Simpósios Temáticos


A HISTÓRIA ORAL E A LITERATURA COMO FERRAMENTAS TEÓRICA E METODOLÓGICA NA PESQUISA HISTÓRICA

Maicon Douglas Holanda (mestrando, ProfHistória-UFNT)

Brendon Husley Rimualdo Rodrigues (doutorando, PPGH-UFG)


Modalidade: on-line

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A história oral e a literatura cada vez mais vem ampliando seus espaços de debates e intersecções para a construção da consciência e cultura histórica e da escrita da História. As múltiplas formas de narrar, escrever e divulgar as nuances do tempo presente por meio da oralidade têm construído uma ampla abrangência de objetos de pesquisas e sujeitos, nas mais diversas amplitudes das relações sociais, das abordagens e dos processos sócio-históricos. O uso da oralidade e das vastas obras literárias no Brasil têm democratizado os saberes históricos quando prioriza o reconhecimento das trajetórias e discursos dos múltiplos sujeitos que ao longo da construção da História tiveram suas vozes e práticas silenciadas, marginalizadas, subalternizadas, e que, consequentemente, não estariam inseridos nos escritos e nas produções de conhecimentos acadêmicos. Reconstituir o passado no tempo presente, por intermédio das narrativas orais e da literatura sobre as vivências e o cotidiano permite concebermos vastas interpretações sobre os sentidos e as representações das identidades e das subjetividades a partir das vozes e dos escritos dos sujeitos históricos que testemunharam inúmeros processos históricos importantes para a compreensão do passado brasileiro.

Diante dessas compreensões evocadas, este Simpósio Temático tem como mote principal abrir espaços para discussões acerca de pesquisas ancoradas nos estudos históricos ancoradas teorico e metodologicamente na história oral e na literatura. Pretendemos reunir trabalhos em andamento ou concluídos que contemplem as múltiplas narrativas sobre as memórias dos lugares, dos objetos, dos eventos, das pessoas e dos sentimentos, de modo balizar reflexões acerca das potencialidades da oralidade e dos textos literários para a construção de novas abordagens e procedimentos acerca da produção de saberes, sobretudo no ensino de História, de modo contribuir para a ampliação e o alcance de múltiplas reflexões acerca da construção de uma historiografia cada vez mais plural, equitativa e pública.

Palavras-chave: História Oral. Literatura. Escrita da História.

A IDADE MÉDIA E A IDADE MODERNA EM PERSPECTIVA: REFLEXÕES SOBRE CULTURA E SOCIEDADE

Dra. Mariana Amorim Romero (pós-doutoranda, PPGH-UFG) 

Me. Natan Magalhães Silva (doutorando PPGH-UFG)


Modalidade: presencial

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O objetivo deste simpósio temático é integrar e expor as mais recentes pesquisas desenvolvidas ou em desenvolvimento nos temas relacionados ao campo da História Medieval e Moderna. A ideia de um simpósio temático abrangente tem como objetivo abordar debates historiográficos com amplas perspectivas sobre as épocas convencionalmente chamadas de Idade Média e Idade Moderna. Nossa proposta não é apenas considerar a modernidade como uma ruptura em relação à Idade Média, mas sim inseri-la em uma perspectiva que reconheça tanto as permanências quanto as rupturas presentes nesses contextos históricos. As múltiplas e variadas fontes produzidas pelas sociedades medievais e modernas evidenciam o caráter dinâmico dessas várias sociedades. Diante disso, abre-se ao historiador ou historiadora um vasto leque de possibilidades investigativas em torno de "novos" ou "velhos” objetos à luz de novas reflexões teórico-metodológicas. Portanto, este simpósio temático tem como finalidade propor um espaço para exposição de pesquisas e debates sobre diversas questões, tais como a vida cotidiana, a cultura erudita e popular, as festas e ritos, as relações de poder entre sujeitos e instituições, a vida política e econômica, os saberes universitários e populares, sobre a saúde e a doença, as questões de gênero e sexualidade, os aspectos das religiões e religiosidades, das práticas e representações no medievo e modernidade. Enfim, este simpósio temático objetiva reunir investigações que estejam inseridas nesse recorte temporal-temático proposto.

Palavras-chave: Idade Média, Idade Moderna

A PESQUISA EM HISTÓRIA POR MEIO DAS FONTES IMPRESSAS E DA IMPRENSA

Me. Paulo Afonso dos Santos Tavares (doutorando, PPGH-UFG) 

Me. Oslan Costa Ribeiro (doutorando, PPGH-UFG)


Modalidade: on-line

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O objetivo deste ST consiste em reunir pesquisas em andamento ou concluídas, que utilizam fontes hemerográficas constituídas tradicionalmente, por textos impressos, ou publicação por outros meios, como os digitais, em forma de periódicos, jornais, revistas e outros, e a busca dessas fontes de pesquisa em História – tanto em espaço físico (arquivos públicos) como virtual (hemerotecas digitais) – sobre os fenômenos religiosos, culturais, políticos e sociais. É sabido a resistência da pesquisa em História a partir de fontes disponibilizados da mídia como um todo, principalmente em redes sociais, devido a insegurança da qualidade da fonte (fake news), nosso ST não fugirá a demanda dessa discussão por entendermos, que, através de um rigor metodológico, é possível sim, fazer história através das fontes na internet, como devemos nos ater a criticidade às fontes hemerográficas da pesquisa, para não nos alienarmos às mesmas como palavra final, verdade irrepreensível sobre uma problemática que almejamos fazer a História. Devemos sempre investigar o que há por trás da intenção de cada notícia. Nosso objetivo é congregar pesquisas realizadas a partir da experiência tradicional de pesquisa hemerográfica em arquivos físicos e digitais, como até a utilização de fontes não muito convencionais, como o caso de redes sociais, e outros sites na internet. É crescente o número de produções historiográficas em publicações digitais que tem por tema a inovação das fontes para a pesquisa em História, e nelas inspirados. Buscaremos neste ST abrir um espaço para o diálogo acadêmico sobre novas tendências e possibilidades na abordagem da produção historiográfica que utilizem tais fontes e temas, no sentido de contribuir e abrir espaço de diálogos que nos permita apresentar e discutir de forma sistemática aspectos relacionados à utilização dos vários periódicos como fonte de pesquisa em História.

Palavras-chave: Pesquisa em História; Hemerografia; Fontes da Imprensa.

AJUSTAR PONTEIROS NAS HISTÓRIAS: MULHERES NEGRAS TECEM NARRATIVAS E DECOMPOEM SILÊNCIOS

Me. Eliane Costa ( Professora SEDUC- Feira de Santana)

Thaílla Sena ( Graduada-DCHF- UEFS)


