Simpósios

A dimensão do cotidiano na História: diálogos entre a história urbana e social
Me. Lucius Fabius Ben Jah Jacob Gomes (UFG)
Dr° Matheus Nascimento Germano
(UFU)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio Presencial -

Esse simpósio temático tem a intenção geral de convidar pesquisadores(as) para comunicações, diálogos, reflexões e trocas de experiências nas áreas de história urbana e/ou da cidade e da história social. Sabemos que são vastas as possibilidades de pesquisas nessas áreas, por isso, estão convidados todos(as) aqueles que podem ampliar essas discussões. Esperamos principalmente estudos que foquem em sujeitos comuns da cidade e suas vidas cotidianas. Além disso, que tenham um olhar sobre a historicidade social de assuntos que eventualmente são postos à margem na pesquisa histórica. Pesquisas que contemplam a dimensão do cotidiano na história urbana – como, por exemplo, a história de autoconstruções desenvolvidas em ocupações urbanas, de políticas habitacionais (institucional ou popular), de arquiteturas vernaculares, de bairros, subúrbios e favelas, assim como a história dos variados tipos de movimentos sociais – e na história social – a vida cotidiana dos trabalhadores(a) formais, informais e ambulantes, dos linchamentos, dos imigrantes, dentre outros temas invisibilizados – serão contemplados nesse simpósio.


Palavras-chave: Cotidiano; História Urbana; História Social.


Bibliografia:

DUSSEL, Henrique. Meditações anticartesianas sobre a origem do antidiscurso filosófico da modernidade. In: SANTOS, Boaventura de S. MENESES M. P.(orgs). Epistemologia do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. P.341-395.

MARICATO, Ermínia. Autoconstrução, a arquitetura possível. A produção capitalista da casa (e da cidade) no Brasil industrial. São Paulo: Editora Alfa Omega, 1979.

MARICATO, Ermínia. A Produção Capitalista da Casa (e da Cidade) no Brasil Industrial. São Paulo: Editora Alfa Omega, 1982.

MARTINS, José de Souza. Uma Sociologia da Vida Cotidiana. São Paulo: Editora Contexto, 2014.

MARTINS, José de Souza. A sociabilidade do homem simples. São Paulo. Editora Contexto, 2008.

__________, José de Souza. O senso comum e a vida cotidiana. Tempo Social (Rev. Social.). USP, São Paulo, 10(1): p. 1-8, 1998.

__________, José de Souza. Do PT das lutas sociais ao PT do Poder. São Paulo. Editora Contexto, 2016.

__________, José de Souza. Apontamentos sobre vida cotidiana e história (A propósito de um texto de Ronaldo Vainfas sobre “História da vida privada: dilemas, paradigmas, escalas”). Em: MARTINS, José de Souza. A sociabilidade do homem simples. São Paulo: Editora Contexto, p. 83-96, 2008.

MIGNOLO, D. Walter. Colonialidade, o lado mais escuro da modernidade. Revista brasileira de ciências sociais- Rio de Janeiro: Vol.32 Nº 94, 2017. Tradução: Marco Oliveira.

PERUZZO, C. M. K. Mídia local e suas interfaces com a mídia comunitária. Anais do Núcleo de Comunicação para a Cidadania, XXVI Congresso Anual em Ciência da Comunicação, Belo Horizonte, p. 1-30, 2003.

RAPPAPORT, Joanne Más Allá De La Escritura: la epistemología de la etnografía en colaboración. Revista colombiana de antropologia, v. 43, p.198-225, enero-diciembre, 2007.

SILVA, Luiz Sérgio Duarte da; OLIVEIRA, Adriana Mara Vaz de. História urbana: labirinto e fronteira - parte II. Princípios (São Paulo), v. 98, p. 75-79, 2008.

WALSH, Catherine. Lo pedagógico y lo decolonial: Entretejiendo caminos, Querétaro, México: En cortito que’s pa’ largo, 2014.

A história das mulheres a partir da imprensa: séculos XIX e XX
Laura Junqueira de Mello Reis (doutoranda - UERJ)
Isadora de Mélo Escarrone Costa
(doutoranda - UERJ)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Quando pensamos em história da imprensa mais do que pensar nos textos vinculados a ela pensamos também na materialidade dessa fonte de pesquisa, ou seja, no jornal em si. Dessa forma, a imprensa está para a história tanto quanto fonte quanto objeto de investigação. No século XIX e XX, os jornais eram muito significativos já que, neste período, eram o maior meio de comunicação (MOREL, 2003). Nesse sentido, os jornais expressavam almejos, sentimentos, condutas e, sobretudo, representações. Ou seja, reverberam práticas através das quais os sujeitos interpretam, atribuem sentido e leem a realidade (CHARTIER; 2002).

Em conformidade com uma perspectiva da História das Mulheres e das Relações entre os Gêneros, a imprensa vem mostrando-se uma fonte primordial (REIS, 2020; COSTA, 2021). Por meio dos jornais, as mulheres conseguiram expressar suas angústias, anseios e reivindicarem direitos. No decorrer do tempo, observaram a ordem vigente e denunciaram a ausência das mulheres em ambientes que sempre foram destinados ao gênero masculino (e, evidentemente, branco), como os espaços políticos. No Brasil, as primeiras aparições das mulheres na imprensa remontam os anos de 1820. Porém, ainda assim, eram poucos os periódicos que apresentavam textos assinados por mulheres ou mesmo que assumiam a possibilidade de uma mulher ocupar o lugar de redatora. Ser mulher e manter-se no ambiente público dos impressos não era uma tarefa fácil.

Deste modo, entendemos que a aparição dessas mulheres com suas reivindicações na imprensa e a busca por um espaço nos mais irreverentes meios é, por si só, um ato político (BARBOSA, 2020). À vista desta perspectiva, esse ST busca abarcar trabalhos que discutam a presença, a participação e a representação das mulheres nos jornais e revistas do século XIX e do século XX. Em suma, objetiva-se reunir quaisquer pesquisas cujas temáticas estejam associadas aos estudos das mulheres e do gênero a partir dos periódicos.


Palavras- chave: Imprensa; Mulheres; Século XIX; Século XX.


Bibliografia:

CHARTIER, Roger. A história cultural. Entre práticas e Representações 2ª Ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002.

COSTA, Isadora de Mélo. Sincronias impressas entre o Rio de Janeiro e Porto: Um estudo comparado sobre as representações das mulheres no Jornal das Senhoras (Rio de Janeiro; 1852-1855) e A Esperança (Porto; 1865-1866). Dissertação (Mestrado em História Política). Programa de Pós- Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2021.

BARBOSA, Silvana Mota. Da história política a uma história social da política: uma definição. In: BARATA, Alexandre Mansur; SÁ, Luiz César de; BARBOSA, Silvana Mota (org). Cruzando fronteiras: histórias no longo século XIX. 1. ed. -- Rio de Janeiro: Gramma Livraria e Editora, 2020.

DE LUCA, Tania Regina. “Fontes impressas: História dos, nos e por meio dos periódicos”. In: PINSKY, Carla (Orgs.) … [et al]. O Historiador e suas Fontes. São Paulo: Contexto, 2006

MOREL, Marco; BARROS, Mariana Monteiro de. Palavra, imagem e poder: o surgimento da imprensa no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

NEVES, Lúcia Maria Bastos P. das (Org.) Livros e impressos – retratos dos setecentos e dos oitocentos. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009

REIS, Laura Junqueira de Mello. As mulheres no periódico Marmota (1849-1864): Escritos, estratégias e noções de civilidade. Juiz de Fora: Dissertação (mestrado acadêmico) apresentada ao Programa de Pós-graduação em História, da Universidade Federal de Juiz de Fora, 2020.

SODRÉ, Nelson Werneck. A história da Imprensa no Brasil. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1996.

VIANNA, Hélio. Contribuição à História da Imprensa. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1946.

A pesquisa e o Ensino de História Antiga no Brasil: discursos, poderes e memórias em debate
Profa. Giselle Moreira da Mata (doutoranda - PPGH/UFG)
Prof° Sérgio Murilo Pereira de Andrade Barbosa
(mestrando - PPGH/UFG)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

O Brasil e outros países latinos vêm se destacando, sobretudo nas últimas décadas, pelo interesse e desenvolvimento de novas e importantes pesquisas ligadas a Antiguidade no Mediterrâneo. No entanto, na contramão, o Estado brasileiro investe menos na formação de alunos na disciplina de História desde a educação básica até a superior. A situação se agrava no que se refere à História Antiga. Por se tratar de recortes espaço-temporais mais distintos e distantes das sociedades atuais, a área em evidência, precisa estar o tempo todo reafirmando sua necessidade. Trata-se de um movimento constante de contraposição aos projetos de governo que visam deslegitimá-la enquanto área fundamental de formação e tentativas de desconectar as dinâmicas que permeiam o passado e o presente. Desse modo, a produção do conhecimento e a educação, relacionadas notadamente ao Mundo Antigo, se tornaram alvo de um debate acerca da sua prioridade e relevância, sobretudo, na educação básica. Um dos principais argumentos aponta a desvantagem de assuntos que não priorizam ainda, a História nacional e de outros continentes como o americano. Nesse sentido, esse simpósio tem o objetivo de analisar e debater a relevância da História Antiga e de todas as suas temáticas e desdobramentos, nos diferentes continentes e nas suas especificidades, para a compreensão e desenvolvimento das sociedades contemporâneas e de sua consciência crítica.


Palavras-Chave: História Antiga; Ensino; Pesquisa, Brasil.


