1. As comunicações do evento seguem o cronograma e procedimentos abaixo:
Período de Inscrição para Comunicações
De 18 de maio a 17 de agosto de 2025.
Procedimento de Inscrição
Realize sua inscrição exclusivamente via SIGEC UEL, acessando:
http://www.uel.br/eventos/sigec/?id=10467
Envio de Resumo
Encaminhe o resumo ao e‑mail do coordenador do respectivo simpósio até as 13h do dia 17 de agosto de 2025.
Cartas de Aceite
As comunicações aprovadas receberão carta de aceite até 25 de agosto de 2025.
Publicação do Ensalamento
A grade de apresentação será divulgada em 26 de agosto de 2025, a partir das 14h. Consulte a aba ENSALAMENTO deste site.
Os comunicadores deverão seguir o modelo de slides disponibilizado nas orientações da aba INSCRIÇÕES
Envio do Artigo Completo
Os artigos completos devem ser submetidos até 12 de outubro de 2025, por e‑mail ao evento: selisigno2025@gmail.com
Para mais informações, contate a Comissão Organizadora.
2. Escolha o simpósio no qual gostaria de propor comunicação oral:
1. Do Texto ao Hipertexto: Novas Formas de Leitura e Escrita na Era Digital (online)
Dra. Simone de Souza Burguês (UNESPAR)
simone.burgues@ies.unespar.edu.br
Dra. Tayza Cristina Nogueira Rossini (UEM)
Resumo: O ser humano constitui a linguagem assim como é por ela constituído. Dessa forma, compreendemos a linguagem como um fenômeno sócio-histórico e constitutivo da consciência (Vygotsky, 2008). Na contemporaneidade, a crescente presença das tecnologias digitais nos processos comunicativos tem reconfigurado práticas de leitura, escrita e interação social, o que demanda novas formas de compreensão do discurso. Em meio a esse cenário, emergem novos gêneros digitais, práticas discursivas multimodais e formas de letramento que desafiam as concepções tradicionais de texto, autoria e recepção. Assim, este simpósio visa proporcionar um espaço de reflexão e debate acerca de práticas de leitura e escrita no ciberespaço considerando sua pertinência no atual contexto social e acadêmico. A proposta surge da necessidade de lançarmos olhar sobre as condições de produção, organização e disseminação do discurso no espaço virtual. Interessa-nos, ainda, compreender o papel dos sujeitos interativos e imersivos (Santaella, 2004) na constituição de novas relações com o saber, com os textos e com os modos de leitura. Para respaldar nossa proposta, compartilhamos dos estudos de Chartier (1999), Lévy (2010), Marcuschi (2005, 2008), Rojo (2015), e Santaella e Lemos (2010), autores que tratam das transformações nas práticas discursivas e de letramento no contexto digital. Desse referencial teórico, delineamos os seguintes objetivos: a) analisar as transformações nos gêneros textuais e nas práticas discursivas em contextos mediados por tecnologia digital; b) refletir sobre os processos de leitura e escrita no ciberespaço, considerando o impacto das mídias digitais na construção de sentidos; c) discutir o papel dos letramentos digitais e das práticas multimodais na formação de sujeitos críticos e participativos. Espera-se, assim, que o simpósio contribua significativamente para o fortalecimento das discussões dessa temática, promovendo um olhar crítico e fundamentado sobre os discursos que circulam no ambiente digital, suas implicações sociais e seus desdobramentos no campo educacional e acadêmico.
Palavras-chave: Ciberespaço; Gêneros digitais; Práticas discursivas.
2. Credibilidade e ética linguístico-científica: potencialidades e perigos no uso de IA para a divulgação científica e para a desinformação (online)
Dra. Karen Alves Andrade Moscardini (IFPR)
Dra. Mariana Vaitiekunas Pizarro Iachel (UEL)
Resumo: As diversas formas de organização humana possuem o viés comum da investigação e da classificação de eventos que interferem nas suas múltiplas formas de interação social. Partindo de reflexões metafísicas, filosóficas ou empíricas, o saber metodologicamente construído consolidou-se na Ciência que visa à explicação desses fenômenos e que alça caminhos para a melhoria das diversas relações humano-ambientais, embora seus resultados sejam, muitas vezes, velados ou circunscritos a pequenos grupos privilegiados. A alfabetização científica, bem como os letramentos diversos em gêneros de divulgação científica são práticas que colaboram na compreensão pública da ciência e na formação de indivíduos conscientes, que lançam mão da ciência como parâmetro fundamental na análise crítica das práticas sociais. Linguagem e Ciência ocupam, portanto, lugares sociais de grande impacto, apontando para demandas e adequações na estrutura acadêmica e social (Sasseron; Carvalho, 2008; Pizarro, 2014; Massarani 2002; Grillo, 2013; Cristóvão et al., 2023). A língua, assim como o conhecimento, é viva e permeia todas as nossas práticas sociais, sendo, portanto, necessário seu desenvolvimento em qualquer etapa de formação; já a Ciência, organizadora dos saberes humanos, é a ação transformadora da nossa realidade. Tendo isso em vista, este simpósio tem por objetivo socializar trabalhos que investiguem desde a organização retórica de gêneros de divulgação científica a práticas de uso da linguagem relacionadas à ampliação do alcance do conhecimento científico e ao combate à desinformação levando em conta a ampliação de acesso às IA, tanto em seus aspectos colaborativos quanto aqueles que reproduzem posturas de distanciamento do saber científico.
Palavras-chave: Organização do conhecimento; Alfabetização científica; Divulgação científica; Linguagem científica; Desinformação e acesso ao saber.
3. Estudos discursivos foucaultianos: reflexões e possibilidades de análise (online)
Dr. Cássio Ceniz (GIEF-UEM)
Ma. Íngrid Lívero (PLE/FA/UEM)
Resumo: Tendo em vista os múltiplos espaços de emergência, luta e enfrentamento de discursos, saberes e poderes na contemporaneidade, processos nos quais diferentes posições de sujeito são contempladas em materialidades distintas, o objetivo deste simpósio é reunir empreendimentos teóricos e/ou analíticos que abordem, a partir do arcabouço dos Estudos Discursivos Foucaultianos (EDF), as diversas maneiras pelas quais se estabelecem as práticas discursivas que possibilitam um diagnóstico do presente. Em uma formação histórica cerceada pela velocidade de circulação de informações, bem como pelo crescente uso de ferramentas de tecnologi a que (re)configuram os modos de enunciação, as lentes discursivas possibilitam a investigação das minuciosidades que compõem a grande rede de jogos de linguagem, a qual continuamente perpassa a tríade sujeito, verdade e poder e suscita objetivações, subjetivações, resistências, enfim, transformações contínuas nas redes institucionais. À luz da perspectiva arqueogenealógica de Michel Foucault e desenvolvida por pesquisadoras e pesquisadores subsequentes, espera-se contribuições de estudos que demonstrem a produtividade dos diferentes conceitos já mencionados, bem como dispositivo, governamentalidade, biopolítica e desdobramentos contemporâneos desses referenciais. A proposta contempla, ainda, reflexões sobre os modos pelos quais linguagens digitais e inteligências artificiais participam na produção, disseminação e controle de discursos. O simpósio se configura, assim, com um espaço para leitura crítica dos modos como os discursos são mobilizados e legitimados em materialidades distintas, que atravessam os sujeitos na atualidade, e guiam à reflexão conjunta sobre a efêmera pergunta foucaultiana “quem somos nós hoje?”.