Modalidade: on-line

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Ao tomarmos como ponto de partida a escrita da história e/ou narrativas sobre os negros constata-se que enfrentamos o desequilíbrio das narrativas, uma vez que ainda predominam versões hegemônicas do europeu branco, hétero e burguês como o homem que realizou e escreveu as histórias do mundo. O processo de consolidação da identidade europeu ocorreu concomitante ao processo de construção do negro, em específico o africano, como condição irrefutável do ser “outro” e a quem se poderia direcionar à prática do alterocídio em todos os setores da existência e produzir versões, ainda que falseadas, acerca de uma subumanidade, repetidas inúmeras vezes até que se tornaram a única história acerca deles (ADICHE,2019; MBEMBE, 2018). Conforme Adiche (2019, p.32), a existência de várias histórias importa para o rompimento do perigo da história única e se histórias serviram para espoliar e caluniar grupos humanos, elas podem ser usadas para empoderar, humanizar. Contudo, Beatriz Nascimento (2021) nos alertou que a escrita da história da raça negra é um projeto difícil quando não se considera que deve estar balizada por outras problemáticas, outros métodos e embasada nas subjetividades negras atravessadas pela noção de raça e racismo que alicerça a sociedade brasileira. Nas últimas décadas têm ocorrido a produção de histórias negras num maior volume no campo da linguagem, mas também no campo das ciências humanas, em que se destacam o protagonismo feminino e as interrelações de diferentes campos de conhecimento para a escrita das histórias. Num movimento alicerçado na certeza de que “nossos passos vêm de longe” (WERNECK, 2009) a escrita como “uma prática linda e preta” é um instrumento político, um espaço de reexistência das mulheres negras, agenciando saberes comuns com a denúncia das dores e vulnerabilidades econômicas que afetam as populações negras, de modo que escrever torna-se “o ato de restituir humanidades negadas” (XAVIER, 2017). Escritoras negras que recuperam as histórias escondidas e silenciadas, que intencionam ajustar os ponteiros entre as questões do passado e do presente; curar as memórias do colonialismo ao mesmo tempo em que rompem com o medo e silenciamento que os regimes de dominação impuseram as pessoas definidas como “outras” e se constituem em um convite para que mais mulheres negras alcancem à autorrecuperação (EVARISTO, 2005; KILOMBA, 2019; HOOKS, 2019). Este simpósio tem o propósito de reunir pesquisas em andamento ou concluídas que abordem as escritas das mulheres negras em multiplicidade de formas que foram alicerçados no objetivo de recuperar humanidades negadas, e incluem produções que se contrapõem aos silenciamentos, apagamentos e falseamentos das narrativas sobre a história da população negra. Portanto, o presente simpósio está aberto aos trabalhos dedicados à investigação histórica, do campo da linguagem, ciências sociais, educação e psicologia, assim como as narrativas nascidas das escrevivências.

Palavras-chave: Narrativas. Mulheres Negras. História Negra.

BIOGRAFIA, HISTÓRIA E EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA

Dr.ª Andréa Camila de Faria Fernandes (FBN / NUBHES-UERJ)

Dr.ª Claudia Patrícia de Oliveira Costa (SEEDUC-RIO / NUBHES-UERJ)


Modalidade: on-line

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Não é de hoje que a História volta seus olhos às narrativas biográficas em seus mais diferentes gêneros. Mas não há dúvidas de que esse movimento, impulsionado nas últimas décadas pelos debates promovidos pelo que ficou comumente conhecido como guinada subjetiva, nos permitiu lançar um olhar mais atento não só para as vidas que até então não apareciam como protagonistas da história, mas também para os usos das narrativas biográficas como formas de aprofundar o ensino de história. Em nosso contexto contemporâneo as histórias de vida ganham, ainda, força de ato político ao se voltarem, não para os indivíduos normalmente biografados, os chamados grandes homens, mas para os indivíduos comuns, cotidianos, as vidas precárias como se refere Judith Butler. 

Tendo em mente que um personagem/ator individual pode ser tomado como o fio condutor de uma trama plural de relações e de experiências sociais e/ou individuais que, assim como ele e seus projetos, constantemente se redefinem, e que a análise de vidas individuais nos permitem mapear a complexa trama da construção social/histórica. Assim, o objetivo do presente simpósio é reunir trabalhos que apostem no uso de histórias de vida como metodologia e fonte para a pesquisa e o ensino de história, sobretudo quando estes documentos e estudos mobilizarem vidas e vozes silenciadas, de indivíduos ditos comuns, e de grupos socialmente marginalizados. 

Palavras-chave: História, Biografia, Educação Antirracista, Ensino de História, História Oral

ESTUDOS ASIÁTICOS E CULTURAS ORIENTAIS

Me. Gustavo Oliveira B. dos Santos (PPGH-UFG/CEA-UFF)


Modalidade: on-line

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Esse Simpósio Temático tem como objetivo discutir e promover os estudos sobre Ásia e Oriente, pensar a própria ideia do que é a Ásia e o que venha a ser o Oriente.  Para isso são necessárias análises sobre o lugar da Ásia e do Oriente, seja no imaginário geral ou mesmo nos campos de pesquisa dos saberes culturais. Apresentar a cultura asiática por meio das suas várias manifestações, e/ou historicizar a própria formação dessas comunidades, são esforços necessários para tecer uma melhor compreensão do que é a Ásia e do que venha a ser o Oriente.

Tendo uma importância cada vez maior no contexto geopolítico contemporâneo e ainda sendo um campo de estudos bastante fértil e pouco explorado no Brasil, os estudos de Ásia e Oriente se apresentam como necessários e imprescindíveis para uma melhor compreensão do saber histórico para além das perspectivas eurocêntricas e hegemônicas de explicação do mundo. 

Assim nos interessam comunicações que contribuam para uma melhor visão sobre a Ásia e o Oriente, as culturas que compõem esse universo, as matizes e os discursos que ajudam a construir uma ideia do que seria o Oriente, o posicionamento dessa Ásia multifacetada e mesmo a visão genérica e limitada daquilo que Edward Said chamou de “orientalismo”. Analises historiográficas, soft power, representações midiáticas da Ásia e do Oriente, influências culturais asiáticas no Brasil, entre outros temas, serão bastante bem-vindos para o debate proposto. 

Por um lado, fenômenos como o fascínio causado pelas religiões orientais principalmente no Ocidente capitalista das décadas de 1960 e 1970 ajudam a expressar uma imagem estereotipada da cultura asiática, por outro a história das sociedades chamadas orientais são, obviamente, anteriores à essa onda de interesse. Nesse sentido se apresenta a busca por um olhar mais refinado acerca das questões asiáticas, muitas vezes vistas como parte de um “outro” exótico e excêntrico. Toda uma historiografia baseada no olhar sobre esse “outro” foi tecida, desde o contato dos antigos gregos com esse chamado Oriente até as narrativas midiáticas contemporâneas acerca de complexas relações no chamado Oriente Médio, passando ainda pelas fontes medievais cristãs sobre os diversos povos de alinhamento muçulmano. Tornam-se necessários, então, olhares e transponham essas generalizações e que apresentem a complexidade e a historicidade desses aspectos culturais, econômicos, sociais e políticos da (e sobre a) Ásia. Portanto, tornam-se necessários os estudos asiáticos.

Palavras-chave: Culturas Orientais, História da Ásia, Orientalismo.

FUTEBOL: HISTÓRIA E RACISMO

Roger dos Anjos de Sá (Doutor em História vinculado - SEDUC-GO)

Makchwell Coimbra Narcizo (Doutor em História vinculado – UNEMAT/UESPI)

Gabriel Sulino Martins (Mestrando em Antropologia Social vinculado - PPGAS/UFG)


Modalidade: on-line

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Este resumo apresenta a proposta para o grupo de trabalho que tem por intenção refletir sobre futebol, politica e educação. O futebol se apresenta como uma prática recreativa destinada ao lazer, seja assistindo, jogando ou torcendo. Segundo Elias e Dunning (1992) os desportos têm elementos de competição que envolvem regras que obrigam os sujeitos a adotar determinado tipo de comportamento ao obedecer ao que foi estipulado. O código de conduta estipulado aqui tem como objetivo evitar formas de violência em relação ao adversário. Como um elemento de disciplina e ensino ao corpo. Deste modo, Ribeiro (2020) expõe dentro da experiência europeia, do final do século XIX e dos primeiros anos do século XX, como questões de pertencimento e politica, seja no âmbito nacional ou clubista. Nisto, discutiremos, a questão do racismo, que segundo Blumer (2003) se caracteriza por um sentimento de superioridade a uma raça subordinada diferente, o medo que se abrigue e alimente pretensões sobre as prerrogativas da raça dominante. Como isso é estruturado em nossa sociedade e relacionado ao futebol; discutiremos de uma maneira antirracista em nosso Gt essa concepção e outras que podem surgir.

Apesar de ser parte importante em diversos cenários. O presente GT visa contribuir com a ampliação do debate acerca do futebol enquanto objeto de estudo. Para isso, receberá propostas que tenham o futebol enquanto objeto de reflexão em diversas áreas de conhecimento. Espera-se trabalhos que tratem história política, ensino de história, memória, educação, consumo, racismo e áreas afins.

