Conferência de Abertura

“Raça e Antirracismo na História e na Educação” 

Mediadora: Profa.  Raquel Campos 


Local: Auditório Lauro Vasconcelos, Faculdade de História - UFG

 

Amilcar Araújo Pereira (UFRJ)

Formado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é mestre em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com um ano de estágio doutoral na Johns Hopkins University, nos Estados Unidos. Tem experiência nas áreas de Ensino de História, currículo, história das relações raciais, história e cultura afro-brasileiras e formação de professores. Fez pós-doutorado nas áreas de Educação e História na Columbia University, em Nova York, nos Estados Unidos (2015-2016). Atualmente é professor Associado da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Antirracista (Gepear-UFRJ) e British Academy Visiting Professor na Faculdade de Educação da University of Cambridge, na Inglaterra. Atua e orienta estudantes de mestrado e doutorado nos Programas de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e em Ensino de História (ProfHistória) da UFRJ. Além de diversos capítulos de livros, artigos em revistas e congressos acadêmicos, publicou, com apoio da FAPERJ, o livro "O Mundo Negro": relações raciais e a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil (2013) e, com o apoio da CAPES, o livro Paulo Silva: um contraponto nas relações raciais no Brasil (2021), organizou o livro Narrativas de (re)existência: Antirracismo, História e Educação (2021) e o livro Educação das relações étnico-raciais no Brasil: trabalhando com histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nas salas de aula (2014) e também organizou com Verena Alberti o livro Histórias do movimento negro no Brasil (2007); com Ana Maria Monteiro, o livro Ensino de História e Culturas Afro-Brasileiras e Indígenas (2013); com Warley da Costa o livro Educação e Diversidade em Diferentes Contextos (2015); e com Fernanda Crespo, Jessika Rezende da Silva e Thayara C. Silva de Lima, o livro História Oral e Educação Antirracista: narrativas, estratégias e potencialidades (2021).

Mesa-redonda

Lei 10.639/03. 20 anos depois” 

Mediadora: Profa. Heloísa Selma Fernandes Capel


Local: Auditório Lauro Vasconcelos, Faculdade de História - UFG


Kalyna Ynanhiá Silva de Faria (UFG)

“20 anos da Lei 10.639/03 nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental”

Doutora em História pela Universidade Federal de Goiás, é Professora no Departamento Multidisciplinar dos Anos Iniciais do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação - CEPAE na Universidade Federal de Goiás - UFG. Desenvolve atividades de pesquisa, ensino e extensão em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e Comunidades Tradicionais.

Pedro Barbosa (UFJ)

“Lei 10639/2003: 20 anos do iluminismo negro brasileiro”

É Professor Adjunto do Curso de História e Coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígenas da Universidade Federal de Jataí. Atua nas áreas de pesquisas em História da África, Cultura Afro-Brasileira e Indígena, Direitos Humanos, Políticas Públicas e Globalização. Possui doutorado em Ciências Sociais UNESP (2014) e Pós-Doutor em Antropologia Social - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), Universidade Federal de Goiás (2020), Linha de Pesquisa em Etnopolíticas, Resistências e Transformações Epistemológicas. É autor dos livros: O Movimento Social Negro Brasileiro: da liberdade de autonomia organizativa à institucionalização (Editora CRV, Curitiba/PR, 2018) e, O Movimento Negro de Uberlândia: mobilização social e política - A resistência e a luta dos AfroBrasileiros contra o preconceito, discriminação racial e xenofobia (Editora: Novas Edições Acadêmicas _ Saarbrücken, Alemanha 2014).

Mesa-redonda

“Antissemitismo: História, Memória e Atualidade”

Mediadora: Profa. Sabrina Costa Braga


Local: Auditório Lauro Vasconcelos, Faculdade de História - UFG

Makchwell Coimbra (UESPI/ UNEMAT)

“Ódio aos judeus do analógico ao digital: uma reflexão acerca da persistência do antissemitismo no século XXI”

Possui Graduação em História pela Universidade Federal de Goiás (2009), Mestrado em História pela Universidade Federal de Goiás (2012), Doutorado em História pela Universidade Federal de Uberlândia (2019) e desenvolve pesquisa de Estágio Pós-doutoral na PUC Goiás. Atualmente é professor substituto na Universidade Estadual do Piauí UESPI - Parnaíba e na Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT - Diamantino. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Contemporânea e História do Tempo Presente, História e Culturas Políticas atuando principalmente nos seguintes temas: História; história do holocausto ? Shoah -; história da extrema direita europeia; história dos sentimentos políticos; narrativa; Negacionismos; Ensino de História; História do Futebol.

