas montanhosas onde a propagação da linha de visão é ineficaz, ou quando a distância de comunicação está além do alcance de 80 km - onda terrestre (ou o terreno é tão acidentado e árido que a onda terrestre não é eficaz), e menor do que a faixa de 500–2.400 km onde a propagação de ondas celestes de ângulo mais baixo . Outro aspecto interessante da comunicação NVIS é que a localização da direção do transmissor é mais difícil do que a comunicação por ondas terrestres (ou seja, VHF ou UHF). Para as emissoras, o NVIS permite a cobertura de um país inteiro de tamanho médio a um custo muito menor do que com VHF (FM) e cobertura diurna, semelhante à cobertura noturna de ondas médias (transmissão AM) a um custo menor e geralmente com menos interferências.

(c)#py5aal A configuração de antena NVIS trata de um elemento radiante polarizado horizontalmente (paralelo com a superfície da terra) que é de 1/20 comprimento de onda ( λ ) para 1/4 de comprimento de onda acima do solo. A altura ideal é a partir de 0,15  comprimento de onda, e a radiação de alto ângulo declina apenas ligeiramente para alturas até cerca de 3/8 de comprimento de onda. Essa proximidade com o solo força a maior parte da radiação a subir. A eficiência geral da antena pode ser aumentada colocando um fio terra um pouco mais longo do que a antena paralela e diretamente abaixo da antena (refletor - comportamento Yagi-Uda para cima). Um único refletor, desde a distância adequada do solo (ver conceituação) pode fornecer ganho de antena na faixa de 3 a 6 dB. Quando feitos experimentos no Campus de Pesquisas Geofísicas Major Edsel de Freitas Coutinho, Paula Freitas PR, alguns experimentos apontaram para um ganho de 2 dB para um único fio e 5,5 dB para vários refletores em paralelo horizontalmente entre si.  Os refletores são mais necessários ao usar dipolos em solos pobres, pois sem eles uma energia considerável se dissipa em efeito Joule. Dependendo dos requisitos específicos, várias antenas (ou seja, Sloper, T2FD , Dipolo ) podem ser usadas para comunicação NVIS, com dipolos horizontais ou dipolos V invertidos em cerca de 0,2 comprimentos de onda acima do solo, proporcionando os melhores resultados na transmissão e em cerca de 0,16 comprimentos de onda na recepção, de acordo com os experimentos efetuados e a partir de um extenso estudo de pesquisadores holandeses. Antenas muito baixas são muito inferiores na transmissão, menos na recepção, onde tanto o ruído quanto o sinal são atenuados. Aumentos significativos na comunicação obviamente serão realizados quando a estação transmissora e a estação receptora usarem a configuração NVIS para suas antenas. Em particular para operações de baixo perfil, as antenas NVIS são uma boa opção. 

(c)#py5aal Conforme já descrito, para transmissão, as antenas típicas consistem em um dipolo 1/4 comprimento de onda acima do solo, ou matrizes de tais dipolos. Até 16 dipolos podem ser usados, permitindo sinais fortes com potência relativamente baixa, concentrando o sinal em uma área menor. Matrizes de dipolos podem ser usadas para "inverter" o padrão, de modo que o transmissor não precise estar no centro da área de cobertura. As antenas de transmissão NVIS geralmente usam uma extensa tela de aterramento para aumentar o ganho e estabilizar o padrão e a impedância de alimentação com a mudança da umidade do solo.

(c)#py5aal Um exemplo de antena NVIS militar é a Antena AS-2259, que consiste em dois dipolos em forma de V : Os quatro fios dipolo também servem como cabo de sustentação para o mastro da antena. Uma configuração alternativa consiste em uma antena circular de transmissão que é configurada para transmissão máxima de sinal para cima.

                                                                                                 Abaixo: Antena AS-2259


1.3 Conceituação

py5aal (c) Primeiramente descreve-se alguns aspectos para abordar o sistema de "Antenas com Refletor  Embaixo", ou "Antena Yagi Dois Elementos Apontada Para Cima".  Tal conceito, conforme citado acima, foi desenvolvido pelas Forças Armadas alemãs na década de 1930 e utilizado durante a Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, as FFAA americanas passaram a estudar o sistema  que passou a ser nominado de NVIS - "Near Vertical Incidence Skywave".  O método de transmissão/recepção tem muitas interpretações equivocadas, principalmente entre amadores de rádio, que por desconhecimento de muitos princípios (teóricos, práticos e método científico) sobre o eletromagnetismo, tecem discussões sem o devido cuidado técnico e fazem experimentos de forma equivocada em que concluem que as antenas com refletores embaixo "não funcionam". Existem vários tipos de antenas usados pelas Forças Armadas (FFAA) do mundo inteiro que apresentam deficiências na comunicação em Ondas Curtas (HF), por reflexão ionosférica. Em função de tais deficiências, passaram a utilizar antenas com ângulos de emissão/recepção entre  60º e  89º. O método é interessante para as comunicações de emergência e táticas, em curtas e médias distâncias, acima da linha de visada (line of sight) e seu dimensionamento deve satisfazer requisitos de largura de banda e ganho, observando o comportamento, diagramas de radiação e parâmetros conforme o ambiente. A construção e ensaio de tais antenas, nem sempre segue suas características de radiação como condições da Linha de Transmissão, Impedância, campo radiado, potência, largura de banda, etc, o que interfere muitas vezes no resultado final. 

py5aal (c)  Em geral, em terreno montanhoso, não é possível a comunicação por ondas de solo e para distâncias de milhares de quilômetros pode-se utilizar as ondas curtas (HF), com ângulos de incidência máxima da ordem dos 30º. Para distâncias da ordem das dezenas até cerca de 400 km, é necessário possuir um ângulo mais elevado, entre cerca de 60º a 89º, o que permite o estabelecimento e a manutenção de comunicações através de um relink sem necessidade do uso de ligações por satélites ou outros meios de transmissão. Este conceito pode ser aplicado em caso de catástrofes naturais em que os sistemas de comunicações fiquem inoperantes e tem eficácia para curta e média distância. As antenas NVIS - "Near Vertical Incidence Skywave" possibilitam a melhoria da capacidade de comunicação nas situações referidas tanto pelas FFAA quanto para radioamadores que procuram comunicações em baixas ou médias distâncias.

py5aal (c)  As comunicações por NVIS não requerem infra-estrutura complexa, a exemplo repetidoras e satélites.  As estações NVIS podem estabelecer comunicações confiáveis e as antenas operam próximas do solo e podem ser facilmente erguidas, num pequeno espaço de tempo.  Vales profundos e selva são ideais para operação para curtas distâncias, não há problemas de propagação devido ao ângulo elevado.  A trajetória da ionosfera ao solo, dependendo do ângulo é curta, com centenas de quilômetros. As perdas nas camadas intermédias da ionosfera podem ser desconsideradas. Há redução drástica de ruído e interferências, e a relação sinal/ruído é maximizada, e a potência de transmissão pode ser relativamente baixa, em torno de 50 W.

py5aal (c)  Na comunicação NVIS, é importante uma irradiação máxima em ângulos elevados, podem ser a partir de 60º até 89º, pode ser utilizada uma antena dipolo horizontal de meia onda com refletor embaixo do dipolo, o comprimento do dipolo é meia onda (λ/2). Ocorre um máximo de radiação, pelo fato de ser antena direcional para cima, com ângulos de incidência muito elevados, é uma antena de alto rendimento de 90%) e sua construção e adaptação é simples.

A condição de Lorentz, dada por:

Como geralmente a densidade de corrente  relacionada com o potencial vetor A, e 𝑘 = 2𝜋 / 𝜆 . As soluções são:

O campo na zona distante 𝑟 ≫ 𝜆 /2𝜋 , o dipolo alinhado com zz,  𝑒̂𝑑 ≡ 𝑒̂𝑧 , o potencial vetor do dipolo orientado segundo  dado por:

A figura acima mostra como montar a antena, não se pode esquecer que o refletor deve estar a uma certa distância do solo, em torno de 1/4 de onda. Na figura embaixo estão representados dois gráficos elaborados na época dos experimentos.

Embaixo está uma tabela que resume a montagem:

TESTES - EXPERIMENTOS EFETUADOS ENTRE 29/09/2006 E 25/07/ 2007- Campus de Pesquisas Major Edesel de Freitas Coutinho - Enlace Paulas Freitas-PR - Curitiba - PR

Conclusão

py5aal (c)  O sistema de comunicações  NVIS - "Near Vertical Incidence Skywave", a partir da simulação, construção e ensaio de uma antena Yagi-Uda, com refletor embaixo de dois elementos, apontada para cima, permitiu a transmissão-recepção de sinais de RF entre o Campus de Pesquisas Geofísicas Major Edsel de Freitas Coutinho  (Paula Freitas-PR) e o Laboratório de Construção de Equipamentos Científicos - LACEC, em convênio entre o Instituto de Aeronáutica e Espaço e o Campus Universitário Dr. Bezerra de Menezes - UNIBEM. 