Palavras-chave: Práticas discursivas; Arqueogenealogia; Governamentalidade; Biopolítica; Tecnologia e discurso.
4. Estudos históricos do Português brasileiro: descrição e constituição de corpus (online)
Dra. Evellyne P. Figueiredo De Sousa Costa (UFSM)
evellyne.costa@ufsm.br
Dr. Hélcius Batista Pereira (UEM)
hbpereira@uem.br
Tatiana Keller (UFMS)
tatianakeller.ufsm@gmail.com
Resumo: A diversificação da língua no Brasil coloca-nos diante do desafio de investigar a sua heterogeneidade também em perspectiva histórica. É preciso considerar que o processo de ocupação do Brasil, que levou o PB para diversos pontos do território nacional, não ocorreu de maneira uniforme, tendo sido construído sob fatores históricos, econômicos, sociais e culturais diversos. Do ponto de vista linguístico, isso leva-nos a pensar que não haveria apenas uma história, mas várias “histórias” do PB (Callou, 2015). Diante disso, resta ao pesquisador desse campo, hoje, em primeiro lugar, o desafio de escavar materiais de diferentes temporalidades e espacialidades que possam ser utilizados na formação de corpora que favoreçam os estudos da língua no Brasil em toda a sua complexidade. E a partir dessas fontes, cumpre-se reconstituir um quadro linguístico no qual a heterogeneidade seja reconhecida historicamente. O presente simpósio assume como objetivo geral dar visibilidade a trabalhos que se inserem nesse esforço. Desse modo, pretende acolher estudos realizados nos diferentes subsistemas da língua (lexicais, gramaticais, semânticos e textual-discursivos), apoiando-se em perspectivas distintas como o Gerativismo, o Funcionalismo, a Sociolinguística, a Dialetologia, a Toponímia, as Tradições Discursivas, a Crítica textual, dentre outras áreas. A proposta temática abarca estudos filológicos que viabilizem a formação de corpora, além de contemplar as abordagens que favoreçam a investigação da mudança linguística e da História Social da Língua, nos termos propostos por Castilho (2010). Os trabalhos poderão ainda conter investigações diacrônicas ou de sincronias pretéritas, ou ainda, explorar a noção de tempo aparente (Labov, 2008). Pesquisas desses temas que tenham lançado mão das novas ferramentas digitais – na coleta e/ou na análise de dados - serão bem acolhidas neste simpósio.
Palavras-chave: História do Português Brasileiro; Descrição e análise linguística; Constituição de corpora.
5. Inteligência artificial na formação docente e no ensino de línguas: reflexões e práticas emergentes (online)
Dra. Amanda Cristine Corrêa Lopes Bitencourt (UEMG)
Dr. Marcelo José da Silva ( UNESPAR)
Dr. Thaís Fernandes de Amorim (UFRA)
Resumo: Este simpósio temático tem como objetivo promover um espaço de discussão crítica e metodológica sobre os usos e os impactos da inteligência artificial (IA) na formação docente e no ensino de línguas, com ênfase no ensino de línguas estrangeiras. A proposta se justifica diante do crescente uso de tecnologias baseadas em IA em contextos educacionais, especialmente após o lançamento do ChatGPT, pela OpenAI em novembro de 2022, que acelerou processos de plataformização já em curso e transformações nas práticas pedagógicas. Tais mudanças demandam novos olhares sobre a formação de professores e sobre o ensino de línguas, com foco na competência digital, na ética do uso de ferramentas digitais e na criação de práticas pedagógicas inovadoras. O simpósio busca reunir trabalhos que discutam experiências formativas, elaboração de materiais didáticos mediados por IA, práticas de ensino com uso de chatbots e ferramentas generativas, além de reflexões sobre os desafios e as potencialidades dessas tecnologias na construção de processos educativos mais inclusivos e críticos. As bases teórico-metodológicas da proposta articulam estudos sobre letramento digital (Dudeney, Hocly e Pegrum, 2016; Coscarelli, 2016; Santos, Soares e Boa Sorte, 2020), multiletramentos (Cope e Kalantzis, 2009; Rojo, 2012), formação docente crítica (Freire, 1996; Nóvoa, 2019) e abordagens recentes sobre IA na educação e no ensino de línguas (Luckin, 2018; Selwyn, 2023; Boa Sorte, 2024; Knoth, et. al., 2024). A expectativa é que o simpósio fomente o diálogo entre pesquisadores, professores em formação e docentes da educação básica e superior, contribuindo para a construção de saberes docentes alinhados às transformações tecnológicas e às demandas de uma educação mais conectada e consciente.
Palavras-chave: Inteligência artificial; Formação docente; Ensino de línguas.
6. A leitura em mutação? Consequências das novas tecnologias na prática de ensino de leitura e literatura (online)
Patricia Ormastroni Iagallo (UEL)
Renata de Paula Ferreira (UFPR)
Resumo: Os avanços tecnológicos das últimas décadas têm seguido uma acelerada transformação nas formas de agir e conviver. Essas mudanças reverberam de forma latente no universo escolar e colocam em ênfase os novos impasses envolvendo a aprendizagem. Nesta seara, o desafio dos últimos tempos parece se inscrever na compreensão das possibilidades de inserção das tecnologias nas práticas escolares. Entre os campos de trabalho com a linguagem, destacamos as práticas de leitura de diversos gêneros, com foco nos gêneros literários. Esses movimentos têm ganhado novas formas e questionamentos diante de novidades como as Inteligências Artificiais. Diante do contexto atual, em que a velocidade da mudança tecnológica é o único eixo de constância, o presente simpósio pretende estabelecer diálogo com trabalhos que busquem relacionar desafios, perspectivas e vivências que integrem a leitura, principalmente a literária, e os avanços tecnológicos. Para tanto, serão aceitos trabalhos que reflitam sobre as novas estéticas advindas das relações entre a cultura digital, o processo de letramento literário, e leitura de outros gêneros. Com isso, busca-se problematizar o lugar da literatura partindo de pensamentos aliançados aos de Antonio Candido em Vários Escritos (1995) que enfatiza a necessidade de que a literatura deva ser vista como um direito comum e inscrita na luta pelos Direitos Humanos; autores que tratem das novas práticas de leitura como Magda Soares (2002) e Ana Elisa Ribeiro (2019); a leitura de perspectiva interacionista (Bakhtin, 1979); e para além de outros pensadores que possam colaborar com as reflexões.