Michel Ehrlich (UFRGS/ Museu do Holocausto de Curitiba)


“Antissemitismo e memórias multidirecionais”

Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Graduado em História - licenciatura e bacharelado pela Universidade Federal do Paraná (2017) e em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Paraná (2013). Foi bolsista no PET-História (UFPR) e atualmente é coordenador de História e mediador educativo no Museu do Holocausto de Curitiba e professor de História Judaica no Ensino Fundamental II da Escola Israelita Brasileira Salomão Guelmann. Tem pesquisas nas áreas de autoritarismos, Shoah, identidades, memórias, usos do passado e educação. É autor de "O Macabeu: imigração e identidade judaica", publicado pela SAMP em 2017.

Mesa-dinâmica

“Raça, racismo, antirracismo: diálogos interdisciplinares”

Mediador: Marcos Rafael


Local: Auditório Lauro Vasconcelos, Faculdade de História - UFG

Marina Farias Rebelo (UnB)

Doutoranda em Literatura e Práticas Sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília, mestra e graduada em Letras/Português pela mesma Universidade. Pesquisa raça, gênero e impactos do racismo nas subjetividades negras, com enfoque nas possibilidades de recriação de mundos por meio da literatura brasileira contemporânea de autoria negra. Revisora, redatora e preparadora de textos. Possui experiência profissional em implementação e acompanhamento de políticas públicas e promoção de Direitos Humanos, tendo trabalhado no Governo do Distrito Federal e no Governo Federal entre os anos de 2008 e 2019.

Luiz Mello (FCS-UFG)

Professor Titular, área de Sociologia, da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), da Universidade Federal de Goiás (UFG). Integrante do Ser-Tão - Núcleo de Ensino, Extensão e Pesquisa em Gênero e Sexualidade. Diretor da Faculdade de Ciências Sociais (Quadriênio 2022-2025). Interesses de pesquisa e extensão na área de sociologia das diferenças e desigualdades sociais, com ênfase em direitos humanos, cidadania e ações afirmativas.

Lançamento de livros 

Coquetel e momento cultural


Local: Auditório Lauro Vasconcelos, Faculdade de História - UFG



Pecados e virtudes: o espelho de Álvaro Pais para os monarcas ibéricos (século XIV)

Autora: Armênia Maria de Souza

Álvaro Pais é um personagem bastante conhecido por seus contemporâneos em razão de haver desempenhado um papel muito combativo na polémica concernente às relações entre os poderes papal e imperial durante a primeira metade do século XIV, bem como na querela entre os espirituals franciscanos-grupo do qual fizera parte - e o papa João XXII (1316-1334), que os condenou oficialmente entre 1317 e 1318. No Estado e pranto da Igreja, a partir de sua visão bipartida de sociedade, dedicou-se ao levantamento dos erros e pecados de todos os segmentos sociais de seu tempo, incluindo-se aí as autoridades seculares. No Espelho dos reis, ele retoma parte dessas discussões, dando destaque ao papel do rei na sociedade idealizada por ele. Nesse sentido, escreveu um espelho de conduta ao rei Alfonso XI de Castela procurando abranger os demais reis ibéricos, como Afonso IV de Portugal, em sua função de protetores dos súditos e da fé cristă ante a presença muçulmana na Península Ibérica.

Receitas de (In) Felicidade e Pedagogias dos Sentimentos

Autora: Ana Carolina Eiras Coelho Soares

Lições de comportamento no Brasil do Início do Século XX

Heterocronias - estudos sobre a multiplicidade dos tempos históricos

Autor: Marlon Salomon

O livro organizado por Marlon Salomon reúne 15 estudos, de renomados especialistas, sobre temas e questões relativas à multiplicidade dos tempos históricos. Ele nos traz uma estimulante diversidade de reflexões e análises teóricas, epistemológicas, filosóficas e historiográficas, preenchendo uma importante lacuna. Se em nossos dias já não é mais preciso insistir no fato de que o tempo é a matéria constitutiva da história, é preciso, todavia, reconhecer que essa matéria é heterogênea, policrônica, esburacada, descontínua, multidimensional. Tal é a contribuição deste livro. E sobre ele se pode dizer, sem medo de exagerar, que está destinado a se tornar uma referência no campo das reflexões sobre tempo e história. Os colaboradores desse livro são: Gaston Bachelard (texto inédito), Jacques Rancière, Antoine Lilti, Helge Jordheim, Enrico Castelli Gattinara, Estevão de Rezende Martins, Durval Muniz de Albuquerque Jr., Fábio Ferreira de Almeida, Marlon Salomon, Silvia Caianiello, Afonso Maurizio Iacono, Sérgio da Mata, Eugênio Rezende de Carvalho, Peter Pál Pelbart. Esta é uma segunda edição do livro originalmente lançado em 2018.

