Programa da Lista T em pdf (pt) e pdf (eng)
Apresentamo-nos às eleições para todos os órgãos colegiais do IST com uma visão comum e um programa abrangente para o futuro, reforçando a nossa comunidade e renovando a nossa ambição no progresso e no desenvolvimento do Técnico.
Ambicionamos concretizar a visão do Técnico para a década: tornar o Técnico uma das principais Escolas de Engenharia, Ciência e Arquitetura da Europa.
Ambicionamos reforçar e sustentar o programa quadrienal do Presidente do Técnico em alinhamento com o Plano Estratégico 2020-2030.
Ambicionamos continuar a unir a comunidade, criando uma cultura única apoiada na qualidade dos seus professores, investigadores, estudantes e técnicos/administrativos, e num ambiente intelectual e profissional verdadeiramente inclusivo, motivador e inspirador.
Ambicionamos construir uma instituição que se projeta no futuro em todas as dimensões da sua missão. Uma Escola que se posiciona na fronteira do conhecimento, da ciência e da tecnologia, reconhecida pela sociedade pela sua qualidade e capacidade transformadora como resultado do impacto social, cultural e económico de toda a sua atividade.
Esta ambição é central para as instituições universitárias do futuro, que se desenvolvem num contexto em que as escalas de tempo para a evolução das novas tecnologias e a criação de tecnologias disruptivas são cada vez mais curtas.
Esta aceleração do processo tecnológico, na fronteira da ciência, torna particularmente crítica a educação superior que permite responder simultaneamente ao desafio pela competição global por talento e ao desenvolvimento das competências do futuro, alicerçadas na ciência e na tecnologia, e dirigidas à inovação.
Relatórios recentes[1], reforçam também a importância crítica da aposta na ciência e tecnologia, incluindo a investigação fundamental, para a Europa, para a sua economia e para a sua competitividade global.
O Técnico encontra-se particularmente bem posicionado para responder a este contexto global desafiante, fruto dos fatores que verdadeiramente nos diferenciam em Portugal e na Europa: uma comunidade vibrante projetada pela qualidade e o talento dos nossos estudantes, e o valor e o empenho dos nossos funcionários, professores e investigadores.
Como Lista T identificamos três prioridades para a ação dos órgãos da Escola (Conselho de Escola, Conselho Científico, Conselho Pedagógico, Assembleia de Escola) e no âmbito das suas competências: Valorizar as Pessoas, Elevar a Qualidade do Ensino e a Atratividade do Técnico e Promover a Capacitação Institucional do Técnico como Escola de Investigação.
O nosso compromisso para com a Escola é desenvolver as nossas atividades de acordo com os princípios programáticos enquadrados nestas três prioridades, reforçando transversalmente, e em todas as dimensões, o papel da ciência e da tecnologia e o seu impacto social, cultural e económico.
Valorizar as Pessoas – Os professores e os investigadores, apoiados na eficácia e dedicação dos técnicos/administrativos e no brilhantismo e dinamismo dos estudantes, são a pedra basilar de uma Escola: inspiram e guiam a aprendizagem dos estudantes, fazem novas descobertas científicas, desenvolvem novas tecnologias e ligam a comunidade Técnico à sociedade.
Nos últimos 4 anos[2], o Técnico apostou fortemente nesta dimensão através de um programa enérgico de concursos para a carreira docente e de investigador, num total de 314 concursos[3], de onde resultaram 142 recrutamentos e 172 promoções, o reforço dos instrumentos de lançamento da carreira dos novos professores e investigadores através do programa Shaping the Future, do estreitamento da ligação e maior articulação no desenho dos concursos entre os Departamentos e nas Unidades de Investigação. No último quadriénio houve também uma aposta forte no aumento do número de contratações de pessoal docente especialmente contratado (PDECs) - mais de 400 atualmente - permitindo, simultaneamente, diminuir o número de estudantes por docente, e libertar tempo aos docentes para uma maior dedicação à investigação científica, supervisão de mestrados e doutoramentos e à formação e inovação pedagógica.