Palavras-chave: Ensino, Novas Tecnologias, Inteligência Artificial, Práticas de Leitura, Literatura.
7. Imaginário, Linguagem e Cultura Midiática (online)
Dr. Hertz Wendell de Camargo (UFPR)
Dra. Ayumi Nakaba Shibayama (UFPR)
Resumo: Este simpósio tem como proposta reunir pesquisas que explorem as interfaces entre imaginário, linguagem e cultura midiática, compreendendo esses eixos como centrais para a análise dos processos comunicacionais contemporâneos. A cultura midiática, marcada pelo consumo com suas lógicas simbólicas e narrativas intensamente imagéticas, é atravessada por linguagens que não apenas informam, mas também performam afetos, moldam subjetividades e atualizam mitos e arquétipos do imaginário social. Nesse contexto, torna-se urgente refletir sobre como as linguagens midiáticas (visuais, verbais, sonoras e híbridas) operam como tecnologias do imaginário, ativando sentidos culturais, ideológicos, identitários, ancestrais. A justificativa para este simpósio está na relevância crescente de estudos interdisciplinares que compreendam os meios de comunicação como espaços de disputa simbólica, produção de sentido e atualização de mitologias sociais. Ao abordar o imaginário como estrutura simbólica coletiva, responsável por sustentar valores, crenças e afetos, pretende-se abrir espaço para análises que vão além da representação, investigando os modos como as linguagens midiáticas produzem mundos e constroem realidades, como alimentam o espírito do nosso tempo. As bases teórico-metodológicas incluem a mitocrítica (Gilbert Durand, Malena Contrera), os estudos da linguagem e do discurso (Bakhtin, Foucault), os estudos do imaginário e da cultura (Morin, Eliade, Barthes), a antropologia da mídia (Hall, Sodré), a ecolinguística (Haugen, Couto, Nenoki), antropologia visual (Mead, Belting, Samain) e as abordagens contemporâneas da semiótica e da narrativa midiática. As metodologias são qualitativas, com abertura para análises iconológicas, etnografias visuais, hermenêuticas culturais, estudos de caso e abordagens discursivas. O objetivo geral do simpósio é promover um espaço de diálogo e reflexão sobre os modos como a linguagem midiática atualiza o imaginário sociocultural, contribuindo para a compreensão crítica dos processos culturais e comunicacionais que estruturam a vida em sociedade.
Palavras-chave: Imaginário midiático; Linguagem e cultura; Narrativas simbólicas; Tecnologias do imaginário; Produção de sentido.
8. Inteligência Artificial e Ensino: mediações tecnológicas, práticas discursivas e desafios pedagógicos sob a perspectiva dos estudos dos Letramentos (online)
Dra. Virginia Maria Nuss (UEM)
Dra. Gabriele Bastos Pecuch (UNESPAR)
Resumo: Este simpósio tem como objetivo reunir pesquisas que investiguem o uso da inteligência artificial (IA) na educação, com ênfase nas transformações das práticas pedagógicas, discursivas e mediadoras de conhecimento. Serão acolhidas propostas que explorem como ferramentas baseadas em IA vêm sendo incorporadas ao ensino da leitura e da escrita, da educação básica ao ensino superior. Pretende-se discutir criticamente os impactos dessas tecnologias no ensino de línguas, na produção e compreensão de textos, nas práticas avaliativas, na formação docente e no desenvolvimento do letramento digital. São bem-vindas investigações sobre o uso de assistentes de texto, tradutores automáticos, corretores gramaticais e plataformas generativas de linguagem ou imagem, bem como sobre seus efeitos na constituição de novos gêneros discursivos e na redefinição do papel dos sujeitos na educação. A proposta fundamenta-se nos estudos dos letramentos, especialmente os múltiplos e digitais, que entendem as práticas de linguagem como socialmente situadas e atravessadas por tecnologias (Rojo, 2013, 2023; Soares e Franco, 2024; entre outros). Nessa perspectiva, o contato com IAs demanda não apenas habilidades técnicas, mas também letramento crítico — a capacidade de compreender, avaliar e agir sobre discursos mediados por tecnologias digitais. Busca-se refletir ainda sobre como a IA transforma a dinâmica das relações pedagógicas, exigindo novas formas de engajamento docente e discente, bem como abordagens pedagógicas mais éticas, reflexivas e contextualizadas. O simpósio visa, assim, promover um espaço de diálogo interdisciplinar que contribua com olhares críticos e propositivos frente aos desafios contemporâneos do ensino.
Palavras-chave: Inteligência Artificial; Letramento Digital; Tecnologias Educacionais.
9. Pedagogia da variação: estudos e propostas (online)
Dra. Joyce Elaine de Almeida (UEL)
joycealmeidabaronas@uol.com.br
Dr. Flávio Brandão Silva (UEM)
Resumo: Os estudos sobre variação avançaram muito no meio acadêmico, de forma que não se concebem mais propostas estanques de abordagem da variação da língua, ou seja, hoje em dia, é possível perceber que aulas isoladas sobre o tema ou unidades soltas em materiais didáticos não constituem propostas bem sucedidas no que diz respeito à abordagem sociolinguística, visto que resultariam apenas em aulas desvinculadas do ensino da língua e sua totalidade, podendo, inclusive, favorecer um olhar caricaturesco da língua, quando abordada sob um viés variacionista. Pesquisadores renomados já propõem uma visão bastante inovadora, entre eles, destacamos: Faraco, com a proposta da “Pedagogia da variação linguística”, além de seus estudos sobre as normas linguísticas; Bortoni-Ricardo, com suas contribuições de pesquisa além do fato de ter nomeado a área de estudos como “Sociolinguística Educacional; e Vieira, a partir de seus estudos sobre gramática e as novas pesquisas sobre normas a partir de diferentes gêneros. Nessa perspectiva, o presente simpósio pretende reunir estudos que buscam acompanhar as mudanças e apresentar novas propostas de abordagem da língua e sua diversidade, no contexto de ensino e aprendizagem. Desta forma, espera-se que as discussões deste simpósio fomentem novas perspectivas para a abordagem da língua no ambiente escolar.