Palavras-chave: Racismo; Futebol; História

HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA E TEORIA DA HISTÓRIA

Dr. Breno Mendes (UFG)

Dr. Cristiano Arrais (UFG)

Dr. Murilo Gonçalves (UFG)


Modalidade: presencial

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Em busca de consolidar uma cultura histórica voltada à pesquisa e mais próxima de reflexões de caráter teórico (sem, no entanto, abrir mão de seus aspectos práticos e materiais inerentes), bem como de promover um debate atual e necessário, este simpósio temático tem como objetivo reunir, por um lado, pesquisadoras e pesquisadores (independentemente da etapa de formação) que trabalhem com as diferentes perspectivas e abordagens pertencentes aos campos da história da historiografia e da teoria (e filosofia) da história, isto é, que reflitam a respeito dos fundamentos teórico-metodológicos, epistemológicos e ontológicos da disciplina histórica; e, por outro lado, pesquisadoras e pesquisadores pertencentes a outros campos de investigação que estejam interessados em apresentar reflexões de história da historiografia e teoria da história advindas de suas pesquisas. Com isso em mente, este simpósio acolherá comunicações que procurem pensar questões historiográficas, conceituais, heurísticas, hermenêuticas, intelectuais e curriculares ligadas à produção, circulação e armazenamento do conhecimento histórico. De modo mais explícito, pretendemos acolher trabalhos que pertençam ou dialoguem com os seguintes âmbitos: história da historiografia, escrita da história (contemplando as relações entre história e verdade, história e memória, história e representação, história e ficção etc.), história dos conceitos, história das ideias, história intelectual, tempo e temporalidade (historicismo, historicidade, história do tempo presente etc.), história das ciências, história pública e divulgação histórica, didática da história, história global e transnacional, história e estudos pós-coloniais e decoloniais e, por fim, história frente às novas mídias e às novas linguagens.

Palavras-chave: História da Historiografia; Teoria da história, Filosofia da História, Pesquisa Histórica

HISTÓRIA DAS AMÉRICAS EM DEBATE: PERTENCIMENTO, RESISTÊNCIA E DIÁLOGO TRANSNACIONAL

Marcos Vinicius Ferreira Trindade (PPGHIST-UEMA; SEMED/ROSÁRIO-MA)


Modalidade: on-line

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O presente Simpósio Temático tem como objetivo oportunizar o diálogo entre pesquisas que pautem questões e temas relacionados ao continente americano. A História das Américas ainda é marcada por apagamentos e silenciamentos, portanto, o seu estudo é primordial para o entendimento das múltiplas identidades que compõem o território e para promover a reflexão sobre as historiografias das Américas que são construídas nos espaços de formação. Dessa forma, esperamos propostas de trabalhos que analisem, em suas diferentes abordagens teórico-metodológicas, temas da História das Américas, independentemente do recorte temporal – Colonial, Independente, Contemporânea, observando a inclusão do Brasil e dos Estados Unidos –, orientados pelos pressupostos da História Comparada, Conectada e Transnacional. Para tal, ressaltamos que são bem-vindas propostas de trabalhos que explorem as sociedades originárias do continente americano, relações sociais, mundos do trabalho, políticas institucionais, relações de gênero e poder, imprensa, regimes autoritários e democracia por meio do uso de textos literários, letras de músicas, análise de imagens, por exemplo, ademais da reflexão sobre o ensino de História das Américas através de práticas escolares desenvolvidas na Educação Básica que colaborem para a potencializar o campo. 

Palavras-chave: Américas. Diálogo transcontinental. Historiografias americanas.


Bibliografia 

ANDREWS, G. R. América Afro-Latina, 1800-2000. São Carlos: Edufscar, 2007.

ASSIS, R. A. L. História Comparada: por que usar e como usar. Boletim Historiar, v. 05, n. 03, jul./set. 2018, p. 54-63.

BETHELL, L. (org.). História da América Latina: da Independência a 1870, vol. III. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado; Brasília, DF: Fundação Alexandre de Gusmão, 2001. 

BETHELL, L. (org.). História da América Latina: América Latina Colonial, volume 1. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado; Brasília, DF: Fundação Alexandre de Gusmão, 2012. 

CAPELATO, M. H. R. Multidões em cena: propaganda política no varguismo e no peronismo. 2ª ed. São Paulo: editora UNESP, 2009.

FICO, C.; FERREIRA, M.; ARAUJO, M. P.; QUADRAT, S. V. (orgs.). Ditadura e democracia na América Latina. Rio de Janeiro: FGV, 2008.

KNAUSS, P. (org.). Oeste americano: quatro ensaios de história dos Estados Unidos da América, de Frederick Jackson Turner. Niterói: EdUFF, 2004.

PRADO, M. L. C. O Brasil e a distante América do Sul. Revista de História, [S. l.], n. 145, p. 127-149, 2001.

PRADO, M. L. América Latina: Historia comparada, historias conectadas, historia transnacional. Anuario de la Escuela de Historia, Rosário, n. 24, p. 9-22, 2012.

HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DAS CIÊNCIAS

Me. Ana Cláudia Costa (doutoranda, PPGH-UFG)

Me. Alexandre Prates (doutorando, PPGH-UFG) 

Me. Maria de Fátima (doutoranda, PPGH-UFG)


Modalidade: presencial

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Na primeira metade do século passado, a história das ciências ainda era uma preocupação eminentemente filosófica, mas que começava a reivindicar sua autonomia, o que não significa dizer que ela se tornou uma disciplina de historiadores “tout court”, pelo menos não imediatamente. Para os historiadores identificados à filiação dos Annales, por exemplo, a história das ciências, tal como ela ainda se apresentava no cenário francês do período, não era para historiadores. De modo geral, eles não viam como sua a tarefa de escrever a história das ciências enquanto diferentes formas do projeto racional de busca pela verdade, mesmo entendendo que a própria ideia de verdade mudava na e pela história. A história das ciências ainda parecia, aos olhos dos historiadores, muito afastada do domínio do social, lugar onde acreditavam poder melhor apreender a história e a mudança em todas as suas dimensões, em todas as suas repercussões para a vida dos homens. As ciências só se tornariam efetivamente um objeto da História nas décadas seguintes, graças, em grande medida, aos esforços de filósofos como Gaston Bachelard, Alexandre Koyré, Georges Canguilhem, Michel Foucault e Thomas Kuhn (que também “redescobriu” Ludwik Fleck), que romperam com antigas ideias de “História” e de “Ciência” herdeiras das filosofias dos séculos XVIII e XIX e apresentaram a historicidade das ciências como uma via para a inteligibilidade da vida social, intelectual e subjetiva. A partir dessa perspectiva, o Simpósio Temático “História e Historiografia das Ciências” busca reunir pesquisadores que proponham: a) investigações historiográficas sobre a constituição da História das Ciências como uma disciplina verdadeiramente histórica; b) reflexões teóricas sobre seus principais objetos, fontes e abordagens; c) histórias de temas específicos das diferentes ciências (inclusive das Ciências Humanas); d) diálogos teóricos, metodológicos ou historiográficos com outras disciplinas, como a epistemologia, a sociologia das ciências, a história da arte, a história da filosofia etc.

Palavras-chave: História das Ciências; História da Historiografia.