Bibliografia:

Faversani, Fábio; Campos, Carlos Eduardo da Costa. Prof. Fábio Faversani ressalta o crescimento dos estudos da antiguidade no Brasil. (Entrevista). Philía: Jornal Informativo de História Antiga, Rio de Janeiro, ano XII, n. 32, nov./dez., 2009.

Funari, Pedro Paulo de Abreu. Apresentação. In: FUNARI, Pedro Paulo de Abreu (org.). Repensando o Mundo Antigo. Col. Textos Didáticos. N. 47. Campinas: IFCH/UNICAMP, 2005.

Gonçalves, Ana Teresa Marques; Silva, Gilvan Ventura da. O Ensino de História Antiga nos livros didáticos brasileiros: balanço e perspectivas. In: Chevitarese, A; Cornelli, G.; Silva, M. A. (Orgs.). A Tradição Clássica no Brasil. Brasília: Fortium Editora, 2008, p. 21-34.

MOERBECK, Guilherme. Em defesa do ensino da História Antiga nas escolas contemporâneas: Base Nacional Curricular Comum, usos do passado e pedagogia decolonial. BRATHAIR, n. 21, v. 1, p. 50-91, 2021.

SANTOS, Dominique Vieira Coelho Dos. Novas considerações sobre ensino e pesquisa De História Antiga no Brasil. Mare Nostrum, n. 8, p. 200-207, 2017.

SANTOS, Dominique Vieira Coelho Dos. O Ensino de História Antiga no Brasil e o Debate da BNCC. Outros Tempos, v. 16, p. 128-145, 2019.

As disputas em torno do mundo representado
Ana Cláudia Alves Martins (mestranda - PPGH/UNB)
Igor Fernandes de Alencar
(doutorando - PPGH/UFF)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Dentre as discussões e reflexões vivenciadas no contexto de ensino-aprendizagem, sobre a relevância dos conteúdos vinculados à história africana, afro-brasileira e a educação étnico-racial, existe um eixo obrigatório ou elemento de articulação: a identidade. O conceito de identidade poderia ser empregado para significar uma espécie de “ponto de encontro” (HALL, 2000).

Identidade, aqui, está intimamente ligada a conhecimento e mais amplamente a representação. As imagens que cinge a nossa volta corriqueiramente, são também objetos de disputas no mundo representado – a política da imagem, a disputa de sentido. Patrícia Hill Collins dá ênfase às imagens de controle presentes nas sociedades racializadas, bem como estas corroboram na construção da identidade das mulheres negras e, sobretudo moldam suas mentes e corpos. As representações que advém destes cenários, confluem para internalização de um 'servilismo’ como único espaço possível para os/ as sujeitas negras e, dessa forma, estes não se vêem enquanto intelectuais (hooks, 1995).

Imersa aos estudos sobre escravidão, Beatriz converge seus interesses às experiências radicais de liberdade, incluindo a subjetividade em suas abordagens (NASCIMENTO, 2021). Nessa esteira, debruçando sobre a construção de uma epistemologia feminista negra, Patricia Hill Collins problematiza a dificuldade de grupos de “conhecimento subjugado” em validar o conhecimento produzido (COLLINS, 2019). Faz-se, assim, a “necessidade de tornar-mo-nos sujeitos” (KILOMBA, 2019). E, a escrita pode ser um ato de restauração, recuperação de si – autorecuperação (hooks, 2019).

Coadunaremos a estas experiências reflexivas um diálogo com a legislação escolar vigente que estabelece as diretrizes e bases da educação brasileira – LDB; os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs; as Leis 10.639/03 e 11.645/08; e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.


Referências Bibliográficas

ABREU, Martha; MATTOS, Hebe. Em torno das “Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana”: uma conversa com historiadores. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 21, nº 41, janeiro-junho de 2008, p. 5-20.

HALL. Stuart. Quem precisa da identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.) Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p. 103-133.

HALL, Stuart. Cultura e representação / Stuart Hall; Organização e revisão técnica: Arthur Ituassu; Tradução: Daniel Miranda e William Oliveira. – Rio de Janeiro : Ed. PUC-Rio : Apicuri, 2016.

HARTMAN, Saidiya. Vidas rebeldes, belos experimentos: histórias intimas de meninas negras desordeiras, mulheres encrenqueiras e queers radicais. São Paulo: Fósforo, 2022.

hooks, bell. Intelectuais negras. Estudos feministas, v. 3, n. 2, p. 464, 1995.

hooks, bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. São Paulo: Elefante, 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro, Cobogó, 2019.

MOORE, Carlos. Do marco histórico das políticas públicas de ações afirmativas – perspectivas e considerações. In.: Ações afirmativas e combate ao racismo nas Américas/ Organizador, Sales Augusto dos Santos. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. 400 p. – (Coleção Educação para Todos).

OLIVA, Anderson R.; FELICE, Renisia C. G. Identidades em construção: pluralidade cultural, o ensino de história africana e a educação étnico-racial, diálogos necessários. In.: MORAES, Cristina de Cássia. HCABA, Goiânia, 2014

SILVÉRIO, V. R. A diferença como realização da liberdade. In. ABRAMOWICZ, A.; BARBOSA, L. M. A.; SILVÉRIO, V. S. (Org.). Educação como prática da diferença. Campinas, SP: Armazém do Ipê (Autores Associados), 2006.

Cultura, educação e ensino para o combate ao racismo: narrativas da Lei 10.639/03
Rosana Maria dos Santos (doutoranda - UFRPE)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

O simpósio temático tem por objetivo problematizar a realidade social de negros e negras no Brasil, nos últimos anos e como essa história é marcada por narrativas, pela cultura, educação e o ensino. Neste sentido, interessam a este simpósio temático trabalhos que analisam as relações entre educação, cultura e relações étnico raciais, buscando identificar na história da educação no Brasil como ocorreu o processo de criação da Lei 10.639/03 e seus referenciais teóricos. O tema dialoga com uma reinterpretação epistemológica do ensino histórico pautado no combate ao racismo e, desta forma, busca perceber as contradições formativas e a necessidade de reelaborar a forma de ensinar e aprender sobre a temática em questão.


Palavras-chave: cultura, educação, ensino, relações étnico raciais


Referências

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: Fundamentos e Métodos. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2008.

GUEDES, Roberto. Egressos do cativeiro: trabalho, família, aliança e mobilidade social (Porto Feliz, São Paulo, c.1798-c.1850). Rio de Janeiro: Mauad X/FAPERJ, 2008.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador. Saberes construídos na luta por emancipação. Petrópolis, RJ: vozes, 2017

GOULEMOT, Jean Marie. Da leitura como produção de sentidos. In: CHARTIER, Roger (Org.). Práticas da leitura. Tradução de Cristiane Nascimento. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.

SILVA, Ana Célia da. A representação social do negro no livro didático: o que mudou? Por que mudou?. Salvador: EDUFBA, 2011.

SILVA. Ana Célia da. Desconstruindo a discriminação do negro no livro didático. Salvador: EDUFBA, 2003.

SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e. Aprender, ensinar e relações raciais no Brasil. Educação, Porto Alegre, ano XXX, n. 3, p. 489-506, set./dez. 2007. Disponível em: Acesso em: 30 jul.

Escravidão e liberdade: resistência, experiências e dinâmicas sociais do século XIX
Vanieire dos Santos Oliveira Ramos (mestranda - UFAL)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

A proposta deste simpósio é reunir pesquisas que tratem da temática da escravidão, envolvendo trabalhadores livres e escravizados no século XIX. A relevância do tema justifica-se por ampliar o debate sobre o sistema escravista dentro de especificidades locais, bem como pela importância de entender gradualmente o processo que concorreu para o fim do trabalho escravo. Além disso, a proposta coloca-se a compreender as dinâmicas políticas, econômicas e as sociabilidades construídas dentro da realidade histórica do período analisado. Objetiva-se tratar de estudos que investiguem as formas de organização, resistência e luta dos trabalhadores livres e escravizados, os discursos políticos em torno da questão escravista, concepções e práticas higienistas, saúde e doença da população negra e as relações de gênero presentes na constituição das relações de trabalho.


Palravras-chave: Escravidão; resistência; liberdade.


Referência Bibliografica:

ALONSO, Ângela. Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império. São Paulo: Paz e Terra, 2002. ______ O abolicionismo como movimento social. In: Novos Estudos – SEBRAP – n° 100, Novembro de 2014.

ALENCASTRO, Luiz Felipe de (Org.). História da vida privada no Brasil, vol. 2: Império - a corte e a modernidade nacional. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

AZEVEDO, Celia Maria Marinho de. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites século XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. (Orgs). Domínios da História. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

CARDOSO, Ciro Flamarion. Escravidão e abolição no Brasil: novas perspectivas. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro: 1988.

CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. (Orgs). Domínios da História. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. 1ºed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

FLORENTINO, Manolo; GÓES, José Roberto. A paz das senzalas: famílias escravas e tráfico atlântico: Rio de Janeiro, 1790-1850. Unesp. 1997.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 23. ed. São Paulo: Graal, 2004.

FOUCAULT, Michel.Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1987.

GINZBURG, C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

HARKOT-DE-LA-TAILLE TAILLE, Elizabeth; SANTOS, Adriano Rodrigues dos. SOBRE ESCRAVOS E ESCRAVIZADOS: PERCURSOS DISCURSIVOS DA CONQUISTA DA LIBERDADE . III Simpósio Nacional Discurso, Identidade e Sociedade (III SIDIS) DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE. Campinas, São Paulo, 2012.

LUCA, Tânia Regina de & MARTINS, Ana Luiza. História da Imprensa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008.