Palavras chave: Normas linguísticas, Pedagogia da variação linguística; Abordagem da língua.
10. Funcionalismo Linguístico e Tecnologias Emergentes: Inteligências Artificiais & Linguagens em Perspectiva (online)
Dr. Juliano Desiderato Antonio (UEM)
Dr. Marcelo Módolo (USP)
Resumo: Inserido no eixo temático “Inteligências Artificiais & Linguagens”, este simpósio propõe uma reflexão crítica, sob a ótica do funcionalismo linguístico, acerca dos modos como as tecnologias digitais – em especial os sistemas de inteligência artificial – afetam, condicionam e ressignificam as práticas contemporâneas de linguagem. Considerando a língua como forma de ação social e como sistema adaptável às demandas comunicativas e cognitivas dos sujeitos, o simpósio acolhe trabalhos que investiguem, por exemplo, a interferência da IA em processos enunciativos, nas dinâmicas de coesão e coerência, nos mecanismos de variação e mudança linguística, bem como nas novas configurações pragmático-discursivas emergentes. Busca-se, assim, fomentar o debate entre diferentes vertentes do funcionalismo e os desafios colocados pela mediação tecnológica às formas de produção, recepção e circulação da linguagem.
Palavras-chave: Funcionalismo linguístico; Inteligência artificial; Pragmática digital.
11. O texto enquanto objeto: reflexões teóricas, análise de corpus e aplicações didáticas (online)
Dr. Edson Carlos Romualdo (UEM)
ecromualdo@uem.br
Dra. Clarice Cristina Corbari (UNIOESTE)
ccorbari@yahoo.com.br
Resumo: O conceito de texto tem sido amplamente discutido como objeto científico, a partir de diferentes abordagens, desde o surgimento da Linguística Textual. Cavalcante e Custódio Filho (2010) destacam, a partir de uma perspectiva sociocognitivista, a importância de considerar a materialidade textual como não exclusivamente verbal, o que requer uma visão multimodal sobre as estratégias textual-discursivas. Segundo os autores, a Linguística Textual encontra-se em uma fase em que o texto é tido como objeto dinâmico, multifacetado, resultado de uma prática linguístico-sociocognitivista, em que se agregam parâmetros discursivos. Assim, este simpósio tem por objetivo reunir pesquisas, em andamento ou concluídas, inscritas na área dos estudos linguísticos, que contemplem reflexões acerca do texto na perspectiva da Linguística Textual. Interessam aqui questões textuais, discursivas e enunciativas que considerem o texto, entendido como como espaço de múltiplas realizações de elementos e estruturas linguísticas ou multimodas, que se submetem ao contexto de enunciação. São aceitos tanto estudos centrados em discussões teóricas, que abordem aspectos conceituais, quanto aqueles voltados para a análise de textos específicos, com vistas a investigar processos e condições por meio dos quais se produzem textos, discursos e sentidos. Também são bem-vindos estudos que se dediquem a questões de ensino de língua materna relacionadas a práticas de leitura, produção de texto e análise linguística.
Palavras-chave: Linguística textual; Multimodalidade; Práticas discursivas.
12. A utilização de chatbots de inteligência artificial no ensino de línguas: possibilidades pedagógicas e desafios éticos (online)
Andressa Cristina Molinari (UFF)
amolinari@id.uff.br
Josimayre Novelli (UEM)
jnovelli@uem.br
Samantha G. M. Ramos (UEL)
saramos@uel.br
Resumo: Os chatbots de inteligência artificial (IA) generativa são interfaces ou aplicativos treinados para compreender e gerar textos em linguagem natural podendo responder perguntas, escrever textos, resumir informações, corrigir redações, entre muitas outras funções (ChatGPT, Microsoft Copilot, Gemini, Jasper Chat, DeepSeek, Perplexity.ai, entre outros). Neste simpósio, analisaremos as potencialidades pedagógicas e os desafios éticos do uso dos chatbots no planejamento de aulas, na produção de materiais didáticos, na avaliação e no desenvolvimento profissional docente, propondo uma abordagem colaborativa entre professor e IA. Serão aceitos trabalhos e pesquisas (finalizadas ou em andamento) que apresentem sugestões para usos pedagógicos dos chatbots em contextos de ensino de línguas em níveis linguísticos variados de forma a promover a autonomia e a criatividade docente e contribuir para a sistematização destas ferramentas de apoio, sem substituição da mediação humana. O referencial teórico ancora-se nas concepções de ensino de línguas mediado por tecnologias digitais (Warschauer, 1997; Leffa, 2006), bem como nos estudos sobre ética e IA na educação (Luckin et al., 2016; Borenstein & Howard, 2021; Weller, 2025). Como resultados, buscaremos evidenciar que o uso ético e crítico da IA pode potencializar o ensino de línguas, desde que aliado à formação docente e à reflexão sobre os limites da tecnologia. O simpósio pretende contribuir para o debate atual sobre o papel da IA na educação linguística, além de ressaltar a importância da transparência e da autoria no uso de ferramentas generativas.
Palavras-chave: Ensino de línguas; Inteligência artificial; Chatbots; Formação docente; Ética.
13. IA na pesquisa sociolinguística (online)
Dra. Carla Regina Martins Paza (UFSC)
carlapaza10@gmail.com
Dra. Raquel Meister Ko Freitag (UFS)
rkofreitag@academico.ufs.br
Resumo: O avanço recente da inteligência artificial (IA), especialmente modelos de língua em larga escala (LLMs) tem afetado toda a sociedade, inclusive no campo da ciência. Este simpósio propõe refletir sobre o duplo movimento entre IA e a sociolinguística: de um lado, o uso de ferramentas automatizadas na prática de pesquisa, como em tarefas como transcrição de entrevistas, etiquetagem linguística, classificação de variantes e análise de dados em grande escala; e de outro, a aplicação dos fundamentos da teoria sociolinguística na construção e avaliação de sistemas de IA, contribuindo para respostas mais inclusivas, precisas e éticas. O uso de sistemas de reconhecimento automático de fala e algoritmos de processamento de linguagem natural para otimizar o trabalho com corpora orais e escritos traz mais agilidade na etapa de construção de amostras e preparo dos dados, o que permite maior dedicação ao refinamento analítico de resultados de pesquisas sociolinguísticas. Contudo, esses mesmos sistemas frequentemente reproduzem preconceitos relacionados a gênero, raça, classe, regiões e outras marcas sociais, pois são treinados com bases de dados homogêneas ou enviesadas, deixando de fora variedades linguísticas não hegemônicas. Análises sobre curadoria de dados, construção de amostras linguísticas mais diversas para LLMs e o desenvolvimento de métricas que reconheçam a variação como fenômeno legítimo da língua são potencialidades a serem exploradas pela abordagem sociolinguística. A socialização de trabalhos que abordem experiências com ferramentas de IA na coleta e análise de dados sociolinguísticos, assim como de trabalhos que discutam os impactos sociolinguísticos do uso de IA, é importante neste momento para uma reflexão sobre como os saberes acumulados pela sociolinguística, como a atenção à variação, à heterogeneidade e aos contextos de uso da língua, podem contribuir para o aprimoramento técnico e ético das IAs, promovendo a construção de tecnologias mais sensíveis à diversidade linguística e social.