HISTÓRIA E LITERATURA

Dra. Ana Lorym Soares (UFJ)

Me. José Alves de Oliveira Júnior (PPGH-UFG)


Modalidade: on-line

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Os diálogos entre história e literatura têm permitido a pesquisadoras e pesquisadores de ambas as áreas recortar temas, levantar problemáticas fazer descobertas que não seriam possíveis, caso eles se mantivessem em seus campos de origem. Historiador situado justamente no entrecruzamento desses dois domínios, Robert Darnton colocou questões que propõem a necessária historicização de categorias que se vincularam à própria ideia de atemporalidade: “O que acontece quando um livro se torna um clássico? Por qual processo um texto se separa de todos os outros que pedem atenção?” (2010, p. 320). Do mesmo modo, as reflexões, no campo da teoria literária, sobre o texto e a narrativa, obrigaram a historiografia a discutir questões até então impensáveis: como a escrita da história lança mão de recursos literários ou retóricos? Para além delas, a aproximação entre história e literatura permite descortinar uma rica gama de temas e problemáticas: de que forma as narrativas dialogam com os aspectos históricos de seu tempo e com seu contexto de produção e publicação, como jornais e revistas? Qual o papel dos diferentes agentes atuantes na produção e na circulação do texto literário, como tipo de suporte, editores, leitores, críticos e, claro, autores? Qual é o papel de letrados, escritores e escritoras na criação (e na problematização) dos símbolos históricos de um país, da identidade nacional e no reconhecimento internacional de sua nação e de sua literatura? Este simpósio tem por objetivo discutir questões como essas e busca reunir trabalhos que contemplem perspectivas como: romance e história; produção, circulação e recepção de textos literários; literatura produzida na imprensa, como crônicas, narrativas históricas, contos e romances, e suas relações com a história; historicidade da literatura e literariedade da história; editores, críticos, tradutores e leitores, seu status e impacto na literatura de seu tempo; o autor, seu trabalho de escrita e suas ações em favor de sua atividade literária e profissional. Por meio dos temas propostos, buscaremos criar um espaço de discussão interdisciplinar, em que perspectivas e abordagens das áreas de história e de letras possam contribuir para as reflexões e análises dos participantes.

Palavras-chave: História. Literatura. Historicidade.

HISTÓRIA REGIONAL E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL – PROBLEMÁTICAS PARA O PRESENTE

Cristina Helou Gomide (FE-UFG)

Guilherme Talarico (UEG-Goianésia)


Modalidade: presencial

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O patrimonialismo é uma metodologia eficiente para a difusão de conhecimento sobre a formação da municipalidade, ocupação do território, constituição de identidades e memórias, sobre saberes e religiosidades, diversidades e sociabilidades. Ou seja, por meio dos Patrimônios Culturais, aqueles consagrados ou não, se tem uma linha de abordagem para o ensino e análise das Histórias Regionais. A difusão dos cursos de História pelos campii interioranos, tem gerado, cada vez mais, uma produção historiográfica descentralizada, em que novas questões identificadas com as especificidades regionais têm sido cruciais para a renovação do conhecimento histórico. Campo de resistência e de afirmação da todas as formas de diversidades, a proposta deste Simpósio Temático é aglutinar pesquisas inter e transdisciplinares que busquem na Educação Patrimonial, entendida como o caminho mais eficaz para a garantia dessas diversidades, o meio de conhecimento, difusão, afirmação e análise crítica sobre a temática, em Goiás e no Brasil. Dito isso, esse ST se propõe a conhecer e dialogar com pesquisas ligadas ao Patrimônio Cultural e à educação patrimonial que tragam temáticas ligadas às Histórias Regionais, sejam elas referentes a Goiás ou demais regiões. É importante ressaltar que o reconhecimento do ofício do historiador e da historiadora em 2020 nos coloca em um lugar no qual falar em educação e patrimônio não precisa se restringir somente às salas de aula. Nosso lugar de debate está onde podemos exercer a atuação ética e crítica, nas ruas, praças, cidades, nas pesquisas sobre a fauna ou a flora – apenas para citar alguns. Mais fundamental ainda é reforçar que em tempos em que vigora uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que retrocedeu nas questões da diversidade do território Nacional (acentuando ainda mais a dificuldade em discutirmos a desigualdade nele evidente), falar de educação patrimonial e história regional implica em problematizar a formação e a cidadania do povo brasileiro. Esperamos, então, que a discussão aqui proposta agregue e contribua na criação de caminhos para a transformação da noção de patrimônio cultural, o papel dos estudos regionais e seus desdobramentos.

Palavras-Chave: Educação Patrimonial, História Regional, Patrimônio Cultural

HISTÓRIA, CIDADE E LITERATURA: DISCUSSÕES SOBRE RAÇA, GÊNERO E RACISMO

Andreia Rodrigues de Andrade (PPGHIS-UFSM)

Francisca Cibele da Silva Gomes (UESPI)

Adelina Barbosa de Sousa (UESPI)

Marcone Rodrigues de Sousa (PPGHIS-UFPI)


Modalidade: on-line

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O simpósio visa à socialização de pesquisas que tomam a cidade e a literatura como objeto de estudo e reflexão, para discutir questões relacionadas à raça e racismo em distintos momentos da História do Brasil. Nessa perspectiva, a cidade não é vista apenas como palco de eventos históricos, ela também se faz protagonista de ações dos sujeitos, uma vez que o elemento síntese que a constitui é a aglomeração humana. Nesse sentido,  a cidade é objeto de análise e escrita de literatos e escritores em diferentes contextos históricos, englobando questões de raça, racismo, negritude e suas interseccionalidades nos espaços urbanos brasileiros. Neste agrupamento, escritores se debruçam sobre o lugar social do negro e as questões de gênero na vida urbana, por meio da literatura. As relações de poder se estilhaçam em múltiplas gentes, espaços, tempos e trazem à tona impasses existentes nas questões de raça, racismo e gênero na teia urbana, em que se expressam discursos diferentes sobre modos de ser e existir, configurando o ethos urbano e sua percepção por escritores que analisam os desafios de ser negro e viver na cidade, excludente em muitos casos, e com espaços de poder que ainda excluem, em muitos momentos, homens e mulheres negras. Assim, percebemos a emergência de debatermos tais questões no âmbito acadêmico, uma vez que a literatura negra ou afro-brasileira voltada para questões raciais foi considerada por muitos uma escrita menor,  desvalorizada em relação à identidade branca. Assim, com base em Sandra Pesavento (2007), entendemos que a cidade pode ser interpretada por meio de sua materialidade, sociabilidade e sensibilidade, bem como de questões ligadas à literatura e ao gênero. Na contemporaneidade, os estudos de Conceição Evaristo (2005), Djamila Ribeiro (2021), trazem contribuições significativas sobre literatura e questões de raça e gênero. Esperamos reunir neste simpósio os estudos sobre ruas, prédios, lugares e não lugares, bem como sujeitos negros em diferentes tempos e espaços e sua representação na literatura.

Palavras-chave: Cidade. Literatura negra. Gênero.


Bibliografia 

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. 152 p. (Feminismos Plurais/ Coordenação de Djamila Ribeiro). Disponível em:< https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/1154/o/Interseccionalidade_(Feminismos_Plurais)_-_Carla_Akotirene.pdf?1599239359>. Acessado em: 19 mar. 2023.

EVARISTO, Conceição. Becos da memória. Belo Horizonte: Mazza, 2006.

GONZALEZ, Lélia; HANSENBALG, Carlos. Lugar do negro. v.3, Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982. 115 p. (Coleção 2 pontos). Disponível em: < https://negrasoulblog.files.wordpress.com/2016/04/lc3a9lia-gonzales-carlos-hasenbalg-lugar-de-negro1.pdf>. Acessado em: 11 jan. 2023.

HARTMAN, Saidiya. Vênus em dois atos. Revista Ecopós, tradução: Fernanda Silva e Sousa e Marcelo R. S. Ribeiro, v.23, n.3, 2020, p.12-33. Disponível em:< https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/27640>. Acessado em: 19 mar. 2023.

HOOKS, bell. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação – episódios de racismo cotidiano. Tradução: Jess Oliveira, Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019. 244 p. Disponível em:< https://www.ufrb.edu.br/ppgcom/images/MEMORIAS_DA_PLANTACAO_-_EPISODIOS_DE_RAC_1_GRADA.pdf>. Acessado em: 05 jan. 2023.

OYĚWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Tradução: Wanderson Flor do Nascimento. 1.ed. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021. 324 p. Disponível em: < https://www.professores.uff.br/ricardobasbaum/wp-content/uploads/sites/164/2022/05/Oyewumi_Oyeronke_A_Invencao_das_Mulheres.pdf>. Acessado em: 19 mar. 2023.

NASCIMENTO, Beatriz. Uma História feita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos. Rio de Janeiro: Zahar, 2021. Disponível em:< https://dlivros.com/livro/historia-feita-por-maos-negras-beatriz-nascimento>. Acessado em: 21 mar. 2023.