A argamassa da ordem: da Ditadura Militar à Nova República

Autor: David Maciel 

A obra de David Maciel aborda questões candentes no processo de democratização da sociedade brasileira. Seu objeto são os limites de uma "democratização" feita a partir da não ruptura com o momento burguês mais abertamente repressivo e que, portanto, recusa como radical qualquer tentativa de efetivar-se uma democracia real que contemple os interesses da maioria da sociedade. Após quase 20 anos da chamada redemocratização, defrontamo-nos com o aumento da impunidade daqueles que assassinam trabalhadores rurais,queimam indígenas e impõem o mais brutal genocídio travestido seja de reformas (previdenciária, trabalhista, etc.)seja de medidas de pseudo-estabilização econômica. Pior: esse processo é potencializado por um governo dito “democrático-popular”, que se constituiu a partir da rejeição da política neoliberal de FHC. Caso típico de transformismo, Lula realiza o que negou e nega o que afirmou.

Diacuízinha: a mestiça esquecida (1952-1960)

Autora: Janaína Ferreira dos Santos da Silva

Nascida em 10 de agosto de 1953, Diacuí Câmara Cunha é a filha da indígena Kalapálo Diacuí Canualo Aiwute e do sertanista gaúcho Ayres Câmara Cunha. Esse casal interétnico foi protagonista de uma trama amorosa que gerou debates políticos, culturais e sociais brasileiros entre 1952 e 1953, e a prole, popularmente chamada de Diacuízinha para diferenciar-se da mãe, nasceu numa espécie de espetáculo da miscigenação assistido pela população civil brasileira. A partir disso, o objetivo deste livro é pensar em Diacuízinha a partir das representações e dos discursos elaborados sobre ela encontrados em duas revistas semanais cariocas, O Cruzeiro e A Revista da Semana, e na autobiografia do próprio pai, o livro Entre os índios do Xingu: a verdadeira história de Diacuí, de 1960. Buscamos analisar como a personagem foi caracterizada a partir de um aparato teórico-metodológico da história cultural, compreendendo a construção de Diacuízinha enquanto uma sujeita inscrita em um projeto político-ideológico da mestiçagem para o desenvolvimento nacional. Para isso, esta investigação parte do lugar social da personagem como uma menina mestiça no contexto espaço-temporal do Brasil entre 1952 e 1960.


Diacuí: a cinderela nacional (1943-1960)

Autora: Janaína Ferreira dos Santos da Silva

Entre os anos de 1952 e 1953, o enlace de Diacuí Canualo Aiwute (? – 1953), indígena da etnia Kalapálo, e Ayres Câmara Cunha (1915 – 1997), sertanista gaúcho da Expedição Roncador-Xingu, ganhou notoriedade a partir das enérgicas discussões dispostas na imprensa brasileira. O casal tornou-se personagem de uma aventura nacional: o caso de amor interétnico configurou-se em uma pauta inédita em que etnólogos, antropólogos, indigenistas, políticos, jornalistas e civis participaram dos debates sobre o “Casa ou Não Casa?” estampado em jornais e revistas. Nessa trama, Diacuí foi retratada como uma modelo para o projeto de desenvolvimento nacional: enquanto mulher, foi representada a partir da ratificação dos ideais presentes na tríade esposa, mãe e dona de casa; e, enquanto indígena, esteve inscrita em disputas ideológicas sobre como “integrar” e “civilizar” estes sujeitos. Este livro parte do aparato teórico-metodológico da história cultural para investigar as construções em torno da personagem Diacuí Canualo Aiwute encontradas na revista O Cruzeiro e no livro "Entre os índios do Xingu: a verdadeira história de Diacuí", escrito por Ayres Câmara Cunha em 1960. Assim, nos dedicamos às análises das representações sobre a personagem dispostas nas referidas fontes de modo a abarcar as disputas político-ideológicas em torno deste enredo, como foi compreendida enquanto mulher e indígena e a importância obtida para o contexto do Brasil entre 1943 e 1960.