Palavras-chave: Sociolinguística; Inteligência artificial; Diversidade linguística.
14. Academic literacies: genres, discourses and writing in the era of digital technologies (online)
Dr. Pedro Augusto Pereira Brito (UNESPAR)
Dra.Christiane Donahue (Dartmouth College)
Christiane.K.Donahue@dartmouth.edu
Abstract: Faced with the emergence of digital technologies that emulate human creative activities through automata, it is imperative to problematize the practices that involve the relationship between human subjects and language in the socio-historical context of higher education, especially considering that it is through these relationships that literacy practices are updated, determining, for example, conceptions of writing and attitudes towards this activity in this context. With the purpose of promoting reflections and discussions on writing practices in face-to-face or online higher education environments, this symposium aims to gather research (completed or in progress), from any area of knowledge and based on plural theoretical-methodological perspectives, engaged in the search for an understanding of the phenomena that involve writing in this scenario. The objective of the discussions is to promote debates on the impact of emerging technologies on the teaching and learning of writing in higher education, as well as on authorship and ethics in writing and the need to involve regulatory public policies for the use of these technologies. The intention is to receive communication proposals that offer contributions, for example, to: (a) analyzing the plurality of teaching and learning practices in writing in higher education when they involve emerging technologies; (b) understanding the heterogeneities that constitute writing practices and discursive genres in relation to automata; (c) interpreting discourses on writing and technologies in higher education; (d) problematizing the regulations, via public policies, of the use of automata in writing practices in the various contexts of higher education.
Keywords: Writing practices; Emerging technologies; Higher education.
15. Escrevendo com máquinas: inteligência artificial generativa e a (re)configuração dos letramentos na universidade (online)
Dra. Cindy Mery Gavioli-Prestes (UFMG/UNICENTRO)
Dra. Roziane Keila Grando (UFPR)
Resumo: O avanço recente das inteligências artificiais generativas, como os grandes modelos de linguagem, tem provocado profundas transformações nos modos de produzir, mediar e avaliar os textos acadêmicos e científicos no contexto universitário. Este simpósio propõe-se a discutir criticamente os impactos dessas tecnologias na formação discente e docente, com ênfase nas práticas de letramento que constituem a vida acadêmica. Justifica-se pela urgência em compreender como essas ferramentas alteram não apenas os processos de escrita e leitura, mas também os valores epistemológicos, éticos e pedagógicos que sustentam o ensino superior. A relevância da proposta reside na necessidade de refletir sobre a agência humana na interação com sistemas automatizados de linguagem, considerando as implicações para a autoria, a criatividade e a avaliação acadêmica. As discussões do simpósio se fundamentam em abordagens da Linguística Aplicada crítica (Pennycook, 2006; Moita Lopes, 2006), dos novos estudos de letramento (Street, 1984; Lea e Street, 1998) e das relações entre linguagem, tecnologia e poder (Gee, 2004; Warschauer, 2010). Serão bem-vindos trabalhos de natureza empírica ou teórico reflexiva que investiguem experiências pedagógicas, políticas institucionais, práticas discursivas ou tensionamentos ético-epistemológicos relacionados ao uso de IA generativa na universidade. O objetivo geral é construir um espaço de diálogo transdisciplinar que contribua para a compreensão crítica e a ressignificação dos letramentos acadêmico-científicos em contextos mediados por tecnologias emergentes.
Palavras-chave: IA generativa; Letramentos acadêmico-discursivos; Ensino superior.
16. Figurações do fantástico e suas interfaces: do tradicional ao contemporâneo (online)
Dr. Sanio Santos da Silva (UFBA)
sanio.santos@gmail.com
Dra. Claudia Cristina Ferreira (UEL)
claucrisfer@uel.br
Dra. Ana Lucia Trevisan (Mackenzie)
analucia.pelegrino@mackenzie.br
Resumo: A imaginação e a fantasia sempre permearam o imaginário coletivo. Do gótico ao realismo mágico/maravilhoso, as diferentes vertentes do fantástico ficcional têm conquistado e ampliado o número de leitores, autores e títulos ao longo dos anos. A quantidade de editoras independentes e a, consequente, circulação do texto literário, também, auxiliaram na consolidação das narrativas fantásticas ficcionais, cinematográficas, pictóricas, musicais etc. O misterioso, o enigmático, o oculto, o nebuloso, o turvo, o surreal, o surpreendente, o amedrontador, o onírico, o encantamento e a fantasia são alguns aspectos presentes nas dimensões do insólito nas artes em geral, tais como: literatura, pintura, escultura, cinema, música, dança. Nesta seara, este simpósio tem o escopo de refletir, analisar e dialogar sobre o fantástico tradicional (Todorov) e contemporâneo (Roas) em suas diversas perspectivas e manifestações artísticas em interface ou não. Lançar luz sobre o fantástico é trazer à tona personagens e temas que estavam à margem ou eram tratados como tabu, ou seja, é expor questões sociais, dar voz a denúncias da minoria que foi silenciada por séculos, é revelar ou incitar medos ocultos, é ressignificar e ressuscitar lendas urbanas e folclores como elemento histórico-cultural. Por conseguinte, o presente simpósio contempla trabalhos voltados a quaisquer categorias do fantástico, tais como: fantástico puro, maravilhoso, estranho, gótico, grotesco, horror, duplo, realismo animista, afrofuturismo, steampunk, cyberpunk, dentre outros. Assinalamos que além de suscitar o deleite estético, o insólito possibilita espaço para reflexões, pode auxiliar o leitor a enfrentar experiências surpreendentes ou impactantes na vida real, como pode incitar a conscientização, e a consequente ação, por meio de textos, de diferentes séculos, despertando, implícita ou explicitamente, para temáticas que fomentam a resistência, a transgressão e/ou a denúncia social.
Palavras-chave: Fantástico ficcional; Imaginário coletivo; Narrativas insólitas; Manifestações artísticas; Transgressão e denúncia social.