MACHADO, Maria Helena P.T; CASTILHO, Celso. (Orgs). Tornando-se livre: agentes históricos e lutas sociais no processo de abolição. São Paulo: EDUSP, 2015.

MARQUES, Danilo Luiz. Sob a Sombra de Palmares: Escravidão, Memória E Resistência Na Alagoas Oitocentista. (Tese de doutorado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP. 2018.

MARQUES, Danilo Luiz. Sobreviver e resistir: os caminhos para liberdade de africanas livres e escravas em Maceió (1849-1888). 2013. 145 f. Dissertação (Mestrado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013.

MATTOS, Hebe Maria. Das cores do silêncio. Os significados da liberdade no Sudeste escravista Brasil século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

MATTOSO, Katia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil. São Paulo, Brasiliense, 2003. Maria Helena P.T. Machado e Celso Thomas Castilho (Orgs). Tornando-se livre: agentes históricos e lutas sociais no processo de abolição. São Paulo: EDUSP, 2015.

MELO, Evaldo Cabral de. O norte agrário e o Império, 1871-1889. Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro; INL: Brasília, 1984.

NEVES, Lúcia Maria Bastos; Carvalho, José Murilo de. (Org). Repensando o Brasil do Oitocentos: Cidadania, política e liberdade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

SANTOS, Ricardo Alves da Silva. Interfaces do movimento abolicionista brasileiro: a imprensa abolicionista alagoana (segunda metade do século XIX). Temporalidades – Revista de História, ISSN 1984-6150, Edição 25, V. 9, N. 3 (set./dez. 2017)

SILVA, Wellington José Gomes da. A liberdade requer limites: o fundo de emancipação e a liberdade na província de Alagoas. (1871-1886).2017. 158 f. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes, Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2017.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças – cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SCHWARCZ, Lília Moritz. Retrato em branco e negro: jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século. XIX/ Lília Moritz Schwarcz. - São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

WILLIAMS, Eric. Capitalismo e escravidão. 1ºed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Estudos asiáticos e culturas orientais
Me. Gustavo Oliveira B. dos Santos (Pesquisador associado CEA/UFF)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Esse Simpósio Temático tem como objetivo discutir e promover os estudos sobre Ásia e Oriente, pensar a própria ideia do que é a Ásia e o que venha a ser o Oriente.

Para isso são necessárias análises sobre o lugar da Ásia e do Oriente, seja no imaginário geral ou mesmo nos campos de pesquisa dos saberes culturais. Apresentar a cultura asiática por meio das suas várias manifestações, e/ou historicizar a própria formação dessas comunidades, são esforços necessários para tecer uma melhor compreensão do que é a Ásia e do que venha a ser o Oriente.

Tendo uma importância cada vez maior no contexto geopolítico contemporâneo e ainda sendo um campo de estudos bastante fértil e pouco explorado no Brasil, os estudos de Ásia e Oriente se apresentam como necessários e imprescindíveis para uma melhor compreensão do saber histórico para além das perspectivas eurocêntricas e hegemônicas de explicação do mundo.

Assim nos interessam comunicações que contribuam para uma melhor visão sobre a Ásia e o Oriente, as culturas que compõem esse universo, as matizes e os discursos que ajudam a construir uma ideia do que seria o Oriente, o posicionamento dessa Ásia multifacetada e mesmo a visão genérica e limitada daquilo que Edward Said chamou de “orientalismo”. Analises historiográficas, soft power, representações midiáticas da Ásia e do Oriente, influências culturais asiáticas no Brasil, entre outros temas, serão bastante bem-vindos para o debate proposto.

Por um lado, fenômenos como o fascínio causado pelas religiões orientais principalmente no Ocidente capitalista das décadas de 1960 e 1970 ajudam a expressar uma imagem estereotipada da cultura asiática, por outro a história das sociedades chamadas orientais são, obviamente, anteriores à essa onda de interesse. Nesse sentido se apresenta a busca por um olhar mais refinado acerca das questões asiáticas, muitas vezes vistas como parte de um “outro” exótico e excêntrico. Toda uma historiografia baseada no olhar sobre esse “outro” foi tecida, desde o contato dos antigos gregos com esse chamado Oriente até as narrativas midiáticas contemporâneas acerca de complexas relações no chamado Oriente Médio, passando ainda pelas fontes medievais cristãs sobre os diversos povos de alinhamento muçulmano. Tornam-se necessários, então, olhares e transponham essas generalizações e que apresentem a complexidade e a historicidade desses aspectos culturais, econômicos, sociais e políticos da (e sobre a) Ásia. Portanto, tornam-se necessários os estudos asiáticos.


Palavras-chave: Culturas Orientais, História da Ásia, Orientalismo.

História das Religiões e Religiosidades
Edmilson Antonio da Silva Junior (mestrando - UFRPE)
José Pedro Lopes Neto
(doutorando - UFRPE)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

O objetivo deste simpósio é congregar trabalhos sobre História das Religiões e das Religiosidades e contribuir para o debate sobre os temas que permeiam esses campos de estudo. A partir da perspectiva da História Cultural e também da História Política, enxergamos as religiões como produtos culturais condicionados ao contexto sociopolítico no qual emergem. Entendemos que a esfera religiosa estrutura a política, enquanto esta subsidia a primeira, tendo ambas, nesse sentido, uma íntima interação. Essa abordagem permite pensarmos os eventos religiosos para além da fenomenologia, nos permitindo pensá-los de maneira plural, com outros campos como a cultura, política e economia.

Além disso, também pensamos os eventos sociorreligiosos como construções não somente das ortodoxias eclesiásticas, mas como obra de inúmeros agentes envolvidos em negociações, concessões e trocas culturais entre as lideranças religiosas e os fiéis, estando essas trocas condicionadas temporal e espacialmente. Estudar essas construções religiosas é de extrema importância porque elas possuem a capacidade de construir culturas políticas estáveis que influenciam nas representações de uma sociedade em determinada época.

Este simpósio pretende também reunir pesquisas que abarquem questões teóricas e metodológicas, além daquelas sobre as relações entre o ensino de História e as religiões. Portanto, interessam aos nossos debates trabalhos que versam sobre as seguintes áreas temáticas: 1. História das Religiões e das Religiosidades, história das instituições e confissões religiosas, história da construção de crenças, devoções e identidades; 2. Religião, Estado e política; 3. Missionarismo, colonialismo e cristianização; 4. Intelectuais, imprensa e diálogos inter-religiosos; 5. Relação entre religiões e regimes autoritários; 6. Laicidade, democracia, fundamentalismos religiosos e intolerâncias; e 7. Ensino de História e Religiões.


Palavras-chave: História Cultural; História Cultural das Religiões; Ensino de História das Religiões.


Bibliografia:

ADNOLIN, Adone. História das religiões: perspectiva histórico-comparativa. São Paulo: Paulinas, 2013.

BURKE, Peter. O que é história cultural?. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. 7ª ed. Campinas: Papirus, 2012.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. 22ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. 2ª. ed. Miraflores: DIFEL 82, 2002.

COUTROT, Aline. Religião e Política. In: RÉMOND, Réne (org). Por uma história política. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

MAINWARING, Scott. A Igreja Católica e a política no Brasil (1916-1985). São Paulo: Brasiliense, 2004.

MARANHÃO FILHO, Eduardo Meinberg de Albuquerque. (org.). (Re) conhecendo o Sagrado: reflexões teórico-metodológicas dos estudos de religiões e religiosidades. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.

MONTEIRO, Paula (org.). Deus na aldeia: missionários, índios e mediação cultural. São Paulo: Globo, 2006.

MOURA, Carlos André Silva de [et all] (org.). Religião, cultura e política no Brasil: perspectivas históricas. Campinas: Unicamp/IFCH, 2011.

RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean-François. (dir.). Para uma história cultural. Lisboa: Editorial Estampa,1998.

SALES, Lílian Maria Pinto. O circuito das aparições marianas. Temáticas, Campinas, v. 13, n 25/26, pp. 139-159, jan./dez. 2005.

História e historiografia das ciências
Ana Cristina Silva (IESA-UFG)
Renato Fagundes
(UEG)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Na primeira metade do século passado, a história das ciências ainda era uma preocupação eminentemente filosófica, mas que começava a reivindicar sua autonomia, o que não significa dizer que ela se tornou uma disciplina de historiadores "tout court", pelo menos não imediatamente. Para os historiadores identificados à filiação dos Annales, por exemplo, a história das ciências, tal como ela ainda se apresentava no cenário francês do período, não era para historiadores. De modo geral, eles não viam como sua a tarefa de escrever a história das ciências enquanto diferentes formas do projeto racional de busca pela verdade, mesmo entendendo que a própria ideia de verdade mudava na e pela história. A história das ciências ainda parecia, aos olhos dos historiadores, muito afastada do domínio do social, lugar onde acreditavam poder melhor apreender a história e a mudança em todas as suas dimensões, em todas as suas repercussões para a vida dos homens. As ciências só se tornariam efetivamente um objeto da História nas décadas seguintes, graças, em grande medida, aos esforços de filósofos como Gaston Bachelard, Alexandre Koyré, Georges Canguilhem, Michel Foucault e Thomas Kuhn (que também “redescobriu” Ludwik Fleck), que romperam com antigas ideias de “História” e de “Ciência” herdeiras das filosofias dos séculos XVIII e XIX e apresentaram a historicidade das ciências como uma via para a inteligibilidade da vida social, intelectual e subjetiva. A partir dessa perspectiva, o Simpósio Temático “História e Historiografia das Ciências” busca reunir pesquisadores que proponham: a) investigações historiográficas sobre a constituição da História das Ciências como uma disciplina verdadeiramente histórica; b) reflexões teóricas sobre seus principais objetos, fontes e abordagens; c) histórias de temas específicos das diferentes ciências (inclusive das Ciências Humanas); d) diálogos teóricos, metodológicos ou historiográficos com outras disciplinas, como a epistemologia, a sociologia das ciências, a história da arte, a história da filosofia etc.