É assim fundamental reforçar e manter o rumo que nos diferencia nacional e internacionalmente, consolidando todos os instrumentos em que o Técnico é pioneiro no desenvolvimento das carreiras de professores e investigadores. Propomos assim:
Promover a articulação entre os departamentos e suas agendas estratégicas/portfolio de investigação e as unidades de ID do ecossistema do Técnico no desenho dos novos concursos para a carreira docente e de investigador;
Manter o processo de valorização em curso durante os próximos 4 anos;
Manter os processos de scouting e recrutamento, por meio dos quais se espera vir a recrutar mais de 100 novos docentes e investigadores de carreira nos próximos 4 anos;
Reforçar o programa de mentoria e apoio ao período experimental no âmbito do Capacity Building Hub incluindo a inicativa +Projetos de capacitação na preparação de projetos, incluindo projetos do European Research Council, e os start-up funds, o reforço do apoio à investigação e às licenças sabáticas no estrangeiro no âmbito do FCT-Tenure Plus Técnico;
Criar um programa de mentoria ao desenvolvimento da carreira, em estreita coordenação com os departamentos e refletindo as realidades distintas das áreas científicas, nomeadamente para promoção a Prof. Associado/Inv. Principal, apresentação a provas de Agregação/Habilitação e promoção a Prof. Catedrático/Inv. Coordenador;
Apoiar o reforço do orçamento dos departamentos, que está previsto ser de 5% ao ano acima da inflação nos próximos 3 anos, aumentando o investimento em infraestruturas pedagógicas e a contratação de PDECs e assim pugnar para que: 1) aos novos docentes contratados seja exigido uma carga horária lectiva de, no máximo, 4 h por semana durante os três primeiros anos de período experimental; 2) a carga letiva efetiva semestral de qualquer docente do Técnico não ultrapasse, em média, as 6 h por semana;
Elaborar o regulamento de avaliação dos investigadores enquadrado pela anunciada revisão do Estatuto da Carreira de Investigação Científica, com impacto na alteração remuneratória que resulta da subida de escalões;
Rever o Regulamento de Avaliação Docente (RADIST) como forma de reconhecer o desenvolvimento equilibrado das várias componentes de atividade dos docentes e investigadores de carreira;
Desenvolver iniciativas, em conjunto com a ULisboa e instituições da área metropolitana de Lisboa, que criem oportunidades adicionais de alojamento para investigadores e docentes, em particular aqueles em início de carreira;
Apostar numa forte redução da complexidade administrativa e no reforço do apoio técnico e administrativo (alicerçada na profissionalização ainda mais acentuada da gestão, sistemas de informação modernos e completa digitalização dos processos) para sustentar um foco adicional dos docentes e investigadores nos eixos principais da sua actividade: ensino, investigação e ligação à sociedade.
Elevar a Qualidade do Ensino e a Atratividade do Técnico como Escola de Investigação – No contexto nacional e internacional, a educação proporcionada pelo Técnico diferencia-se pela sua forte ligação à investigação científica (desenvolvida nas unidades e centros de investigação associadas ao Técnico), à ciência, tecnologia e arquitectura na fronteira do conhecimento, e aos grandes desafios societais.
No último quadriénio, o Técnico deu um passo significativo no avanço da qualidade da educação oferecida aos seus estudantes. Esta transformação do ensino permitiu, designadamente, o reforço da aprendizagem baseada em projeto (e.g. PIC1 e PIC2) , o reforço da flexibilidade curricular (incluindo a possibilidade de fazer Minors em áreas científicas complementares), a integração do ensino no ambiente de investigação proporcionado pela participação das UIs também nas ofertas de 1º e 2º ciclo, e a ênfase em adquirir competências transversais (HACS, AEC), mantendo os elevados padrões de profundidade técnica e científica da educação oferecida no Técnico.
Em virtude dos desafios reconhecidos na sua implementação, entendemos que o MEPP deve ser sujeito a uma avaliação e reflexão profunda na Escola com vista ao desenho das medidas necessárias a garantir um modelo com maior latitude e adequação à diversidade das áreas de ensino. Propomos assim promover:
A melhoria do modelo e calendário de ensino de 1º e 2º ciclo em vigor, com base numa discussão aberta à Escola e nos relatórios já produzidos. Dar-se-á ênfase à flexibilização do modelo para que melhor se adeque às diferentes realidades de cada UC, cada curso e cada departamento;
Melhorar a qualidade do ensino diminuindo o número de alunos por docente, por via do aumento do número de pessoas envolvidas no ensino, nomeadamente PDECs, e com isso permitir um ensino de proximidade e mais ativo;
O reforço da ligação ao ecossistema de investigação e ligação à sociedade, em consonância com as práticas estabelecidas no Técnico, em particular pela expansão das boas práticas no âmbito dos projectos integradores de 1º e 2º ciclo, em estreita ligação ao tecido empresarial, núcleos de estudantes, à sociedade e às instituições de investigação científica, por exemplo alargando as boas práticas de estágios de investigação para estudantes de licenciatura a todos as unidades do IST;
O contínuo investimento em Projectos de Inovação Pedagógica (PIP) (no quadriénio anterior foram financiados 48 PIP, em cerca de 250 k€), em particular no âmbito da inovação digital e da integração de ferramentas de Inteligência Artificial no ensino e aprendizagem (incluindo o lançamento de um prémio para o melhor produto digital de ensino), e, em paralelo, a promoção de comunidades (informais) de boas práticas em torno de alguns dos grandes desafios associados ao ensino promovendo o teste e a reflexão em torno de iniciativas piloto para a potencial integração em larga escala destas tecnologias no ensino;
O reforço da iniciativa Capacity Building Hub, incluindo os programas Digital+, Contigo+, e StudentPulse (no âmbito dos inquéritos QUC), para valorização da actividade docente e melhoria da aprendizagem dos estudantes.