17. Estudos linguístico-culturais, tradução e letramentos em evidência no ensino e na formação (online)
Dra. Cláudia Cristina Ferreira (UEL)
Dra. Mirella Nunes Giracca (UNIR)
Resumo: Língua e cultura são inseparáveis, por isso uma reflete a outra. Quando falamos em processo de ensino e aprendizagem e estudos da tradução, muitos são os recortes, as teorias e os desafios. Este simpósio tem por escopo dialogar e refletir sobre aspectos linguístico-culturais, questões voltadas à tradução e seus desdobramentos, assim como possibilidades acerca dos letramentos como forma de desenvolver o ensino, a tradução e a formação dos profissionais envolvidos. Neste sentido, o simpósio tem como público alvo professores da educação básica e ensino superior e alunos de graduação e pós-graduação interessados nas temáticas em tela. Os trabalhos deste simpósio abarcarão, por exemplo: discussões relacionadas à indissociabilidade entre língua e cultura, identidade linguístico-cultural, preconceitos e choques culturais, decolonialidade no ensino de línguas, palavras culturalmente marcadas, fraseografia, fraseologia, fraseodidática, lexicografia, lexicologia pedagógica, multimodalidades, letramentos e suas interfaces. Esperamos que as propostas contempladas neste simpósio possam contribuir para (re)visitar e (re)significar teorias, posturas e práticas e, consequentemente, reverberando positivamente em sala de aula e no ato tradutório, rompendo fronteiras, combatendo visões distorcidas e fragmentadas ou conhecimentos parciais e estereotipados, auxiliando, pois, professores, estudantes e tradutores (em formação ou experientes).
Palavras-chave: Língua e cultura; Tradução; Letramentos; Decolonialidade; Identidade linguístico-cultural.
18. Linguagem e discurso: múltiplas dimensões (online)
Dra. Daiany Bonácio (UEL)
Dra. Isabel Cristiane Jerônimo (UEL)
Dra. Paula Camila Mesti (UEM)
Resumo: Levando em consideração que o sujeito se constitui na/pela linguagem e que, por meio dessa, produz subjetividades, o objetivo deste simpósio é reunir trabalhos teóricos e/ou analíticos que reflitam acerca da relação entre linguagem e discurso em diferentes materialidades significantes inscritas na contemporaneidade, a partir da mobilização de conceitos da Análise do Discurso de linha francesa (AD), em especial, à luz de noções erigidas por Michel Pêcheux, Michel Foucault e Dominique Maingueneau. Espera-se criar um espaço de discussão em que sejam destacadas propostas de análises que demostrem a produtividade das noções desenvolvidas no interior da teoria discursiva, em enunciados efetivamente ditos, materializados em diferentes gêneros discursivos e que reflitam a construção da história recente em que estamos imersos. Pela ótica da AD, levamos em conta que esse processo social de produção dos sentidos implica relações de poder, construção de representações e conflitos, as quais convocam o sujeito a se posicionar por meio de materialidades verbais e/ou não verbais, tais como textos publicitários, charges, lives, entrevistas, etc. Interessa-nos explorar a relação entre linguagem, sociedade, história e cultura, utilizando a AD como ferramenta para analisar como os discursos que moldam a nossa compreensão do mundo.
Palavras-chave: Análise do Discurso; Linguagem; Gêneros discursivos.
19. Confluências da literatura negra (online)
Dra. Alba Krishna Topan Feldman (UEM)
Dra. Maria Carolina de Godoy (UEL)
Dra. Nelci Alves Coelho Silvestre (UEM)
Resumo: Este colóquio tem o propósito de receber apresentações que se concentrem em pesquisas ou relatos de experiências relacionados à literatura negra, afro e indígena em língua portuguesa e inglesa presentes nos espaços acadêmicos - tanto na graduação quanto na pós-graduação -, nas instituições de ensino básico e nos programas de extensão. O objetivo é explorar de que forma as literaturas negra e indígena têm sido difundidas nesses ambientes, resultando em análises críticas nos campos dos estudos literários e da educação, reflexões provenientes da prática em salas de aula do ensino fundamental e médio, e narrativas das experiências em projetos de extensão que estabelecem conexões entre a universidade e a comunidade em geral. Essa circulação artística inclui, nos espaços mencionados, as vozes de mulheres e homens negros e indígenas, a representação de crianças como figuras protagonistas na literatura voltada para o público infantil e juvenil, bem como temas relacionados à cultura afro, indígena, e outras representações que ocupam papéis essenciais na promoção do hibridismo cultural brasileiro por meio da arte e da prática de uma educação antirracista. Estas vozes devem ser resgatadas através de abordagens que desafiem a dominação do poder, rejeitando imposições provenientes de diversas fontes, como o colonialismo, a discriminação étnico-racial e as imposições culturais, entre outras. O cerne da resistência reside em transformar este cenário, permitindo que os grupos marginalizados recuperem sua subjetividade, unificando uma identidade fragmentada por meio de expressões individuais e obtendo reconhecimento de suas próprias perspectivas. Este debate se apoia em análises de Ashcroft (2001), que investiga diferentes formas de resistência - seja pacífica, violenta ou discursiva -, Homi Bhabha (1998), que examina a mímica como uma tática para desestabilizar as normas estabelecidas, e Hutcheon (1989), que explora os aspectos sutis da resistência discursiva, abrangendo a reescrita, a releitura e a paródia; e Vizenor (2008), que observa a adaptação e utilização das próprias ferramentas de opressão como elementos de sobrevivência cultural e afirmação de identidades. Esse amplo debate busca atender às exigências de ensino, nos espaços educacionais do básico ao superior, da história e cultura indígena e afro, por meio do recorte literário voltado ao público infantojuvenil e adulto.
Palavras-chave: Literatura Negra; Literatura Afro; Literatura Indígena; Resistência.