Balança que o Samba é Uma Herança: Sambistas, Mercado Fonográfico, Debates Culturais e Racismo nas Décadas de 1960 a 1980

Autor: Lellison de Abreu Souza

Este livro se destina a todos que se interessam pela história do samba, do mercado fonográfico brasileiro e por questões sobre racismo e a importância e contribuição dos negros para a cultura e história brasileira. Como um grupo de sambistas reagiu após perceber o risco de suas criações serem reduzidas a um mero produto desvinculado de suas ligações simbólicas com a oralidade e a tradição? Eles se incomodaram com a perspectiva de perderem a capacidade de definir as instâncias e parâmetros de legitimidade, abrindo brechas para que suas criações fossem convertidas em objetos de consumo cujo valor e significado fossem apontados de fora pra dentro. Por isso, eles não ficaram apáticos. Buscaram formas de reagir e conciliar as oportunidades que o mercado fonográfico oferecia com a defesa de ideais de tradição e de uma memória associada às suas identidades, entrando nos debates culturais que permeavam o Brasil. Que estratégias esses sambistas utilizaram para expor e defender suas opiniões? Quem eram esses sambistas? Quais elementos das trajetórias pessoais e artísticas podemos destacar? Como foi a relação com as escolas de samba? Como se aproximaram e lidaram com o mercado fonográfico? Que posicionamentos sobre a condição do sambista e do negro na história e na sociedade brasileira defenderam? De que modo o racismo estrutural da sociedade brasileira atuou sobre suas trajetórias? São perguntas como essas que procuro responder neste livro. A obra funciona como uma introdução à história do samba, na medida em que analiso temas como os significados culturais desse gênero musical e abordo, entre outras questões, o apagamento de negros e mulheres na história do samba, as ligações de sambistas com as escolas de samba, as mudanças pelas quais o mercado fonográfico brasileiro passou, a partir da década de 1960, o surgimento do pagode e analiso uma série de intervenções de sambistas feitas por meio de canções, discos, livros, documentários, entrevistas e depoimentos.

Conferência de Encerramento

“Branquitude e escrita da História: Por uma racialização do cânone historiográfico”

Mediador: Prof.  Ulisses do Vale (UFG)


Local: Auditório Lauro Vasconcelos, Faculdade de História - UFG

Marcello Felisberto Morais de Assunção (UFRGS)

Professor adjunto de Educação das Relações-Étnico-Raciais na UFRGS. Professor visitante de Teoria e Filosofia da História do Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História (2020-2021), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em RI da UNILA (2021). Pós-Doutorado em Letras Clássicas e Vernáculas FAPESP-USP (2017-2021). Possuí graduação, mestrado e doutorado em história pela Universidade Federal de Goiás (2008-2017). Foi pesquisador visitante no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (2015). Coordenador do Núcleo Pensamento Afrodiaspórico e suas Conexões (NEPAC/UFRGS). Membro da rede Historiadorxs Negrxs (RHN). Foi analista de pesquisa da Comissão Nacional da Verdade e PNUD-Brasil. Editor Executivo do Periódico Revista de Teoria da História (2012).Tem experiência na área de História, com ênfase em Estudos Étnico-raciais, ERER, História Atlântica e Teoria da História, atuando principalmente nos seguintes temas: imprensa, intelectuais, história atlântica luso-afro-brasileira, Colonialismos-imperialismo-neo-colonialismo, Estudos Étnico-Raciais, ensino de história e cultura afro-brasileira. Pertence desde 2014 ao grupo de pesquisa Portugal e Brasil no mundo contemporâneo: identidade e memória. Membro de grupos sobre o estudo da imprensa, a saber: Pensando Goa: Uma peculiar biblioteca em língua portuguesa, Imprensa e circulação de ideias: o papel dos periódicos nos séculos XIX e XX" e Grupo Internacional de Estudos da Imprensa Periódica Colonial do Império Português. Membro do grupo Teoria da História e Historia da Historiografia no Brasil e pesquisador associado da Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (SBTHH). Membro do grupo interinstitucional História & Linguagens. Realizou pesquisa de campo em Goa (Índia) durante os meses de junho a julho de 2018 e janeiro a fevereiro de 2019 e 2020.