Lídia Marôpo

Professora adjunta no Instituto Politécnico de Setúbal e investigadora integrada no Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA).

Culturas digitais juvenis e os influenciadores na era da plataformização da Internet

Inúmeros estudos atestam a popularidade dos chamados influenciadores digitais – produtores de conteúdos digitais que narram as suas vidas para angariar seguidores e monetizá-los (Marshall, Barbour & Moore, 2018) – entre crianças e jovens (Àndo, 2016; Pereira et al, 2018; Aran-Ramspott, 2018 & Marôpo et al, 2018; Jorge et al, 2018). Embora académicos e jornalistas subestimem a popularidade das celebridades digitais estas promovem mensagens com grande repercussão entre os mais novos (Abidin, 2018), que formam a sua opinião principalmente em plataformas como o Youtube e o Instagram (Eurointelligence, 2019). Na era da plataformização da internet (Poell, Nieborg & van Dijck, 2019), os media sociais investiram fortemente para transformar utilizadores comuns em produtores de conteúdos credíveis e profissionais. Deste modo, alimentam o seu modelo de negócio baseado na cooptação dos conteúdos e dados dos utilizadores (Stehling et al, 2018). O objetivo desta comunicação é discutir a emergência dos influenciadores digitais e o seu papel nas culturas digitais juvenis, tendo em conta o ambiente dataficado e mercantilizado da internet. Abordamos estas questões com base numa ampla revisão de literatura e nos dados de 429 inquéritos e cinco grupos de foco realizados com crianças e jovens entre 10 e 17 anos no âmbito do Projeto Competências de Informação para Jovens da Era Digital (CIJED), financiado pelo Instituto Politécnico de Setúbal.

Palavras-chave: culturas digitais, jovens, influenciadores digitais, plataformização, media sociais.