História e literatura
Dra. Raquel Campos (UFG)
Dra. Ana Lorym
(UFJ)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Os diálogos entre história e literatura têm permitido a pesquisadoras e pesquisadores de ambas as áreas recortar temas, levantar problemáticas e fazer descobertas que não seriam possíveis, caso eles se mantivessem em seus campos de origem. Historiador situado justamente no entrecruzamento desses dois domínios, Robert Darnton colocou questões que propõem a necessária historicização de categorias que se vincularam à própria ideia de atemporalidade: “O que acontece quando um livro se torna um clássico? Por qual processo um texto se separa de todos os outros que pedem atenção?” (2010, p. 320). Do mesmo modo, as reflexões, no campo da teoria literária, sobre o texto e a narrativa, obrigaram a historiografia a discutir questões até então impensáveis: como a escrita da história lança mão de recursos literários ou retóricos? Para além delas, a aproximação entre história e literatura permite descortinar uma rica gama de temas e problemáticas: de que forma as narrativas dialogam com os aspectos históricos de seu tempo e com seu contexto de produção e publicação, como jornais e revistas? Qual o papel dos diferentes agentes atuantes na produção e na circulação do texto literário, como tipo de suporte, editores, leitores, críticos e, claro, autores? Qual é o papel de letrados, escritores e escritoras na criação (e na problematização) dos símbolos históricos de um país, da identidade nacional e no reconhecimento internacional de sua nação e de sua literatura? Este simpósio tem por objetivo discutir questões como essas e busca reunir trabalhos que contemplem perspectivas como: romance e história; produção, circulação e recepção de textos literários; literatura produzida na imprensa, como crônicas, narrativas históricas, contos e romances, e suas relações com a história; historicidade da literatura e literariedade da história; editores, críticos, tradutores e leitores, seu status e impacto na literatura de seu tempo; o autor, seu trabalho de escrita e suas ações em favor de sua atividade literária e profissional. Por meio dos temas propostos, buscaremos criar um espaço de discussão interdisciplinar, em que perspectivas e abordagens das áreas de história e de letras possam contribuir para as reflexões e análises dos participantes.

História Global, trajetória política, cultura e identidade: pesquisas, abordagens e perspectivas sobre poder, imprensa, violência e resistência no Brasil
Me. Carlos Victor de Sousa Ferreira (PPGHIS/UFMA)
Me. Mário Augusto Carvalho Bezerra
(PPGHIS/UFMA)
Me. Paulo Henrique Matos de Jesus
(PPGHIS-UFMA)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

A História Global é um campo de produção historiográfica consolidada em diversos centros acadêmicos, com ampliação das abordagens e perspectivas históricas centralizadas nas relações globais de sujeitos e instituições conectados no tempo e espaço. A partir dos ares de mudança que atingiram a escrita da História, buscamos congregar trabalhos com a finalidade de refletir sobre questões teórico-metodológicas ou trabalhos empíricos que apliquem essas perspectivas, comparando e articulando diferentes espacialidades e temporalidades da história brasileira. No momento em que se processava a redemocratização do Brasil, as pesquisas em torno do poder, violência e resistência vivenciaram um retrocesso, em parte devido à sensação que a violência, tortura e repressão eram temas considerados ultrapassados pelo novo horizonte que se avizinhava, ou na melhor hipótese, era pautados em investigações a partir do binômio cultura e política, do período da ditadura civil-militar. Todavia, o poder e a violência perpetrados pelo Estado brasileiro e seus operadores sempre foram frequentes na história transatlântica, atingindo fundamentalmente as chamadas “classes subalternas", suas formas de organização, luta, resistência, os movimentos sociais e o combate à ideologia política. Neste sentido, o presente Simpósio Temático, propõe a junção de saberes multidisciplinares nos campos da História e das Ciências Sociais; as pesquisas que tenham em comum o diálogo das diversas dimensões analíticas que tragam como tema a história global, política, poderes, culturas e identidades no Brasil, enfatizando trabalhos com ampla perspectiva sobre o Estado e a Sociedade, mas também específicas e centradas em diversos grupos e instituições.


Palavras-chave: História Global. Política. Poder. Violência.


ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

ANTUNES, José Leopoldo Ferreira. Medicina, leis e moral: pensamento médico e comportamento no Brasil (1870-1930). São Paulo: Unesp, 1999.

BERSTEIN, Serge. A cultura política. In: RIOUX & SIRINELLI (Orgs.). Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998, p. 349-363.

BOTTOMORE, Thomas Burton. As elites e a sociedade. Rio de Janeiro, Zahar, 1965.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 4 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

______. A ilusão biográfica. In: AMADO, Janaína; FERREIRA, Marieta de Moraes. (Orgs.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro. Fundação Getúlio Vargas, 2006.

BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): A Revolução Francesa da Historiografia. Tradução de Nilo Odalia. 2 Ed. São Paulo: Editora da Unesp, 2010.

CABRAL, Dilma. Estado e administração na formação de um país independente. In:______. (Orga.). Estado e Administração: a construção do Brasil independente (1822-1840). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2015.

CAIMARI, Lila. Castruccio: crimen y castigo en la ciudad moderna. In. PALACIO, Juan Manuel. Desde el banquillo: escenas judiciales de la historia argentina. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Edhasa, 2021.

CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

______. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

CERTEAU, Michel de. A Escrita da história. Tradução de Maria de Lourdes Menezes e Revisão técnica de Arno Vogel. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

CHARTIER, Roger. História Cultural: entre práticas e representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo. 2 ed. Miraflores-PT: Difel, 2002.

MONJARDET, Dominique. O que faz a polícia: sociologia da força pública. Tradução de Mary Amazonas Leite de Barros. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012.

REIS, J. F. G. Policiais militares e política: as associações representativas e suas lutas sociais. 108 f. Dissertação (Mestrado em Defesa Social e Mediação de Conflitos) – Universidade Federal do Pará. Belém, 2013. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/bitstream/2011/4822/1/Dissertacao_PoliciaisMilitaresPolitica.p df. Acesso em: 12 mar. 2017.

STONE, Lawrence. O ressurgimento da narrativa: reflexões sobre uma nova velha história. Revista de História, Campinas, SP, v. 2, n. 3, p. 13-37, 1991. ISSN 2178-1141. Disponível em: https://docero.com.br/doc/85esxee. Consultado em: 10 de fev. 2022.

História, Gênero e Poder nas tramas do tempo
Alessandro Cerqueira Bastos (Doutorando - UFBA)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Os termos poder e gênero têm sido comumente tomados como sinônimos. Embora certamente o gênero seja uma das muitas formas de dar sentido às relações de poder, como bem assinalou Joan Scott (1995), outras assimetrias numa dada sociedade se expressam pelas relações de classe, pelo racismo, só para ficarmos em dois exemplos centrais. Assim, sem diluir a noção de poder completamente de modo que a categoria seja um sem número de coisas, pretende-se, neste simpósio temático, discutir e problematizar como as relações de poder se constroem, se modificam ou permanece numa certo contexto histórico. O poder aqui é compreendido numa perspectiva ampliada, pois não se limita às instituições, nem tampouco compreende apenas ao nível mais microscópico da vida social. Para tanto, recorre-se especialmente aos estudos de gênero e de história das mulheres para realizar tal discussão. Neste sentido, o simpósio aceitará de bom grado trabalhos históricos que, ao lançarem mão de documentação diversa, investiguem como relações de gênero foram construídas, modificadas e ressignificadas nos diferentes tempos históricos. Ademais, caso tais trabalhos consigam visualizar as outras expressões poder em suas análises, como: a classe e a raça, será igualmente frutífero para nossas preocupações. Deste modo, os trabalhos poderão focalizar como feminilidades, masculinidades, relações conjugais, sexuais, amorosas e parentesco se combinam às questões de cor, status, à ocupação socioprofissional, à orientação política, aos mundos do trabalho. Tópicos como masculinidades, violência e conflitos de gênero, gênero e classes trabalhadoras, trabalho e gênero também interessam. Não apenas isso. Dar-se-á especial atenção a pesquisas que combinem gênero e política, gênero e poder político e suas intersecções de raça, classe etc. no Brasil e em outras outras configurações espaciais. Desnecessário dizer o quanto a discussão de história das mulheres e das relações de gênero tem aperfeiçoado o campo historiográfico nos últimos anos, o que desfaz completamente o prognóstico pessimista de Joan Scott (2019), segundo o qual o gênero não daria mais conta de atender às propostas de feministas de mudança social, nem de explicação da realidade. Ou seja, o gênero – associado a outras categorias como raça, classe, etc - tanto explica e descreve realidades do passado, quanto produz propostas de mudanças sociopolíticas complexas.


Palavras-Chave:

História das relações de gênero, História das Mulheres, História das relações de poder, Interseccionalidades.


Bibliografia:

COLLINS, Patrícia Hill. Em direção a uma nova visão: raça, classe e gênero como categorias de análise e conexão. In: MORENO, Renata (Org.).Reflexões e práticas de transformação feminista. Coleção Sempre Viva. São Paulo: SOF,2015.

SAFFIOTI, Heleieth. Iara. Bongiovani. Rearticulando gênero e classe social. In: COSTA, A. O. ; BRUSCHINNI, C. (Orgs). Uma questão de gênero. São Paulo: Rosa dos Tentos Editora e Fundação Carlos Chagas, 1992.