20. Poéticas, estéticas e políticas do digital (online)
Dr. Márcio Roberto do Prado (UEM)
mrprado@uem.br
Ma. Natalia Corbello (UFF)
ncorbello@id.uff.br
Resumo: Desde seu surgimento no fim do século XX e popularização na virada para o século XXI, o meio digital tem reconfigurado as práticas de se fazer e consumir arte. Novos paradigmas, como a ergodicidade (Aarseth, 1997), a agência (Murray, 1997), a simulação (Frasca, 2001) e a convergência (Jenkins, 2006) condicionam – ou seja, ao mesmo tempo abrem e fecham – possibilidades específicas de representar o mundo e o social. Nesse sentido, discutir essas novas práticas se torna uma tarefa de suma importância porque, recuperando a lição hoje já solidificada pelos estudos culturais, nossas artes “[...] nos oferecem uma metalinguagem, uma forma de compreendermos quem e o que somos, como se ajustam nossos valores e atitudes, como mudam nossos significados” (Newcomb; Hirsch, 1983, p. 47, tradução nossa). Dessa forma, o presente simpósio objetiva investigar aspectos poéticos e estéticos das mais diversas formas e gêneros contemporâneos de arte digital (videogames, literatura digital, ficção interativa, internet art, AI art etc.), bem como as repercussões sociopolíticas dessas práticas artísticas digitalmente mediadas. Para tanto, convidamos o envio de comunicações que se proponham a teorizar, analisar e/ou questionar, a partir de bases teórico-metodológicas politicamente embasadas (materialismo histórico, estudos culturais, estudos pós-coloniais, humanidades digitais etc.), a relação da arte digital com os sistemas socioculturais nos quais está inserida. Algumas questões norteadoras contempladas incluem, mas não se limitam a: Como as affordances das tecnologias digitais condicionam práticas artísticas? Como inovações poético-estéticas no campo da arte influenciam o uso das tecnologias digitais? Quais são e/ou como se consolidam as convenções entre artista e público nos diferentes gêneros da arte digital? Como a arte digital contemporânea é capaz de reforçar e/ou contestar as instituições sociais com as quais dialoga? Quais estratégias de ativismo político têm sido empregadas no campo da arte digital?
Palavras-chave: Arte digital; Estudos culturais; Tecnologias digitais; Práticas poético-estéticas; Ativismo político.
21. (Re)configurando Fronteiras: A Inteligência Artificial na Investigação e Prática das Linguagens (online)
Dr. Wagner Ferreira Lima (UEL)
Dra. Cinthyan Renata Sachs Camerlengo de Barbosa (UEL)
Resumo: A ascensão exponencial da Inteligência Artificial (IA), especialmente dos Grandes Modelos de Linguagem (LLMs) (NEELAKANDAN, 2023), impõe uma questão inescapável aos estudos linguísticos: Como a capacidade computacional de processar e gerar linguagem em escala massiva redefine nossa compreensão teórica, metodológica e prática das linguagens humanas? Nossa hipótese é que a IA não é apenas uma ferramenta, mas um agente transformador que exige uma integração crítica e reflexiva, capaz de desvelar novas dimensões da cognição, variação e uso linguístico, ao mesmo tempo que introduz vieses e desafios éticos sem precedentes. Este simpósio tem como objetivos principais: 1) Mapear as aplicações atuais e emergentes da IA na análise, ensino e tradução de línguas; 2) Debater os impactos epistemológicos da IA nas teorias linguísticas tradicionais; 3) Avaliar criticamente as implicações éticas e sociais da IA na comunicação e diversidade linguística; 4) Fomentar metodologias inovadoras que combinem abordagens linguísticas e computacionais. Acolheremos trabalhos que utilizem metodologias diversas, desde análises de corpus assistidas por IA, modelagem computacional de fenômenos linguísticos, estudos experimentais sobre interação humano-máquina, até investigações etnográficas e discussões teórico-filosóficas sobre a natureza da "linguagem" gerada por IA. Esperamos catalisar um diálogo interdisciplinar vibrante, resultando em novas agendas de pesquisa, colaborações profícuas e um entendimento mais aguçado sobre como a IA está moldando – e sendo moldada por – o futuro das linguagens e de seus estudos. Convidamos pesquisadores a submeterem propostas que explorem criticamente esta nova fronteira.
Palavras-chave: Inteligência Artificial (IA); Linguagens; Grandes Modelos de Linguagem (LLMs); Ética em IA; Linguística Computacional.
22. Ferramentas tecnológicas para a análise da língua falada e das interações sinalizadas: perspectivas e desafios contemporâneos (online)
Dra. Vanessa Hagemeyer Burgo (UFMS)
vanessa.hagemeyer@ufms.br
Dr. Eduardo Francisco Ferreira (IFC)
eduardo.ferreira@ifc.edu.br
Dra. Sheyla Cristina Araujo Matoso (UFMS)
sheyla.matoso@ufms.br
Resumo: Este simpósio tem como objetivo discutir o uso de ferramentas tecnológicas na análise da língua falada e das interações sinalizadas, com ênfase na diversidade de abordagens teórico-metodológicas e na variedade de contextos em que os recursos digitais vêm transformando os modos de coleta, transcrição, documentação, interpretação de dados e constituição de corpora. Trata-se de um espaço para a disseminação de pesquisas que integram tecnologias em alguma etapa de seu desenvolvimento, promovendo uma reflexão crítica acerca de suas contribuições, limitações e desafios. Serão bem-vindas propostas que abordem atividades conversacionais — em situações cotidianas ou em ambientes institucionais, educacionais, jurídicos, midiáticos, de saúde, entre outros — e o uso de meios digitais, abrangendo tanto línguas maternas quanto estrangeiras. O simpósio busca incentivar o intercâmbio entre pesquisadores que atuam com diferentes metodologias e suportes tecnológicos, refletindo sobre os impactos dessas práticas nos desenvolvimentos mais recentes no âmbito da Análise da Conversação. Esta proposta se insere nos debates contemporâneos sobre a aplicabilidade das tecnologias digitais nos estudos linguísticos, evidenciando seu potencial para a sistematização, o processamento e a ampliação das investigações na área. Assinala-se, assim, a relevância de novas perspectivas para a produção colaborativa de conhecimento no cenário contemporâneo. Ao reunir múltiplos olhares sobre a língua falada e as interações sinalizadas, o simpósio propicia uma discussão interdisciplinar que favorece o avanço das pesquisas linguísticas em interlocução com as inovações tecnológicas.
Palavras-chave: Língua falada; Tecnologias digitais; Análise da Conversação.