PALERMO, Zulma. Arte y estética en la encrucijada decolonial. Buenos Aires: Del Signo, 2009.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural.  Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas Latino-americanas. Colección Sur Sur, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO, set. 2005. p.107-130. Disponível em: < https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2591382/mod_resource/content/1/colonialidade_do_saber_eurocentrismo_ciencias_sociais.pdf>. Acessado em; 08 jan. 2023.

SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro ou As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. 1.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno Manual Antirracista. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019

HISTÓRIA, MEMÓRIA E TEMPO PRESENTE

Antônio Moreira de Carvalho Neto (Mestrando, PPGHB- UFPI)

Lucas André da Luz Silva Dias (Mestrando, PPGHB-UFPI)

Maria de Lourdes Andrade dos Santos (Mestranda, PPGHB-UFPI)


Modalidade: on-line

Confira as comunicações aprovadas: resultado dos trabalhos submetidos.

O tempo presente cada vez mais desafia o historiador. Um desafio que advém dentre outros fatores do surgimento da memória, enquanto objeto de estudo da história. A memória durante boa parte da constituição da história, enquanto disciplina, ficou relegada segundo Ferreira (2000), a um segundo plano. Justamente pelo seu grau de mutabilidade, sob a alegação de que seu uso poderia acarretar em possíveis distorções no trabalho do historiador. Após a virada linguística da década de 1970, a história passa a se debruçar sobre a memória e sua complexidade se torna um objeto do interesse dos historiadores. Motta (2014), afirma que além de ser mutável, a memória é maleável, seletiva e constantemente cambiante. Estando, portanto, atrelada ao caldo das emoções dos seus partícipes e do tempo presente como um todo. Esse simpósio temático visa abarcar pesquisas que tratam das relações entre: história, memória e o tempo presente. Entendendo que uma questão não está separada da outra, são discussões que se completam. Se durante um bom período da história como disciplina, o tempo presente foi relegado, nesse começo de século XXI, a sociedade conclama os historiadores a proporem interpretações para os conflitos mais ardentes desses tempos. É com esse ponto de partida que desejamos receber trabalhos que possam contribuir no estabelecimento de caminhos a superar essas adversidades próprias desse tempo; sejam elas climáticas, políticas, alimentares, educacionais, habitacionais, urbanas, rurais etc. Partindo de várias interpretações e lugares, seja analisando e tencionando os lugares de memória cunhados por Nora (1993), as memórias subterrâneas trazidas por Pollak (1989), ou o entrelaçamento entre história e memória, numa perspectiva mais historiográfica ao exemplo do que faz Motta (2014). Essas são perspectivas mais tradicionais de abordagens, não estamos fechando a discussão somente nesse campo, a ideia do simpósio é alargar essa discussão. Oferecendo com isso um espaço frutífero para refletir sobre os mecanismos para se lidar com essa relação entre história, memória e o tempo presente. 

Palavras-chave: História. Memória. Tempo presente. 


Bibliografia 

FERREIRA, Marieta de Moraes. História do tempo presente: desafios. Cultura Vozes, Petrópolis, v. 94, n. 3, p.111‐124, maio/jun., 2000. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/517.pdf. Acesso: 20 abr. 2023.

FERREIRA, Marieta de Moraes e AMADO, Janaína (orgs.). Usos e Abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 1996.

MOTTA, Marcia. História e memória. Cadernos do CEOM, Chapecó, v.16, n. 17, p. 179-200, julho, 2014. Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rcc/article/view/2196. Acesso em 25 abr. 2023.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, v.10, p. 7-28, jul/dez, 1993. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/12101. Acesso em 26 abr. 2023.

POLLAK, Michael. Memória, esquecimento e silêncio. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3‐15, 1989. Disponível em: http://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf. Acesso em 30 abr. 2023.

THOMSON, Alistair. Aos cinqüenta anos: uma perspectiva internacional da história oral. In: ALBERTI, Verena et al. (Orgs.). História Oral: desafios do século XXI. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz /CPDOC – FGV, 2000. p. 47 – 65.

HISTÓRIA, RELIGIÕES E POLÍTICA

Me. Edmilson Antonio da Silva Junior (doutorando, PGH-UFRPE)

Me. José Pedro Lopes Neto (doutorando, PGH-UFRPE)

Me. Saymmon Ferreira dos Santos (doutorando, PGH-UFRPE)


Modalidade: on-line

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O objetivo deste simpósio é congregar trabalhos sobre História das Religiões e das Religiosidades e contribuir para o debate sobre os temas que permeiam esses campos de estudo. A partir da perspectiva da História Cultural e também da História Política, enxergamos as religiões como produtos culturais condicionados ao contexto sociopolítico no qual emergem. Entendemos que a esfera religiosa estrutura a política, enquanto esta subsidia a primeira, tendo ambas, nesse sentido, uma íntima interação. Essa abordagem permite pensarmos os eventos religiosos para além da fenomenologia, nos permitindo pensá-los de maneira plural, com outros campos como a cultura, política e economia.

Além disso, também pensamos os eventos sociorreligiosos como construções não somente das ortodoxias eclesiásticas, mas como obra de inúmeros agentes envolvidos em negociações, concessões e trocas culturais entre as lideranças religiosas e os fiéis, estando essas trocas condicionadas temporal e espacialmente. Estudar essas construções religiosas é de extrema importância porque elas possuem a capacidade de construir culturas políticas estáveis que influenciam nas representações de uma sociedade em determinada época.

Este simpósio pretende também reunir pesquisas que abarquem questões teóricas e metodológicas, além daquelas sobre as relações entre o ensino de História e as religiões. Portanto, interessam aos nossos debates trabalhos que versam sobre as seguintes áreas temáticas: 1. História das Religiões e das Religiosidades, história das instituições e confissões religiosas, história da construção de crenças, devoções e identidades; 2. Religião, Estado e política; 3. Missionarismo, colonialismo e cristianização; 4. Intelectuais, imprensa e diálogos inter-religiosos; 5. Relação entre religiões e regimes autoritários; 6. Laicidade, democracia, fundamentalismos religiosos e intolerâncias; e 7. Ensino de História e Religiões.

Palavras-chave: História Cultural; História Cultural das Religiões; Ensino de História das Religiões.


Bibliografia

ADNOLIN, Adone. História das religiões: perspectiva histórico-comparativa. São Paulo: Paulinas, 2013.

BURKE, Peter. O que é história cultural?. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. 7ª ed. Campinas: Papirus, 2012.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. 22ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. 2ª. ed. Miraflores: DIFEL 82, 2002.

COUTROT, Aline. Religião e Política. In: RÉMOND, Réne (org). Por uma história política. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

MAINWARING, Scott. A Igreja Católica e a política no Brasil (1916-1985). São Paulo: Brasiliense, 2004.

MARANHÃO FILHO, Eduardo Meinberg de Albuquerque. (org.). (Re) conhecendo o Sagrado: reflexões teórico-metodológicas dos estudos de religiões e religiosidades. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.

MONTEIRO, Paula (org.). Deus na aldeia: missionários, índios e mediação cultural. São Paulo: Globo, 2006.

MOURA, Carlos André Silva de [et all] (org.). Religião, cultura e política no Brasil: perspectivas históricas. Campinas: Unicamp/IFCH, 2011.

RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean-François. (dir.). Para uma história cultural. Lisboa: Editorial Estampa,1998.

SALES, Lílian Maria Pinto. O circuito das aparições marianas. Temáticas, Campinas, v. 13, n 25/26, pp. 139-159, jan./dez. 2005.