O desafio da atratividade do Técnico para estudantes de elevada qualidade, num contexto de competitividade global, crise demográfica nacional e crise habitacional em Lisboa, leva-nos a promover uma reflexão contínua sobre a qualidade do nosso ensino de 1º, 2º e 3º ciclos, bem como sobre qual a melhor forma de atrair os mais talentosos estudantes nacionais e internacionais e garantir-lhes uma vivência que reconheçam como muito positiva. É igualmente importante conferir ao Técnico a capacidade para dar resposta aos profissionais que procuram obter formação em áreas tecnológicas necessárias à sua integração num mundo em constante evolução. Propomos assim:
Promover a Licenciatura em Engenharia Geral (GENI) para a atração de estudantes internacionais para o 1º ciclo;
Promover a atribuição de bolsas de mérito aos melhores estudantes finalistas do 1º ciclo que transitem para um 2º ciclo do Técnico, mantendo o apoio a estudantes com dificuldades económicas;
Reforçar e apoiar os projetos de engenharia desenvolvidos nos núcleos de estudantes, como forma de fidelizar os estudantes ao longo do seu percurso no Técnico;
Implementar um programa robusto de projectos CAPSTONE para estudantes do 2º ciclo, como forma de estreitar a ligação à sociedade e ao tecido empresarial, incentivando o project- e challenge-based learning;
Reforçar os estágios/projectos de investigação em unidades de ID do ecossistema do Técnico direcionado para estudantes de licenciatura;
Reforçar a participação dos estudantes em programas de cotutela no âmbito de redes internacionais, no 2º e 3º ciclos;
Reforçar a atratividade do 2º ciclo junto de profissionais já inseridos no mercado de trabalho;
Divulgar nacional e internacionalmente a Escola Doutoral do Técnico (https://doctoralschool.tecnico.ulisboa.pt/), nomeadamente o seu programa PhD Fast Track, a oferta de formação em competências transversais, e a integração de estágios internacionais na formação doutoral;
Reforçar a ligação do 3º ciclo com o tecido empresarial, por exemplo através do estabelecimento de protocolos de colaboração com empresas que prevejam a realização de estágios enquadrados no desenvolvimento científico da tese, explorando a Rede de Parceiros do Técnico;
Reforçar o apoio aos estudantes no programa de PhD Fast Track, nomeadamente através de prémios de mérito ou contratação como Teaching Assistants numa fase inicial do seu percurso como estudantes de doutoramento;
Aumentar a oferta de cursos profissionais e de formação avançada oferecidos pelo Técnico+, nomeadamente programas de mestrados profissionalizantes (e.g. MBEng).