SCOTT, Joan. Fantasias do Milênio: O Futuro do Gênero no Século XXI. Cadernos de Gênero e Tecnologia, Curitiba, v. 12, n. 39, p. 319-339, jan/jun. 2019.

SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, v. 20,n. 2, p. 71-99, 1995.

SOIHET, Rachel. História das mulheres e história de gênero: um depoimento. Cadernos Pagu, [S. l.], n. 11, p. 77–87, 2013.

TILLY, Louise. Gênero, história das mulheres e história social. Cadernos Pagu, [S. l.], n. 3, p. 28–62, 1994.

VARIKAS, Eleni. Gênero, experiência e subjetividade: a propósito do desacordo Tilly-Scott. Cadernos Pagu, [S. l.], n. 3, p. 63–84, 1994.

Histórias dissidentes: narrativas interdisciplinares e intersecções com naturezas, estudos de gênero e educação
Debora Viveiros (mestranda - FaE/UFMG)
Me. Queiton Carmo
(doutorando - PPGHIS-UFMG)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Esta proposta busca suscitar discussões críticas sobre os lugares estabelecidos das produções historiográficas pautadas em lógicas coloniais e hegemônicas, abordando dissidências nas formas, conteúdos e temáticas das pesquisas. Nos últimos anos, foram observados movimentos dedicados a analisar as formações superiores em história e as práticas de conhecimento decorrentes das atuações de historiadoras(es). Pesquisadoras(es) têm experimentado estratégias dissidentes, seja na diversidade temática, nos usos de metodologias pouco ortodoxas ou mesmo nas formas e conteúdos da escrita. Esse interesse evidencia limites e possibilidades que extrapolam os escopos convencionais, desestabilizando as noções de objetividade, neutralidade e imparcialidade, e fomentando discussões sobre o papel de historiadoras(es) para além das expectativas hegemônicas enquanto pesquisadoras(es) e produtoras(es) de conhecimento.

Essa guinada tem apresentado múltiplos caminhos para evidenciar histórias silenciadas e invisibilizadas. As histórias e conhecimentos indígenas, histórias das relações de gênero, história ambiental e estudos animais, relações humanas e não humanas, são temáticas de interesse que estão cada vez mais sofisticando os debates acerca das múltiplas formas de entender o que é a política. Inserida neste debate, a história tanto pode utilizar quanto ser utilizada como área de conhecimento, atravessando e sendo atravessada por demandas, tensões, conflitos e afetos, possibilitando relacionar as diversas práticas de conhecimentos como epistemologias situadas e interdisciplinares.

Ao pensarmos em narrativas dissidentes, visamos que a proposta acolha trabalhos preocupados com práticas de conhecimento, modos de pensar éticos, políticos, anti-coloniais e anticapitalistas dentro de periodizações históricas do passado, presente ou, ainda, questionando as noções de temporalidades. Destarte, serão bem-vindas propostas que intercruzam, descrevem e subvertem, maneiras de inscrever questões de gênero, políticas das fronteiras naturezas-culturas e educação em práticas historiográficas, e/ou que utilizam distintos suportes - escritos, orais, musicais, visuais, performáticos - com o intuito de contribuir para as discussões do simpósio.


Palavras-chave: Narrativas dissidentes; práticas de conhecimento; naturezas; gênero; Educação; historiografia.


Bibliografia:

ADÓ, Máximo Daniel Lameda; MUSSETTA, Mariana. Apropiacíon transgresiva y multimodalidad en la investigacíon académica: propuestas de escrilecturas. In: Revista Teias, v. 21, n. 63, out./dez. 2020.

COSTA, Cláudia L.; ÁVILA, Eliana. Prefácio. In: ANZALDÚA, Gloria. A vulva é uma ferida aberta e outros ensaios. Rio de Janeiro: A Bolha, 2021. p. 7-40.

FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Tradução: Paula Siqueira. São Paulo, USP: Cadernos de Campo, n. 13, 2005. p. 155-161.

FERREIRA, Marieta Moraes. A História como ofício: a constituição de um campo disciplinar. Rio de Janeiro: FGV, 2013. 464 p.

HARAWAY, Donna. Staying with the trouble – Making Kin in Chthulucene. Duke University Press: Durham and London, 2016, 312 p.

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. In: Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, 1995, p. 7-41.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019, 244 p.

KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A Queda do Céu: palavras de um Xamã Yanomami. São Paulo: Companhia das Letras. 2015, 768 p.

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras. 2019.

MENDES, Breno. Ensino de História, historiografia e currículo de História. In: Revista Transversos, n. 18, Rio de Janeiro, abr. 2020. p. 108-128.

OLIVEIRA, Maria da Glória. Os sons do silêncio: interpelações feministas decoloniais à história da historiografia. In: História da Historiografia, Ouro Preto, v. 11, n. 28, 2018, p. 104-140.

PEREIRA, Ana Carolina Barbosa. Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na Teoria da História. In: Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 24, p. 88-114, abr/jun. 2018.

PRADO, Kelvin Oliveira. Teoria pós-colonial, decolonialidade e escrita da História: aproximações epistemológicas e demandas políticas subalternas em emergência. In: Revista Discente Ofícios de Clio, Pelotas, v. 6, n. 10, 2021.

RIVERA CUSICANQUI, Silvia. Ch’ixinakax utxiwa: Uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores. In: Ch’ixinakax utxiwa: Uma reflexão sobre práticas e discursos colonizadores. São Paulo: n-1, 2021, p. 89-116.

SANTOS, Pedro A. C; NICODEMO, Thiago L; PEREIRA, Mateus H. F. Historiografias periféricas em perspectiva global ou transnacional: eurocentrismo em questão. In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 30, n. 60, jan/abr 2017, p. 161-186.

SMITH, Bonnie. Gênero e História: homens, mulheres e a prática histórica. Bauru: EDUSC, 2003, 501 p.

SPIVAK, Gayatri. Quem reivindica alteridade? In: HOLANDA, Heloisa. B. de (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994, p. 187-205.

TUHIWAI SMITH, Linda. Descolonizando metodologias: pesquisa e povos indígenas. Curitiba: UFPR, 2018, 239 p.

XAKRIABÁ, Célia. Amansar o Giz. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, n. 14, 2020, p. 110-117.

Intelectuais e História: experiências, trajetórias, instituições e poder
Ana Paula Profiro Evangelista (mestranda - PPGH)
Francisco Arantes Aranha
(doutorando - PPGH)
Manuela Cerqueira Martins
(mestranda - PPGH)
Raphael Costa Pereira Primo
(mestrando -PPGH)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio Presencial -

A proposta do Simpósio Temático intitulado “Intelectuais e História: Experiências, Trajetórias, Instituições e Poder” é reunir propostas de investigação e pesquisas que tomem por objeto a relação entre a produção intelectual dos atores históricos e os chamados contextos históricos buscando a compreender as contradições que envolvem as trajetórias intelectuais e institucionais e suas experiências de poder. Organizado pelo Grupo de Estudos Trajetórias Intelectuais em perspectiva de História Comparada (GETIHC), nosso Simpósio propõe-se como um espaço de intercâmbio crítico entre experiências teórico-metodológicas de pesquisas que procurem debater em perspectiva de história comparada, associada aos campos da História Intelectual e/ou História Social das Ideias, investigações que versem sobre trajetórias intelectuais de gestores-tecnocratas na organização das condições gerais de produção do capitalismo brasileiro, trajetórias políticas de escritores junto à produção literária brasileira no século 20 (historiografia, teatro e literatura), militâncias intelectuais consorciadas à organização de práticas institucionais de resistência política em pautas como a dos direitos civis e a das lutas antirracistas e trajetórias intelectuais de marxistas em seus vários matizes políticos (da dissidência radical comunista libertária à dos quadros ideológicos oficiais de partidos políticos [partidos comunistas e partidos socialistas] e sindicatos).

Palavras-chave: História Comparada; Trajetórias Intelectuais; Práticas institucionais da tecnocracia; Historiografia e literatura brasileira.

Bibliografia:

BERNARDO, João. Economia dos conflitos sociais. São Paulo: Cortez Editora, 1991.

BOBBIO, Norberto. Os intelectuais e o poder. São Paulo: UNESP, 1997.

GRAMSCI, Antônio. Apontamentos e notas dispersas para um grupo de ensaios sobre a história dos intelectuais (Caderno 12). Cadernos do Cárcere, vol. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004, p. 13-55.

GOLDMANN, Lucien. Dialética e Cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

GOLDMANN, Lucien. Crítica e dogmatismo na cultura moderna. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1973.

JACOBY, Russel. O fim da utopia. Política e cultura na era da apatia. Rio de Janeiro: Record, 2001.

LÖWY, Michael & NAÏR, Sami. Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade. São Paulo: Boitempo, 2008.

MANNHEIM, Karl. Ideologia e utopia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1972.

___________. Sociologia da cultura. São Paulo: Perspectiva, Ed. da Universidade de São Paulo, 1974.

MARTINS, Carlos Estevam. A tecnocracia na História. São Paulo: Editora Alfa-Ômega, 1975.

WILLIAMS, Raymond. Cultura e materialismo. São Paulo, Editora da UNESP, 2011.