JOVENS PESQUISADORES: CONTRIBUIÇÕES PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO

Mailson Moreira dos Santos Gama (Mestrando pelo PPGH – UNEB)


Modalidade: on-line

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O objetivo deste simpósio temático é fornecer um espaço para que jovens pesquisadores possam apresentar seus trabalhos e contribuições para a produção do conhecimento histórico. Os participantes serão incentivados a compartilhar suas pesquisas e debater questões metodológicas, teóricas e historiográficas relevantes para suas áreas de estudo. Além disso, o ST também busca promover o diálogo e a troca de experiências, a fim de fortalecer a comunidade acadêmica e incentivar o surgimento de novas abordagens e perspectivas. Acredita-se que esta discussão seja relevante tanto para os próprios jovens pesquisadores quanto para a comunidade acadêmica em geral, uma vez que pode contribuir para a formação de novos profissionais e para a produção de pesquisas mais inovadoras e diversificadas. É fundamental destacar que os trabalhos apresentados no simpósio serão oriundos de alunos de graduação. Entre as temáticas que serão discutidas, destacam-se as diversas formas de abordagem da pesquisa histórica, tais como a História Social, Cultural, Econômica, Política, Ambiental. Ademais, serão analisados os diversos tipos de fontes utilizadas pelos estudantes de graduação, como fontes documentais, iconográficas, audiovisuais, arqueológicas, orais, entre outras. Para além disso, busca-se destacar a pesquisa em História enquanto área de produção do conhecimento, considerando suas intersecções interdisciplinares com outras áreas do conhecimento como a Filosofia, Direito, Música, Artes, Ensino, Geografia, entre outras.

Palavras-chave: Fontes Históricas. Historiografia. Pesquisas.


Bibliografia 

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da Unesp, 1992.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína (orgs.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1996.

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

GOMES, Angela de Castro (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1999.

LE GOFF, Jacques. História e memória. 5. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003.

PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

REIS, José Carlos. História e Teoria: historicismo, modernidade, temporalidade e verdade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA: DIÁLOGOS SOBRE A DITADURA MILITAR NO BRASIL

Me. Carlos Alberto de Melo Silva Mota (Doutorando, PPGHB, UFPI)


Modalidade: on-line

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Na primeira metade dos anos 1960, o Brasil sofreu um duro golpe que abalou o seu ordenamento social e atingiu sua jovem democracia. O comando militar instalado no poder executivo federal, a partir de 1964, carregava marcas de um regime discricionário e fez uso de uma série de recursos para imposição dos seus valores. O presente simpósio pretende comportar discussões acerca do Golpe Militar e suas. Nesse sentido, buscamos construir um debate acerca de um comando militar que transitara entre a repressão e a pretensão de legitimidade. Abordaremos questões relativas a censura, propaganda, espionagem e polícia política, no recorte de 1964-1985. Situaremos o duelo de narrativas estabelecido entre opositores e apoiadores do regime, compreendendo o discurso como um elemento fundamental na articulação do jogo político. Conforme Michel Foucault, “o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por que, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos apoderar”(1). Sendo assim, a análise dos investimentos e das interjeições dadas aos discursos no período em análise remete a aspectos primordiais da vida política desse contexto. A forma como se estabelecia o comando militar no Brasil nos remete a uma sociedade panóptica, na qual nada foge ao olho do poder, tem-se a impressão de estar na presença de um mundo infernal no qual ninguém pode escapar, tanto os que olham quanto os que são olhados. Para Foucault não se tem, nesse caso, uma força que seria integralmente dada a alguém que exerceria isoladamente, totalmente sobre os outros, é uma máquina que circunscreve todo mundo, tanto aqueles que exercem o poder quanto aqueles sobre os quais o poder se exerce.(2) Ao construirmos nosso debate, buscaremos entender a produção da memória histórica como um processo imbricado na política, pois conforme aponta Walter Benjamin (1987) articular historicamente o passado não significa conhecê-lo “como ele de fato foi”, trata-se de apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no momento de perigo. Nesse sentido, situamos que certas interpretações e eventos são silenciados em função de outros quando estudamos o passado. Buscamos, portanto, compreender o papel da memória e do esquecimento como elementos que norteiam nosso tecido social e nossas estruturas.  

Palavras-chave: História. Política. Ditadura Militar. Brasil.

 

(1) FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola, 1999, p. 24.

(2)  FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979, p. 219.


Bibliografia 

BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

BENTIVOGLIO, Júlio. Os pontos cegos da história: a produção e o direito ao esquecimento no Brasil – breves notas para uma discussão. Opsis, v.14, n.2, 2014.

DELGADO, Lucília de Almeida Neves; FERREIRA, Jorge. O Brasil Republicano: O tempo da ditadura – regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

FICO, Carlos. Reinventando o otimismo: Ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1997.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

KUSHNIR, Beatriz. Cães de Guarda: Jornalistas e Censores do AI-5 à Constituição de 1988. São Paulo: Boitempo, 2012.

MOTA, Carlos Alberto. Por dentro da pauta: história política e cultural na imprensa escrita de Teresina (1971-1975). Teresina: CCHL – UFPI, 2021. 

SMITH, Anne-Marie. Um acordo forçado: O consentimento da imprensa à censura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000. 

TRAVERSO, Enzo. Usos políticos do passado, In: O passado, modos de usar: história, memória e política. Lisboa: Edições Unipop, 2012.

“RAÇA E RACISMO”: DEBATES ACERCA DO USO DE CONCEITOS E TEMAS ATUAIS NAS PESQUISAS BRASILEIRAS LIGADAS ÀS ANTIGUIDADES MEDITERRÂNEAS E AO MEDIEVO.

Me. Ellen Juliane Bueno dos Santos (Doutoranda, PPGH – UFG)

Me. Giselle Moreira da Mata (Doutoranda, PPGH – UFG)

 

Modalidade: on-line

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Um dos maiores problemas com os quais um estudioso ou estudiosa da Antiguidade se depara ao estudar o tema de raça no Mundo Antigo Ése tal conceito, como foi desenvolvido entre os séculos XVII e XIX, não se aplica às sociedades antigas. Se levarmos em consideração que “o racismo seria fruto de um contexto histórico particular caracterizado pela experiência europeia de colonização [...], assim como pelo desenvolvimento da teoria darwinista da evolução e para construção de uma ciência que explicasse o desenvolvimento desigual das supostas raças humanas” (JÁCOME NETO, 2020, p.22), a ideia de raça e racismo seria algo desconhecido para as sociedades do Mediterrâneo Antigo. Será? Essa é uma discussão recente sobre o assunto, em especial se tratando do período da Antiguidade, e alguns esforços já vem sendo realizados para discutir os temas de raça, racialização e racismo no Mundo Antigo como: o Afrocentrismo com o principal expoente das relações do Egito com a Núbia e as culturas subsaarianas; a história da arte explorando entre outras coisas a expressão, a recepção e a codificação da raça  demonstrando ideias de cor, forma e sujeito; a leitura da Teoria Crítica da Raça das literaturas, histórias e leis da Antiguidade e suas supremacias; estudos sobre as hierarquias e dinâmicas das cidadanias e suas relações com as migrações e diásporas na antiguidade, incluindo os casamentos mistos; as concepções de raça nas discussões sobre Classicismos e Orientalismos; a relação de raça com a escravidão e o encarceramento; os estudo étnicos e as noções das sociedades antigas sobre etnicidade, descendência, afiliação linguística, religião e localização; os estudos de gênero e sexualidade, com as concepções de masculinidade, privilégio, poder e suas oposições; as questões geográficas, em especial, a respeito da discussão sobre o ‘bárbaro’ e ‘incivilizado’; como a questão da raça e do racismo na antiguidade devem ser abordados nas salas de aula; os estudos de recepção em que escritores vem retornando a literatura, a filosofia e a história greco-romana e fazendo releituras ou reconhecendo ali valores pertinentes as suas experiencias culturais, intelectuais, e até mesmo políticas; etc. 

A partir da variedade de possibilidades de estudos, o objetivo desse simpósio é trazermos para o debate o tema da raça e do racismo nas pesquisas sobre História Antiga e Medieval no Brasil, de modo a colaborar para as discussões atuais sobre o assunto, inserindo a História das Antiguidades e do Mediterrâneo no circuito desses estudos valiosos para a atualidade. Mostrando assim, uma vez mais, a importância do encontro entre um tema atual e as antiguidades.

Palavras-chave: Antiguidades; Medievo; Raça; Racismo.