23. Teorias Linguísticas para o Processamento de Linguagem Natural (online)
Dra. Thayanne Raísa Silva e Lima (IFTM)
thayannerslima@hotmail.com
Me. Leonardo Giamarusti (UFU)
leonardogiamarusti@ufu.br
Resumo: Segundo Jurafsky e Martin (2023), o Processamento de Linguagem Natural (PLN) é o campo da inteligência artificial que estuda a interação entre computadores e linguagem humana, com foco na construção de sistemas capazes de compreender, gerar e interpretar textos/fala de forma automatizada. Diante da crescente onda dos diferentes modelos de linguagem na IA contemporânea, deve o linguista do século XXI perguntar-se sobre suas possíveis contribuições nesse cenário. E, não menos importante, perguntar-se sobre: em que medida o conhecimento linguístico historicamente produzido pode ser mobilizado no desenvolvimento de novas tecnologias? Nesse sentido, a relação entre a linguística teórica e o PLN não é recente. Sabe-se, assim, como relembra Freitas (2022), que desde os primeiros projetos de PLN ainda na década de 50, muitos linguistas viram seus modelos teóricos de língua tornarem-se fundamentais para o desenvolvimento de regras computacionais, especialmente com o surgimento da Linguística Computacional e da anotação em morfologia, sintaxe e semântica. Com o predomínio do machine learning a partir dos anos 1980, essa participação foi reduzida, mas retomada nas últimas décadas com a emergência de modelos vetoriais (Mikolov et al., 2013) e da difusão de arquiteturas generativas, como o GPT (Vaswani et al., 2017). Não obstante, Russel e Norvig (2013) ressaltam a importância da linguística formal para o surgimento da própria IA, com destaque para as ideias de Chomsky (1957). Seno et al. (2024) ampliam essa visão ao retomar Firth (1934) e Harris (1950) como os precursores dos modelos de linguagem vetoriais. Giamarusti (2024a; 2024b; 2025a; 2025b) e Gastaldi (2020), no mesmo entendimento, argumentam que alguns princípios saussurianos, como a Teoria do Valor (Saussure, 2012 [1916]), podem ser percebidos na lógica de funcionamento desses modelos semânticos atuais que, em grande medida, são modelos probabilísticos que transformam palavras, ou signos, em matrizes numéricas. O presente simpósio, portanto, propõe reunir pesquisadores interessados nessas interseções, a saber, entre o conhecimento linguístico historicamente produzido e o seu alcance, ou efeitos, no Processamento de Linguagem Natural. Serão aceitos trabalhos que tratem de temas relativos a essa intersecção, bem como trabalhos na área de PLN/LC que mobilizem determinados conceitos ou teorias próprias da linguística teórica. Convidamos, assim, os interessados para que possamos promover um espaço de diálogo transdisciplinar amplo, fomentando cada vez mais as relações entre as ciências da linguagem e as ciências da computação.
Palavras-chave: Processamento de Linguagem Natural; Linguística teórica; Inteligência Artificial.
24. Intersecções entre Linguística Aplicada e as Inteligências Artificiais: práticas dialógicas na formação de professores e no ensino (online)
Dr. Francisco Cleyton de Oliveira Paes (SEDUC-CE)
cleytonpaeslp@gmail.com
Me. Joaquim Junior da Silva Castro (UFC)
joaquimjrcastro17@gmail.com
Resumo: Este simpósio objetiva acolher pesquisas que, sob o amparo teórico-metodológico in- e transdisciplinar da Linguística Aplicada (LA), articulam os pilares do dialogismo bakhtiniano com o ensino e a formação de professores de língua materna. Adicionalmente, e com ênfase especial dada a sua crescente e inegável importância, o simpósio busca incorporar e fomentar discussões sobre trabalhos que explorem as complexas intersecções entre linguagens e inteligências artificiais (IAs). O interesse reside em compreender como as IAs reconfiguram – e são reconfiguradas por práticas sociais, comunicativas e pedagógicas, e como a LA pode abordar criticamente esses fenômenos. O eixo teórico fundante dos trabalhos a serem apresentados, portanto, é a Teoria Dialógica do Discurso, através da qual refletiremos sobre concepções de ensino e de formação docente coadunadas com propostas mais alteritárias e, consequentemente, dialógicas de gestar projetos pedagógicos. Vale ressaltar que a emergência e a disseminação das IAs apresentam novos e urgentes desafios e objetos de estudo, demandando reflexões críticas sobre como elas medeiam a comunicação, influenciam a produção/recepção textual, impactam as práticas de ensino-aprendizagem e a formação docente, bem como levantam questões éticas e epistemológicas cruciais para o campo. Buscamos catalisar reflexões e refrações, problematizando práticas e concepções – incluindo aquelas mediadas ou desafiadas pelas IAs –, a fim de propor projetos cada vez mais dialógicos, alteritários e criticamente conscientes, personalizados a circunstâncias político-ideológicas vivenciadas pelo Sul Global. A partir das discussões apresentadas no simpósio, intentamos concluir que os conceitos da Teoria Dialógica do Discurso, quando articulados à proposta epistemológica da LA no viés in- e transdisciplinar, tanto servem como premissas para o agir em práticas de ensino e formação docente (inclusive aquelas que integram ou respondem às IAs) quanto amparam a análise de dados discursivos – incluindo aqueles que emergem da interação humano-máquina e do uso de IAs no contexto educacional.
Palavras-chave: Teoria Dialógica; Inteligência Artificial; Formação Docente.
25. A constística de autoria feminina: representações das relações de gênero (online)
Dra. Suely Leite (UEL)
Ma. Priscila A. Borges Ferreira (UEL/UENP)
priabf@gmail.com
Resumo: A representação feminina passa pelo olhar da construção da feminilidade como modo de desnudar os discursos patriarcais que alicerçam as relações de poder entre os gêneros, e o discurso literário é um campo privilegiado para o estudo dessas relações. As obras literárias apresentam um leque de possibilidades de interpretação, evidenciam um discurso que oferece vários planos de leitura, tornando-se espaço de representações coletivas e ganham um estatuto de realidade ao tecerem um discurso permeado por diversas vozes na tentativa de dizer o indizível. Ao usar a simbologia enquanto meio de significação, a literatura procura atingir o além do signo, e tenta construir o coletivo por meio da subjetividade e da representação. Em 1975, o crítico literário Alfredo Bosi publica sua obra O conto brasileiro contemporâneo, no qual apresenta 24 contos de 15 escritores, dentre os quais apenas seis textos resultam de autoria feminina e são escritos por Clarice Lispector, Nélida Piñon e Lygia Fagundes Telles. Já em 1981, Antonio Hohlfeldt publica Conto brasileiro contemporâneo e registra as seguintes contistas: Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Nélida Piñon, Márcia Denser, Sônia Coutinho e Tânia Fallaice, três a mais que Bosi. As duas obras são leituras básicas das disciplinas dos cursos de graduação em Letras que estudam o gênero conto, o que nos leva a inferir que os registros ali contidos são aqueles que chegam à comunidade acadêmica de maneira mais efetiva. Dessa forma, o simpósio aqui proposto procura discutir a contística de autoria feminina que estão no cânone e além dele. A partir de diversas perspectivas teóricas e escolhas literárias, incentivamos análises temáticas dedicadas aos estudos da representação das relações de gênero em contos de autoria feminina.
Palavras-chave: Representação; Feminilidade; Literatura de autoria feminina.