"O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram." Se o atual modelo educacional utilizasse esta frase de Jean Piaget como máxima, seríamos certamente um país mais próspero e culto.

Contudo, mais do que expressar lamúrias relativamente ao modelo educacional atual, devemos estar aptos a ser educational changemakers ou, por outras palavras, proceder às alterações necessárias para aproximar as nossas escolas aos valores de Piaget. E quem melhor para o alterar do que o seu utilizador? Quem melhor para conhecer todos os meandros, todos os defeitos e todas as incongruências do sistema educativo? Creio que só existe uma resposta válida para isso - NINGUÉM! Quem melhor conhece o funcionamento do "produto" é, e será sempre, o seu "utilizador"!

Para intervir na educação poderia começar por inúmeras componentes! Poderia começar pelo modelo educacional, advogando por um sistema em que o individualismo do aluno seja reconhecido (personalidade, interesses, etc.) ou focar-me numa área do conhecimento específica que ainda não esteja a ser abordada nas escolas. Apesar de também advogar por esta renovação do sistema educativo português, considerei que me devia focar numa área do conhecimento específica. Isto pois só esta segunda forma de ativismo educacional, por assim dizer, nos pode agraciar com resultados realmente abrangentes, que beneficiem muitas pessoas. A primeira forma, apesar de importante para sensibilizar o público para a importância de criar um novo paradigma educacional, não me permitiria ser um efetivo changemaker, apenas me permitiria apelar à mudança!

Dentro das "áreas do conhecimento específicas" que refiro, também poderia ter escolhido muitas! Tantos são as áreas que o sistema educacional português deixa ficar para trás! A educação para a saúde (sobretudo para a saúde mental, tão necessário nos dias que correm), a literacia política (métodos eleitorais, tipos de poder político, importância do voto), entre muitas outras competências, que se encontram "escondidas" na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, que classifico como o subterfúgio do sistema educativo português, pois é onde se concentram todas as competências que a escola não nos consegue passar (e que, por conseguinte, também não são passadas nesta disciplina). Nesta disciplina, as regras que se aplicam são tão diferentes das aplicadas às restantes disciplinas que a tornam uma disciplina anárquica, promotora da estagnação do processo evolutivo do ensino, uma vez que, "fingindo" que cumpre a sua função de ensinar as competências que não são abordadas nos currículos das restantes disciplinas, não as cumpre, visto ser humanamente impossível para qualquer docente abordar todo aquele extenso programa.

Dito isto, de todas estas competências contidas no currículo de Cidadania e Desenvolvimento, eu escolhi a Literacia Financeira para explorar e advogar pela mesma. Antes demais, fui motivado por uma profunda paixão pela área financeira - a economia, os mercados financeiros, poupar... Estes sempre foram conceitos que me atraíram e sobre os quais queria saber mais!

Daí até chegar à literacia financeira foi um processo breve. Comecei a pesquisar e apercebi-me da grande hipocrisia do nosso ministério da educação, ao afirmar que ensinava inúmeras competências financeiras, presentes no Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF), mas que na realidade não conseguia ensinar de forma abrangente. E assim todo o meu ser foi despertado para combater esta tremenda injustiça! Para dar aos portugueses, sobretudo aos jovens como eu, as competências financeiras que deveriam ter.

No ano letivo transato, no âmbito da primeira edição do prémio de mérito (motivo pelo qual este parágrafo serve apenas como contextualização do trabalho desenvolvido neste ano e não como evidência do trabalho desenvolvido visto que, de acordo com as disposições regulamentares, tal não pode ser feito), desenvolvi um currículo de educação financeira baseado no PNFF, no Referencial de Educação do Consumidor, no currículo da disciplina de Business Management HL do programa International Baccalaureate (IB), de diversos currículos de empreendedorismo implementados por diversas entidades e por várias competências que achei por bem adicionar (sendo estas últimas principalmente incidentes nas componentes dos mercados financeiros e de fiscalidade).

Ainda no decorrer do anterior prémio de mérito, tinha contactado o Gustavo Araújo, proprietário do canal de youtube "Workolic" (canal dedicado à temática financeira e que conta, à data, com mais de 40 mil subscritores), solicitando-lhe auxílio para que revisse o currículo de educação financeira e propondo-lhe que fosse, juntamente comigo, um dos proponentes da petição pública que pretendia criar propondo a implementação deste currículo nas escolas, acompanhado de outras medidas, nomeadamente a criação de uma disciplina própria para a sua lecionação e a formação de docentes para o efeito.

Quando se finalizou a primeira edição do prémio de mérito, comecei logo a trabalhar na petição pública, tendo em mente que este trabalho entraria no prémio de mérito do ano seguinte (entretanto o restante trabalho no âmbito deste projeto de literacia financeira consta nas evidências do prémio de mérito).

No fim do mês de julho reuni-me com o Gustavo e ele propôs-me que fizesse algumas pequenas alterações:

Estender o currículo até ao 12º ano de escolaridade;

Redistribuir alguns conteúdos, incidindo principalmente sobre a ética juntos aos mais novos;

Retirar alguns conteúdos demasiado avançados.

De seguida, estive alguns dias a reanalisar todo o currículo e consegui implementar as alterações sugeridas e ainda adicionar alguns conteúdos, algo que foi possível pelo alargamento do currículo.