Entendemos também que não é possível atrair talento, quer seja estudantes, docentes ou investigadores, sem ter infraestruturas laboratoriais, espaços e vivência adequados e de qualidade. Estamos determinados a ter um campus mais vibrante e sustentável, saudável e ético, onde todos se sintam apoiados e motivados para alcançar o seu máximo potencial. Porque a qualidade e a atratividade do Técnico como Escola de investigação depende também fortemente da motivação e do bem-estar de todos os membros da nossa comunidade, comprometemo-nos a promover uma vivência universitária mais rica e inclusiva através do apoio a várias medidas concretas, nomeadamente:
Apoio à modernização e renovação das instalações dos 3 campi, criando espaços modernos e funcionais (e.g. novas salas de aula, laboratórios pedagógicos, biblioteca, espaços de estudo colaborativo, espaços de convívio e refeição) que garantam conforto para o estudo, lazer e interação entre os estudantes, na continuação do que foi feito no caso do Técnico Innovation Center;
Apoio à melhoria da sustentabilidade energética dos 3 campi, nomeadamente através de iniciativas transversais na área da energia envolvendo toda a comunidade académica;
Apoio à construção de novos edifícios nos 3 campi que irão incluir laboratórios de ensino e de investigação, à eliminação do estacionamento à superfície no campus da Alameda, e ao novo enquadramento paisagístico e de acessibilidades no Taguspark;
Promover a contínua melhoria e renovação dos espaços e infraestruturas do CTN e promoção do sentimento de integração e pertença aos campi;
Apoio ao reforço do desporto universitário, nomeadamente através da modernização das infraestruturas desportivas, incentivando a prática desportiva como meio de promoção da saúde e bem-estar, e oferecendo as ferramentas académicas que permitam conciliar actividades académicas e desportivas;
Apoio à criação de mais espaços de estudo e de projeto, equipados com tecnologias avançadas e adaptados ao trabalho em equipa, para incentivar a inovação e o desenvolvimento de competências práticas;
Apoio à promoção do bem-estar, com o reforço de programas de apoio psicológico, de tutoria e mentoria, e iniciativas que promovam o equilíbrio entre a vida académica e o bem-estar pessoal;
Apoio à valorização da ética e da integridade, tanto na vida académica como nas relações interpessoais, garantindo um ambiente universitário de respeito, inclusão e igualdade.
Promover a Capacitação Institucional como Escola de Investigação – Os desafios que se colocam às universidades, como resultado do contexto nacional ou das tendências internacionais, obrigam a uma constante reflexão sobre os instrumentos e organização que promovam da melhor forma a missão do Técnico, no contexto da ULisboa, do País, da Europa e do Mundo.
Propomo-nos assim lançar/promover uma simplificação administrativa e processual acelerada e uma forte diminuição da complexidade da nossa organização através da simplificação dos processos, formação de todos os intervenientes, do reforço da autonomia, do reconhecimento e do reforço do princípio da subsidiariedade das diferentes estruturas de forma que seja mais simples e eficiente, para toda a comunidade, trabalhar no Técnico.
Entendemos que por isso será necessário promover uma reflexão aprofundada sobre os Estatutos do IST com o objetivo de:
Melhorar a organização e funcionamento internos que melhor promovam a missão do IST, a promoção de novas iniciativas (por exemplo, de carácter interdisciplinar) ou o apoio e o reforço de iniciativas em curso;
Iniciar uma discussão abrangente sobre a constituição/eleição/representatividade dos docentes e investigadores nos diferentes órgãos do IST;
Lançar uma reflexão sobre a criação de um Senado Académico, órgão consultivo com todos os professores e investigadores do IST, para consulta sobre assuntos que o Presidente do Técnico ou o Conselho Científico considerem oportunos, com o objectivo de promover e amplificar a participação de todos os professores e investigadores;
Reforçar o papel dos processos de auto-avaliação institucional, nomeadamente as Comissões de Visita, no desenvolvimento estratégico de todas as estruturas do IST, reforçando os instrumentos para ligação à indústria e para a prospectiva das tendências emergentes no ensino e na investigação a que o IST deve responder.
Entendemos ainda que um conjunto de recentes iniciativas da ULisboa e das outras escolas. (por exemplo, lançadas centralmente pela Reitoria) estão também fortemente alinhadas com os objectivos aqui enunciados. Propomo-nos trabalhar proactivamente com a Reitoria e com as restantes Escolas da ULisboa, como tem sido constante em todos os ciclos anteriores, na procura das soluções que melhor sirvam o Técnico e a Universidade de Lisboa.
Mantemos e reforçamos, como Lista T, o compromisso assumido há 4 anos, independentemente dos cenários e contextos em que desenvolveremos a nossa ação, guiados pelos mesmos princípios, normas e valores e com o nosso compromisso com a toda a comunidade do Técnico.
[1] Por exemplo, o relatório “Align Act Accelerate. Research, Technology and Innovation to boost European Competitiveness” European Commission Directorate-General for Research and Innovation, relatório Draghi The Future of European Competitivness, ou as Political Guidelines for the next European Commission 2024-2029, da Presidente Ursula von der Leyen
[2] Ver, por exemplo, os documentos de balanço da Lista T aqui
[3] Como referência, o Técnico conta com 697 docentes e investigadores de carreira