Gastronomia de Coimbra

Chanfana

É um prato tradicional, também conhecido por “Lapantana”especialidade da região centro e tem honras no receituário da Cozinha Tradicional Portuguesa.Terá origem no Mosteiro de Santa Maria, no concelho de Miranda do Corvo, designada como a “Capital da Chanfana”e tem como concelhos “concorrentes”a disputarem a iguaria como sua, numa luta dinâmica, os concelhos de Penacova e Vila Nova de Poiares, todos do alto distrito de Coimbra.

Lampreia

Iguaria gastronómica dos concelhos de Penacova, Montemor-o-Velho e Coimbra, a lampreia inicia a sua época em Janeiro, estendendo-se até ao final de Abril. Cozinhado de diversas formas, este ciclóstomo atrai gente de todo o país para o degustar, não obstante o seu elevado custo. Confeccionada quase sempre com arroz, a lampreia não é de meios-termos: ou se ama ou se odeia. Aqueles que amam, amam mesmo, e fazem quilómetros só para a degustarem. Já aqueles que odeiam, esboçam uma expressão de repulsa assim que ouvem o seu nome.

Os Pastéis de Tentúgal

Os Pastéis de Tentúgal são doces originários do receituário de doçaria do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Tentúgal. Na doçaria portuguesa, encontra-se uma grande variedade de massas folhadas e recheios com doce de ovos nos diversos tipos de Palitos Folhados; os do Convento de Tentúgal seriam, porventura, dos mais elaborados, e no século XIX já era conhecida a sua receita. As apreciadas características do Pastel de Tentúgal encontram-se no folhado fino e estaladiço, único na doçaria portuguesa e no recheio de ovos. Inicialmente na sua confecção estava presente a amêndoa ralada que lhe requintava o gosto, devido à sua escassez esta veio a ser abandonada. Por encomenda e menos divulgada a forma Meia-Lua, era o pastel das bodas. A confecção manteve-se exclusivamente na família da Dona Conceição Faria até meados dos anos 50, altura em que apareceu um novo confeiteiro a comercializar, originando assim um novo ciclo do Pastel de Tentúgal.

Pastéis De Santa Clara

Poderemos dizer que os Pastéis de Santa Clara estão para Coimbra, tal como os Pastéis de Belém estão para Lisboa. Este é, provavelmente, o doce conventual mais requisitado na cidade e a criação mais célebre do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra. Outrora vendidos na roda da portaria do Mosteiro durante o dia de feira das Festas da Rainha Santa (padroeira da cidade), estes pastéis foram depois comercializados na Confeitaria “Mijadinhas”, situada na Praça do Comércio, onde a receita original se manteve. Mas a fama dos Pastéis de Santa Clara depressa transpôs a cidade de Coimbra. Estes doces em forma de meia-lua, recheados de ovos e amêndoas, chegaram ao Porto, onde eram tradicionalmente vendidos ao domingo à tarde, pelas ruas da cidade. Também atravessaram o Atlântico, e alcançaram o Brasil, levados pelo boca-a-boca dos emigrantes portugueses.