Voltámo-nos a reunir em outubro para combinar todos os detalhes da petição e, por fim, no dia 18 de outubro de 2021, lançámos a petição (cujo texto é da minha autoria), intitulada "Por uma educação financeira nas escolas mais completa e abrangente" bem como o vídeo de divulgação da mesma.

Esperava que a petição tivesse mais assinaturas no imediato. Contudo, apesar de os resultados me terem desiludido, continuei a lutar para levar o meu sonho avante! Comecei a fazer uma divulgação intensiva da petição, enviando mails e preenchimentos de formulários de respostas de diversos websites. Uns ajudaram, outros não... Mas basta um ajudar para o balanço ser positivo!

Ao longo destes meses tenho lutado firmemente para recolher mais e mais assinaturas para a petição e já consegui que esta tenha, ao momento, 1969 assinaturas. Apesar de estar muito aquém do meu objetivo (que é de 7500 assinaturas, as necessárias para que a petição seja debatida em plenário), não desistirei e lutarei sempre pelos meus objetivos!

Ao mesmo tempo que tento fazer o meu papel enquanto cidadão e sensibilizar o poder político para esta questão tão importante, tento também implementar o currículo de forma prática. Há pouco mais de 1 mês, o Gustavo lançou um projeto através da Sociedade Cripteracia Unipessoal, Lda., em parte evolução do seu canal de Youtube, no qual introduz uma série de tecnologias altamente disruptivas subjacentes à área da educação financeira.

Neste âmbito, ele definiu nas políticas da Sociedade que "10% dos resultados da empresa, após o pagamento das despesas, vai para o fundo que promove a educação financeira". Através deste fundo pretende-se criar escolas, em formato semelhante a ATLs, que lecionarão o currículo que eu criei e que ele aprimorou. Assim sendo, para além de tentar que existe uma educação financeira "completa e abrangente", com a petição pública, conseguirei também ver e ajudar (uma vez que desempenharei as funções de advisor na gestão deste fundo de literacia financeira), o modelo de currículo que criei a ser aplicado e a trazer potenciais benefícios para a população portuguesa.

Dito isto, acredito que, apesar das diversas dificuldades que enfrentei e continua a enfrentar, creio que este currículo de educação financeira e a petição que dele adveio tem me proporcionado inúmeras mais-valias! A principal foi conhecer o Gustavo, conseguindo beber do seu conhecimento e experiência na área. Contudo, também tive uma outra mais-valia enorme: pela petição, convidaram-me para participar no programa Scroll, da RTP 2, num debate sobre Dinheiro e Literacia Financeira. Foi uma experiência única, num ambiente completamente novo, onde conheci pessoas incríveis, apaixonadas, como eu, pela área financeira!

Para além da educação financeira, que incluí nesta página da educação, muito trabalho desenvolvido este ano e incluído nas outras páginas está diretamente relacionado com a educação: desde a educação política, através do trabalho desenvolvido junta da Associação Instituto Mais Liberdade, desde a educação para a saúde mental, através da participação no XII Congresso Internacional da Psicologia da Criança e do Adolescente, a educação para a cidadania, através da promoção e divulgação dos potenciais do movimento associativo, entre outros.

No que diz respeito à educação financeira já delineei os meus objetivos pós-prémio de mérito:

Alcançar as 7500 assinaturas para a petição poder ser debatida em plenário;

Tirar a Certificação Financial Educator Training & Certification (CFEI), do National Financial Educators Council (NFEC), para assim poder ser mais ativo e mais contributivo na operacionalização do currículo de educação financeira por mim criado;

Realizar o Impact Bootcamp da Social Business School (IES), para poder, neste projeto de educação financeira e noutros que apareçam, criar negócios sociais sustentáveis, em que o foco sejam as pessoas e não o lucro;

Criar a minha própria empresa, baseada nos conhecimentos adquiridos com as certificações acima expostas, trabalhando para tornar a educação financeira acessível a um número muito maior de portugueses!

Concluindo, a educação é um tema que me apraz muito e junto do qual nunca pretendo parar de trabalhar!

Consulte abaixo as evidências do trabalho por mim desenvolvido nesta área!

ANTES DE CONSULTAR AS EVIDÊNCIAS DO TRABALHO DESENVOLVIDO, VEJA ESTE VÍDEO!

Saber+

evidências do trabalho desenvolvido

elaboração da petição pública

Divulgação da petição pública

Pedido de divulgação ao Pedro Andersson, apresentador da rúbrica da SIC Contas-Poupança.

Participação no programa scroll

Classificação das evidências acima: Identidade e Cultura e Desenvolvimento Sustentável (ODS Nº4 - Educação de Qualidade) e Voluntariado

Identidade e Cultura - Por meio das atividades presentes nesta página, tenho alertado a opinião pública para a importância da literacia financeira na vida de cada indivíduo e, consequentemente, na melhoria da conjuntura socioeconómica.

Desenvolvimento Sustentável - Elaboração de uma solução para os baixos níveis de literacia financeira detidos pela população portuguesa. Sendo esta uma das competências do século XXI que, de acordo com a OCDE, devia estar patente em todos os modelos educacionais, a minha petição, que apresenta uma solução para a implementação da educação financeira no currículo português, é uma ação em prol do ODS Nº4.

Voluntariado - Com este projeto, pelo amor à causa da literacia financeira e sem qualquer contrapartida financeira, disponibilizei o meu tempo para delinear e implementar uma estratégia de educação financeira em Portugal realmente eficaz e, simultaneamente, sensibilizar a sociedade civil para a sua importância e preponderância na vida.