Migração no Brasil (séculos XIX a XXI): contribuições, memórias, histórias e identidades
Dr° Maristela Carneiro (ECCO/UFMT)
Dr° Lorena Zomer
(UEPG)
Me. Frederico Tadeu Gondim
(UFG)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio Presencial -

Este simpósio temático tem por objetivo analisar as experiências e contribuições de (i)migrantes que viveram ou passaram pelo Brasil a partir do século XIX, com especial atenção (embora não se limitando) ao viés histórico dessas ocorrências. Quando chegaram por diferentes razões a contextos os mais diversos no Brasil, esses (i)migrantes traziam em sua bagagem cultural as suas “verdades”, visões de mundo, costumes; logo, no entanto, viram-se às voltas com a necessidade de negociá-los por essas realidades que conheceram. Se, de um lado, muitos desses (i)migrantes legaram contribuições em diferentes escalas, com seus conhecimentos e mão de obra, outros enfrentaram grandes adversidades, estigmas, e tudo isso redirecionou o seu olhar sobre uma terra distante (em termos culturais e/ou geográficos) daquela de origem. Assim, serão acolhidas neste simpósio pesquisas que problematizem: as estratégias adotadas por esses (i)migrantes, entre práticas e representações, no intuito de conferir sentido à vida nas diferentes realidades pelo Brasil; as memórias e negociações identitárias decorrentes desses trânsitos; as formas como esses (i)migrantes foram elaborados no imaginário social, e elaboraram, por sua vez, o Brasil que conheceram; as contribuições que prestaram por onde passaram, ainda que permaneçam em sua maioria anônimos perante os discursos oficiais; além de outros debates alinhados a esses interesses. Este simpósio temático tem relevância em três frentes: contribui aos debates caros à História Cultural, ao pensar as negociações simbólicas entre grupos humanos de interesses distintos na constante (re)formulação da realidade; soma à perspectivação dos movimentos migratórios, ao apresentar o ponto de vista desses (i)migrantes sobre os contextos em que viveram; e, estimulam na medida do possível o preenchimento de uma lacuna específica na historiografia goiana e do Centro-oeste relativa à imigração para esses contextos, nos últimos séculos.


Palavras-chave: Migração; Memória; Identidade, Imaginário social.


Bibliografia:

BURKE, Peter. Perdas e ganhos: exilados e expatriados na história do conhecimento na Europa e nas Américas, 1500-2000. Tradução de Renato Prelorentzou. São Paulo: Editora UNESP, 2017.

CHARTIER, Roger. A História Cultural entre práticas e representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo. 2ª ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002.

GATTAZ, André; FERNANDEZ, Vanessa Paola Rojas (Orgs.). Imigração e imigrantes: uma coletânea interdisciplinar. Salvador: Editora Pontocom, 2015.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guaraciara Lopes Louro. 11ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HIRANO, Sedi; CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Histórias migrantes: caminhos cruzados. São Paulo: Humanitas, 2016.

LESSER, Jeffrey. A invenção da brasilidade: identidade nacional, etnicidade e políticas de imigração. São Paulo: Editora UNESP, 2015.

MAFFESOLI, Michel. Michel Maffesoli: o imaginário é uma realidade. Revista FAMECOS, Porto Alegre, v. 8, n. 15, 2001, p. 74-82.

PAIVA, Odair da Cruz; MOURA, Soraya. Hospedaria de Imigrantes de São Paulo. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, 1992, p. 200-212

REZNIK, Luís (Org.). História da imigração no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2020.

SAYAD, Abdelmalek. A Imigração ou os Paradoxos da Alteridade. São Paulo: Editora da USP, 1998.

SEYFERTH, Giralda. As identidades dos imigrantes e o melting pot nacional. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 6, n. 14, p. 143-176, nov. 2000

SIMMEL, Georg. O estrangeiro. In: MORAES FILHO, Evaristo de (Org.). Georg Simmel: sociologia. Tradução de Carlos Alberto Pavanelli et al. São Paulo: Ática, 1983.

TEIXEIRA, Paulo Eduardo; BRAGA, Antônio da Costa; BAENINGER, Rosana (Eds.). Migrações: implicações passadas, presentes e futuras. São Paulo: Cultura Acadêmica Editora, 2012.

WEBER, Regina. Imigração e identidade étnica: temáticas historiográficas e conceituações. Revista de História (UFES), v. 18, p. 236-250, 2006

___________. Conceitos para pensar as imigrações, velhos e novos. Revista História: Debates e Tendências, v. 2, p. 213-224, 2019.

Narrativas em disputa: a escrita entre a História e a Literatura
Lêda Cristina Borges Pereira (mestranda - PPGH-UFG)
Natália Gomes da Silva Machado
(mestranda - PPGH-UFG)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

A História e a Literatura confluem diversos caminhos de pesquisa e aprendizado compondo um vasto espaço para problematizações que necessitam da junção das duas áreas para serem exequíveis. Dessa maneira, como apresentado por Roger Chartier, construção histórica pode ser construída a partir das “representações e apropriações”, consequentemente isso amplia os horizontes de investigação, narrativas e discursos. Dentre os mais distintos campos da pesquisa histórica, as discussões sobre as incursões entre História e Literatura não são recentes,entretanto, originam continuamente profícuos diálogos sobre a escrita, a produção artística, a estética e o discurso. Consideramos a construção narrativa como ato político que pode ser analisado como expressão de um tempo e ou época. Neste sentido, ressaltamos a importância da história literária para a construção de diálogos para além dos muros da academia. Pois, conforme Bakhtin a relação dialógica com a palavra do outro no objeto literário que se entrelaça nas múltiplas formas discursivas, carece do comentário histórico-literário para que assim se possa construir uma análise responsiva dos discursos.Propomos esse simpósio para debater as possibilidades de escritas e diálogos entre a História e a Literatura para todos os apaixonados pela temática.


Palavras-chave: História; Literatura; Discursos; Narrativas.


Bibliografia:

Bakhtin, Mikhail. Teoria do Romance: A estilística. Trad. BEZERRA, Paulo. Org. Kójinov,Vadim; Botcharov, Serguei. São Paulo, Ed. 34,2015.

BURKE, Peter (org). A escrita da história: novas perspectivas. Tradução de Magda Lopes. São Paulo. Editora UNESP, 1992.

CERTEAU, Michel de. A escrita da história . 2. ed. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

CHARTIER, Roger. A História Cultural ⎯ entre práticas e representações, Lisboa: DIFEL, 1990.

DARNTON, Robert. O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução / Robert Darnton; tradução Denise Bottmann. — São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

________________. Os primeiros passos para uma história da leitura. In: O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução / Robert Darnton; tradução Denise Bottmann. — São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa – Tomo III. Campinas/SP: Papirus, 1997.

O patrimônio cultural e suas interfaces: políticas patrimoniais, sujeitos e memórias
Me. Edcarlos da Silva Araújo (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – Prefeitura de Sobral (Ceará))
Pedro Henrique da Silva Paes
(Doutorando - UFC)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Em vista da recente regulamentação da profissão de historiador, o Simpósio Temático busca construir um debate entre pesquisas que procuram problematizar o papel de agentes sociais na formação de políticas patrimoniais, práticas de preservação e discursos que incentivam a salvaguarda de monumentos públicos, assim como sua respectiva difusão através da educação para o patrimônio e a relação entre ensino de história. Isto é, percebendo a área como um objeto de pesquisa do historiador na universidade, e fora dela, em escolas, centros culturais, museus, comunidades e outros espaços. Assim, procuramos estabelecer uma relação entre o direito à memória e a participação cidadã através dos usos e apropriações políticas do patrimônio em suas mais diversas nuanças, desde a intervenção sociocultural no espaço urbano até as disputas por espaço institucional, perpassando pelos propósitos econômicos e pela garantia do usufruto das práticas que atribuem valor a um bem material ou imaterial. Desse modo, interessa a este simpósio, trabalhos que discorrem sobre o patrimônio cultural em sua amplitude, percorrendo eixos que envolvem a memória institucional e os usos públicos do passado, processos de reconhecimento e auto identificação de minorias sociais, como remanescentes de quilombolas, e povos indígenas nos processos de demarcação de terras; grupos cada vez mais em busca de mecanismos políticos que representem suas narrativas. São esperados trabalhos que mobilizem fontes e métodos diversos para compreender a trama de relações socioculturais estabelecidas pelo patrimônio cultural, seja através de documentos impressos, fotografias, mapas, cartas, desenhos, arquivos digitais, o espaço urbano praticado apresentado por Certeau (2007), entrevistas oriundas de pesquisas que focalizem seus sujeitos a partir da história oral.


Palavras-chave: Cultura; Patrimônio; Memória; Narrativas.


Bibliografia:

ABREU, Marcelo; BIANCHI, Guilherme; PEREIRA, Mateus. Popularizações do passado e historicidades democráticas: escrita colaborativa, performance e práticas do espaço. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 24, p. 279-315, abr./jun. 2018.

CAMPOS, Yussef Daibert Salomão de. Palanque e Patíbulo: o patrimônio cultural na Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988). São Paulo: Annablume, 2018.

CANCLINI. Néstor Garcia. Culturas Híbridas: Estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Ensaios Latinos Americanos. 2000.

CERTEAU, Michel. de. A invenção do cotidiano. Petrópolis, Vozes, 2007.

GONÇALVES, Janice. Figuras de Valor: Patrimônio Cultural em Santa Catarina. Itajaí: Editora Casa aberta. 2016.

NOGUEIRA, Antônio Gilberto Ramos. O campo do patrimônio cultural e a história: itinerários conceituais e práticas de preservação. Londrina: Antítese. Vol. 7, N° 14, p.45-67. Jul/dez. 2014.

MENEZES, Ulpiano T. Bezerra de. A crise da memória, história e documento: reflexões para um tempo de transformações. In: SILVA, Zélia Lopes da (org.) Arquivos, patrimônio e memória: Trajetórias e perspectivas. São Paulo: Editora UNESP:FAPESP, 1999. p. 11-29.