Bibliografia 

JÁCOME NETO, Félix. A recusa da interação: um ensaio historiográfico sobre o etnocentrismo e o racismo na Grécia Antiga. Revista Brasileira de História, v. 40, nº84, 2020.

(RE)EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAS E OS 20 ANOS DA LEI 10639/03

Isabella Pereira Pimentel (Doutoranda em História - FLUP)

Manuela Arruda dos Santos Nunes da Silva (Doutoranda em História - UFMT)


Modalidade: on-line

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Nas últimas décadas do século XX a historiografia e o ensino de História, como campo de reflexão dos (as) historiadores (as), têm se ocupado com questões que visam a valorização de uma história das representações, do imaginário social e das relações entre a história e a memória. Contributos trazidos por novas linhas historiográficas, como é o caso da História do Tempo Presente, da Nova História Cultural e da História Decolonial, dentre outras. Nessa direção, estudiosos (as) comprometidos (as) com a pesquisa em ambientes escolares tem se debruçado em novos problemas e métodos para abordar os fenômenos investigados. É no bojo dessas novas tendências que se ampliaram também os debates em torno das questões étnico-raciais e a luta pela construção de políticas públicas educacionais para o enfrentamento ao racismo estrutural no Brasil. É importante destacar que esse giro epistemológico se deu, em parte, devido a potência da luta ensejada pelos movimentos negros e pela organização de mulheres negras no Brasil, dirigida tanto às autoridades quanto à comunidade acadêmica. Em 2003 foi sancionada a lei que tornou obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira (Lei 10.639/2003) e da história e cultura indígena (Lei 11.645/2008) cuja recepção e impactos ao longo dessas duas primeiras décadas de vigência merece especial atenção. Nesse sentido, objetivo deste simpósio temático é acolher as pesquisas - em andamento ou já concluídas – sobre grupos historicamente subalternizados, minorias étnico-raciais, bem como estudos que visam ampliar o debate sobre reminiscências das colonialidades de gênero e do ser/saber/poder nos ambientes escolares. Pretendemos reunir estudantes, professores (as), pesquisadores (as) do campo do ensino de história e áreas afins, ligados ou não ao Ensino Básico, mas que tenham em comum o interesse em questões teóricas e metodológicas voltadas para o ensino da História. Também serão aceitos relatos de experiências sobre práticas de educação antirracista, políticas educativas em espaços formais e informais que tem buscado efetiva aplicação da lei 10.639/03 e a (re)educação para as relações étnico-raciais. 

Palavras-chave: Ensino de História; Relações Étnico-raciais; Lei 10.639/2003 e 11.645/2008.


Bibliografia

ARAÚJO, Amilcar; MONTEIRO, Ana Paula (org.). Ensino de história e culturas afro-brasileira e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013.

BRASIL. Resolução do CNE/CP n.1, de 17 de junho de 2004 institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/res012004.pdf. Acesso em: 26 abr. 2023.

QUITANDA DAS MINAS: DIVERSAS MULHERES E HISTÓRIAS

Ma. Beatrice Rossotti (Doutoranda – PPGH/UFF)

Ma. Débora de Faria Maia (PPGH/UFG)

Olívia Tereza Pinheiro de Siqueira (Mestranda – PPGH/UFF)

Ma. Janaína Ferreira dos Santos da Silva (Doutoranda – PPGH/UFF)



Modalidade: on-line

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Segundo a filósofa Simone de Beauvoir (2009, p. 18), as mulheres sempre foram definidas ao longo da história por meio da categoria do Outro, que representou tudo o que se encontrava à margem do sistema patriarcal. Por este motivo, a categoria gênero, em sua pluralidade, deve ser analisada considerando os múltiplos contextos em que esta mulher está inserida, abarcando os diversos marcos que tangem este corpo, entre eles, os fatores de raça, classe e sexo (LUGONES, 2008, p. 73). Deste princípio, construímos uma rede de mulheres presentes na Améfrica Ladina (GONZÁLES, 1988), conceito que parte em diálogo com o lugar “inferior” imposto dentro da hierarquia patriarcal, branca e cristã. Para tanto, almejamos recuperar nossa humanidade e sermos sujeitas do nosso próprio discurso. Segundo Patrícia Collins (2019), a autodeterminação é, por nós, construída com a intencionalidade de arquitetar espaços que nos permitam expressar nossas identidades e interesses. O modo como somos vistas também pode, e deve, ser uma dinâmica reformulada a partir de parâmetros feitos por mulheres, permitindo que determinem o modo que serão compreendidas por agentes sociais externos. Para que possamos fugir do discurso hegemônico e colonial sobre a temática, este simpósio temático foi pensado, concebido e tecido por uma rede de coletividade feminina com o principal objetivo de abarcar as múltiplas mulheres, suas vivências e histórias. Pensando nos saberes localizados de mulheres diversas e suas histórias, Quitanda das Minas pretende abordar as margens, as encruzilhadas e os corpos negligenciados pelo patriarcado colonial. Disso resultará uma ruptura epistemológica com os saberes tradicionais, promovendo novos sentidos para essas narrativas em um “fazer feminista” da história (RAGO, 1998).

Palavras-chave: Mulheres; Histórias; Diversidades.


Bibliografia

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. 1º volume. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. 

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: o poder da autodefinição. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque (Org). Pensamento feminista - conceitos fundamentais, Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019, pp: 271 - 312.

GONZALEZ, Lélia. 1988. Por um Feminismo Afro-Latino-Americano: Ensaios, Intervenções e Diálogos. Rio Janeiro: Zahar, 2020.  

RAGO, Margareth. Epistemologia feminista, gênero e História. Revista Florianópolis: Mulheres, 1998. p. 1-17. Disponível em: https://is.gd/EjNB5X. 

LERNER, Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Cultrix, 2019.

LUGONES, María. Colonialidade e Gênero. Tábula Rasa. Bogotá, nº 9, jul-dez, 2008, p.73-102. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/pdf/tara/n9/n9a06.pdf>, acessado em 31 de março de 2021.

PRADA, Monique. Putafeminista. São Paulo: Veneta, 2018.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar?. UFMG, 2010.

TRAVESSIAS: GOVERNANÇA, ADMINISTRAÇÃO E PODER NAS AMÉRICAS (SÉCULOS XVI-XIX)

Prof. Dr. Victor Hugo Abril (UFRPE)

Prof. Me. Marcone Carlos dos Santos Nascimento (pesquisador associado, TRAVESSIAS/UFRPE)


Modalidade: on-line

Confira as comunicações aprovadas: resultado dos trabalhos submetidos.

Este Simpósio Temático acolhe trabalhos que investigam as relações entre as instituições centrais e as instituições locais da Primeira Modernidade, abrangendo pesquisas entre os séculos XVI a XIX. Tem como objetivo estudar os caminhos dos papeis que inseriam os mundos ultramarinos nas conexões globais do império português na Idade Moderna. A proposta tem como esforço principal consolidar o trabalho conjunto e as investigações que vem sendo desenvolvidas por parte dos membros vinculados ao Grupo de Pesquisa do CNPq “TRAVESSIAS: Governança, Administração e Poder nas Américas (séculos XVI-XIX)”. Tal grupo conta com pesquisadores de diferentes instituições públicas e federais de ensino. Para esta proposta, se lança a tarefa de investigar o chamado modos de governar através das correspondências trocadas entre diversos agentes e em suas diferentes perspectivas investigativas. Converge para o (des) embarque comum das correspondências ‘oficiais’ de e para nichos burocráticos, tais como o governo, o bispado, a justiça e o comércio envolvendo as comunidades portuárias nas Américas. É, portanto, os mundos ultramarinos, um lugar de convergência em nosso simpósio.