py5aal (c)  A transmissão/recepção de sinal piloto, teve por finalidade o mapeamento iônico e eletrônico da alta atmosfera, mensuração das variações de ruído iônico e eletrônico durante parte dos Ciclos Solares 23 e 24. Mapeamento da relação entre as descargas atmosféricas e a propagação de rádio na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul. A antena foi projetada, simulada e construída, superando as espectativas. Por se tratar de uma antena de fácil construção e baixo custo, além de propiciar as leituras iônicas e eletrônicas da ionosfera, ainda pode ser utilizada  em comunicações de emergência quando enlaces por satélites se tornam dificultosos. Foi concluído que no Verão, quase que invariavelmente, as comunicações NVIS são possíveis para enlaces até 600 km, durante o dia e que no Inverno, a propagação NVIS é mais dificultosa, devida a baixa ionização propiciada pelo Sol. O melhor desempenho do sistema NVIS se deu em distâncias de 30 km até 150 km, com pouca influência das condições iônicas. As configurações da antena tiveram grande influência da altura do refletor em relação ao solo. Para aferição de ganho, sinal e ruído, foi utilizada uma antena Harris, sendo que a antena Yagi-Uda teve um desempenho muito superior. Os melhores resultados da antena Yagi-Uda foram obtidos a partir de 0,6 de comprimentos de onda em que começaram aparecer diferenças significativas na transmissão e recepção. A principal conclusão obtida dos experimentos efetuados ao longo de 4 anos, foi o cuidado que se deve ter de montá-las a uma distância razoável do chão, pois o solo pode mascarar os resultados do teste.

py5aal (c)   Informações a respeito do porquê de tais efeitos sobre antenas estão detalhadas em:

(http://sites.google.com/site/eletromagnetismopy5aal/home). Embora necessite conhecimento de matemática superior, os fenômenos juntamente com toda a teoria estão bem claros a respeito e confirmados na prática. Nas figuras embaixo estão os resultados obtidos de quatro anos de experimentos. Os gráficos obtidos são práticos, e estão de acordo com as soluções teóricas encontradas para uma altura de 1/4 de onda do solo. 

Licença Creative Commons 04 de novembro de 2007 às 21:30. O trabalho será atualizado, alterado ou eliminado da forma em que o autor determinar, a qualquer tempo, sem prejuízo para si, para mais informações clique no ícone abaixo. py5aal (c)  

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Uma curiosidade:

py5aal (c)  A minha primeira publicação sobre a antena com refletor embaixo  foi postada na Internet em meados de 1995, em 97 os testes práticos  e a teoria foram postos à prova. O site foi atualizado em 1999 após terminadas as experiências com radioamadores, de lá até a atualidade estava no ar sem atualizações no endereço:

http://www.angeloleithold.hpg.com.br/ciencia_e_educacao/6/index_pri_1.html.

a página foi migrada para http://www.oocities.org/projeto_antena_py5aal/dipolo_refletor.html mas foi descontinuada em 2009. Também foi salva parte da página em https://sites.google.com/site/angeloleitholdpy5aal/home/mapa-geral/professor-ngelo-antnio-leithold/primeiros-anos/antena-refletor-embaixo, e também publicado em http://www.oocities.org/antenna_yagi_py5aal/. Ou seja, para sobreviver, o artigo teve que ser publicado em diversos endereços.

Em 2005 Pedro Daniel Santos Carvalho de Almeida em sua Iniciação Científica  que tratou dos ESTUDOS COMPARATIVOS DE SIMULAÇÕES NUMÉRICAS E ANÁLISES DE DADOS DE PERFIS DE DENSIDADES ELETRÔNICAS PARA A REGIÃO BRASILEIRA do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais usou os dados do endereço acima como uma das referências bibliográficas, portanto, é totalmente irrefletida e infundada a análise feita por amadores que criticam tal sistema sem dados conclusivos sobre tais experimentos:

http://mtc-m16.sid.inpe.br/rep/sid.inpe.br/mtc-m16@80/2006/08.11.18.06?mirror=sid.inpe.br/banon/2003/08.15.17.40.18&metadatarepository=sid.inpe.br/mtc-m16@80/2006/08.11.18.06.14

http://mtc-m16.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-m16%4080/2006/08.11.18.06/doc/Pedro%20Daniel%20Almeida.pdf

py5aal (c)  Das pesquisas advindas da antena Yagi-Uda apontada para cima, notadamente o estudo da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, foi o que rendeu os melhores resultados, e a partir deste primeiro trabalho foram executados outros. Um trabalho interessantíssimo sobre a AMAS foi apresentado nos Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, 25-30 abril 2009, INPE, p. 1935-1941, onde se descreveu o Comportamento do sensor de estrelas a bordo do satélite CBERS-2B na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) cujos autores foram os pesquisadores Jeferson de Souza Arcanjo e Nuno Cesar da Rocha Ferreira do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE. A publicação está no endereço:

http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2008/11.17.17.10/doc/1935-1941.pdf