PACHECO, Ricardo de Aguiar. O Patrimônio histórico: objeto de pesquisa do historiador. História Unicap, v. 4, n°. 7, jan./jun. de 2017.

POULOT, Dominic. A história do patrimônio no Ocidente, séculos XVIII-XXI: Do monumento aos valores. São Paulo: Estação Liberdade. 2009.

VIANA, Helder do Nascimento. Cidades, artefatos e memória pública. In: ARRAIS, Raimundo Pereira Alencar; ROCHA, Raimundo Nonato Araújo da; VIANA, Helder do Nascimento. Cidade e diversidade: Itinerários para a produção de materiais didáticos em História. Natal/RN: EDUFRN, 2012.

O universo do futebol: história, política e educação
Gabriel Sulino Martins (Mestrando - PPGAS/UFG)
Dr° Makchwell Coimbra Narcizo (UNEMAT/UESPI)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

Este resumo apresenta a proposta para o grupo de trabalho que tem por intenção refletir sobre futebol, politica e educação. O futebol se apresenta como uma prática recreativa destinada ao lazer, seja assistindo, jogando ou torcendo. Segundo Elias e Dunning (1992) os desportos têm elementos de competição que envolvem regras que obrigam os sujeitos a adotar determinado tipo de comportamento ao obedecer o que foi estipulado. O código de conduta estipulado aqui tem como objetivo evitar formas de violência em relação ao adversário. Como um elemento de disciplina e ensino ao corpo. Deste modo, Ribeiro (2020) expõe dentro da experiência europeia, do final do século XIX e dos primeiros anos do século XX, como questões de pertencimento e politica, seja no âmbito nacional ou clubista. O futebol se apresenta como uma manifestação cultural em diferentes períodos históricos desde sua criação; de acordo com Wagner (2020) a cultura se apresenta como uma invenção para categorizar e se referir a algo. A cultura se apresenta como manifestação das mais variadas formas das relações humanas, tendo como exemplo o futebol, política e educação. Chamado de “o esporte das multidões”,envolvendo personalidades, partidos, gêneros literários, músicas, entre outros aspectos.

Apesar de ser parte importante em diversos cenários. O presente GT visa contribuir com a ampliação do debate acerca do futebol enquanto objeto de estudo. Para isso, receberá propostas que tenham o futebol enquanto objeto de reflexão em diversas áreas de conhecimento. Espera-se trabalhos que tratem história política, ensino de história, memória, educação, consumo, patrimônio cultural e áreas afins.

Patrimônio Cultural, Memória e Identidade: avanços e perspectivas para a produção historiográfica contemporânea
Aramis Macêdo Leite Júnior (Mestrando- PGH-UFRPE)
Waléria Caldeira de Paula
(Mestranda - PGH-UFRPE)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

É a partir da História Cultural e a aproximação com a antropologia que se faz possível abordar novos objetos, sendo um deles o patrimônio. Por não excluir possibilidades de estudo que permita aproximações com o passado, que a História Cultural abriu caminho para que historiadores pesquisassem a temática do patrimônio cultural e a historicidade envolvida na construção da memória social relacionada às escolhas de bens culturais valorizados e transformados em patrimônio cultural. Essa ampliação da participação do historiador nos debates sobre patrimônio cultural fez renascer discussões envolvendo as práticas sociais, o pertencimento, a memória e a identidade articuladas ao conceito de patrimônio cultural nos permitindo adentrar nessas discussões e legitimar nossa pesquisa na área da história. Nesse sentido, este simpósio temático tem como objetivo principal promover discussões em torno das diferentes dimensões da construção historiográfica sobre o campo da gestão de bens e políticas culturais, enfatizando as inter-relações entre cultura e educação, cultura e cidade, cultura e direitos humanos.


Palavra-chave: Patrimônio cultural; memória; identidade; cultura.


Bibliografia:

ABREU, Regina, CHAGAS, Mário. (orgs.). Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009.

ABREU, Martha; SOIEHT, Rachel; TEIXEIRA, Rebeca (orgs.). Cultura política, historiografia e ensino de história. 2ªed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.

CALABRE, Lia. Políticas culturais no Brasil: dos anos 1930 ao século XXI. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.

CANDAU, Joël. Antropología de la memória. Trad. Paula Mahler. Buenos Aires: Nueva Visión, 2006.

______________. Memória e identidade. Trad. Maria Letícia Ferreira. São Paulo: Contexto, 2011.

CHAGAS, Mário (orgs.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

CHUVA, Márcia. Os arquitetos da memória. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.

______________. Por uma história da noção de patrimônio cultural no Brasil. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.Brasília, n 34, p. 147-165, 2012.

______________. O ofício do historiador: sobre ética e patrimônio cultural. In: Anais da I Oficina de Pesquisa: a pesquisa histórica no IPHAN/Coordenação-Geral de Pesquisa, Documentação e Referência – Rio de Janeiro: IPHAN, Copedoc, 2008. (Patrimônio: Práticas e Reflexões: 2)

FONSECA, Maria C. L. O patrimônio em processo: Trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: IPHAN; Editora UFRJ, 2005.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Trad. Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006.

HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Identidade e diferença. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Trad. Irene Ferreira, Bernardo Leitão e Suzana Ferreira Borges. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003. p. 207-233, 419-476.

NORA, Pierre. Entre memória e história – a problemática dos lugares. Trad. Yara Aun Khoury. Revista Projeto História, São Paulo PUC-SP, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.

PACHECO, Ricardo Aguiar. O patrimônio histórico: objeto de pesquisa do historiador. In: História Unicap, v. 4, n. 7. jan/jun. 2017.

PELEGRINI, Sandra C. A. O patrimônio cultural e a materialização das memórias individuais e coletivas. In: Patrimônio e Memória. UNESP – FCLAS – CEDAP, v. 3, n. 1, 2007, p. 87-102.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. – 2ª ed. – Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

POLLAK, Michael. Memórias, esquecimento, silêncio. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro: Ed UFRJ, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.

________________. Memória e Identidade Social. In: Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, p. 200-212. Acessado em 19/02/2016.

POSSAMAI, Zita Rosane. O lugar do patrimônio na operação historiográfica e o lugar de história no campo do patrimônio. In: Anos 90, Porto Alegre, v. 25, n. 48, 2018, p. 23-49. https://doi.org/10.22456/1983-201X.83688 Acessado em 23/08/2020.

RODRIGUES, Marly. Políticas Públicas e Patrimônio Cultural. In: Dicionário temático de patrimônio: debates contemporâneos/organização: Aline Carvalho e Cristina Meneguello. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2020.

TOLENTINO, Átila Bezerra. Educação Patrimonial Decolonial: perspectivas e entraves nas práticas de patrimonialização federal. Rio Grande do Sul: Revista Sillogés – v.1, n.1, jan./jul. 2018.

TORELLY, Luiz Philippe. Patrimônio cultural: Notas sobre a evolução do conceito. Revista eletrônica patrimônio. Ano 13. Disponível em: <http://www.vitruvius.com. br/revistas/read/arquitextos/13.149/4539>. Acesso em 24 agos. 2017.

ZANIRATO, Silvia Helena. Usos Sociais do Patrimônio Cultural e Natural. In: Patrimônio e Memória. UNESP – FCLAS – CEDAP, v. 5, n. 1, 2009, p. 137-152.

Porquê a História é por excelência sensível: os caminhos para vislumbrar o sensível a partir do uso da História Oral
Maria Letícia Costa Vieira (Mestranda- UFCG)
Jilton Joselito de Lucena Ferreira
(Mestrando- UFCG)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

As sensibilidades permeiam a história de diferentes formas. Este Simpósio Temático se propõe a aglutinar trabalhos que pensem como as práticas dos sujeitos na história são pensadas e analisadas a partir do sensível e da oralidade. Reconhecemos a importância de narrarmos tais histórias pensando nas contribuições para o contexto geral historiográfico falando através das nuances das sensibilidades e do universo da História Oral. As pesquisas que buscamos são aquelas que se preocupam em escrever sobre personagens; bairros; cidades; festividades; práticas sociopolíticas; práticas culturais, como religiões, futebol e profissões; práticas educacionais; memórias; sentimentos; sensações; tendo o ponto de partida aquilo que atravessou corpos produzindo formas de ser, sentir e viver e são capturados em narrativas, resgatando as sensibilidades. É nesse universo do sensível que diversas pesquisas em formatos de artigo, acabam contribuindo para a historiografia regional e principalmente para a pesquisa científica como um todo, pois é através das pesquisas históricas que podemos compreender os vários campos que nos cercam. Assim, esse ST se justifica por propor uma união de pesquisas com enfoque na temática supramencionada que relacionam áreas de gênero, sexualidade, educação, biografias, cultura escolar, imprensa, futebol, arte e cultura (em suas mais diversas formas de expressão), movimentos sociais, história do tempo presente, e narrativas orais.


Palavras- chave: Sensibilidades; História; Oralidade.


Bibliografia:

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Violar memórias e gestar a história: abordagem a uma problemática fecunda que torna a tarefa do historiador um parto difícil. Natal: 2006.

__________. A dimensão retórica da historiografia. In. PINSKY, Carla Bassanezi.

LUCA, Tania Regina de. O historiador e suas fontes. Editora Contexto. 2021.
__________. Raros e rotos, restos, rastros e rostos: os arquivos e documentos como condição de possibilidade do discurso historiográfico. In: ArtCultura, Uberlandia, v. 15, n. 26, p. 7-28, jan- jun, 2013b. p. 8-28.