Justificativa: Os Impérios Coloniais emergem como um espaço abrangente que possibilitaram mobilidades de populações, culturas, ideias, arte, instituições e mercadorias a partir do século XV. Os portos, neste espaço de trocas representaram os pontos de conexão, ditos por Sanjay Subrahmanyam enquanto histórias conectadas. A tentativa de uma visão de conjunto dos impérios coloniais atuantes no Atlântico foi alvo da abordagem pioneira de Charles Boxer, que propôs um enquadramento amplo e atento às conexões e circularidades. A intenção é abrir espaço para o debate a respeito da economia, da política, da religiosidade, da sociedade, do direito e das fronteiras no mundo ibérico e nas suas colônias ultramarinas. Tem por objetivo principal analisar os modos de governar de diversos agentes metropolitanos e suas relações com a governança local, no âmbito do governo, da justiça, do comércio etc. Identificar que Política, Administração, Justiça, Direito, Comércio e Sociedade são temas importantes para as análises dos agentes régios, os homens da boa governança da terra e as instituições centrais e coloniais. O que nos aproxima, além de uma geografia comum de interlocução sobre diversos aspectos da vida colonial, é a busca de conexões entre as localidades coloniais em uma duração e reflexão comum, a da inserção das localidades periféricas aos centros que constituíam os Impérios Atlânticos nas Américas. Em suma, este simpósio temático destina-se a acolher esses diversos estudos em desenvolvimento.

Palavras-chave: Travessias. Governança. Impérios Coloniais Ibéricos

POR UM ENSINO ANTIRRACISTA: INTERVENÇÕES CONTRA-HEGEMÔNICAS NO ENSINO DE HISTÓRIA

Felipe Cromack (mestrando, PUC-RIO)


Modalidade: on-line

Confira as comunicações aprovadas: resultado dos trabalhos submetidos.

Completam-se 20 anos em 2023 da Lei 10.639/03 que instituiu, no currículo oficial da Rede de Ensino, a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e 15 anos da determinação que inclui a temática indígena no ensino no Brasil. Todavia, as transformações enfrentadas no ensino nestas últimas décadas ainda estão distantes de um tratamento epistemológico, cultural e subjetivo racialmente igualitário. O enraizamento desta problemática também é perceptível nas leituras teóricas acadêmicas, as quais mesmo com ideias antirracistas, por vezes ainda estão desprovidas de práticas libertadoras(CARVALHO, 2020). Deste modo, faz-se fundamental identificar projetos e reflexões intervencionistas no ensino que não só acreditam na mudança, mas também estão empenhadas na criação de um currículo antirracista, no qual as culturas afro-brasileiras, africanas, quilombolas e de povos originários detenham espaço.

Para que a Europa e posteriormente o eixo EUA-Europa se firmassem neste dito “conteiner”(BERNARDINO-COSTA;GROSFOGUEL, 2016) monocutural e universalizante, foi necessário se sustentar num evento histórico que possui consequências irradiantes e visíveis no cotidiano latinoamericano e mundial, o colonialismo. De outra forma, os autores que se concentram nas epistemologias e práticas decoloniais afirmam consensualmente que no seio da modernidade está o colonialismo e suas propagações, como mostra Dussel(1994). Assim, a raça(QUIJANO, 2005) e o gênero(LUGONES, 2014) foram construções coloniais essenciais para que as relações de poder legitimassem a exploração colonial. Esta expropriação colonial, principalmente de corpos pretos provindos da diáspora africana e de povos originários, não se limitou à força física utilizada para o trabalho. O colonialismo, para além das relações hierarquizantes que estabeleceu socialmente, atuou também na esfera epistemológica e subjetiva dos indivíduos.

Como apontou Beatriz Nascimento, historiadora que integrou o movimento negro, o grande obstáculo que esta visão de mundo, centrada no eixo EUA-Europa e que desvaloriza e subjuga a História dos povos originários e afro-brasileiros acarreta aos historiadores, é o risco da ruptura da identidade dos negros. A omissão de histórias, relegadas ao ostracismo, de figuras negras que tiveram papéis centrais para a história do Brasil, impede a criação de um vínculo dos corpos pretos com seus descendentes. Desta forma, para a autora isto se internaliza e repercute o domínio branco.

Por isso, este simpósio temático se volta a idealização e configuração de outros caminhos possíveis, opostos aos afetos dicotômicos, eurocentrados, racistas e epistemicistas. A proposta de resgatarmos histórias silenciadas, destacarmos atores subtraídos da História e compartilharmos estes processos, compõem exemplos de práticas intervencionistas no Ensino de História que se deseja potencializar e polinizar por meio deste simpósio.

Palavras-chave: Antirracismo, Ensino de História, Decolonialidade.

HISTÓRIA (IN)DISCIPLINADA: INTELECTUAIS E PRODUÇÕES DISSIDENTES

Ana Cláudia Alves Martins (PPGH/UNB)

Igor Fernandes de Alencar (PPGH/UFF)

Marcos Rafael Andrade de Melo (PPGH/UFG)


Modalidade: presencial

Confira as comunicações aprovadas: resultado dos trabalhos submetidos.

A presente proposta objetiva articular debates acerca de intelectuais que romperam com paradigmas existentes, a partir de suas existências, (re)existências e suas múltiplas formas de existir e estar no mundo. Ao fazer um recorte amplo, visamos abarcar toda e qualquer produção de sujeitos plurais, em termos de gênero, raça, classe, dentre outras categorias possíveis. Enquanto norte, a proposta se fundamenta em pensar o modo como tais produções e existências, produziram um efeito divergente à uma História aos moldes tradicionais. Nesses termos, entendemos enquanto História tradicional aquela vinculada a discursos e narrativas de ódio, predominantemente elitistas, eurocentricos, etnocentricos, os quais colaboram na marginalização de uns em detrimento da hegemonia de outros. Logo, destacamos a população negra, indígena, PcD’s, trans e outres possíves de se considerar. Justificamos a escolha temática por sua relevância política, histórica e social, ao propor diálogos que abarcam sujeitos e narrativas múltiplas. A História estuda a ação dos sujeitos no tempo, através de vestígios (BLOCH, 2019). Tudo que sabemos e transmitimos é história, independentemente de como essa veiculação se apresenta: pinturas, textos, cartas, por via da oralidade. O acesso aos vestígios portanto nem sempre se dará por meio do que foi/é escrito. Contudo, através da análise historiográfica visualizamos a prepoderância de silenciamentos. A intelectual Chimamanda Ngozi Adichie (2019) em seus estudos, enfatiza a importância de se atentar para os perigos de uma história única. Nessa perspectiva podemos elencar um dos silenciamentos epistêmicos, o que a teórica Sueli Carneiro (2005) denomina como epistemicídio. Isto é, a morte epistêmica de corpos. A escrita de mulheres negras por longos períodos da história eurocêntrica, foi marginalizada. A professora e filósofa Bell hooks (1995) enfatiza como a intelectualidade negra é lida pela sociedade racialmente orientada. A escrita e produção acadêmica de mulheres negras por muitas das vezes é desclassificada. Podemos citar a vida e escrita da literata Maria  Carolina de Jesus, que ficou conhecida em alguns grupos pouco e tão somente como a escritora “favelada”. Subjulgando a autora a um lugar de exotismo. A escritora para além dos diários, possui outras produções como poemas, músicas, peças teatrais. Nessa perspectiva  podemos também destacar as produções do xamã yanomami Davi Kopenawa (2023) que realiza uma discussão cujo norte é uma  outra cosmovisão da  relação  dos seres humanos com a natureza. Ao se pensar em história econômica/ambiental outros nomes são destaque. E mesmo, outras narrativas do processo colonial se sobressaem. Portanto pontuamos a importância de olhares e representatividades diversas na História e na Historiografia. 

Palavras-chave: História, Intelectuais, Produções dissidentes. 


Bibliografia

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. Companhia das Letras, 2019.

ALBERT, Bruce; KOPENAWA, Davi. O espírito da floresta. Companhia das Letras, 2023.

BLOCH, Marc. A história, os homens e o tempo. Apologia da História ou O ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, p. 51-68, 2001.

CARNEIRO, Aparecida Sueli; FISCHMANN, Roseli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005.

HOOKS, Bell. Intelectuais negras. Estudos feministas, v. 3, n. 2, p. 464, 1995.