Ao longo dos meus dez anos inserido como professor na educação básica ainda não sei o que é ensinar, tampouco escolarizar, talvez porque nunca acreditei no ensino bancário como sustentáculo de um processo de ensino aprendizagem pelo qual estou inserido diariamente e muito argumentado por Paulo Freire.
Entrar todos os dias na sala de aula é como entrar em um grande espetáculo, onde o artista e a plateia se confunde e funde como apenas um, e esse espetáculo, de maneira alguma, deve ser um monólogo de um personagem principal de certos e errados com passivos espectadores.
Entender essa situação de aula é quebrar a quarta parede do espetáculo, como dizia Bertolt Brecht em que o professor precisa ter um arsenal de flexibilidade e sobretudo amor no que faz, pois a plateia ou melhor dizendo, os alunos, carregam consigo um elevado conhecimento vivo, que deve ser constantemente lapidado e colocado no centro da discussão e isso é papel mágico de minha profissão, professor.
Sendo assim, Sócrates já argumentava a reflexão como valor de um processo, ainda que embrionário, educacional, que dizia sei de nada saber. Dessa forma, tento constantemente trazer em minhas aulas possibilidades de ensino aprendizagem como: inversão de conteúdo, seminários, trabalhos em grupos, rodas de conversa, entre outras inúmeras alternativas que visam edificar as dúvidas, os argumentos e as hipóteses para os alunos, evitando transpor assim um conceito fechado e estanque que irá servir apenas para a prova.