A Queda nos leva ao Exílio

Quando os babilônicos invadem...

Jerusalém, a cidade cai no ano de 587 a.C. e parte do povo é levado para o exílio. Assim como a Queda de Jerusalém marca o início do exílio dos judaítas, a Queda no Éden marca o início do exílio da humanidade.

Há um paralelo entre os dois acontecimentos, retratos no mesmo ano pelo grande ilustrador francês Gustave Doré. Entre as ruínas do templo de Jerusalém e o relacionamento fraturado entre Deus e a humanidade. Entre a espada que expulsou os judaítas de sua terra e a espada colocada na entrada no jardim.

As duas narrativas bíblicas, amplamente trabalhadas por inúmeros artistas em diferentes momento da história da arte, são exploradas por diferentes ângulos ao longo dos séculos. Enquanto que o texto de Gênesis é sempre tratado como pintura religiosa, a narrativa encontrada em 2 Reis, 2 Crônicas e Lamentações foi por vezes pintada como pintura histórica.

As linhas de Doré, influenciadas pelo fantasioso, se assemelham às cores dramáticas de Repin, exemplo do Realismo Russo, e à influência simbolista de Nikolai Ge. Os três artistas representam diferentes movimentos do séc XIX. Já Masaccio foi um dos principais nomes do início do Renascimento Italiano e revolucionou a pintura com o uso da perspectiva, desenvolvendo as ideias de Giotto.

As cinco obras aqui apresentadas mostram as diferentes percepções do sofrimento humano quando este se encontra afastado de Deus. Podemos dizer que há um terceiro paralelo entre as duas histórias: a promessa de restauração por parte de Deus.