AVELAR, Alexandre de Sá. A retomada da biografia histórica: problemas e perspectivas. Oralidades, 2, 2007.

_______. A biografia como escrita da História: possibilidades, limites e tensões. UFES - Programa de Pós-Graduação em História. Dimensões, vol. 24, 2010.

BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória: Ensaios de Psicologia Social. Ateliê Editorial. São Paulo- SP, 2003.

MALATIAN, Teresa (2011). “Cartas: Narrador, Registro e Arquivo”. In: O Historiador e suas Fontes. Carla B. PINSKY e Tania Regina de Luca (org.). São Paulo: Contexto, pp. 195-221.

MEIHY, José Carlos Sebe Bom. HOLANDA, Fabíola. História oral: como fazer, como pensar. - 2. ed., 4a reimpressão. - São Paulo: Contexto, 2015. 95

________. RIBEIRO, Suzana L. Salgado. Guia prático de história oral: para empresas, universidades, comunidades, famílias. São Paulo: Contexto, 2011.

PESAVENTO, Sandra Jatahy; LANGUE, Frédérique. (Orgs.). Sensibilidades na história: memórias singulares e identidades sociais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007. P. 7-21.

__________. História e sensibilidades. In Revista Tempos Acadêmicos nº 3. Santa Catarina: UNESC, 2005. pp. 127-134.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução Bernardo Leitão. 2. Ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1992.

PORTELLI, Alessandro. O que faz a história oral diferente. Projeto História, São Paulo. 1997.

TABORNA DE OLIVEIRA. Sentidos e sensibilidades: sua educação na história. Curitiba: Editora UFPR, 2012.

DEL PRIORE, Mary. Biografia: quando o indivíduo encontra a história. Topoi, v. 10, n. 19, jul-dez. 2009.

Relações de gênero e literatura: experiências, narrativas e práticas feministas na História
Dra. Ana Carolina Eiras Coelho Soares (FH/GEPEG/UFG)
Danielle Silva Moreira dos Santos
(doutoranda - GEPEG/UFG)
Suellen Peixoto de Rezende
(doutoranda - GEPEG/UFG)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio Presencial -

A maneira como determinados textos se tornam “clássicos” e quais são os textos que ficam para trás nesse caminho rumo ao cânone é objeto de interesse da historiografia feminista. Livros, bem como as ideias que eles portam, constroem redes de saberes e poderes e engendram mundos, dessa forma, a literatura é o campo da experiência intelectual, mas também corporal, uma vez que a literatura é campo atravessado por relações de gênero que constroem corpos e corpas.

Escritoras, em suas mais várias possibilidades de existência, durante suas jornadas intelectuais, nos mais variados contextos históricos e sociais, encontraram obstáculos e abriram caminhos. As dificuldades e vitórias foram exploradas e habitadas e as diversas experiências do devir mulher em um universo preominentente masculino das letras foi matéria-prima para a produções e resistências. Mulheres leem, escrevem e criam suas próprias narrativas ao longo do tempo e espaço. Os Feminismos possibilitaram a visibilidade e valorização da escrita feita por mulheres e consumida por elas.

Portanto, este simpósio visa contemplar trabalhos que articulem a produção histórica, a prática literária e os estudos de gênero com seus diálogos possíveis com outras áreas acadêmicas e dentro da História.


Biblografia:

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Fatos e mitos. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. v. 1.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade. 6 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

COLLING, Ana Maria; TEDESCHI, Losandro Antonio (Org.). Dicionário Crítico de gênero. Dourados: UFGD, 2015.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Tradução e organização Roberto Machado. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

______. A arqueologia do saber. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

HIRATA, Helena. et al. Dicionário Crítico de feminismo. São Paulo: UNESP, 2009.

MATOS, Maria Izilda Santos de. Âncora de Emoções: Corpos, subjetividades e sensibilidades. Bauru: EDUSC, 2005.

______. História das mulheres e das relações de gênero: Campo historiográfico, trajetórias e perspectivas. Mandrágora, v.19. n°19, 2013, p.5-15.

NICHOLSON, Linda. Interpretando o gênero. Estudos feministas, v.8, n.2, p. 9-41, 2000. Disponível em: <https://goo.gl/wePi78> Acesso em: mar.2018.

PEDRO, Joana Maria. Relações de gênero como categoria transversal na historiografia contemporânea. Topoi, v. 12, n. 22. P.270-283, jan/jun, 2011.

PERROT, Michelle. Mulheres públicas. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: UNESP, 1998.

______. Minha história das mulheres. Tradução de Ângela M. Corrêa. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

PINSKY, Carla; PEDRO, Joana Maria Pedro (Org.). Nova história das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013.

PINTO, Célia Regina J. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu abramo, 2003.

PRIORE, Mary Del. Corpo a corpo com a mulher: Pequena história das transformações do corpo feminino no Brasil. São Paulo: SENAC, 2000.

______. (Org.). História das Mulheres no Brasil. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2009.

RAGO, Margareth. Redescobrindo historicamente o gênero. Cadernos Pagu, Campinas, v.11. p. 89-98, 1998. Disponível em: <https://goo.gl/XbjHDg> Acesso em: jun.2016.

SANTOS, Danielle S. M. Gênero, cultura política e literatura: fantasias, utopias e esperanças produzidas por mulheres entre o final do século XIX e primeira metade do século XX. In: XIX Semana de História da UFG, 2020, 2238-071X ISSN. Anais eletrônicos, Goiânia: 2021 p. 375-385.

SCHMIDT, Rita Terezinha. Na literatura, mulheres que reescrevem a nação. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (orgs). Pensamento feminista brasileiro. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019.

SCHMIDT, Rita Terezinha. Quem reivindica a identidade? Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo - v. 4 - n. 1 - 49-60 - jan./jun. 2008.

______. Na literatura, mulheres que reescrevem a nação. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (orgs). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019.

SCOTT, Joan Wallach. Outras reflexões sobre gênero e política. Crítica Histórica. Ano X, 19/jun/2019. p.10-38.

______. Gênero: Uma categoria útil de análise histórica. Educação & realidade. V. 20, n° 2. P.- 71-99, jul/dez, 1995.

SOARES, Ana Carolina Eiras Coelho. Moça educada, mulher civilizada, esposa feliz: Relações de gênero e História em José de Alencar. Bauru: EDUSC, 2012.

______.; SANTOS, Danielle Silva Moreira dos. A intelectualidade telúrica de Ada Curado: uma grande escritora em Goiás no século XX. Dimensões, v. 45, jul/dez. 2020, p. 284-314.

SOUZA, Talita Michelle de et al. A história de mulheres escritoras em Goiás: atravessando trajetórias e produções literárias. Dissertação de mestrado apresentada ao programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de História da UFG, 2017.

TEDESCHI, Losandro. Os desafios da escrita feminina na historia das mulheres. Raído, Dourados, v.10, n.21, p.153-164, jan/jun. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/L84oVn> Acesso em: fev.2018.

TELLES, Norma. Autor + A. In: JOBIM, José Luis. (org.). Palavras da Crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

Saberes acadêmicos e saberes escolares: uma aproximação possível
Eliene Gomes da Silva Alves (ProfHistória-UFG/ Bolsista FAPEG)
Gabrielle Gomes Oliveira
(ProfHistória-UFG/ Bolsista FAPEG)
Márcia Santos Severino
(ProfHistória-UFG)
Tâmara Neiva Costa Manrique
(ProfHistória-UFG)
Comunicações: clique aqui
- Simpósio On-line -

A reflexão acerca das diferentes concepções de história, da trajetória do ensino de história no Brasil e o reconhecimento da importância da cultura escolar no processo de constituição do conhecimento histórico, são fundamentais para o fortalecimento da história como disciplina. Segundo Barros (2022) a história possui dois sentidos. Em um deles ela representa os processos e acontecimentos e, em um segundo sentido, ela é a própria historiografia, pois, representa a escrita sobre os processos e acontecimentos aludidos anteriormente.

A partir de 1990 as relações entre o saber acadêmico e os saberes pedagógicos se aprofundam, bem como os debates sobre as finalidades educativas da história. Alunos e professores passaram a ser vistos como sujeitos da constituição da história e aprofundam-se as reflexões didáticas sobre os processos pelos quais um saber categorizado torna-se objeto de conhecimento escolar. Conforme Fonseca (2010), os debates sobre a história do ensino de história no Brasil contribuíram para um alargamento desse campo, que não é mais uma instância burocrática. As soluções para suas demandas são formuladas nas concepções de história e ensino que são produtos dos espaços e das culturas escolares.

Nesse sentido, este simpósio proposto por estudantes do ProfHistória propõe alguns questionamentos e debates: Como equacionar o descompasso entre a historiografia e o ensino de história no ensino básico? Que estratégias pedagógicas podem ser utilizadas a fim de aproximar ensino e pesquisa? Quais os principais desafios do ensino de história hoje? É possível relacionar demandas sociais e ensino de história?

As reflexões sobre essas questões objetivam um ensino que esteja conectado à teoria da história e que faça sentido para os alunos. Fortalecer essa relação é, portanto, além de um compromisso ético, um compromisso político, uma vez que os usos e sentidos da História tem sido subvertidos, dentro e fora da escola.


Bibliografia:

BARROS, José D'Assunção. A historiografia como fonte histórica. 1. ed. São Paulo: Vozes, 2022.

FONSECA, Selva Guimarães; SILVA, Marcos Antônio da. Ensino de História hoje: errâncias, conquistas e perdas. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 31, n. 60, p. 29.

Artes para divulgação dos Simpósios:
Enumerados pela ordem alfabética.