Susana Batista

Como se mede e o que se sabe sobre as competências digitais dos jovens portugueses? Reflexões em torno de resultados de projetos de investigação

Apesar de a internet ser hoje parte integrante do quotidiano dos jovens e da convicção generalizada de que são “nativos digitais”, nem todos dominam as competências necessárias para tirar partido deste recurso. Competências instrumentais, sociais, criativas ou informacionais variam, por exemplo, em função da idade, do género e dos contextos familiares (Haddon et al, 2020). O seu “direito” de participar como cidadãos em ambientes digitais (Livingstone et al, 2018) pode assim ficar comprometido devido às “desigualdades digitais” (DiMaggio et al, 2004) no aproveitamento das oportunidades online (Mascheroni & Ólafsson, 2015).

Noutro prisma, o que sabemos hoje sobre competências digitais tem resultado de declarações dos próprios jovens, mostrando-se os portugueses particularmente confiantes no contexto europeu (Smahel et al, 2020). Uma das questões que se poderá colocar é até que ponto esses testemunhos correspondem às suas práticas.

Esta comunicação apresenta e discute como se mede e o que se sabe sobre as competências digitais dos jovens portugueses, a partir do trabalho desenvolvido por projetos de investigação na última década. Com base nas competências reportadas pelos jovens, nos indicadores previstos nos questionários e nos dados de testes performativos piloto, explora-se: (i) o panorama das competências digitais dos jovens portugueses (ii) a sua evolução ao longo do tempo (iii) como foi mudando a sua medição.

Palavras-chave: competências digitais; jovens; desigualdades digitais; metodologia