Dom Dimas - 14/Dez/2010

Local:

Restaurante Tourinho, São Paulo

Áudio:

http://dl.dropbox.com/u/3084521/Palestra%20AEITA_SP%20DOM%20DIMAS_14_12_2010.mp3

Descrição:

Pessoal, foi mesmo um evento para fechar o ano com chave de ouro!

O Dom Dimas iniciou com uma prece e contou um pouco de sua história, sua carreira. O Hiroaki MEC-65 escreveu o relato ao lado - vejam que beleza.

E além do Dom Dimas tivemos a presença do Dom Mathias Tolentino Braga ELE-92, Abade do Mosteiro de São Bento. E do Ozires Silva AER-62, sempre celebrado.

Dessa vez mudamos o formato da reunião, com o início da palestra numa parte do restaurante, somente com cadeiras. Após isso o jantar. Creio que foi melhor, muitos ficaram até mais tarde conversando e durante a palestra pode-se dar mais atenção. E tivemos também crachás, facilitando a identificação dos colegas de tão diferentes turmas. Ideias do Gualberto MEC-75 e contribuição do Hiroaki.

Que em 2011 tenhamos um ano tão bom quanto esse de 2010!

Agradecimento e votos do Dom Dimas:

"Foi muito bom poder conviver com tantos colegas, de tantas turmas e de tantas histórias do e no ITA. Obrigado pelo convite e, sobretudo, pelo carinho com que fui acolhido.

Um Santo e Feliz Natal e um abençoado 2011 para todos.

Abraços,

Lara"

Fotos:

Relato do Hiroaki MEC-65:

RESUMO PALESTRA DOM DIMAS LARA BARBOSA (ELE 79) NO DIA 14/12/2010

Quando entrou no ITA, não pensava em ser um padre, apesar de seu pai ter sido um Vicentino.

Em São José dos Campos se reunia no Instituto São José junto com outros iteanos católicos. Depois se reuniu na capela do CTA. Como muitos jovens, namorou também , no ITA era um aluno mediano e acabou se formando como eng. Eletrônico em 1979.

Foi trabalhar no IEA, com materiais compostos, trabalhando por 2,5 anos no projeto “foguetão”, já atrasado naquela época. Depois trabalhou no INPE e na Ericson.

Em 1984 decidiu pela vida religiosa e entrou no seminário, cursando depois filosofia. Sua primeira paróquia foi em Eugênio de Melo. Foi a Roma onde tirou seu mestrado e doutorado em teologia, tornando-se professor a partir de 1994. Dava aulas de Filosofia da Ciência em S.J.C. e o ITA (prof. Fernando Walter- Ele 63) o procurou para que ministrasse essa matéria aos alunos Tentou se esquivar dizendo que havia outros professores mais adequados, mas o ITA queria um padre! Deu Ética também.

Foi escolhido como Assistente do CNBB por 3 anos e em seguida nomeado bispo auxiliar no Rio de Janeiro, quando foi escolhido para trabalhar na Pastoral Carcerária. Ia muito a favelas de Rocinha e Alemão! Não sentia medo lá dentro, mas sim fora. Claro que tomava algumas precauções como: luz acesa dentro do carro, farol baixo e janela aberta. Foi uma boa experiência e sentiu a discriminação que sofrem os favelados. Quando davam endereço para um emprego, colocavam o de um conhecido ou parente não morador de favela. Ficou 4 anos no Rio pois foi eleito secretário-geral do CNBB e teve que ir a Brasília. Em maio 2011 voltará ao Rio, onde é bispo auxiliar.

A CNBB não é uma instância hierárquica dentro da igreja. Ela não tem poder de comando ou ordem. Não interfere nas dioceses. Há cerca de 400 bispos no Brasil.

Os problemas que chega ao secretário geral são muito variadas: dar entrevista após a queda do avião da TAM; o pres. Da OAB liga pedindo para receber controladores de vôo etc. Isso ocorre talvez porque a Igreja Católica seja uma instituição que merece confiança do povo e este não tem mais a quem recorrer (ou “Vá reclamar ao bispo!”). A CNBB foi criada em 1952 após um congresso Eucarístico e com a finalidade de planejamento. Hoje todos os países têm, a menor delas com só 2 bispos (Malta).

No Brasil são 330 bispos ativos e 120 aposentados (mais de 75 anos).

São 22 pastorais, como o da criança onde trabalham 270.000 voluntários.

Após o terremoto em Haiti, onde faleceu a Dra. Zilda Arns, dessa pastoral, foi rapidamente ao país, chegando ao local do desastre antes mesmo do presidente desse país.

Na campanha da Ficha Limpa, junto com 40 entidades, a CNB liderou o movimento e a coleta das 1.350.000 assinaturas. Isso começou quando ele trabalhava no Rio e a idéia era fazer isso em nível estadual. No inicio se duvidava do movimento. Diziam que “era mais fácil a vaca voar”. Ela não é perfeita, mas foi um avanço e tanto.

Com relação à evasão dos católicos para outras religiões, um levantamento detectou que ela é maior nas periferias e nas fronteiras agrícolas devido à grande mobilidade humana. Um pastor se ”forma” em 2 meses e um padre demora 6 anos, fora fatos ilícitos como fundar uma igreja para lavar dinheiro e as promessas/venda de milagres. A rigidez da igreja católica aos poucos está mudando, se aproximando mais do povo. O líder católico não é o que trabalha por 20, mas o que faz com que 20 trabalhem pelo bem do povo. Estão enfatizando a boa acolhida e as visitações nas casas. Um exemplo de acolhida é, no DF, marcar missas às 12:30h para que funcionários públicos compareçam durante a folga do almoço.

Os recursos para a CNBB e algumas paróquias pobres chegam da Alemanha (sentimento de reparação, gratidão), mas hoje estão ficando escassos pois o Brasil está deixando de ser “3º Mundo”. Para ajudar nas finanças, criaram uma editora e mantém convênios com iniciativa privada como TIM, GM, VIVO, BRADESCO etc. As 2 coletas anuais das paróquias são específicas para evangelização, por exemplo. Há dioceses muito pobres (PI) onde se arrecada só R$ 5.000/mês para toda a sua região. Escolas como a PUC –Campinas ajudam enviando professores para escolas católicas em Porto Velho, por exemplo.

Quem foi: